A Editora Panini começou a pré-venda de quadrinhos da DC Comics, entre eles o esperado Batman: O Mundo, coletânea com diversos artista do mundo todo, e representando o Brasil está o trio Carlos Estefan, Pedro Mauro (autores da trilogia Gatilho) e a colorista Fabi Marques e o esperado Rorschach do Tom King. Confira abaixo os detalhes, valores e datas oficiais de lançamento.
Rorschach Vol. 01 (Tom King e Jorge Fornés)
Já se passaram 35 anos desde que Ozymandias lançou uma lula interdimensional gigante na cidade de Nova York, matando milhares e destruindo a confiança do público nos heróis. E, desde aquela época, uma figura com um chapéu de feltro, máscara e sobretudo tornou-se um ícone cultural polarizador. Então, quando Rorschach reaparece como um assassino tentando matar um candidato que concorre contra o presidente Robert Redford, perguntas surgem. Quem é o homem por trás da máscara e por que ele está agindo dessa maneira? Cabe a um detetive descobrir a verdadeira identidade deste suposto assassino – e isso o levará a uma teia de conspirações envolvendo invasões alienígenas, benfeitores desgraçados e visões místicas.
Rorschach Vol. 01 tem formato 17 x 26 cm, 160 páginas e o lançamento está previsto para 17 de setembro. Para saber mais detalhes da HQ clique AQUI.
Daphne Byrne: Hill House (Laura Marks e Kelley Jones)
Em uma reluzente Nova York do final do século 19, a raiva cresce dentro de Daphne, 14 anos. A morte repentina de seu pai a deixou sozinha com sua mãe afundada em depressão. Emocionalmente à deriva e vivendo fora de si, a viúva se torna uma presa fácil para um grupo de ocultistas que prometem entrar em contato com seu marido morto. Enquanto isso, Daphne vivencia um encontro sobrenatural – uma presença estranha e insidiosa em seu próprio corpo. O Irmão, uma entidade encantadora com apetites indescritíveis, a visita em seus sonhos e sussurra em seu ouvido. Logo, Daphne está compartilhando de seu terrível poder, e não sabe o que o Irmão é ou o que ele quer. E mesmo se ela soubesse, não sabe se poderia pará-lo. Ou mesmo se iria querer.
Daphne Byrne: Hill House tem formato 17 x 26 cm, 160 páginas e é uma publicação do selo Black Label.
Batman & Robin: Antologia (Diversos autores)
Unidos contra o crime em Gotham, Batman e Robin formam uma dupla de super-heróis que cativou leitores de todas as idades. Neste volume, percorreremos setenta anos de aventuras da Dupla Dinâmica, viajando por sua história, passando por mudanças de personagens, grandes tragédias e histórias que ficaram no coração dos fãs! Uma antologia única que compila contribuições de Bill Finger, Bob Kane, Sheldon Moldoff, Ross Andru, Alan Davis, Jim Starlin, Pete Woods, Frank Miller, Jim Lee, Grant Morrison, Frank Quitely e muitos outros autores que fizeram a história da sétima arte!
Batman & Robin: Antologia tem formato 17 x 26 cm e 160 páginas.
Batman: O Mundo (Diversos autores)
Esta coletânea, de lançamento mundial simultâneo, apresenta aventuras do Homem-Morcego transcorridas no passado e no presente, e ambientadas em 14 países diferentes — incluindo uma trama, do trio Carlos Estefan, Pedro Mauro e Fabi Marques, que tem como cenário a cidade de São Paulo. Cada HQ foi escrita e desenhada por autores nativos dos países onde as ações se desenvolvem. Um sketchbook completa a edição.
Batman: O Mundo tem formato 17 x 26 cm e 184 páginas. Para saber mais detalhes, clique AQUI.
Começa com uma expedição ao Sol, termina com um herói indo em direção a ele. Grandes Astros Superman é um ciclo finito. É como se o personagem não fosse mais publicado e você pudesse escolher qual seria o final definitivo para a história do Superman. Incontestavelmente é esse. Escrito por Grant Morrison, a minissérie de 12 edições, busca tornar os absurdos da Era de Prata palpáveis para os novos leitores, ao mesmo tempo em que introduz uma dose muito bem-vinda de nostalgia.
