Categorias
Anime Cultura Japonesa Pagode Japonês

Resenha Semanal | The Detective is Already Dead #02

Mais uma semana, mais uma resenha semanal de “The Detective is Already Dead” (ou “Tanmoshi“, para abreviar o título japonês). Caso tenha perdido, a explicação da coluna e o comentário do primeiro episódio estão aqui.

O segundo episódio nos trouxe o começo da história de fato. Se o primeiro episódio foi uma grande introdução (e bota grande nisso, 47 minutos…), o de hoje foi quando finalmente colocamos as cartas na mesa e ensinamos como se jogar. Então vamos falar do que vimos!

Seja lá o que você esteja pensando sobre o animê, não pode negar que pelo menos bonito ele está… (Reprodução: Twitter oficial, @tanteiwamou_)

Episódio 2: “Ainda me lembro, depois de todo esse tempo”

A primeira cena nos trouxe uma última memória da Siesta e do antigo Kimihiko. Em questão de direção, foi uma escolha interessante, especialmente pelo jeito como ela começa: Nós vemos um avião no céu, nos lembrando de onde eles se conheceram, e os dois trocam uma conversa descontraída, exatamente como fizeram ao longo de todo o primeiro episódio. A função dessa cena foi para contrastar com o que vimos na semana passada. Se antes tivemos a duração inteira para os dois se conhecendo e interagindo no “passado”, para então termos uma pequena cena com o Kimihiko “do presente”, justamente para entendermos esse contraste entre as duas interações do garoto… no segundo episódio, tivemos a mesma coisa, mais invertida: tivemos uma pequena cena com a interação passada dele, para podermos contrastar com quem ele é hoje, que ocuparia todo o resto do episódio.

Descobrimos que o timeskip foi de quatro anos. Quatro anos! Fiquei impressionado com a passagem tão grande de tempo. Não por serem quatro anos em específico, mas gostei do fato de que agora, o Kimihiko é um aluno do terceiro ano do ensino médio. “Qual a importância disso, Vini?” você pode se perguntar. E é uma pergunta válida! A resposta é mais banal do que você deve estar imaginando, porém: Normalmente, animês que se passam no ensino médio nos mostram protagonistas como sendo alunos do primeiro ou do segundo ano. Quando tratam de alunos do terceiro ano, eles são vistos como “criaturas místicas, entidades superiores e misteriosas que irão MORRER ao final do ano letivo”, e sempre achei esse tratamento engraçado. Por isso, quando acompanhamos alunos que estão, de fato, no terceiro ano, o clima da obra parece mudar. Por exemplo, em “Just Because!“, acompanhamos alunos do terceiro ano em busca de entender o que o futuro deles reserva. Parece que os autores olham para a diferença de um ano e acham que é o suficiente para mudar completamente o gênero da narrativa. Quero ver como isso vai ser aplicado em “The Detective is Already Dead”.

Continuando, temos a apresentação da nossa “nova protagonista”… se é que dá pra dizer assim? Nagisa Natsunagi teve uma primeira impressão forte. Positiva? Acho que não, mas “forte”, com certeza. Conforme o episódio foi passando, eu consegui entender o tipo de personagem que ela é. Deu pra ver a personalidade e jeito de ser dela, e a cada cena que se passava, a introdução dela parecia mais e mais fora de personagem. Toda a primeira cena dela, com as ameaças, a mão na boca e os comentários sádicos foram extremamente esquisitos. A ideia que foi passada nessa cena foi completamente diferente de todo o resto que aconteceu no episódio. Mesmo com uma explicação futura, sobre como ela poderia estar “sendo influenciada” a fazer as coisas que fez… isso ainda não explica a mudança tão drástica.

Não importa o quão absurdo a coisa seja, sempre vai ser o fetiche de alguém… Talvez essa seja a explicação? (Reprodução: Twitter oficial, @tanteiwamou_)

Isso é pura especulação minha, mas o formato e a direção da cena me lembraram de Bakemonogatari. A cena clássica onde a garota, Senjougahara, enfia um grampeador na boca do garoto, Araragi, assim que se conhecem. A única coisa que consigo pensar, após ver várias referências no episódio anterior, é que o autor (ou diretor, não sei se essa cena é original do animê, embora pareça impactante demais para ser) quis homenagear essa outra obra, colocando uma cena parecida na sua própria. Acontece que em Bakemonogatari, a garota é daquele jeito mesmo. Ela é meio maluca, e por isso, enfiar um grampeado na boca de um desconhecido é algo que se enquadra na personagem dela. A impressão que todo o episódio passou sobre a Nagisa é de que ela é uma garota boa e honesta. Esquentadinha? Sim, mas com um bom coração (Ha! Trocadilhos!). A cena inicial parece deslocada e desnecessária.

Voltando ao protagonista, vimos como o “novo” Kimihiko é, depois de tudo que passou. Gostei bastante do jeito como ele foi escrito, pois eu consegui perceber que o “espírito” do garoto que conhecemos ainda está ali: Ele ainda é brincalhão, tranquilo e gentil, embora essas características tenham sido deixadas um pouco de lado por conta de seu amadurecimento. Amadurecimento esse que aconteceu tanto pela passagem do tempo, como pelo trauma que ele viveu. A conversa que ele teve com a Nagisa no café foi um bom exemplo disso, onde ele mostrou tanto alguns “tiques” que adquiriu com a Siesta, mas ainda se manteve autêntico com o que vimos anteriormente. Também achei interessante o quanto ele acabou se aproximando daquela policial, a Fuubi. É uma relação que parece bastante natural, dado o que ele passou os últimos quatro anos fazendo, e até o que ele fazia antes. Foi um toque legal.

Com a construção do episódio, estava claro que o coração que a Nagisa recebeu era, de fato, o da Siesta. Em nenhum momento eu tive dúvidas disso. Mas ter a confirmação de algo é completamente diferente do que apenas pensar sobre. Eles conseguiram explicar de uma forma que ficou tanto interessante como impactante ao mesmo tempo. As reações de ambas as personagens envolvidas foram dentro do que eu imaginava, mas, de novo, estar dentro da expectativa não faz com que o resultado seja medíocre: O Kimihiko mostrou seu amadurecimento ao ficar emocionado e até em negação, mas sem ter uma crise exagerada; e a Nagisa mostrou ainda mais a sua personalidade, de que é alguém que se baseia muito em sentimentos, mas que não é totalmente incapaz de usar a razão para puxar alguém de volta do mundo da lua.

