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Quebra Torto, HQ de autores do Mato Grosso do Sul, está no Catarse

Está em campanha de financiamento coletivo no Catarse Quebra Torto, uma coletânea de história em quadrinhos, capitaneada pelo quadrinista Fabio Quill, que apresenta seis histórias de 20 páginas cada e de diversos gêneros, produzidas por quadrinistas do Mato Grosso do Sul.

Em Quebra Torto, acompanhamos a experiência das conexões humanas em suas mais diversas expressões. Em um momento temos o resgate de rituais intergeracionais em frente a uma banca de jornal, em outro seguimos as memórias nostálgicas de uma infância e adolescência vividas nos anos 80. Também cruzamos a fronteira do que é humano e somos surpreendidos por criaturas e mistérios folclóricos e/ou mágicos, seres que nos ajudam a entender a natureza e seu modo de agir por meio de elementos consolidados em narrativas plurais, onde ora vemos o resultado da germinação de um povo que nasce para proteger a mata, ora nos conectamos a aventuras, mas sempre compreendendo que a ganância fascista é algo que nasce e morre nas mãos dos homens. Quebra Torto, assim como sugere o nome, é um banquete de estilos e ideias que somam e alimentam a imaginação.

Além de Fabio Quill, outras cinco autores e autoras fazem parte da coletanea: Grippho, Anderson Barboza, Neiton Benites, Marina Duarte e Daniel Shaman. O projeto foi selecionado pelo Rumos Itaú Cultural 2019-2020.

Para saber mais detalhes sobre Quebra Torto e sua campanha, como recompensas e valores, clique AQUI.

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Afeto, HQ de Vivi Melancia e Natália Sierpinski, está no Catarse

Já está no ar a campanha de financiamento coletivo para Afeto, a HQ apresenta uma história cheia de conflitos, emoções e reviravoltas, debatendo temas complexos, sérios e essenciais como questões de gênero e sexualidade que acontecem no cotidiano e passam despercebidas. Mas de forma divertida, fluída e com uma narrativa ficcional.

Maria é uma garota de treze anos que acabou de mudar de cidade e começou a estudar na Escola Pública Paulo Freire, em São Paulo. Junto com a adaptação na escola nova, Maria enfrenta diversos desafios, pelo simples fato de ser uma menina.

Os preconceitos da nossa sociedade também estão nas escolas, e além da visão dos alunos também apresentamos a visão e postura dos professores, desde os que compactuam com o preconceito e reforçam o machismo, até atitudes de professoras feministas que muitas vezes passam despercebidas, ou que são vistas como “naturais” apesar de estarem envoltas de diversas micro violências, físicas ou emocionais.

Capitaneando Afeto, está a dupla Natália Sierpinski (roteiro) e Vivi Melancia (artes). Vivi é autora da excelente webcomic Filha, Mãe Avó. A Natália é coordenadora da programação do evento Butantã Gibicon e autora da coletânea Mulheres & Quadrinhos e do livro Amazona.

Afeto terá formato 16 x 23 cm, 96 páginas coloridas e para saber mais sobre a campanha, valores e recompensas, clique AQUI.

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Brett: Massacre em Utah está no Catarse

Depois de alguns anos engavetando esse projeto, Brett: Massacre em Utah está no Catarse pela editora Saicã, trazendo uma história que surgiu em 1994, com o roteiro de Rodinério da Rosa e a arte de Moacir Martins e Vinícius da Silva.

Brett, é um bom e velho faroeste feito aqui no Brasil e que está voltando, dessa vez repaginado.  Rodinério e Moacir sentiram a necessidade de uma inovação, não pelo material anterior não ter a qualidade do que está sendo publicado agora, mas por uma oportunidade de mostrar o amadurecimento dos artistas ao longo desses anos e permitir a vinda de um personagem mais atualizado. Já aviso que para os leitores que curtem leituras como TEX  vai ser um prato cheio. 

Inclusive, uma curiosidade para os fãs de Tex é que Moacir e Vinícius na década de 90 desenharam  páginas teste de Tex , mas devido a terem tomado outros rumos, nunca enviaram as páginas para a Bonelli.

O Quadrinho já conta com 76% de apoio no Catarse, e ainda faltam 20 dias para o seu encerramento e além de recompensas como cards, book plates e marcadores de páginas, alguns sorteios estão acontecendo toda semana para os apoiadores até o fim da campanha. Confira um pouco da sinopse:

“Massacre em Utah, trata sobre a rota do Oregon, por onde centenas de caravanas passavam para chegar no Oeste. John Finn, amigo de Brett, guia uma caravana, que encontra dificuldades para continuar devido ao ataque de bandoleiros. John busca ajuda do amigo Brett e Chako Álvarez. O roteiro não deixa de falar sobre a ganância do homem branco e sua ambição sobre as terras dos índios, bem como a violência contra a mulher em época que elas não tinham qualquer tipo de voz contra o machismo patriarcal.”

Brett: Massacre em Utah  traz a história completa. Capa: Papel cartão com soft touch – Miolo: Papel offset 90g – Formato: 16X22 Cm, com 64 páginas. A partir de R$35,00 com frete incluso.

 

Apoie Brett no Catarse clicando Aqui.

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Editoras fazem importante resgate histórico do trabalho de Flavio Colin

Estamos testemunhando um belo resgate da obra do ilustrador e autor de histórias em quadrinhos Flavio Colin por várias editoras. O legado de Colin para os quadrinhos brasileiros e com um estilo próprio e inconfundível, inspirou e segue como grande referência para muitos artistas, mesmo depois de 19 anos de seu falecimento.

