A Starz divulgou o primeiro trailer da terceira temporada de Deuses Americanos, que chega em 2021.
No Brasil, Deuses Americanos é exibido pelo serviço de streamingPrime Video.
Na segunda temporada, a batalha entre os Deuses Antigos e os Novos Deuses continua a fermentar quando o público se une a Mr. Wednesday apenas algumas horas depois de sua declaração de guerra e do confronto épico que se seguiu na festa da Páscoa. Diz a sinopse da segunda temporada.
Para futuras informações a respeito de Deuses Americanos, fique ligado aqui, na Torre de Vigilância.
De acordo com o The Cinema Spot, o seriado Desuses Americanos foi renovado para a sua quarta temporada.
Originalmente, a emissora Starz planejava filmar o terceiro e quarto ano simultaneamente. Entretanto, devido a atual pandemia do coronavírus, o canal está impedido de realizar a tarefa e não há previsão para o início das gravações da quarta temporada.
No Brasil, Deuses Americanos é exibido pelo serviço de streamingPrime Video.
Na segunda temporada, a batalha entre os Deuses Antigos e os Novos Deuses continua a fermentar quando o público se une a Mr. Wednesday apenas algumas horas depois de sua declaração de guerra e do confronto épico que se seguiu na festa da Páscoa. Diz a sinopse da segunda temporada.
Para futuras informações a respeito de Deuses Americanos, fique ligado aqui, na Torre de Vigilância.
A Variety confirmou que o polêmico astro do rock Marilyn Manson estará presente na terceira temporada de Deuses Americanos, que deve chegar entre 2020 e 2021 no Prime Video.
Na série, Manson será Johan Wengren, o vocalista da banda Blood Death, que serão a fonte para o Sr. Wednesday.
“Como um admirador do estimado talento do Sr. Manson como autor, artista, músico e ator, estou empolgado de trabalhar com ele.” Comentou Chic Eglee, o showrunner do seriado.
Marilyn Manson é um músico e líder da banda que leva o seu nome. O artista é conhecido por sua personalidade escandalosa. Seu nome artístico foi formado a partir dos nomes Marilyn Monroe e Charles Manson, mostrando o que ele considerava o último e mais perturbador dualismo da cultura estadunidense.
Para futuras informações a respeito de Deuses Americanos, fique ligado aqui, na Torre de Vigilância.
A segunda temporada de Deuses Americanos ganhou o seu novo cartaz oficial. Após atrasar por seis semanas, o seriado irá estrear em 10 de Março de 2019, através da emissora americana Starz.
Deuses Americanos é baseado na obra literária de Neil Gaiman. Nela, o autor trás entidades clássicas das mitologias Celta, Nórdica, Egípcia e Grega para o mundo atual, além da criação de novos deuses, como o da estrada e o da internet.
Para futuras informações a respeito de Deuses Americanos, fique ligado (a) aqui, na Torre de Vigilância.
A segunda temporada de Deuses Americanos ganhou o seu primeiro trailer oficial. A produção do seriado está cerca de seis semanas atrasadas, forçando à entrar em hiato por tempo indeterminado.
Deuses Americanos é baseado na obra literária de Neil Gaiman. Nela, o autor trás entidades clássicas das mitologias Celta, Nórdica, Egípcia e Grega para o mundo atual, além da criação de novos deuses, como o da estrada e o da internet.
Para futuras informações a respeito de Deuses Americanos, fique ligado (a) aqui, na Torre de Vigilância.
Deuses Americanos é uma das obras mais icônicas de Neil Gaiman. Ela é um dos clássicos do autor e é colocada quase no mesmo patamar de sua fase em Sandman. Publicado originalmente como livro em 2001, Deuses Americanos tem no seu currículo o Prêmio Hugo e o Prêmio Nebula, ambos na categoria Melhor Romance, em 2002. De lá pra cá, Gaiman chegou comentar que tem ideias para uma continuação, em 2017 ganhou adaptações para a TV e os quadrinhos.