Eu adoro tapões na cara, principalmente quando eles são merecidos. Esse foi merecido. (Reprodução: Twitter oficial, @tanteiwamou_)

Uma coisa que eu não gostei no episódio, porém, foi a cena onde os dois se encontraram na rua. Sim, você sabe do que eu estou falando: Quando passamos cerca de dois minutos falando sobre os peitos da Nagisa. É uma situação que está ali para ser engraçada, mas que acaba sendo simplesmente vergonhoso, principalmente por não se encaixar no contexto. Isso chega até a ser irônico, pois ontem mesmo eu estava falando sobre como a vergonha alheia é justamente o que faz “Girlfriend Girlfriend” ser engraçado. E, como eu comentei naquela postagem, é uma questão de atmosfera: Todo o resto do animê está se levando a sério, e mesmo possuindo ótimas cenas de humor, elas são de um outro tipo de humor, um que faz sentido de existir no contexto “sério” de “The Detective is Already Dead“. A cena acaba sendo apenas vergonhosa, e não uma “vergonha engraçada”.

Considerações Finais (Bem, “parciais”, mas vocês entenderam)

Esse episódio foi bem mais fraco do que o da semana passada, e isso já era de se esperar. É normal começarmos com um estouro, para prender a atenção de quem está assistindo, para então diminuir a tensão e explicar o que tá rolando de verdade, essa técnica é mais velha que andar pra frente. Isso só quer dizer que eles estão seguindo o ritmo comum de obras do gênero, e que daqui algum tempo, já estaremos investidos demais no animê para desistir. Se você quiser desistir, a hora é agora. Eu vou continuar.

A cena de exposição no café me fez espumar pela boca um pouquinho, pois “exposição num café” já virou um meme de tanto que acontece em animê. Parece que não tem outra forma de contar o que está acontecendo, e não duvidaria se isso estivesse sendo feito propositalmente, como uma forma de circlejerk entre os autores japoneses. Desavenças pessoais à parte, a cena até que se desenvolveu de forma satisfatória, com um bom uso da ambientação.

Por fim, achei incrível a inversão de papéis que aconteceu nesse episódio. Dessa vez, foi o Kimihiko que estava na posição de pessoa informada, daquele que sabe o que está acontecendo. Sendo que semana passada, esse papel era da Siesta, e o garoto estava no papel que, essa semana, foi da Nagisa. Essa inversão se encaixa tanto com o que eu comentei sobre a primeira cena do episódio, como serve para mostrar a gentileza do Kimihiko: Quando se viu em uma inversão de papéis, ele fez questão de dar uma escolha para Nagisa. Uma escolha que ele não teve. Quando se encontrou com Siesta, ele acabou “arrastado” para a situação, sem ter chances de recusar. Ele quis ter certeza de que a Nagisa poderia fazer essa escolha, de que ela não precisaria substituir a Siesta na vida dele, que ela poderia continuar sendo ela mesma. Mesmo com toda a influência e tutelagem da Siesta, o Kimihiko continuou sendo ele mesmo. Excelente toque para caracterizá-lo.

O animê está disponível na Funimation, com novos episódios aos domingos, e legendas em português. Além de “The Detective is Already Dead”, a Funimation também anunciou diversos outros títulos para a temporada de verão de 2021.

Categorias
Anime Cultura Japonesa Pagode Japonês

Resenha Semanal | The Detective is Already Dead #01

Nem só de obras completas vive um redator, e por isso, fujo da panela para cair no fogo. Querendo engajar mais com os leitores, me propus a comentar semanalmente um novo animê dessa temporada: “The Detective is Already Dead“. Como o bom mistério que é – ou que se propõe a ser, mas isso será discutido já já – esse show pode vir a ser um exercício mental interessante, ao comentarmos semana a semana o que está acontecendo. Se a ideia der certo, pretendo continuar com outros animês no futuro.

Primeiro, vamos conhecer o show: “The Detective is Already Dead” (no original em japonês, “Tantei wa mou, shindeiru“, ou “探偵はもう、死んでいる”) é baseado numa Light Novel de mesmo nome, que ainda está em publicação, com apenas cinco volumes lançados pela MF Bunko J. A obra, de autoria de nigozyu (二語十) e com ilustrações de Umibouzu (うみぼうず),  ainda é inédita no Brasil. O animê está em produção no Estúdio ENGI, e conta com um interessante comitê de produção.

Sua sinopse é a seguinte, cortesia da Funimation, que detém os direitos de exibição do animê no Brasil:

Reprodução: Funimation

Barrar o sequestro de um avião ao lado da bela detetive de cabelos prateados, Siesta, transforma a vida do jovem Kimihiko. O sucesso dos dois os lança em solucionar crimes e confrontar organizações mundo afora por anos até a morte de Siesta. Deixado para trás cheio de perguntas, Kimihiko segue com sua vida. Mas agora, um novo caso pode reabrir as feridas curadas ao se conectar com um assassino, uma conspiração mundial e sua parceira morta!

Com um primeiro episódio duplo, tivemos quase 47 minutos para conhecer a história, as personagens, e o universo que o animê quer nos contar. Mas e aí? O que eu achei? Vale lembrar que, como toda resenha, ela reflete apenas a opinião do autor, e de ninguém mais. Pra piorar, temos apenas um episódio para avaliar a situação. Todo o recado dado, vamos lá:

Episódio 1: “Atenção, passageiros: Há algum detetive a bordo?”

O episódio começa com uma clássica cena de exposição. É claro que precisamos ouvir o protagonista contar, em um solilóquio, quem ele é de uma forma bem pouco natural. Mas isso só precisa ser chato se você quiser que seja. O jeito como o nosso personagem principal conta sobre sua vida é bastante bem-humorada (bom humor que, aliás, parece ser uma característica do rapaz), e transforma a introdução em uma pequena esquete de humor. Como meu professor de teatro costumava dizer, “o verdadeiro humor é a desgraça alheia“, e isso talvez se aplique bem demais ao Kimihiko.

Quando conhecemos Siesta, a auto-proclamada “lendária detetive”, fica claro o tipo de personagem que ela é. É bastante comum termos personagens “geniais”, com capacidades absurdas em determinadas coisas, terem uma personalidade que não se encaixa na fantasia da posição que eles possuem. A Siesta é relaxada, talvez até “folgada” em alguns sentidos, e parece usar uma “inocência” para esconder sua natureza gentil. Claro que não tivemos tempo o suficiente para julgar, mas ela parece ser uma garota genuinamente boa, enquanto não podemos ter certeza se a sua atitude “bobalhona” é uma fachada ou não.

99% anjo, perfeita, mas aquele 1%… (Reprodução: Twitter Oficial, @tanteiwamou_)

Uma coisa que me pegou desprevenido foi a súbita aparição de elementos fantasiosos na história. Claro que existe a tag “sci-fi” atrelada ao show, mas não esperava que fôssemos tão longe. Pela sinopse, imaginei que teríamos apenas um show investigativo, mas realista, que se passa num futuro próximo. O máximo que eu pensei que teríamos eram projeções holográficas ou coisas assim. Mas não que isso seja ruim! Até acabo ficando mais interessado por conta disso.