“É irônico a fonte dos meus poderes me matar, quando nada no universo jamais conseguiu.”
Cientistas do Projeto DNA fazem uma viagem ao Sol, contudo, a situação se torna perigosa e o Superman deve intervir. Após seu retorno à Terra, ele não apenas ganha novos poderes, como também descobre que está a beira da morte, graças ao seu contato com o Grande Astro. Antes de chegar ao fim, o herói precisa completar 12 desafios lendários e descobrir como deixar seu legado em nosso planeta.
“Minha última aventura está prestes a começar. Superman desligando.”
Morrison realmente sabe como fazer uma despedida. Ao longo das edições, o roteirista não apenas revisita o absurdo da Era de Prata ou o elenco de apoio do personagem. Um grande exemplo, é a morte de Jonathan Kent. É um dos acontecimentos os quais gostaríamos de evitar nas páginas, mas é necessário. Afinal, a tragédia molda o herói e sem isso, Clark não deixaria Smallville. Ele usa tudo isso para moldar as características do que tornam o Superman, o próprio. É sem dúvidas, a versão definitiva do personagem. Extremamente poderoso, inteligente e tendo noção de tudo isso, o Homem de Aço por Morrison é diferente. Ele não é extremamente confiante, ou autoritário. Ele é o significado de calmaria e serenidade.
A arte de Frank Quitely complementa o herói definitivo. Seus traços evidenciam linhas de expressões faciais, tornando a história ainda mais humana. Seu Superman não é musculoso, é apenas grande e forte. Seus desenhos são charmosos e extremamente detalhistas, principalmente com tecidos. O seu design para o personagem também é ideal. A capa sob os ombros não se estendendo até o chão é simples e reforça a mensagem. Enquanto seu Clark Kent, é um cara grande. A mudança de postura é tão impressionante quanto a de Christopher Reeve no filme de Richard Donner.
É realmente impressionante como o roteiro de Morrison costura o passado e o futuro através de ações dos personagens no tempo presente. Isso cria, como já dito anteriormente, um ciclo de vida e morte para o personagem. Com a ideia de terminar a história por onde ela começou, o roteirista cria a maior história do personagem. A acessibilidade aos antigos leitores e aos novos, é basicamente a mesma. Além disso, os absurdos da Era de Prata estão em abundância aqui. Eles soam bregas, mas nunca antiquados, há um senso de modernização aqui. Quedas de braço por donzelas, robôs gigantes e Jimmy Olsen como Apocalipse. Temos tudo isso aqui e até mais. Com certeza, soaria ridículo nas mãos de qualquer outro roteirista. Nas mãos de Morrison, soa contemporâneo e extraordinário.
Grandes Astros Superman também traz coadjuvantes brilhantes os quais refletem diretamente em algum ponto da personalidade do herói. As edições 7 e 8 levam o Superman ao Mundo Bizarro, onde ele conhece Zibarro. Diferente dos habitantes daquele planeta, ele é inteligente. Ele se sente sozinho naquele lugar, como Superman já deve ter se sentido solitário alguma vez na vida por ser maior do que todos nós. Isso é um aspecto muito interessante do roteiro.
“Eu te amo, Lois Lane. Até o fim dos tempos.”
Sendo não apenas uma despedida aos leitores, Grandes Astros Superman também é uma despedida do herói às pessoas amadas por ele. Para ser mais claro, uma despedida à Lois Lane, o amor de sua vida. A Lois de Morrison é a versão definitiva da personagem: Irônica, esperta e destemida. Sua crença é de que Superman sempre ganhará todas as batalhas. Metalinguisticamente, ela assume o papel do leitor da narrativa.
Todos sabemos o que iremos encontrar em uma revista do Homem de Aço: O bem versus o mal. Sabemos o fim de todas as histórias, pois ele sempre encontra um jeito. É uma constante a qual não pode ser quebrada graças à indústria das HQ’s. Então o que resta a fazer se acreditamos que ele sempre encontrará um jeito? Ser como ele. A história se torna ainda mais imersiva quando ela ganha os poderes do herói. É completamente relacionável. Alguém normal com os poderes de um deus, mas Lois é o lado puro da utilização desses poderes. E o que há de impuro em habilidades extraordinárias?