Eu nunca tive contato com o livro e nem com a série da TV. Os quadrinhos foram lançados nos EUA pela Dark Horse Comics e foi dividida em três arcos: Shadows, My Ainsel e The Moment of the Storm, totalizando 27 edições. Aqui no Brasil, foi a Editora Intrínseca que segurou a responsa de publicar a obra, e vai realizar em três volumes. Em abril desse ano, chegou às livrarias Deuses Americanos – Volume 1 – Sombras, onde temos o ponto de partida das aventuras de Shadow Moon.
A trama, já muito conhecida por todos, fala sobre a guerra entre os deuses tradicionais que estão perdendo espaço para os novos mitos como a internet e os programas de TV, e caindo no esquecimento pelas novas gerações. O próprio Neil Gaiman produziu a adaptação para os quadrinhos, que tem roteiros de P. Craig Russell (que já trabalhou com Gaiman adaptando Coraline e fez os desenhos de Ramadan, publicada em Sandman #50) e desenhos de Scott Hampton.
Uma obra de tanto tempo e tão conceituada, já com inúmeras resenhas, escrever sobre ela, é como chover no molhado. Durante a leitura, minha mente viajou de como a obra se assemelha com a realidade. Como chegamos ao ponto de “endeusar” pessoas ou objetos que ditam a moda hoje em dia.
O fanatismo sempre existiu nas pessoas. Fãs que colecionam tudo, sabem tudo, conhecem tudo, se vestem igual, buscam ter mesmo pensamento, trejeitos e até modo de falar não é novidade. O fato de termos um ídolo, ou alguém que possa nos inspirar, não é todo ruim. É saudável até o ponto em que não perdemos nossa identidade, e a inspiração possa ser construtiva.
Hoje em dia, temos verdadeiras legiões de fãs que colocam em pedestais músicos, Youtubers, jogadores de futebol e políticos. Entretanto, muitos, me arrisco a dizer em sua maioria, são pessoas vazias, com pensamentos mesquinhos, que levantam multidões e introduzem ideais duvidosos no coletivo. Vemos diversos casos desses novos influenciadores/deuses modernos tem atitudes preconceituosas, escandalosas e mesmo assim as legiões de adoradores crescem cada vez mais. E como se deuses raivosos antigos, que punem, mas mesmo assim ainda continuam sendo adorados.
Em Deuses Americanos, os antigos deuses estão “morrendo” porque as novas gerações não pagam mais tributos, preces e não clamam por eles. Eles foram trocados por novos influenciadores modernos. O quadrinho em que a Lucy, do seriado I Love Lucy, fala que a TV é um tipo de Deus, e que as pessoas fazem sacrifícios para ela é a melhor explicação sobre o que está acontecendo. Na real quando as pessoas idolatram um Youtuber que prega algo que seus pais lhe ensinaram como errado, é o mesmo processo. Como por exemplo, um caso recente de um desses astros, que falou que fez sexo sem consentimento da sua namorada. Muitos condenaram a situação, mas existiu quem defendesse o rapaz.
Estamos vendo um novo processo de endeusamento. A moda ditando regras sempre aconteceu, mas a velocidade da informação hoje em dia é incrível. Um jogador de futebol que pinta o cabelo de manhã, de tarde já temos vários jovens fazendo o mesmo e defendendo ferrenhamente nas redes sociais o seu ídolo. O que está mais na moda, até por causa da proximidade das eleições, tem ficado insuportável a quantidade de pessoas defendendo candidatos A ou B. Estamos vendo amizades de anos se transformarem em ódio por causa de candidatos. Mas ninguém se preocupa em compartilhar as ideias e planos para o futuro de seu preferido.
E hoje em dia simplesmente aceitamos o que nos é passado.
Exatamente o que acontece com Shadow em Deuses Americanos. O protagonista não questiona nada que lhe é apresentado. Ele aceita e executa. Não se preocupa nem se instiga com o que está acontecendo ao seu redor, por mais absurda que a situação seja. Ele tem a dor da perda da esposa e pode ter ligado o foda-se. É algo como o pensamento daquele deputado: pior que está não fica.
Quantas vezes já pensamos nisso?