O episódio inteiro foi incrivelmente bem animado, com um design que eu achei muito bonito, e que foi consistente ao longo de toda a duração. Um destaque que eu dou é a cena de “combate”, que aconteceu na primeira metade. Mais do que uma animação bonita, um combate interessante precisa ter uma boa coreografia. E eu adorei a coreografia de “The Detective is Already Dead” até então: A intensidade da luta foi passada tanto pelos movimentos caóticos e imprevisíveis, como também pelas consequências que ele deixou nos arredores. E ela também foi caótica, como era de se esperar, considerando que estamos acompanhando o “ponto de vista” do protagonista, que não fazia ideia do que estava acontecendo. Isso também vale para a trilha sonora, que eu gostei bastante, e acredito ter acrescentado à experiência.

O ponto alto do episódio pra mim, porém, foi a química entre os dois protagonistas. As interações entre a Siesta e o Kimihiko são hilárias, de uma forma bastante natural. O clima de humor do animê inteiro é super agradável, com piadas mais “prontas” sendo usadas na hora certa, e na quantidade certa, enquanto as piadas mais sutis são constantemente jogadas na sua cara (até mesmo uma referência a JoJo!). O Kimihiko é um tipo de cara que acaba sendo arrastado pras coisas, ele querendo ou não; enquanto a Siesta é uma garota de presença forte, que arrasta os outros ao seu redor. O fato de ambos serem bastante “bobos”, cada um em um sentido diferente da palavra, faz com que eles sejam bem complementares, alternando seus papéis como BokeTsukkomi. Eles são uma dupla perfeita.

Também queria comentar sobre como o animê usou, principalmente na primeira metade, a questão do protagonista “não ter ideia do que diabos está acontecendo”. Quando você esconde informações de um determinado grupo que inclui os espectadores, manter esse teatro por muito tempo pode levar a irritação. Eu, pelo menos, acho insuportável quando tentam fazer um mistério ao dar as informações para todo mundo, menos você. Deixar só uma pessoa no escuro enquanto todos ao redor sabem e parecem estar dando risadinhas às suas costas (cof cof Attack on Titan). Quando isso é usado para o humor, porém, você consegue um resultado interessante, se não exagerar na dose. O jeito como a Siesta evitava propositalmente dar respostas concretas para o Kimihiko foi feito para gerar uma situação engraçada, e também para nos mostrar os limites da paciência do garoto. Quando foi necessário, eles pararam com isso.

Participação especial: Loira do Banheiro (Reprodução: Twitter oficial, @tanteiwamou_)

Considerações Finais (Bem, “parciais”, mas vocês entenderam)

Embora o episódio “duplo” tenha sido simplesmente a junção de dois episódios completamente independentes, entendi o valor de tê-los unidos: Como a detetive já está morta, o impacto é muito maior ao terminar a primeira impressão com a sua morte, acompanhada de um titledrop, e, se entendi direito, de um timeskip. Embora isso me deixe um pouco triste, pois gostei muito da interação entre os dois, esse animê não é sobre a Siesta, mas sim, sobre Kimihiko. Juntar os dois episódios serviu para nos dar mais tempo com os dois, sem termos “tempo” de absorver essa situação, que um intervalo de uma semana nos daria. Assim como ela chegou, Siesta também se foi: Intangível, Intensa, Imprevisível.

Gostei bastante do que vi, e já estou bastante investido nas personagens. Nem tanto na trama, mas o suficiente, eu diria. Esperarei ansiosamente pelos domingos, para poder assistir mais um novo episódio de “The Detective is Already Dead“, e, claro, comentar com vocês.

O animê está disponível na Funimation, com novos episódios aos domingos, e legendas em português. Além de “The Detective is Already Dead”, a Funimation também anunciou diversos outros títulos para a temporada de verão de 2021.

Categorias
Anime Cultura Japonesa

Veja os títulos da “Temporada de Verão 2021” da Funimation

Julho marca o início da chamada “Temporada de Verão” dos animês. Verão, é claro, no hemisfério norte, pois aqui estamos em pleno inverno. Uma nova temporada também significa novos shows e o retorno de alguns já queridos do público. Confira abaixo todos os – até então – novos animês que estarão disponíveis na Funimation a partir de Julho, junto com um vídeo, disponibilizado pela plataforma, com uma prévia de alguns dos shows:

A lista completa de títulos anunciados até o momento segue:

“The Case Study of Vanitas”
  • The Case Study of Vanitas

Um vampiro jovem e cauteloso une esforços com um médico enigmático. Sua missão? Descobrir a cura para todos os vampiros.

  • How a Realist Hero Rebuilt the Kingdom

Kazuya Souma é coroado rei num mundo de fantasia e planeja melhorar as condições de seu reinado com uma reforma administrativa. Sim, isso mesmo!

  • My Hero Academia Season 5 (com legendas e áudio em português)

Endeavor reluta, mas acaba acolhendo os alunos que estão sob sua proteção. Enquanto isso, o guarda-costas de All For One coloca a Liga dos Vilões em seu devido lugar. Mas, antes que eles se recomponham, surge uma organização sinistra para destruir a Liga.

  • Sonny Boy

O colégio Nagara, misteriosamente, vai parar em outra dimensão, e seus alunos desenvolvem poderes estranhos e novas formas de rivalidade. Será que eles conseguirão sobreviver a esse ambiente hostil e suportar uns aos outros?

  • The Honor at Magic High School 

Recém-chegada à Magic High School, Miyuki é boa aluna e sonha aproveitar a escola na companhia de seu irmão mais velho, Tatsuya, um estudante pouco dedicado. Mas um racha entre as duas classes pode atrapalhar seus planos. Tudo leva a crer que Miyuki vai brilhar muito. Spin-off da famosa série “The Irregular at Magic High School“.

“The Dungeon of Black Company”
  • The Dungeon of Black Company

Kinji não quer saber de trabalhar e faz o possível para ficar longe de qualquer ofício. Tudo vai bem até ele se ver endividado num mundo completamente novo. Vivendo sob as regras de uma mineradora demoníaca, ele será capaz de se livrar dessa roubada?

  • Higurashi: When They Cry – SOTSU

Novo na vizinhança, Keiichi Maebara está se adaptando à vida no pacato vilarejo de Hinamizawa. Ele chegou a tempo do grande festival do ano e tem feito amizade facilmente com as meninas do colégio. Mas algo nessa vila isolada parece não estar bem e Keiichi desconfia que essa pequena comunidade esteja escondendo segredos obscuros. Nova temporada da famosa franquia “Higurashi“, cuja temporada anterior está, também, na Funimation.

  • RE-MAIN

Produzido pelo aclamado estúdio MAPPA, RE-MAIN mergulha no mundo do pólo aquático. O protagonista, Minato Kiyomizu, fera no esporte, abandona a modalidade após sofrer um acidente. Agora, cursando o ensino médio, ele volta a encarar o pólo, integrando uma equipe que enfrenta uma série de contratempos.