“Como você se sentiria se alguém ficasse em seu caminho toda vez?”
Grandes Astros Superman traz a melhor versão de Lex Luthor. Um gênio do crime o qual finalmente conseguiu alcançar seu objetivo: Matá-lo. Luthor também faz parte do absurdismo moderno. Ele é extremamente exagerado e com uma personalidade construída por inúmeros trejeitos e sorrisos diabólicos. A motivação dada ao vilão é tão simples mas tão eficiente. Superman está em seu caminho. Ele se vê como uma vítima. Alguém justificando suas más ações por causa da interferências de um ser poderoso. Dito isso, a relação protagonista e antagonista, nunca foi tão forte como nesse quadrinho a qual justifica porque ele é o maior vilão do herói. Luthor é um psicopata e não há margens para outras interpretações.
A cartada final está no momento em que o careca finalmente entende como o Superman enxerga a todos. “Apenas nós, aqui dentro, juntos. E somos tudo o que temos.”Superman precisou entender a raça humana e tomar cuidado aonde pisava. Nós nunca precisamos entender um deus. Ele é o que é e pronto. Nesse momento, Luthor se arrepende por alguns segundos, de todo o mal causado por ele ao Homem do Amanhã. Mas é muito tarde. É o final perfeito para uma luta de 80 anos.
INTERMINÁVEL
Se eu pudesse escolher uma edição para sintetizar o que Grandes Astros Superman representa, seria a décima. Superman escreve seu testamento enquanto pratica o máximo de bem possível enquanto houver um sopro de vida em seu corpo. Ele cria vida, um planeta sem o Superman, onde o mundo o verá apenas como um conceito. A última página traz um homem fazendo alguns rascunhos e declarando: “Isso vai mudar tudo.” Fica clara a linda homenagem aos criadores do Homem de Aço: Jerry Siegel e Joe Shuster.
Mas esse é não o único motivo pelo qual essa edição se destaca como a mais emblemática. Esse quadrinho salvou vidas. Em uma cena composta por 5 quadros, Superman impede uma garota de cometer suicídio. É provavelmente, um dos momentos mais poderosos, inspiradores e poéticos de todos. Muitas pessoas decidiram viver após lerem essa cena e ligaram para Morrison agradecendo. É um exemplo de como quadrinhos transcendem as páginas, como essas histórias sobre seres fantasiados são capazes de tocar a alma e nos fazer enxergar o mundo sob outro olhar. Um olhar mais positivo.
CLÁSSICO MODERNO
Interminável é o nome do capítulo, assim como o Superman. Grandes Astros Superman é a obra mais completa do personagem, não apenas celebrando sua riquíssima e extraordinária mitologia. Mas também, celebrando seu legado e mostrando o porquê de ser um dos maiores ícones da cultura pop. Grant Morrison e Frank Quitely criaram a mais poética, triste e extraordinária história do herói de todos os tempos. Ao final, você será injetado com tanta esperança e se recusará a acreditar no trágico acontecimento. Assim como Lois Lane você gostará de acreditar que ele foi apenas consertar o Sol.
O Missionário habita a Terra Maldita, uma vastidão radioativa que engloba a maior parte do que já foram os Estados Unidos. Série spin-off do Juiz Dredd, Lua de Sangue é o primeiro lançamento da Mythos Editora que está correlacionado com o universo do Bom Juiz, entregando muita ação e histórias curtas, porém extremamente divertidas.
Missionário (Missionary Man, no original) surgiu em 1993 na revista inglesa Judge Dredd Megazine. Criada por Gordon Rennie e Frank Quitely, a série narra as aventuras do Pastor Cain, um homem enigmático e durão que traz a ordem e a palavra de Deus para a terra sem lei dominada pelos mutantes e criaturas perversas. Vagueando por estes territórios sem crença, como uma personificação física do anjo da morte, Cain pune os ímpios e perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem, proporcionando o descanso eterno para suas almas.
