Prevista para acontecer no próximo dia 31, a cerimônia do Grammy 2021 foi adiada. De acordo com a revista Variety, a organização quer fazer o evento de maneira presencial tal como as demais edições. Porém, devido ao momento de novos casos de COVID-19 nos Estados Unidos resolveram alterar o dia da premiação.
Ainda não há nenhuma nova data definida, entretanto, os organizadores querer reagendar o evento para março. O mesmo aconteceu com a cerimônia do Oscar, antes prevista para o dia 28 de fevereiro, foi realocada para o dia 25 de Abril.
O Grammy 2021 é marcado pela polêmica da falta de indicações de The Weeknd, um dos principais nomes da música em 2020, e o recorde de indicações da cantora americana Beyoncé. Além da presença de nomes como Dua Lipa, Taylor Swift, Roddy Ricch e Harry Styles.
Na última terça-feira (24) a Recording Academy divulgou a esperada lista de indicados à 63ª edição do Grammy, a maior premiação da música. Assim como todos os anos, não houve outro assunto na internet durante algumas horas ou dias. Fãs comemoravam as indicações de seus ídolos, outros se lamentavam pelas faltas dela. E claro, assim como todos os anos, houveram injustiças que abalaram a rede de fãs da música. Que o Grammy é uma premiação polêmica não é novidade para ninguém. Seja nas indicações ou nas vitórias (ou faltas delas) os resultados da premiação sempre geram certo frisson entre o público. Nas últimas cerimônias, diversos artistas testemunharam atitudes da academia considerada “injustas” por diversos fãs e entusiastas. A lista é longa e tem nomes como Beyoncé, Kendrick Lamar, Mariah Carey, Nicki Minaj, Ariana Grande, Lorde e Kanye West.
Entretanto, a nova edição da premiação mal começou e já marcou a história do evento de maneira negativa entre seus telespectadores. Veja a seguir alguns fatos que contribuíram para as intensas queixas que se espalharam pela internet na última terça-feira:
The Weeknd
Começando pela maior polêmica e injustiça da edição e com certeza, de toda história do Grammys, temos o caso de esnobação de The Weeknd, que era visto como o favorito do ano por todas as apostas de críticos e entusiastas. Só no último ano o cantor canadense vendeu cerca de 4.4 milhões de cópias de seu álbum “After Hours” e ainda emplacou o smash hit “Blinding Lights” que já está há 337 dias no top 10 da parada global do Spotify, além de ter sido unanimemente bem recebido pela crítica especializada. Todavia, esses três fatores não foram o suficiente para a bancada do Grammy que resolveu o esnobar de qualquer indicação possível. The Weeknd não está nas categorias gerais, não está nas categorias pop e também não está nas categorias R&B. Não é de hoje que o Grammy e demais premiações da indústria fonográfica são acusadas de serem racistas. Há alguns meses, um artigo foi publicado aqui sobre a indicação de “Blinding Lights”, uma música pop, na categoria de R&B do VMAs, premiação da MTV. Porém, desta vez, The Weeknd não teve nem a oportunidade de ser redirecionado a um outro gênero por conta de sua cor. Foi completamente ignorado e boicotado.
“Os Grammys continuam corruptos. Vocês devem transparência a mim, a meus fãs e à indústria” – Disse The Weeknd em suas redes sociais após a divulgação dos indicados.
Justin Bieber
Diferente de The Weeknd, Justin Bieber foi indicado ao Grammy 2021. Indicado até demais. Seu último álbum “Changes”, que foi recebido mornamente pela crítica especializada e rendeu hits igualmente mornos comparado à seu auge comercial alcançado com “Purpose” de 2015. O canadense apareceu nas categorias Melhor Performance Pop Duo/Grupo com “Intentions”, Melhor Performance Pop Solo por “Yummy” e Melhor Álbum Pop. Não contente com o questionável reconhecimento, o cantor reclamou em suas redes sociais por ter sido colocado nas categorias pop e não nas do gênero “R&B”, qual ele acredita que seu último registro pertence.
“Não quero parecer ingrato, mas eu fiz um álbum R&B. Changes foi e é um álbum R&B.” Com todo respeito ao cantor e seus fãs, mas se teve alguém que possa ter “roubado” vagas na premiação e ter ajudado na injustiça contra The Weeknd, essa pessoa é definitivamente Justin Bieber.
Coldplay
Surpreendendo até os seus fãs mais fiéis e sonhadores, o álbum “Everyday Life” foi indicado na categoria mais importante do Grammy, a de “Álbum do Ano”. Lançado em Novembro de 2019, o disco passou longe de ser um sucesso comercial. Na verdade, diferente dos últimos projetos da banda, ele foi o menos pop possível. O que rendeu até uma grande aclamação da crítica. Contudo, a banda simplesmente só aparece nomeada a esta categoria. Justo a maior. Sem dar as caras no segmento rock, pop ou alternativo.