  • Life Lessons with Uramichi Oniisan

A história acompanha a jornada de Uramichi Omota, um homem de 31 anos que parece ter dupla personalidade. Uramichi trabalha com atividade física e aparenta ser uma pessoa animada. Mas, fora do campo de visão, o que se nota é um milenial desiludido e inconformado com a vida adulta. Conforme a trama se desenrola, a série explora as imperfeições dessa fase da vida.

  •  The Duke of Death and His Maid

Devido a uma maldição sofrida na infância, tudo aquilo em que Duke põe as mãos morre. Mas ele tem a companhia de sua empregada para ajudá-lo.

“Scarlet Nexus”
  • Scarlet Nexus

Salvo pela “Força de Supressão de Outros” quando era criança e munido de habilidades especiais, Yuito se alista a um grupo de elite formado especialmente para combater os inimigos da Terra. A prodígio Kasane também é escolhida por suas habilidades. Os sonhos estranhos e recorrentes de Kasane acabam arrastando os dois protagonistas para um destino inevitável.

  • Kageki Shojo!!

As jovens alunas da Escola de Música e Artes Cênicas Kouka Kageki se preparam para integrar um grupo teatral renomado e tradicional, chamado Kouka Acting Troupe, formado apenas por mulheres. Desde a época de escola, passando pelos palcos, até outras fases da vida, essas jovens são capazes de encarar qualquer desafio, graças à paixão pelo teatro.

  • Kingdom Season 3

Um menino sem nome e um jovem rei cresceram em uma nação atormentada pela guerra. O garoto já provou sua coragem incontáveis vezes no campo de batalha e, embora ele e o rei tenham lá suas diferenças, acabam tornando-se bons companheiros.

  • Blue Reflection Ray

Juntos, uma dupla de amigos um tanto inusitada usará seus poderes para ajudar a solucionar problemas emocionais e a proteger os “Fragmentos” de coração das pessoas.

  • The Stranger by the Shore

Shun Hashimoto é um rapaz solitário até o dia em que conhece Mio Chibana. Eles se apaixonam. Mas, logo após o encontro, Mio viaja para longe. Anos depois, ele retorna e, finalmente, se declara. Será, no entanto, que Shun ainda nutre os mesmos sentimentos por Mio?

Funimation está no Brasil desde 2020, como mais uma opção de streaming para os amantes de animês, oferecendo um extenso catálogo de títulos completos e fazendo simulcast (a transmissão simultânea de novos episódios, assim que são lançados no Japão) de novos shows, tudo com legendas em português. A plataforma também oferece a opção de dublagem em português do Brasil para alguns de seus shows.

Categorias
Anime Cultura Japonesa Pagode Japonês

Buscando uma vida tranquila em outro mundo

A essa altura, já deveríamos ter adicionado a palavra “isekai” ao dicionário. Não só da lingua portuguesa, como de todos os idiomas. É um termo tão recorrente quando o assunto são animês, que explicamos mais vezes do que gostaríamos de admitir. De forma breve, se traduz como “outro mundo“. Para uma descrição mais aprofundada, recomendo um outro texto: O Futuro do Isekai e “My Next Life as a Villainess”

Quando se cria um mundo completamente novo (e claro, uso o termo “completamente novo” com licença poética), você cria quantas oportunidades quanto você quiser. Esse mundo pode abrigar qualquer tipo de história ou narrativa, cabendo apenas ao autor decidir o que fazer com ele. Assim, é muito comum encontrarmos isekais onde temos uma trama épica, de proporções catastróficas. Onde a personagem principal é colocada numa posição onde precisa lutar contra o mal (ou pelo mal!), precisa estar no centro da ação para viver ou sobreviver. São situações extremamente incomuns no nosso mundo, e por isso, requerem um mundo de fantasia para acontecer.

Captura de tela do episódio 1 de "I've been killing slimes for 300 years and maxed out my level"
Como você pode já saber, dragões são super irados, mas, infelizmente, não existem em nosso mundo… Precisamos de um novo, se quisermos dragões.

Mas, recentemente, temos visto o crescimento de um tipo específico de fantasia. Uma história tão absurda para o nosso mundo, que realmente requer um mundo completamente novo para ser viável. Mas ela não envolve guerras, conflitos ou destruição eminente. A fantasia que vem se popularizando como sub-gênero do isekai é a de viver uma vida tranquila.

Colocando dessa forma, chega a ser um pouco triste, não é? E de certo modo, não deixa de ser mesmo. Um dos temas mais comuns para o início desses shows está em uma situação que se torna cada vez mais comum no Japão (principalmente lá, mas não exclusivamente), que é o excesso de trabalho. As chamadas “Black Companies“, empresas onde pessoas morrem de trabalhar (as vezes, literalmente), por violações nas leis trabalhistas e cargas absurdamente altas de horas-extras, muitas vezes sem remuneração adequada.
Com abusos de seus superiores, uma promessa vazia de crescimento de carreira, e ameaças de ter seu nome sujo no mercado caso desistam, muitos jovens acabam presos nesse ciclo tóxico de viver para trabalhar.

Captura de tela do episódio 1 de "I've been killing slimes for 300 years and maxed out my level"
A história de Azusa é apenas uma de várias como a dela…

E é a quebra desse ciclo, e um desejo por uma vida tranquila e de paz, que dá início a dois dos animês que terminaram sua exibição recentemente. Ambos abordam essa mesma temática, mas cada um consegue tomar seu próprio rumo e, dentro de gêneros diferentes, usar o melhor que seu respectivo gênero tem a oferecer para dar às nossas protagonistas um tão merecido descanso.

Esses shows são, é claro, “I’ve been killing slimes for 300 years and maxed out my level” e “The Saint’s Magic Power is Omnipotent“. Só de ler os dois nomes em sequência, eu já deveria cobrar hora extra… Mas vamos falar sobre eles.

No primeiro título nós acompanhamos, com todo o bom humor que uma comédia pode nos dar, a nova vida de Azusa, reencarnada em um novo mundo de fantasia e magia, após morrer de trabalhar.

Após trezentos anos de paz e tranquilidade, uma quantidade honestamente absurda de acontecimentos em sequência faz com que, aos poucos, a protagonista comece a repensar sua estrutura familiar. Talvez, a companhia de algumas pessoas não seja tão ruim, não é?
Com uma atmosfera aconchegante e acolhedora, a Bruxa das Terras Altas consegue “montar” uma família feliz, para finalmente receber a interação “humana” (bem… élfica, dracônica, demoníaca, fantasmagórica… vocês entenderam) e o amor fraternal que ela precisou abandonar em sua vida passada.