E assim como as informações são rápidas, Deuses Americanos é uma HQ em movimento. Não vemos sempre o mesmo cenário sempre e não conseguimos mensurar o que pode acontecer o que vem a seguir. A narrativa vai contextualizando, renovando, reinventando e apresentando algo novo para o leitor. A batida filosófica que Neil Gaiman implanta é forte, e transborda nas páginas da HQ. Ela não é uma leitura fácil às vezes, detalhes e excesso de diálogos dos personagens prendem mais do que o normal de uma HQ, digamos, comum. Como eu não li a obra no formato original, acredito que esteja bem adaptado. A impressão que passa é que o carinho com a produção foi prioridade. E que tudo, ou a grande maioria, do que está no livro, foi transportado para a HQ.
Deixo alguns destaques para as pequenas histórias/contos que são espalhadas por Deuses Americanos. Do relacionamento dos humanos com os antigos deuses. Todas são interessantes. E obviamente a arte. As ilustrações que dividem os capítulos são divinas. Os traços são bem realistas, expressivas e alguns momentos assustadores. Mas apesar de buscar um ponto de realidade, o tom caricato dos personagens não se perde. A edição de Deuses Americanos da Intrínseca, ainda conta com 20 páginas de esboços de artes e notas.
Deuses Americanos tem formato 26 x 16,8 cm, 264 páginas e no link da Amazon Brasil abaixo está com 64% de desconto.
A adaptação em quadrinhos de Deuses Americanos será publicada no Brasil pela Editora Intrínseca. Publicada originalmente pela Dark Horse Comics ano passado, a obra foi dividida em três arcos: Shadows, My Ainsel e The Momento of the Storm, totalizando 27 edições. Por aqui será lançado em formato de trilogia com o primeiro volume programado para o dia 09 de abril.
Deuses Americanos – Volume 1 – Sombras, vai focar em Shadow Moon, recém-saído da prisão, ele descobre que sua esposa morreu em um trágico acidente de carro. No caminho para o funeral, ele conhece o enigmático Sr. Wednesday e embarca em uma viagem tumultuada e reveladora por cidades inusitadas dos Estados Unidos.
A dupla acaba entrando no meio da guerra dos deuses antigos da mitologia contra os novos (o dinheiro, a televisão, a tecnologia e as drogas).
Confira a capa de Deuses Americanos – Volume 1 – Sombras pela Editora Intrínseca:
O livro de Neil Gaiman apresenta essa guerra entre os deuses tradicionais que estão perdendo espaço para os novos mitos como a internet e os programas de TV, e caindo no esquecimento pelas novas gerações. O próprio autor produziu a adaptação para os quadrinhos que tem roteiros de P. Craig Russell (que já trabalhou com Gaiman adaptando Coraline e fez os desenhos de Ramadan, publicada em Sandman #50) e desenhos de Scott Hampton.
Deuses Americanos – Volume 1 – Sombras terá extras como esboços dos quadrinhos, layouts originais e estudos dos personagens. E capas variantes de artistas como Fábio Moon, David Mack, Becky Cloonan e Glenn Fabry.
Ele torna a violência, a agressão em uma folha de papel em algo suave como sua arte. David Mack é um dos maiores de sua geração. Em sua visita ao Brasil na CCXP, conversamos com o roteirista, capista e pintor que, inclusive, abriu o jogo sobre futuros projetos:
Vamos começar falando do Demolidor, cuja popularidade se multiplicou nos últimos anos, especialmente desde sua fase com Kevin Smith e, posteriormente, Brian Michael Bendis. Como é mexer com um herói tão cheio de imperfeições e quanto sua fase influenciou as outras mídias (filme, seriado…) ?
É um personagem que pode ser considerado um herói imperfeito desde sua infância, além da marca de “deficiente”, taxada por algumas pessoas. Mas, sua forma única de perceber o mundo torna-se sua vantagem. Então, gosto dessa ideia: Ele é bem diferente por causa disso e se destaca do resto da humanidade por essas experiências [sensoriais] com a realidade. Gosto dessa diferença pois o obstáculo vira uma qualidade e também como o tema da história. Quando comecei minha primeira história [do Demolidor] que o [Joe] Quesada desenhou, ele me pediu para criar um novo personagem e vim com a Echo porque achei que ela seria outro personagem que percebe o mundo de forma única, também transformando desvantagem em atributo. Cada um tem um forte ponto de vista, e quando os une, podemos fazer histórias muito interessantes. A terceira pessoa com fortes pontos desde sua infância foi Wilson Fisk. Assim, gostei muito de fazer a história que considero a origem de Fisk. Aliás, considero esta a primeira história cronologicamente dizendo que fiz sobre o DD. Várias ideias desse número foram parar no seriado em Vincent D’Onofrio, com o martelo, rachaduras na parede, as brigas dos pais… Se você olhar bem, eles usaram até as mesmas cores de roupas dos quadrinhos. Então, algumas partes da minha história foram para a Netflix.