Não é como se a banda britânica não seja lembrada a cada registro pela academia, longe disso. Todos os álbuns do Coldplay renderam ao menos uma indicação na premiação, já figuraram “Álbum do Ano” em outra vez. Mas dessa vez tudo é muito, muito estranho.
Fiona Apple, Perfume Genius e Rina Sawayama
Talvez em edições anteriores do Grammy esse tópico não seria adicionado em um texto como esse. O Grammy nunca foi de dar bola para artistas undergrounds nas categorias principais. Vez ou outra algum aparecia na categoria alternativa e por aí ficava. Mas, a partir do momento que a premiação coloca em suas categorias principais álbuns e músicas que passaram longe de ser um sucesso comercial como o já citado “Everyday Life” do Coldplay ou o “Djesse Vol. 3” de Jacob Collier e o “Chilombo” de Jhéne Aiko. Longe de menosprezar o trabalho desses artistas, é bom para que trabalhos fora da bolha mainstream consiga um lugar de destaque. Mas, dito isto onde está Rina Sawayama com seu álbum de estreia e Perfume Genius com “Set My Heart On Fire Immediatly”? Dois discos impecáveis na qualidade, conhecidos dentro da cena alternativa e extremamente bem recebidos pela crítica especializada.
A veterana Fiona Apple que sempre é lembrada pela premiação quando lança um novo disco, felizmente está na lista. Seu quinto álbum de estúdio, o monumental “Fetch The Bolt Cutters” conta com 3 indicações, ele aparece em “Melhor Álbum Alternativo”, “Melhor Canção de Rock” e “Melhor Performance de Rock” pela faixa Shameika. 3 nomeações é um grande feito, de fato. Entretanto, o disco mais aclamado de 2020 (e dos últimos anos) merecia muito mais. A esnobação do registro que “previu a quarentena” em “Álbum do Ano” dói tanto quanto a de “After Hours”.
Para conferir a lista completa de indicados clique aqui.
A Recording Academy divulgou hoje (24) a lista completa de indicados à 63 cerimônia do Grammy, principal prêmio da música. O evento ocorrerá no dia 31 de Janeiro de 2021, em Los Angeles.
Dentre os indicados, Beyoncé é a recordista da edição com 9 indicações. A cantora está nomeada nas categorias, de Música e Gravação do Ano por “Black Parade” e “Savage Remix”, faixa da rapper Megan Thee Stallion na qual faz participação especial. Além de concorrer em Melhor Clipe por “Brown Skin Girl” e Melhor Filme Musical por seu longa “Black Is King”.
Taylor Swift, Harry Styles, BTS, Post Malone, Dua Lipa, Justin Bieber, Lady Gaga, Roddy Ricch são outros nomes presentes na lista.
O período de elegibilidade para o Grammy 2021 foi do dia 1 de Setembro de 2019 até 31 de Agosto deste ano. A nova edição da premiação trouxe algumas mudanças para a disputada, como a mudança do nome da categoria “Melhor Álbum Urbano” para “Melhor Álbum de R&B Progressivo” devido a política antirracista adotada pela academia e a extinção de um limite de músicas lançadas para um artista concorrer ao premio de “Melhor Artista Novo”.
A grande surpresa da edição foi o cantor The Weeknd sem nenhuma indicação. Seu álbum “After Hours” é um dos mais vendidos e um dos mais bem recebidos pela crítica especializada no ano de 2020. Seu smash hit, “Blinding Lights” que acabou de se tornar a música com mais tempo de permanência no Top 10 da Billboard Hot 100 com 40 semanas consecutivas também foi ignorada da premiação.
Confira alguns dos indicados a seguir, o link para a lista completa estará no final da matéria.