Numa mistura quase que perfeita de humor absurdo, previsibilidade como forma de imprevisibilidade, interessantíssimas interações de personagem, incrível trabalho técnico (principalmente de sonoplastia e visuais) e clima fofinho ownnt cuticuti, “Killing Slimes” se firmou como meu show predileto da temporada, e, até aqui, também do ano.

Já no segundo título, nós acompanhamos a nova vida de Sei, evocada para um novo mundo de fantasia e magia, deixando para trás um planeta Terra onde trabalhava exaustivamente.

Ao contrário de “Killing Slimes“, que é uma galhofa proposital, a história da nossa Santa em “Saint’s Magic Power” é surpreendentemente pé no chão. É claro que é necessário um certo grau de suspensão de descrença para lidar com toda a abobrinha mágica, mas quando isso é colocado de lado, vemos uma mulher adulta que lida com a sua vida de forma racional. E “racional” não significa “chata”: Sei é uma mulher de ótimo humor, com um repertório de vida que faz seus pensamentos serem bastante interessantes.

Embora sua vida não seja tão “tranquila” quanto a de Azusa, Sei está, também, vivendo uma realidade que não tinha em seu mundo original: Uma rotina onde ela se sente realizada, onde ela consegue deitar na cama no final do dia e, mesmo que cansada, pensar que tudo valeu a pena. É uma demonstração de que a exaustão pode ser, também, um sinal de que você está se divertindo com o que faz.

Com uma sinceridade que faz falta nos dias de hoje, o animê consegue ser sério e divertido ao mesmo tempo. E ele também serve como um refúgio para quem está cansado de ver séries sobre adolescentes, pois tem um elenco de adultos, e, mais importante, que agem como adultos.

Você pode assistir “I’ve Been Killing Slimes For 300 Years and Maxed Out My Level” na Crunchyroll, com legendas em português, e também com a opção dublada, que está sendo lançada semanalmente (e, até o momento, temos cinco episódios com dublagem brasileira). Já “The Saint’s Magic Power is Omnipotent” está disponível, com legendas em português, na Funimation.

Categorias
Anime Cultura Japonesa

A dublagem da Funimation: Azur Lane

Se algo mudou nos últimos anos no mundo do entretenimento, foi a ascensão do streaming. Cada vez mais e mais plataformas estão surgindo e disponibilizando conteúdos em novas regiões, nos deixando até confusos, às vezes, tentando lembrar em qual site está aquela série em específico. No final de 2020, a Funimation, uma das gigantes da indústria de animê, lançou – aos trancos e barrancos – o seu serviço no Brasil, trazendo um catálogo com diversos títulos legendados e dublados.

Inclusive, a dublagem de shows recentes é um dos carros-chefe da empresa no exterior, e eles parecem estar querendo trazer isso para o nosso país, também. Dublando clássicos absolutos como Steins;Gate e Claymore, e sucessos mais recentes como My Hero Academia e Attack on Titan, a Funimation mostra que não está pra brincadeira e que realmente quer emplacar a cultura do animê dublado no Brasil.
Sua parceria com o mais novo canal da TV aberta, a Loading, está levando algumas dessas obras dubladas para a televisão, com um programa voltado especialmente para os conteúdos da plataforma. A “Funimation TV” está no ar de segunda a sexta, 22:20.

Introdução feita, vamos falar sobre o tema de verdade: Azur Lane. Lançado em 2017 pelas empresas chinesas Shanghai Manjuu e Xiamen Yongshi, esse jogo para celular viu sua popularidade zarpar para mares muito além do que poderiam imaginar. Usando a velha tática de antropoformizar uma categoria de objetos (como, por exemplo, células do corpo humano), temos navios da segunda guerra mundial transformados em garotas de animê, com designs e personalidades baseados na história e visuais dos barcos reais. O que faz com que o jogo acabe agradando os nerds marítimos e os weeaboos ao mesmo tempo (e você se impressionaria como grande parte das pessoas que jogam fazem parte de ambos os grupos).

E como tudo que faz sucesso hoje em dia, não demorou muito para Azur Lane receber uma adaptação animada. Quando esses projetos são aprovados (e isso também vale para a dublagem, aliás), sempre se tem um público-alvo em mente, e se constrói o show em volta dele. O resultado disso é que Azur Lane se tornou um clássico do cinema: “Porradinha super brega com garotas em roupas sexy“. É o tipo de coisa que você sabe perfeitamente do que se trata quando pega para assistir, pois ele não tenta te enganar ou fingir que é outra coisa.

E pensando por esse lado, talvez “Azur Lane” seja um show ideal para ser dublado. Embora esteja longe de ser um “título de entrada”, é específico o bastante para talvez converter pessoas que já estão nesse meio, fazendo-as dar novas chances para shows dublados.

Captura de tela do episódio 1 de "Azur Lane"
A parte “garotas em roupas sexy” do show é bem aparente logo de começo. A porradinha brega, nem tanto.

Feita em São Paulo, pelo estúdio DuBrasil, com direção de Bruno Sagregório e Bernardo Berro, a dublagem do show foi uma feliz surpresa pra mim. Eu não sabia o que esperar, sendo a primeira dublagem da Funimation que eu assisto (assim como a primeira do estúdio DuBrasil), então entrei com um pé atrás, desconfiado. Mas o resultado me trouxe muito mais pontos positivos para comentar do que negativos para reclamar. No geral, uma dublagem de qualidade. Mas vamos falar mais a fundo sobre esses pontos.

Acredito que a primeira coisa que preciso dizer é que o elenco principal foi um enorme acerto. Quando se tem profissionais tão experientes e de alto nível como protagonistas, fica difícil de dar errado. Com vozes que se encaixaram muito bem nas personagens, e atuações que deram vida e credibilidade para elas, a DuBrasil conseguiu trazer seu trabalho para o mesmo nível que as atuações das dubladoras originais.
Em especial, gostaria de parabenizar Flavia Saddy (Gal Godot em “Mulher Maravilha”) em seu papel como Enterprise. Como alguém que já conhecia o jogo antes de ver a série, e nunca gostou muito da personagem, devo dizer que a dublagem brasileira me fez entender melhor como ela se sente e me deu novos horizontes. Foi uma atuação impecável.
Outros nomes que merecem destaque são Maitê Cunha (Kurisu em “Stens;Gate”, também na Funimation) como Belfast, que conseguiu trazer toda a tranquilidade da personagem, sem perder o “peso” da personalidade dela; e Fernanda Baronne (Vampira na franquia “X-Men”) no papel da Kaga, especialmente em seus momentos mais marcantes nos episódios finais, onde a carga emocional da cena exigiu uma atuação excepcional, que foi entregue com louvores.

