Hello, there.
Todo grande fã de Star Wars, após ler Kenobi (livro da saga que, atualmente, é considerado ‘Legends’ pela Disney) ou simplesmente por pura curiosidade, desejava saber o que aconteceu entre os episódios III e IV com o personagem, não é mesmo?
Transportar esse desejo para as telas é uma tarefa bastante simples, afinal há um bom material base para se utilizar como inspiração e não há grande necessidade de se aprofundar nos protagonistas, uma vez que os episódios anteriores já o fazem. Em tese, a missão principal do showrunner seria apenas desenvolver suas narrativas para demonstrar essa passagem de tempo na franquia e como ela influenciou no que vemos na trilogia original.
De fato, o título foi bastante esperado pelos fãs, em especial pelo amor ao ator Ewan McGregor, que interpretou o Jedi com sua alma. Contudo, Obi-Wan Kenobi chega na Disney Plus com uma bagagem carregada em nostalgia e fan service, mas com um roteiro extremamente fraco e sem carisma.
De certa forma, o objetivo da série é bem claro em mostrar Obi-Wan em seu exílio no planeta desértico de Tattooine e garantindo a proteção de um jovem Luke Skywalker. No fim, certos pontos do roteiro fazem com que o Jedi saia do planeta e parta em uma missão que o faz encontrar seu antigo aprendiz, agora Sith, Darth Vader.
O que decepciona, em si, é que o roteiro de Obi-Wan Kenobi falha ao não apresentar uma trama plausível para sua existência e tenta se justificar através de inúmeras referências e fan services que só estão ali para tentar tampar todas as falhas existentes. Um roteiro extremamente preguiçoso é o que define essa minissérie.
É emocionante ver Vader de novo em ação depois de anos, assim como McGregor vivendo Kenobi novamente, assim como os flashbacks da Ordem 66 e da relação entre os dois personagens. Mas a rasa exploração que o título faz desses personagens decepciona bastante e não faz jus ao legado que eles deixaram em Star Wars.
Um grande exemplo disso é que, observar um Obi-Wan que não crê mais na força é excelente para a jornada do herói, entretanto quando não se explora isso além do primeiro episódio, torna-se esquecível e, a partir do momento que ele volta a acreditar, o que era pra ser épico, é apenas mais uma cena da série.
E é justamente nessa falta de desenvolvimento que a principal vilã da série não passa nenhuma ameaça, nem sequer tem relevância, tanto que no momento do seu plot twist, sua motivação passa despercebida e não choca o telespectador. No fim, a personagem que tinha grande potencial é ignorada e o foco gira em torno do reencontro de Vader e Kenobi.
E, por fim, na trama não há nenhuma situação de extremo perigo que faz com que você se importe com o que acontece em tela: muito pelo contrário, todas elas são convenientes para que os personagens consigam sair com êxito. Todas essas conveniências de roteiro cansam o telespectador e tornam toda a experiência mais previsível do que já é – visto que já sabemos o fim do personagem, tanto em Rebels como no Episódio IV.
A nostalgia é o que salva a série do total fiasco. Afinal, ver o reencontro de Kenobi e Vader, assim como seus primeiros confrontos e todos os outros fan services em tela animam qualquer fã, mesmo com todos os defeitos em seu roteiro.
Em questão de direção, Deborah Chow consegue entregar um trabalho satisfatório, mesmo que inseguro em certos momentos. Devemos levar em questão que o roteiro preguiçoso não deu tanta liberdade para a mesma trabalhar, porém seu dever foi cumprido.
O figurino e os efeitos visuais merecem elogios, afinal, eles mantém a qualidade vista nas outras séries da franquia disponíveis no serviço de streaming. E quanto a atuação de McGregor e de Hayden Christensen, não há o que falar: o amor que ambos tem pelos seus respectivos personagens são expostos em tela, e por mais que Vader use uma máscara a todo o momento, é bom ver o ator de volta ao papel.
Então, é bom?
Com um roteiro fraco e extremamente preguiçoso, Obi-Wan Kenobi nos entrega um prato cheio de nostalgia e referências e que deixa qualquer fã feliz com que está sendo exposto em tela. Infelizmente, não é uma produção digna para o personagem, mas serve como uma excelente adição – como diria General Grievous – para a história da franquia.
Nota: 3/5