Em Demolidor – Fim dos Dias, você apenas fez o roteiro. Como foi dessa vez, salvo algumas páginas, voltar a somente essa função? Tem ambição de regressar ao universo dele?
Claro. Eu amo o Demolidor! Como você disse, comecei fazendo o roteiro do Demolidor e não a arte interior. De fato, na maioria das histórias fui escrevendo, mas há uma que não o fiz e foi esta uma das primeiras que o Brian [Michael Bendis] escreveu para Marvel justo quando mudei para a arte interior. Isso foi basicamente para conseguir um emprego para o Brian como escritor. Era uma grande oportunidade de trabalharmos juntos em um projeto que selasse nossa longa amizade. Também gosto de saber que foi um dos seus pontos de partida na Marvel e fizemos coisas maravilhosas por lá de lá para cá. Então, foi fantástico voltarmos juntos em Demolidor – Fim dos Dias e de quebra, adoro que os artistas sejam Bill Sienkiewicz e Klaus Janson, porque Brian e eu crescemos e aprendemos lendo-os nas histórias do DD quando garotos…
Dois muito influentes artistas do DD!
Muito influentes também em storytelling em geral para mim e Brian. Aprendemos tanto que colocamos em nossas histórias e arte.Trabalhar com esses caras em uma história que eles também trouxeram à vida era um sonho. Agora é real. Desde então estou escrevendo uma sequência para DD – Fim dos Dias com a mesma equipe criativa na medida do possível. Klaus agora é um artista exclusivo da DC, queríamos que ele fizesse parte também, mas provavelmente o Bill vai fazer a maior parte da arte. Essa sequência se chamará Justiceiro – Fim dos dias. Amei escrever o Justiceiro em DD – Fim dos dias e penso que seria ele o ideal a próxima história fluir. Ainda terá os outros personagens da história anterior, onde Ben Urich a fez desenrolar em sua parte urbana mas, obviamente, ele não estaria em uma história subsequente. O Justiceiro então seria sucessor e já trabalhei muito nisso com o Brian antes dele assinar com a DC. Agora vamos ver como vai ser daqui em diante.
Frank Castle é um personagem mais urbano, assim como o Demolidor. Já pensou em fazer quadrinhos com um herói de características mais clássicas?
É uma boa pergunta. Também vejo o Justiceiro e Demolidor como personagens mais “de rua”. Quando escrevo-os, penso que devem permanecer por lá, para manter essa perspectiva de um núcleo do Universo Marvel, por isso foi bom o aspecto em colocar o Ben Urich nessa situação. Há uma parte em que ele quer se encontrar com Os Vingadores, mas eles não se encontram com ele. Nessa história, gosto da limitação entre esses personagens, deixando de lado a parte mais cósmica da Marvel. Apesar disso, eu adoraria fazer uma HQ do Doutor Estranho, Batman ou algo a mais.
Seu trabalho mais autoral é Kabuki. Esta vem de uma cultura estrangeira. Há pintores de alto nível no Japão, como [Ayami] Kojima, Yoshitaka Amano… Como esse sincretismo artístico o influencia?
Essa questão é interessante porque estive recentemente no Japão por duas semanas. Tenho muita influência em meu trabalho de culturas globais e do Japão especificamente em Kabuki. O divertido em roteirizar quadrinhos, fazer arte e até escrever histórias é que não há um dispositivo de desligamento para de onde vem sua inspiração. Você pode constantemente viajar entre diferentes níveis, mundos e, quando leva aos quadrinhos, isso se torna seu laboratório, seu playground para processar tudo que te inspira. Para pegar um pedaço de tudo que faça sentido, e essa é minha área de lazer.
Você hoje é mais um capista. O quanto um roteirista tem poder sobre suas capas e o quão tênue é sua linha para não interferir na arte do miolo, feita por outro desenhista?