Outro ponto, um pouco mais polêmico, é sobre a adaptação. Eu sempre comento calorosamente sobre o assunto, explicando meus pontos sobre como uma dublagem deveria trazer o maior sentimento brasileiro possível. Aqui, é um pouco mais complicado, pois praticamente todas as personagens são absurdamente caricatas. Ter personagens que falam de forma caricata é normal, principalmente no universo dos animês, mas “Azur Lane” consegue extrapolar todas as noções que temos. O trabalho da tradução e direção foi complexo, ao tentar equilibrar os dois lados da moeda: Tentar manter as personagens caricatas, pois é uma característica do show; mas fazer isso de uma forma que continue mais ou menos natural para um brasileiro.
E eu diria que, no geral, o trabalho deu certo. O show conseguiu alcançar o meio-termo, mantendo aquele clima brega que o original tem, mas sem ficar muito alienígena para quem não está muito familiarizado com shows japoneses. Acho que a única instância de adaptação que ficou estranha demais pro meu gosto foram todas as “irmãzona” que ficaram no roteiro. Os diversos “minha irmã” e “querida irmã” soam mais caricatos e plausíveis do que qualquer um dos “irmãzonas” que acontecem entre as garotas da classe Cleveland.

Captura de tela do episódio 9 de "Azur Lane"
Dois dos principais problemas do show de uma vez: As personagens secundárias e a falta de legendas.

Como já comecei a falar de coisas não tão boas… Vamos falar dos pontos negativos da dublagem. Embora eu tenha gostado bastante do produto final, ele não é perfeito. Acredito que o pior dos defeitos seja, em contraste com a melhor das qualidades, a dublagem das personagens secundárias. Muitas das personagens que tem pouco tempo de palco (e, consequentemente, poucas falas) tiveram vozes estranhas, que muitas vezes não combinavam com elas, e com atuações abaixo da média. Realmente deu pra perceber que o show tinha uma quantidade absurdamente gigante de personagens, e que não dava pra dublar todo mundo. De qualquer maneira, por serem personagens com pouco impacto na obra, o maior defeito acaba não sendo tão grande assim, apenas um peixinho num grande oceano de qualidades.

Um problema menor, mas ainda existente, é a falta de legendas na versão dublada. É claro que não precisamos legendar os diálogos, mas todo o resto do show ainda está em japonês: Placas, letreiros com nomes de personagens e localizações, todas essas informações ficaram perdidas, completamente sem tradução. Sempre que uma nova personagem aparecia, seu nome e mais alguns dados (que eu só posso supor que fossem sua classe e afiliação) eram apresentados, mas eram completamente ilegíveis. Locais também eram apresentados por letreiros e nunca colocados em português, fazendo a já escassa noção espacial do show ficar ainda pior.

Para finalizar, uma reclamação que nem sei se vale a pena ser feita, pois muito provavelmente está fora do alcance das pessoas envolvidas, mas… Sabe, quando você tem uma obra onde a ideia é justamente atrair pessoas que estão afim de ver garotas com roupas sexy, usar a versão censurada do vídeo não parece ser uma boa ideia. Tá certo que a censura só existe em uma única cena de cinco minutos em apenas um episódio, mas só de dar uma olhada nas respostas do tweet que postei ali em cima, já dá pra ver que a galera ficou decepcionada com os raios de luz cobrindo metade da tela deles. Fazer o quê? Imagino que seja uma questão contratual.

Captura de tela do episódio 9 de "Azur Lane"
Se a terra é plana, como você explica isso?

Com uma história surpreendentemente mais complexa do que se esperaria (mas não tão complexa assim), cenas de ação muito bem animadas e um tom quase que estável por toda a sua duração, Azur Lane acabou sendo um show bastante divertido de se assistir. É super brega, com jargões toscos sendo jogados à bombordo e estibordo? É. Tem umas situações meio forçadas só para aumentar a taxa de cenas sexy por minuto? Tem. Mas se você atravessou mares conturbados para chegar até aqui, você sabe exatamente o que está fazendo, e a versão nacional pode ser uma boa escolha para justificar suas ações.

Afinal, eu só estou querendo incentivar a dublagem brasileira! É por isso que eu assisti! Sim, sim, por isso!

Você pode assistir “Azur Lane”, dublado em português ou legendado, com exclusividade na Funimation.

 

Categorias
Anime Cultura Japonesa Pagode Japonês

Torre Recomenda | Animês de 2020

Agora sim, creio que isso seja um evento frequente o suficiente para chamarmos de “tradição”: Todos os anos, as equipes da Torre se esforçam por noites a fio para juntar as três coisas que o brasileiro mais gosta, que são “listas”, “entretenimento” e “confusão”.
A ideia dos “melhores do ano” é de botar o holofote em algumas coisas que podem ter passado despercebidas no meio de um ano agitado (que 2020 foi mais do que o normal, diga-se de passagem). Também serve para demonstrar o quão deslocada e fora do lugar a nossa equipe de animês está do público-alvo deste site. Mas tudo bem!

Esse ano, este que vos digita (Vini) estará acompanhado de ninguém menos que Luiz Alex para te trazer os animês que foram, em nossas humildes opiniões, os cinco melhores de 2020 (com algumas ressalvas).

Redator: Vini Leonardi

5 – BOFURI: I Don’t Want to Get Hurt, so I’ll Max Out My Defense. (Inverno 2020)

Eu já disse que amo comédias? Em quinto lugar, um show do já tãaaao longuínquo mês de Janeiro.
Esse animê foi um caso positivo de quebra de expectativa (e vocês vão ver que isso aconteceu bastante esse ano): Eu imaginei que teríamos um simples show Slice of Life fofinho com garotinhas fofinhas fazendo coisas fofinhas. E, sinceramente? Isso bastaria pra mim. Mas o que eu recebi foi muito mais do que foi prometido. Recebemos um show hilário com uma comédia absurda e nonsense que eu simplesmente adoro. E, como a cereja do bolo, um elenco de personagens carismáticos tanto em design como em personalidade, que conseguiram me cativar em meros 12 episódios.
Estou com muitas saudades da Maple e ficarei feliz de assistir a segunda temporada – que já está anunciada – assim que ela começar.

O show está disponível na Funimation.

4 – Ikebukuro West Gate Park (Outono 2020)

(Contestavelmente) O único título da minha lista que não é uma comédia. O show que se auto-abrevia como IWGP faz parte de um gênero que eu adoro, e que sempre que encontro, decido assistir imediatamente: O mistério urbano. Esse, em especial, trata de um subgênero do mistério urbano que eu gosto ainda mais: O urbano racional, onde os conflitos são intrinsecamente humanos.
Você gosta de guerras de gangue em um centro urbano japonês do início dos anos 2000? Se sua resposta é “sim”, eu não tenho como te recomendar mais esse show.

Apesar de ser totalmente fabricado para apelar aos meus gostos, eu ainda consegui encontrar algo que me surpreendeu na trama: Os temas que seus contos episódicos contam, se considerando a data do material de origem. O show trata de temas complexos como xenofobia e imigração, preconceitos irraigados da cultura japonesa, uso de drogas e prostituição, suicídio e muito mais. Pode não parecer nada de extraordinário nos dias de hoje tratar desses assuntos, mas quando você percebe que o show é uma adaptação de uma série de livros cuja publicação começou em 1998, você entende o quão “ousado” foi Ira Ishida, o autor da obra.