Álbum do Ano
“Chilombo” — Jhené Aiko
“Black Pumas (Deluxe Edition)” — Black Pumas
“Everyday Life” — Coldplay
“Djesse Vol.3” — Jacob Collier
“Women in Music Pt. III” — HAIM
“Future Nostalgia” — Dua Lipa
“Hollywood’s Bleeding” — Post Malone
“Folklore” — Taylor Swift
Gravação do Ano
“Black Parade” — Beyoncé
“Colors” — Black Pumas
“Rockstar” —DaBaby Featuring Roddy Ricch
“Say So” — Doja Cat
“Everything I Wanted” — Billie Eilish
“Don’t Start Now” — Dua Lipa
“Circles” — Post Malone
“Savage” — Megan Thee Stallion Featuring Beyoncé
Música do Ano
“Black Parade” — Denisia Andrews, Beyoncé, Stephen Bray, Shawn Carter, Brittany Coney, Derek James Dixie, Akil King, Kim “Kaydence” Krysiuk & Rickie “Caso” Tice (Beyoncé)
“The Box” — Samuel Gloade & Rodrick Moore (Roddy Ricch)
“Cardigan” — Aaron Dessner & Taylor Swift (Taylor Swift)
“Circles” — Louis Bell, Adam Feeney, Kaan Gunesberk, Austin Post & Billy Walsh (Post Malone)
“Don’t Start Now” — Caroline Ailin, Ian Kirkpatrick, Dua Lipa & Emily Warren (Dua Lipa)
A MTV divulgou no último dia 30 a esperada lista de indicados ao VMAs 2020, sua maior e principal premiação. E como em todo ano, as redes sociais são dominadas por diversos fãs comentando os escolhidos pela emissora americana. Há aqueles que comemoram por verem seus favoritos com várias ou somente uma única indicação e há aqueles que reclamam por verem seus ídolos de fora do evento ou recebendo poucas indicações. O normal.
Entretanto, há algo maior do que as indicações que passou despercebido aos olhos do público. Seja pela euforia ou seja pelo fato das pessoas só se importarem com pautas raciais quando elas são trends nas redes sociais: The Weeknd com uma música pop numa categoria de R&B .
The Weeknd, nome artístico de Abel Makkoenn Tesfaye não é somente um dos maiores nomes da música no ano de 2020, como uma das grandes revelações da última década. Seu mais recente álbum, After Hours, lançado em março deste ano, vendeu nos Estados Unidos aproximadamente 440 mil cópias somente na primeira semana. E em escala mundial, o disco quebrou o recorde de pré-adições na plataforma Apple Music, fazendo com que 1,02 milhões de usuários garantissem o álbum em suas bibliotecas antes mesmo dele ser lançado.
Além das vendas estratosféricas de After Hours, o disco conta com os singles Heartless, In Your Eyes (que atingiram, respectivamente, o 1º e o 16º lugar na parada americana) e Blinding Lights, que não só alcançou também o topo da Billboard Hot 100 como é, até então, a maior música pop do ano. Inclusive, a faixa continua no top 5 da parada americana e do Spotify global, fazendo em média 4 milhões de reproduções diárias mesmo após 7 meses de seu lançamento.
Ou seja, Blinding Lights é Pop. Não só na sua estrutura musical, como também comercialmente. É exatamente este o gênero da canção. Produzida pelo próprio Abel, Oscar Holter e a lenda da música pop, Max Martin (produtor de faixas como Oops I Did It Again, Teenage Dream e Can’t Stop The Feeling!) Blinding Lights é uma música que bebe diretamente da fonte dos anos 80. Mergulhando de cabeça no synthpop, a crítica especializada não poupou elogios à faixas. A sonoridade oitentista é tão forte que não só a crítica, mas também o público, consegue reconhecer de imediato as influências de nomes como Michael Sembello e A-ha (principalmente do grande clássico Take On Me).
Porém, nem mesmo a popularidade da canção e nem a perfeição synthpop proporcionada por The Weeknd, foram o suficiente para a MTV, um dos maiores símbolos musicais da história, reconhecer a faixa, e neste caso, o clipe, como produções pop. Blinding Lights recebeu indicações ao VMAs 2020 nas categorias de Vídeo do Ano, Melhor Direção, Melhor Cinematografia, Melhor Edição e, Melhor Vídeo de R&B. Sim, R&B. E também, fora da categoria de música do ano.
Abel é um artista que, desde o início de sua carreira, flerta com o R&B e com o Pop. O que não falta em sua discografia são faixas R&B. De The Zone à Wicked Games, passando por Reminder e aos grandes hits como The Hills, Often, Earned It e Heartless. “Taguear” Blinding Lights na mesma caixa que essas outras canções, não é só desrespeitoso com o gênero R&B, com o Pop, com o trabalho de The Weeknd. É também uma das formas de racismo dentro da indústria musical.
Colocar Blinding Lights em uma categoria de R&B é um exemplo perfeito da segregação racial dentro da indústria fonográfica. Por ser negro, The Weeknd foi visto pela curadoria da MTV como um artista do segmento “Urban”. Este termo ganhou popularidade nos anos 80 e é problemático porque separa a música pop feita por artistas brancos da música pop feita por artistas negros. O “Urban” coloca toda música Pop, Rap e R&B feito por negros em uma única caixa sem se preocupar com a estética, som, estrutura entregadas por esses artistas. Para eles, se um negro que fez, é urban.