Não sei bem o quanto minha arte influencia ou interfere o conteúdo, é mais fácil falar com cada artista em individual. Em alguns momentos no começo de Alias – Jessica Jones fiz alguma arte interior mas eu estava satisfeito de fazer as capas. Em Deuses Americanos, de Neil Gaiman, fico feliz em fazer a arte de capa dessa nova série em quadrinhos assim como em Clube da Luta, de Chuck Palahniuk…
Como é trabalhar com Gaiman?
Fantástico. Fazemos também pôsteres algumas vezes durante o ano, em feriados… inclusive estava fazendo um hoje de manhã no hotel! Este, um pôster promocional. Estou muito satisfeito em estar nessa com Neil. Muito contente de estar em Deuses Americanos e espero fazer mais coisas com ele.
Falando em autor, há uma história muito engraçada e curiosa porque existe um outro David Mack, que vocês inclusive dividem o mesmo website! Qual é sua relação com ele e como isso funciona?
David Alan Mack é um cavalheiro que escreve livros como os de Star Trek e tenho a honra de dividir meu nome. Há outros “David Macks” por aí, como um que é embaixador do oriente médio. Em geral, tenho uma ótima relação com eles.
Com o outro David Mack, o escritor, considero que seria interessante um trabalho conjunto, fazendo a capas dos livros. Quem sabe um dia…
Mitologia Nórdica é o mais novo livro de Neil Gaiman. Com lançamento em janeiro de 2017, a obra chegou apenas um mês depois no Brasil pela editora Intrínseca em uma versão lindíssima de capa dura contendo o total de 288 páginas.
“Neil Gaiman tem sido inspirado pela mitologia antiga na criação dos reinos fantásticos de sua ficção. Agora ele volta sua atenção para a fonte, apresentando uma versão bravura das grandes histórias do norte.
Na mitologia nórdica, Gaiman permanece fiel aos mitos ao prever o maior panteão dos deuses nórdicos: Odin, o mais alto dos altos, sábios, ousados e astutos; Thor, filho de Odin, incrivelmente forte, mas não o mais sábio dos deuses; E Loki-filho de um irmão de sangue gigante para Odin e um malandro e insuperável manipulador.
Gaiman modela essas histórias primitivas em um arco romântico que começa com a gênese dos nove mundos lendários e mergulha nas façanhas de deidades, anões e gigantes. Uma vez, quando o martelo de Thor é roubado, Thor deve disfarçar-se como uma mulher – difícil com sua barba e enorme apetite – para roubá-lo de volta. Mais pungente é o conto em que o sangue de Kvasir – o mais sagaz dos deuses – se transforma em um hidromel que infunde bebedores com poesia. O trabalho culmina em Ragnarok, o crepúsculo dos deuses e o renascimento de um novo tempo e de pessoas.
Através da prosa hábil e espirituosa de Gaiman surgem esses deuses com suas naturezas ferozmente competitivas, sua susceptibilidade a ser enganados e enganar os outros e sua tendência a deixar a paixão inflamar suas ações, fazendo com que esses mitos há muito tempo respirem uma vida pungente novamente.“ – Skoob
Gaiman já começa a introdução do livro falando de sua paixão pela mitologia nórdica e sua preferência por ela em detrimento de outras mitologias, algo que é bem notável, considerando a presença de elementos e figuras nórdicas em dois dos maiores trabalhos do escritor: Sandman e Deuses Americanos.
Em Sandman, existe algumas referências à mitologia nórdica, como Matthew, o corvo de Morpheus, que lembra Munin e Hugin, os corvos de Odin. Na história, ainda há a presença de figuras da mitologia nórdica como Loki, Thor e Odin, que estão presentes durante o arco Estação das Brumas.
Já em Deuses Americanos, a abordagem de Deuses é abrangente e inclui figuras mitológicas de diversas culturas, porém, há uma predominância de elementos da mitológica nórdica, como o misterioso Wednesday, que na verdade é Odin, e o protagonista Shadow Moon, que se especula que seja Balder, filho de Odin e Frigg.
Assim como muitas pessoas, o primeiro contato de Gaiman com a mitologia nórdica foi com a versão romantizada pela Marvel Comics do Poderoso Thor de Jack Kirby e Stan Lee. Posteriormente, o escritor se aprofundou no Universo Nórdico por meio de outras fontes.