Como comentei, o show é episódico, então você pode pegar apenas o primeiro episódio para assistir, e ver se é o seu tipo de entretenimento. Se não gostar logo de cara, já abandona o barco e parte pro próximo. Simples assim.

O show está disponível na Funimation.

3 – My Next Life as a Villainess: All Routes Lead to Doom! (Primavera 2020)

Já falei bastante sobre “Hamefura” quando tratei do futuro do isekai. Recomendo a leitura para entender do que o show se trata: O Futuro do Isekai e “My Next Life as a Villainess”.

E, agora que o show já está terminado, tenho ainda um ponto extra a acrescentar, e que fez com que as aventuras de Catarina (que, aliás, espero que esteja tendo um bom dia) ficassem ainda melhores: A história é fechada com uma conclusão extremamente satisfatória. É muito, mas muito raro encontrar shows adaptados de Light Novels (principalmente isekais) que conseguem… terminar. Sempre acabamos com um final em aberto que grita “vá ler o material original” na sua cara. Mas a Catarina é boba demais para fazer isso. Ela te deu um final que é realmente um final, e isso foi o suficiente para me dar uma satisfação absurdamente grande.

As Light Novels continuam depois do animê, e, inclusive, já temos uma segunda temporada anunciada. Mas é um caso onde a história não precisava continuar. Isso, aliás, me dá um pouco de medo do que vem por aí…

O show está disponível na Crunchyroll.

2 – A Destructive God Sits Next to Me (Inverno 2020)

Possivelmente uma das comédias mais tecnicamente perfeitas já feitas na história da humanidade. Eu fiz questão de explicar os motivos por trás dessa afirmação ousada numa postagem: Os princípios da comédia em “A Destructive God Sits Next to Me”.

Entendo que se trata de um show que não faz o gosto de todo mundo, mas tenho certeza que se você, assim como eu, simplesmente adora o absurdo e se acaba de rir com a desgraça alheia, você vai adorá-lo, a ponto de cair da cadeira rindo. Não que isso tenha acontecido comigo… Não… Jamais…

Tendo sido um título de Janeiro, eu passei o ano todo tendo certeza que uma das posições do meu TOP 5 já estava ocupada. E, por grande parte do ano, tive a impressão de que nada – nem ninguém – seria capaz de tirar o título de Koyuki Seri. Porém…

O show está disponível na Crunchyroll.

1 – The Misfit of Demon King Academy (Verão 2020)

Você achou mesmo que ser o melhor animê do ano seria o suficiente para tirar Anos Voldigoad, o Rei-Demônio da Destruição, do primeiro lugar?

Surpreendendo você, eu, e até a minha mãe, o melhor show do ano foi um Harém Escolar Mágico Genérico com protagonista invencível. É um animê que trabalha com expectativas e realidade, e é justamente isso que eu explico no meu mais sincero pedido de desculpas: Expectativas e Realidade em “The Misfit of Demon King Academy”.

Como comentei mais cedo na lista, há controvérsias sobre classificar “The Misfit of Demon King Academy” como uma comédia, pois… Bem… Não temos certeza se a ideia era ser uma comédia ou ser levado a sério. A arte de ser capaz de fazer uma obra que pode ser lida tanto seriamente, como também se fosse uma paródia, e fazer ambas as leituras serem viáveis e plausíveis é de aplaudir de pé.
E a minha forma de aplaudir de pé é dedicando o título de “Melhor animê do ano” para o Rei-Demônio da Destruição, Anos Voldigoad.

Fico com muita expectativa de que façam mais. Eu quero mais! Há muito mais a se explorado! A ser explicado! Muitas frases de efeito cafonas para serem ditas! Por favor, Japão, nunca te pedi nada!

O show está disponível na Crunchyroll.

Redator: Luiz A. Butkeivicz

– Dorohedoro (Inverno 2020)

Adaptando o mangá seinen de mesmo nome, Dorohedoro foi um dos destaques e surpresas desse ano.

Produzido pelo estúdio MAPPA e dirigido por Yuuchirou Hayashi, Dorohedoro é um animê em CGi que se passa na sombria cidade distópica, Hole, onde usuários de magia testam suas habilidades nos seus residentes. Kaiman, um homem misterioso com cabeça de lagarto, e Nikkaido, dona de um restaurante cuja especialidade é o seu gyoza, caçam esses usuários de magia a fim de conseguir respostas sobre o passado de Kaiman. No decorrer da história, conhecemos outros personagens fascinantes como Shin e sua parceira Noi, usuários de magias extremamente fortes e violentos mas também incrivelmente carismáticos, que fazem a trama brilhar ainda mais ao borrar a linha entre protagonistas e antagonistas.

Produzido completamente em CGi, Dorohedoro demonstra, através de cenas de luta incrivelmente brutais e multicoloridas, a realidade cruel, monstruosa, suja e distópica de Hole e que é possível se apropriar dessas técnicas sem quedas de qualidades na animação em comparação com o estilo tradicional 2D.

Dorohedoro é uma recomendação excepcional que se destaca pela sua ambientação fantástica, lutas incríveis e sangrentas e personagens vívidos e carismáticos que, a cada episódio, sempre deixam ansioso para o próximo e com um gostinho de quero mais.

Dorohedoro está disponível em streaming na Netflix.

– Kakushigoto (Primavera 2020)

Uma obra de um dos meus mangakas favoritos, Koji Kumeta, não decepcionou ao trazer Kakushigoto para a tela através do estúdio Aija-Do (Honzuki no Gekokujou) na primavera de 2020.

A sinopse do animê, pela Funimation, diz: “Kakushi Goto é um pai solteiro com um grande segredo. Ele é o artista mais vendido de mangás eróticos populares, e sua filha, Hime, não pode descobrir. Ele tem que rebolar para impedi-la de descobrir neste conto de amor e risos entre pai e filha.”

Ainda seguindo muitos passos característicos do autor desde sua obra anterior, Sayonara Zetsubou Sensei, Kakushigoto cria sua própria marca e é em comparação uma história muito mais linear e pessoal, que a cada episódio traz com extremo sucesso o espectador mais próximo da tela e de seus personagens.

Um slice of life dramático incrível que demonstra o crescimento do autor tanto dentro quanto fora da obra, além de uma ótima introdução – leve e casual – para as obras de Kumeta.

Kakushigoto está disponível em streaming na Funimation.

– Keep Your Hands Off Eizouken! (Inverno 2020)

Do lendário diretor, Masaaki Yuasa (Devilman: Crybaby, Tatami Galaxy), “Keep Your Hands Off Eizouken!” brilhou como ouro desde o seu primeiro episódio ao apresentar uma história hilária e cativante sobre o poder que a animação tem de criar e trazer sonhos à vida.