Recentemente, devido aos protestos raciais ocorridos nos Estados Unidos e no resto do mundo, diversas pautas foram levantadas nos mais variados segmentos da sociedade. Na música, não poderia ser diferente. Após anos de críticas por parte dos artistas e parte do público, a Recording Academy, responsável pelo Grammy anunciou que removeria o termo “Urban” de suas categorias, por ser um termo historicamente racista para a comunidade afro americana.
The Weeknd já ganhou 2 vezes a categoria de Melhor Álbum Urban por Beauty Behind The Madness e Starboy. Na edição deste ano, Tyler, The Creator ganhou a categoria de Melhor Álbum de Rap por IGOR, um dos mais aclamados álbuns de 2019 que, pra surpresa da crítica e público, ficou de fora das categorias principais. Durante a coletiva de imprensa após cerimônia de entrega, Tyler falou como era agridoce a vitória e o porquê de se incomodar com artistas negros excluídos das categorias pop e principais. Confira: “Por um lado eu estou muito grato que o que eu fiz pode ser reconhecido em um mundo como esse… mas é péssimo que sempre que nós, e eu quero dizer caras que se parecem comigo, fazemos alguma coisa que transcende gêneros ou coisa assim, eles sempre colocam em alguma categoria urbana ou de rap.”
Tyler ainda completou, dizendo que:
“Eu não gosto dessa palavra ‘urbana’. Pra mim, é só uma forma politicamente correta de dizer a palavra com ‘n’ [referenciando uma específica palavra inglesa que começa com n, que é racista quando falada por pessoas que não são negras]. Então quando eu ouço isso, eu fico tipo, por que a gente não pode ser indicado pra categoria pop? Então eu fico tipo — metade de mim acha que a nomeação de rap é um elogio ambíguo.”
Tyler, The Creator no Grammy Awards deste ano.
Mesmo sendo em premiações diferentes, a exclusão em cima de artistas negros acontece de maneira explícita. O que The Weeknd precisaria fazer a mais para que seu single Blinding Lights fosse visto como pop para a principal emissora musical do mundo? Por que no mesmo ano, You should be sad da Halsey, que flerta com a música country e só alcançou a posição #26 da parada americana está na categoria pop? Por que mesmo tendo vendido mais de 1 milhão de cópias somente nos Estados Unidos, Blinding Lights está fora da categoria de música do ano? Todas essas questões são falsas dúvidas, pois, já sabemos quais são as respostas para tantos “porquês”. Infelizmente, o boicote evidentemente racista do VMA em cima de The Weeknd não é a coisa mais frustrante de toda a problemática. 1 mês após o pico de engajamento em cima do movimento Black Lives Matter e do movimento instagramático #blackoutthuesday não há mais comoção por grande parte da imprensa, artistas e fãs sobre o boicote racista em cima de um artista negro. – Na verdade, não há nem mais atenção em casos mais graves como os contínuos assassinatos de pessoas negras por forças do estado, quem dirá neste. – Basta uma rápida pesquisa no twitter que você verá tantos jovens auto intitulados de conscientes e engajados se preocupando mais com o Justin Bieber ter sido indicado ou não em categoria X ou apreensivos com a Lady Gaga imaginando se ela irá se apresentar no palco do evento.
Claro que um prêmio, a longo prazo, não diz absolutamente nada. Um clipe ou uma música podem se tornar atemporais com ou sem VMAs, Grammy ou qualquer outra coisa, exemplos são os que não faltam. Não que não seja importante ou divertido buscar uma validação por parte do público ou crítica. Faz bem pro ego, movimenta a cadeia musical e também pode ajudar a trazer visibilidade para determinado artista ou gênero. Mas daqui a alguns anos, quando relembrarmos este caótico ano de 2020 através da música, ou quando algum jovem que se interessar sobre a música da época qual ele não era nascido, Blinding Lights e a obra de The Weeknd estará lá, sobrevivendo ao tempo assim como qualquer clipe e música de qualidade. E felizmente, quem decide isso é a história feita pelas pessoas, e não a MTV.
A Recording Academy, responsável pelo Grammy divulgou hoje (10) mudanças em algumas categorias. A principal delas foi a retirada do termo “Urban” das categorias voltadas para o R&B. Isso ocorreu após a Republic Records, gravadora de nomes como The Weeknd, Drake e Taylor Swift, iniciar uma campanha para eliminação do termo dentro da indústria musical. O Grammy já havia sofrendo diversas acusações de racismo nos últimos anos, e a categoria “Melhor Álbum Urbano Contemporâneo” criada em 2012 era bastante criticada.