Quem já teve contato com as histórias em quadrinhos do Thor, perceberá diversas semelhanças com os contos deste livro, afinal, compartilham da mesma fonte de origem, a Mitologia Nórdica. Contudo, a abordagem trazida por Gaiman é diferente, o que torna a obra mais interessante. Torna-se um olhar novo para quem só conhece a versão nórdica dos quadrinhos da Marvel. E para quem não conhece, é uma ótima oportunidade de conhecer.
Gaiman nos traz uma série de contos, com deuses que não são muito heroicos e nem muito inteligentes, com exceção de Loki, queestá presente em praticamente todas as histórias e se mostra um exímio manipulador e agente do caos, masnão é exatamente um vilão, como é popularmente conhecido, está mais para um mal necessário e em certos momentos até soa como herói.
Uma característica comum a todas a mitologias é a tentativa de explicar o mundo com histórias envolvendo deuses, monstros e heróis. Na mitologia nórdica não é diferente. Há contos que explicam fenômenos do mundo, como a criação do mundo (Antes do principio, e o que veio depois), ou de onde vêm os terremotos (Os Últimos dias de Loki), e também há um mito bastante divertido sobre sobre a origem do dom dos poetas (OHidromel da Poesia).
A narrativa segue uma ordem que vai da criação do início de tudo com a criação dos Nove Mundos até o fatídico Ragnarok (Crepúsculo dos Deuses). Porém, não é necessário acompanhar nessa ordem, pois não afeta a experiência, podendo degustar os contos aos poucos sem se preocupar com a continuidade.
O escritor foi bem eclético no modo de contar cada mito. Há uma variação do tom das histórias entre um conto e outro, alguns com mais comicidade, outros mais reflexivos e até trágicos, o que torna a leitura uma experiência bem diversificada.
Como é dito pelo próprio escritor, os contos não são extremamente fieis as versões originais e podem divergir em alguns aspectos, até porque essas histórias eram transmitidas oralmente pelos povos Vikings e, por isso, muita coisa se perdeu ou criou-se mais de um versão do mesmo mito. Gaiman mantém-se o mais fiel possível e até acrescenta alguns detalhes que enriquecem algumas histórias já conhecidas.
Mitologia Nórdica é um ótimo livro para quem conhece pouco ou nada do mundo dos mitos nórdicos. Tem uma linguagem simples e acessível, que traz contos com tons que variam entre o cômico e o trágico.
Garanta o seu exemplar. Aprenda sobre os mitos nórdicos e, quando estiver ao redor de uma fogueira com seus amigos, compartilhe essas histórias bebendo um hidromel e lembrando que as pessoas já acreditaram que existia uma bebida capaz de conceder o dom de cantar poemas épicos, ou que o barulho de um trovão pode ser a fúria de Thor, e que um terremoto é Loki sendo castigado, ou que a responsável pelo formato da Terra é a Serpente de Midgard.
A versão em quadrinhos de Deuses Americanos produzido pela Dark Horse Comics teve algumas páginas divulgadas. Algumas delas já finalizadas, já outras ainda faltando o acabamento final. O romance escrito por Neil Gaiman, além da HQ, está sendo adaptado também em formato de série de TV pelo canal Starz. A estreia está prevista para abril deste ano.
As páginas finalizadas foram divulgadas pela própria Dark Horse e as em preto e branco, sendo algumas inacabadas, pelo desenhista Walter Simonson. Confira na galeria abaixo:
Deuses Americanos vai ser dividido em três arcos: Shadows, My Ainsel e The Moment of the Storm, e terão no total 27 edições que começam suas vendas nos Estados Unidos em 15 de março. A HQ vai contar a história desde o principio, com a saída de Shadow Moon da cadeia e seu encontro com Mr. Wednesday.
A adaptação está sendo liderada por P. Craig Russell, que já trabalhou com obras de Gaiman adaptando Coraline e fez os desenhos de Ramadan, publicada em Sandman #50. Além de Simonson, as HQ’s terão artes de Scott Hampton, Mark Buckingham, Colleen Doran e do próprio Russell.
No futuro os arcos serão reunidos em três graphic novels.