Midori Asakusa é uma garota com uma grande imaginação sempre perdida em seu sketchbook, enquanto sua melhor amiga, Sayaka Kanamori, é uma calculista que traz Asakusa de volta das suas viagens imaginárias.
Após as duas se encontrarem com Tsubame Misuzaki, as três imediatamente formam uma conexão quando Asakusa e Misuzaki percebem suas paixões pela arte da animação. Movida pelo seu interesse em fazer dinheiro, Kanamori sugere que as três formem o clube de animação com Asakusa desenhando as magníficas paisagens e cenários e Misuzaki os vívidos personagens. A história segue o trio em uma aventura através dos insights e técnicas da indústria da animação em trechos fantásticos que ilustram a imaginação das personagens ganhando vida.

Com diversas indiretas e referências a ícones e obras da indústria, Eizouken é uma declaração de amor que transpira sentimentos de paixão e nostalgia pelo sonho de criar um mundo absurdo e fantástico através do poder da animação; uma declaração compreendida tanto por aqueles que possuem esse sonho como aqueles que cresceram vivenciado as histórias e magias que ela proporciona.

Eizouken é verdadeiramente uma experiência mágica que através de uma direção e animação geniais leva o espectador de volta à infância e nos lembra o esforço e paixão que está por trás das obras que colocam um sorriso em nossos rostos.

Keep Your Hands of Eizouken! está disponível em streaming na Crunchyroll.

– The God of Highschool (Verão 2020)

Numa nova onda de adaptações de manhwa e webcomics, The God of Highschool traz tudo que um shounen de torneio precisava.

The God of Highschool, abreviado GOH, é um torneio nacional de artes marciais livre organizado pelo misterioso Park Mujin, membro da Assembléia Nacional, a fim de testar os lutadores mais fortes da Coréia, conferindo ao vencedor do torneio um desejo a seu alcance. É nesse torneio que o expert de taekwondo Jin Mo-ri, o karateka Han Dae-wi e a espadachim Yu Mi-ra se encontram, cada um seu objetivo para alcançar o título de God of Highschool.

Através de uma animação incrível, o estúdio Mappa traz à vida as sensacionais cenas de luta que definem o animê. Aos poucos o show se distancia do torneio e começa a revelar um plot maior envolvendo poderes divinos que, embora já explicados, devem ser mais explorados futuramente.

Com o manhwa em andamento; a promessa de uma continuação ambientada na China; e ter terminado deixando mais dúvidas do que respostas, o show nos deixa ansiosos para o retorno do trio de Seul.

The God of Highschool está disponível em streaming na Crunchyroll.

– The Millionaire Detective – Balance: Unlimited (Primavera 2020)

Seguindo na linha da comédia e do gênero policial, The Millionaire Detective – Balance: Unlimited foi uma das surpresas ofuscadas da temporada de primavera de 2020, estreando ao lado de Kaguya-sama e Kakushigoto. Entretanto, acabou reluzindo no final das contas e ganhando seu espaço nessa lista.

O animê segue Haru Katou, um mundano detetive guiado pela justiça que após um evento traumático é transferido para a Divisão de Prevenção de Crimes da polícia metropolitana, e Daisuke Kanbe, um playboy multimilionário que ingressa para força policial como parceiro de Katou. Completamente opostos, Daisuke e Haru deverão rever seus valores e trabalhar juntos para chegar a conclusão de um caso enraizado no alto escalão.

É brincando com os estereótipos do gênero mas também explorando a temática do poder ilimitado do dinheiro que “The Millionaire Detective” se faz uma história movida por seus personagens; onde aos poucos, o objetivo é entender o que “justiça” significa para Katou e Daisuke, e como isso afeta seu trabalho como detetives. A discrepância entre os detetives é o que verdadeiramente faz a história do animê brilhar, já que suas diferenças vão muito além apenas da sua metodologia em relação a combater o crime, mas também suas vidas financeiras e personalidades, fazendo com que muitas vezes sua amizade pareça com uma rivalidade.

Com uma excelente dinâmica e interação entre os personagens e extremamente divertido do primeiro ao último episódio, The Millionaire Detective – Balance: Unlimited não chamou muita atenção durante sua estreia mas no fim das contas se destaca como um dos melhores de 2020.

The Millionaire Detective – Balance: Unlimited está disponível em streaming na Funimation.

Categorias
Anime Cultura Japonesa

Funimation chega ao Brasil em Dezembro com 200 animes no catálogo

A Funimation reforçou hoje a sua chegada ao Brasil. A estreia da plataforma está marcada para dezembro, entre os dias 4 e 6, durante a CCXP Worlds. O serviço de streaming anunciou que contatará com mais de 200 animes disponíveis no lançamento e destacou alguns deles.

São eles:

  • My Hero Academia (dublado e legendado)
  • Attack on Titan (dublado e legendado; temporada final exclusivamente dublada)
  • Overlord (dublado e legendado)
  • Sword Art Online (legendado)
  • Fruits Basket (legendado)
  • Tokyo Ghoul (dublado e legendado)
  • Assassination Classroom (dublado e legendado)
  • Blood Blockade Battlefront (dublado e legendado)
  • Fairy Tail – Temporada Final (legendado)
  • Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba (legendado)
  • Cowboy Bebop (legendado)
  • Steins;Gate (dublado e legendado)
  • Love Live! Sunshine!! (legendado)
  • Danganronpa 1 ao 3 (legendado)
  • Noragami (legendado)
  • Rascal Does Not Dream Of Bunny Girl Senpai (legendado)
  • The Promised Neverland (legendado)
  • Plunderer (legendado)

Além disso, a Funimation confirmou que irá adicionar animes da temporada de Outono, que começa agora em Outubro, os episódios chegarão logo após o lançamento da televisão japonesa. Os animes poderão ser assistidos através do site oficial. Já os aplicativos, não possuem uma data definida para chegar.

O preço não foi divulgado.

Categorias
Anime Cultura Japonesa

Funimation confirma vinda ao Brasil para o final do ano

Após muitos boatos e alguns vazamentos, a Funimation anunciou oficialmente em seu site (que não pode ser acessado por nós brasileiros), que estará iniciando suas atividades no Brasil e México no final do ano.

O primeiro anime anunciado foi Tokyo Ghoul:re, adaptação da sequência do mangá Tokyo Ghoul, escrito e ilustrado por Sui Ishida. Um trailer mostrando a dublagem em espanhol foi disponibilizado. Segundo vazamentos, uma versão com dublagem em português já está em andamento.

Outros vazamentos também indicam que veremos Attack on Titan e My Hero Academia dublados em português, além do primeiro anime de Tokyo Ghoul.

Mais informações serão divulgadas durante os próximos meses.