O nome Urban havia ganhando popularidade em meados dos anos 80 e soava problemático por separar a música pop feita por artistas pretos da música pop dos artistas brancos. Agora a categoria passou a se chamar “Melhor Álbum de R&B Progressivo”, que consiste em “Álbuns com elementos progressivos de R&B que podem incluir samples ou elementos de hip-hop, rap, dance e música eletrônica. Também podem incorporar elementos de produção encontrados no pop, euro-pop, country, rock, folk e música alternativa.”
The Weeknd, o maior vencedor da categoria “Best Urban Comtemporary Album”
Na edição deste ano, Tyler The Creator foi o ganhador da categoria “Melhor Álbum de Rap” pelo seu aclamado álbum IGOR. Durante a coletiva de imprensa após a cerimônia de entrega, Tyler falou sobre como soava agridoce sua vitória nestas categorias.
“Por um lado eu estou muito grato que o que eu fiz pode ser reconhecido em um mundo como esse… mas é péssimo que sempre que nós, e eu quero dizer caras que se parecem comigo, fazemos alguma coisa que transcende gêneros ou coisa assim, eles sempre colocam em alguma categoria urbana ou de rap.”
E completou questionando a falta de artistas pretos nas categorias principais e de música pop.
“Eu não gosto dessa palavra ‘urbana’. Pra mim, é só uma forma politicamente correta de dizer a palavra com ‘n’ [referenciando a palavra inglesa ‘nigga’, que é racista quando falada por pessoas que não são pretas]. Então quando eu ouço isso, eu fico tipo, por que a gente não pode ser indicado pra categoria pop? Então eu fico tipo — metade de mim acha que a nomeação de rap é um elogio ambíguo.”
Tyler The Creator, com o seu Grammy de Melhor Álbum Rap neste ano
Entretanto, a nomenclatura “Urbana” continua nas categorias voltadas para a música latina. O próprio termo é utilizado pelos artistas latino-americanos e não de forma pejorativa. Agora a categoria “Melhor Álbum Pop Latino” passa a se chamar de “Melhor Álbum Pop ou Urbano Latino”, e a categoria “Melhor Álbum Latino de Rock, Urbano ou Alternativo” têm nome de “Melhor Álbum Latino de Rock ou Alternativo”.
Há também mudança na categoria “Melhor Performance de Rap Cantada”, que premia músicas de rap que possuem cantos, seja do próprio rapper dono da canção ou de um convidado. Ela passa a ser chamada de “Melhor Performance de Rap Melódico”. E uma das principais categorias, também passou por alterações.
“Melhor Artista Novo”, mudou novamente de regras. Até a última edição, na qual Billie Eilish foi a vencedora da categoria, o artista para ser indicado só poderia ter lançado apenas 5 singles ou 30 músicas lançadas ao todo ou apenas 3 álbuns antes do período de elegibilidade do determinado ano. A partir de agora, não há mais limites de lançamentos para ser indicado nesta categoria.
Lizzo, última vencedora da categoria “Melhor Álbum Urbano Contemporâneo”
A edição de 2021 do Grammy Awards está prevista para ocorrer no dia 31 de Janeiro, e seu período de elegibilidade é de Setembro de 2019, até Agosto de 2020.
No último domingo (15), o cantor e rapper Childish Gambino, alter ego de Donald Glover divulgou no site DonaldGloverPresents.com seu novo álbum, 3.15.2020 que momentos depois foi retirado do ar. Hoje (22), ele divulgou novamente o trabalho, mas dessa vez, em todas as plataformas de streaming.
3.15.2020 conta com participações de Ariana Grande e 21 Savage nas respectivas faixas “Time” e “12.38”.
O último álbum de Gambino foi o aclamado “Aweken, My Love” de 2016. Entretanto, nesse período de tempo, Childish lançou alguns singles, como o hit premiado e ganhador de 4 grammys, “This Is America”.
O Grammy anunciou através da imprensa, que a animação Homem-Aranha no Aranhaverso foi indicado ao prêmio que acontecerá em 2020.
A animação cinematográfica ganhou indicação na categoria Melhor Trilha Sonora para Mídia Visual. Além disso, Sunflower, a música tema do longa, recebeu indicações para Música do Ano e Melhor Performance em Duo.
Vingadores: Ultimato e O Rei Leão também foram indicados.
Grammy Award é uma cerimônia de premiação da Academia Nacional de Artes e Ciências de Gravação dos Estados Unidos, que presenteia anualmente os profissionais da indústria musical com o prêmio Grammy.
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