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O Diabo de Cada Dia: A Narrativa Através da Maldade Humana

Baseado no Livro ‘The Devil All The Time’ (traduzido aqui como ‘O Mal Nosso de Cada Dia’), escrito por Donald Ray Pollock, ‘O Diabo de Cada Dia’ estreou essa semana na Netflix. O longa, dirigido por Antonio Campos, se trata de uma adaptação bem fiel da obra original onde acompanhamos diversas tramas que se entrelaçam e que tem como principal motor a maldade humana e suas consequências, fazendo com que a história tome seu rumo e siga em frente até sua conclusão.

Entenda o real significado do final de O Diabo de Cada Dia na NetflixO filme já começa situando o telespectador ao ambiente e a época onde a história se passa, com a narração do autor da obra que deu origem ao título. Diante disso, acompanhamos um veterano de guerra e seu filho, um casal de serial killers e um pastor um tanto como alienador e suas histórias particulares marcadas por tragédias e dramas que, durante a exibição do longa, fazem com que as tramas pessoais se entrelacem.

Diante disso, já podemos elogiar o longa como adaptação e dizer que o principal condutor do longa não é o narrador e nem são os protagonistas que aparecem no decorrer do filme, mas sim a maldade humana, exibida na tela de forma nua e crua, e suas consequências que fazem com que a história se guie cruzando o caminho de todos os personagens envolvidos – da mesma forma que no livro. Há sim algumas alterações, momentos que passam de forma corrida e bastantes cortes na trama, como é típico ocorrer em adaptações – entretanto, a estrutura é a mesma. Afinal, Pollock utiliza a violência como chave e Campos adapta para as telas de forma igual.

A narração em segundo plano feito por Donald Ray Pollock, ao mesmo tempo que é inconveniente em alguns momentos pois serve apenas para tampar alguns buracos de roteiro e acelerar a trama, é válida pois ajuda a história a se situar em algumas ocasiões para quem não leu o livro. De certa forma, pode-se comparar a narrativa de ‘O Diabo de Cada Dia’ com uma típica realizada por Quentin Tarantino em seus longas, um pouco menos elaborada porém que funciona perfeitamente no filme.

O Diabo de Cada Dia", da Netflix, é um violento mergulho na fé | A GazetaO elenco está absurdamente bom. Tom Holland rouba a cena como Arvin, que acaba sendo o elemento principal da história – afinal, no primeiro ato acompanhamos sua infância conturbada e os problemas que seus pais (interpretados por Bill Skarsgård e Eliza Scanlen) enfrentavam, e logo após vemos as consequências provocadas posteriormente. Arvin é o pivô central da trama e Holland consegue manter uma atuação incrível e que cresce conforme o filme se desenvolve.

Robert Pattinson também é destaque ao interpretar um pastor alienador novo na cidade e Jason Clarke consegue passar bem todas as características de seu personagem. O restante do elenco também é marcado por grandes nomes como Sebastian Stan e Mia Wasikowska, porém estes acabam sendo subutilizados e deixados de lado por conta da trama correr em alguns pontos – o que é uma pena, pois é um desperdício de potencial.

O Diabo de Cada Dia: Quem é o narrador? Verdade surpreende fãs da NetflixEntão, é bom?

‘O Diabo de Cada Dia’ é, sem dúvida alguma, um dos melhores filmes do ano. O longa apresenta uma narrativa envolvente que se desenrola e une os personagens da trama através da maldade do homem e suas consequências, que se entrelaçam nas histórias individuais de cada personagem. O elenco está sensacional, com destaque ao Tom Holland e ao Robert Pattinson, que roubam a cena dos demais. Inclusive, esse sem dúvidas é um dos melhores papéis da carreira de Holland. Além disso tudo, a trama é envolvente e prende o telespectador do início ao fim. Resumindo, um ótimo filme que inclusive pode acabar atraindo a curiosidade para ler a obra que o título adaptou – que, inclusive, é uma excelente leitura a ser feita para quem gostou de sua adaptação.

A quem se interessar, o livro foi publicado no Brasil pela Darkside Books e está em promoção na Amazon. Confira clicando aqui.

Nota: 4.5/5