Com uma premissa simples, as aventuras do Missionário são tão simples quanto aparentam, e a simplicidade as torna extremamente proveitosas. Ao unir elementos de western com ficção-científica, o quadrinho cria um apego instantâneo para os leitores ávidos de Dredd, e funciona bem como stand alone, podendo ser consumido por leitores casuais.
As histórias são curtas, formato típico das publicações britânicas da 2000 AD, onde em poucas páginas os autores demonstram um poder de síntese absurdo. Gordon Rennie teve em Missionary Man a sua estreia escrevendo uma série longeva, e apesar do pouco reconhecimento entre os leitores brasileiros, Rennie veio a se tornar um dos nomes mais respeitáveis e sinônimo de boas histórias dentro da revista. Este início da série do Pastor Cain (que durou quase dez anos de publicação, e foi escrita por Rennie até o fim) já demonstra o bom nível do texto do autor, que entrega sequências de ação com versículos bíblicos extremamente divertidas, casando sempre com o contexto em que as cenas estão inseridas.
Não bastasse o carisma de “personagem durão” do Pastor Cain, alguns dos coadjuvantes também recebem destaque. É o caso de Joe, parceiro mutante do Missionário, condenado à forca por ser feio, e salvo pelo enigmático protagonista. Joe (coincidentemente, o mesmo nome do Juiz Dredd) funciona como uma ponte mais humana para o leitor, sendo o personagem que faz as perguntas ao quase divino (que ironia) e inflexível guerreiro que o auxiliou. E desde as primeiras páginas, o passado de Cain é um mistério que cria uma aura de incerteza ao redor dele, tornando a leitura ainda mais prazerosa.
O time de artistas reunidos nesta compilação encadernada também é de ponta. Frank Quitely, o grande destaque, estava em início de carreira na época em que a série começou a ser publicada, e seu belíssimo traço já era reconhecível como uma marca, sinônimo de qualidade artística em todos os trabalhos posteriores feitos por ele. Para a época em que este quadrinho saiu, a perspectiva de Quitely foi um sopro de ar fresco aos britânicos, visto que todos possuíam um estilo parecido. Todas as aventuras ilustradas por ele estão neste encadernado, e outros dois ilustradores, Garry Marshall e Sean Longcroft, completam o time e entregam belos desenhos em alguns dos sermões do Missionário.
Os problemas com os quais o herói desta série deve lidar são tão bizarros quanto quaisquer outros deste universo. Alienígenas, criaturas selvagens, mutantes, humanos perversos e até mesmo aparições fantasmagóricas são alguns dos que se opõem à palavra do Senhor. Entre estes inimigos, encaixam-se referências diretas ao (mais uma vez) universo dos Juízes, com citações a Texas City, aos acontecimentos de sagas anteriores e a participação ativa dos Gila-Munja, criaturas assassinas e mutantes que se assemelham a animais selvagens, mortais e extremamente violentos.
O encadernado compila seis arcos de Missionary Man, que ao todo possui vinte e quatro aventuras, tendo sido publicado até o ano de 2002. Entre os artistas que assumiram a série após a saída de Quitely estão grandes nomes dos quadrinhos, tais como Simon Davis, Henry Flint e Jesus Redondo.
A pregação do Missionário entrega o que há de melhor nos gibis da 2000 AD: ação, cenas memoráveis, boa ficção-científica, personagens carismáticos e artistas de primeiro escalão. Apesar do lançamento inesperado por parte da Mythos Editora, é importante lembrar que não existem outras compilações da série publicadas no exterior, e caso lancem uma sequência (que com certeza depende do sucesso deste volume), serão materiais exclusivos do mercado brasileiro. E esperamos que estas sequências apareçam por aqui, para que haja alguma chancede redenção para nós pecadores.
Juiz Dredd Apresenta: Missionário – Lua de Sangue é um encadernado de 108 páginas coloridas em formato 18,7cm x 25,9 cm, contendo lombada quadrada, capa dura e preço de capa sugerido de R$ 59,90.