Editoras como Figura, Conrad, Pipoca & Nanquim e MMarte Produções anunciaram publicações que resgatam trabalhos que há muito tempo não estavam presentes nos catálogos brasileiros. É importante manter sempre viva e comemorar, não somente para os quadrinhos nacionais mas também como um pilar da cultura brasileira.

Aventuras do Anjo

Blank white book cover

A editora Figura iniciou uma campanha de financiamento coletivo no Catarse para a publicação de Aventuras do Anjo, sendo esta uma Edição do Artista. Publicada pela extinta Rio Gráfica Editora (RGE), no final dos anos 1950, onde Flávio Colin iniciou a sua carreira de quadrinhista. A história que será publicada será O Lenhador Maldito da edição número cinco da revista, em 1959. É muito visível reparar, como nessa época a arte de Colin era fortemente inspirada pelo Milton Caniff (autor de Terry e os Piratas).

Aventuras do Anjo foi uma série de radionovela policial criada e interpretada por Álvaro Aguiar (1907-1988), que durante 17 anos foi um grande sucesso da radio dramaturgia brasileira. O Anjo é um misterioso milionário que se ocupa em investigar crimes com a ajuda de seus comparsas Faísca, Metralha e Jarbas.

As publicações intitulada de Edição do Artista, imprimem uma história em quadrinhos no formato original da arte e sem os retoques gráficos. Deste modo, é possível visualizar todo o processo artístico realizado pelo autor: as marcas de lápis, as tonalidades do entintamento, as correções com tinta branca, os recortes e as colagens. Por tudo isso, é um excelente material para o estudo das técnicas que envolvem a produção do desenho de HQs.

Aventuras do Anjo terá formato 30 x 42 cm, 60 páginas e capa dura. Para saber mais sobre a campanha clique AQUI.


Terror no Inferno Verde

Terror no Inferno Verde será publicado pela editora Pipoca & Nanquim, além da HQ que dá título ao volume, este também traz outros dos principais trabalhos do quadrinista, como Honorato, já leu Dickens?, Filho do Urso, O Caso dos Dez Negrinhos, Os Minatá-Karaiá, A Terceira Arca, Viu a Caveira?, O Passeio da Peste e Joaquim: O Magnífico; publicadas em diferentes períodos de sua prolífica jornada, em revistas fundamentais como MAD, Spektro e Calafrio.

Para contextualizar a vida de Colin e sua relação com os quadrinhos, Terror no Inferno Verde ainda conta com depoimentos de pessoas que foram influenciadas por ele, como o jornalista Francisco Ucha, o editor Franco de Rosa e o quadrinhista Jefferson Costa.

Terror no Inferno Verde tem formato 21 x 38 cm, 220 páginas, capa dura e está em pré-venda na Amazon com 30% de desconto.


Estórias Gerais

Já a editora Conrad vai trazer de volta Estórias Gerais, possivelmente um dos lançamentos mais esperados, em uma edição especial de 20 anos. Ela foi publicada originalmente em 2001, de forma independente, com apoio da Lei de Incentivo à Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte. Em 2005, a própria Conrad a relançou e em 2012 foi a vez de sair pela Editora Nemo.

Com artes de Colin e roteiro de Wellington Srbek, Estórias Gerais transporta o leitor para o sertão mineiro, ao norte do estado, na pequena cidade fictícia de Buritizalà margem do rio São Francisco, lá pela década de 1920. Um jornalista chega ao lugar com a missão de apurar a história do cangaceiro Antonio Mortalma, que costumava aterrorizar o povo do vilarejo.

O jornalista quer investigar e registar informações e a origem de Mortalma, que muitos moradores afirmam que é um bandido que seria um demônio, ou pelo menos teria parte com o Coisa-Ruim. Com um espírito cético, o jornalista logo descarta tais afirmações, imaginando nelas crendices de um povo de pouca cultura, e esperando que a expedição comandada pelo Coronal Odorico Pereira logo chegue para resolver a violência que assola a região.

Porém, seu guia é um jagunço disfarçado, que logo coloca o jornalista cara a cara com Mortalma, num rincão no meio do nada. E eis, então, que sua visão sobre os moradores do local começa a sofrer uma tremenda mudança a cada personagem que aparece na trama.

Estórias Gerais tem formato 19 x 27 cm, capa dura e logo estará em pré-venda pela Conrad. Fique ligado no site da editora clicando AQUI.


Os Estranhos Hóspedes do Hotel Nicanor

 

Os Estranhos Hóspedes do Hotel Nicanor será a publicação de Flávio Colin que a MMarte Produções irá trazer para os leitores, a notícia foi revelada pelo editor Márcio Paixão no podcast Confins do Universo da última semana e tem previsão para o próximo mês de dezembro, trazendo a colaboração de Colin com Otacílio d’Assunção Barros, o Ota, que na época usou o pseudônimo Juka Galvão.

As histórias, com toques de sarcasmo de humor negro, giram em torno do Hotel Nicanor, um lugar mantido pelo idoso Nicanor que recebe hospedes bem incomuns: monstros!

Originalmente, foram cinco HQs, sendo que quatro delas saíram da revista Spektro (Vecchi), além de outra história curta. A última vez que esse material foi publicado aconteceu na revista Hotel do Terror (1994) pelo selo Ota Comix.

O destaque da antologia fica para uma grande descoberta: uma história inédita, produzida pela dupla e jamais publicada antes. Além disso, a edição trará materiais extras contextualizando a obra, o trabalho de Flavio Colin e a importância do autor.

E que venha mais Flavio Colin!

 

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A reedição de Necromorfus Vol.1 está em campanha de financiamento coletivo no Catarse

Está a todo vapor a campanha de financiamento coletivo para a reedição do capítulo 1 de Necromorfus, a premiada HQ do roteirista Gabriel Arrais e, que agora, terá os desenhos de Abel. A HQ foi publicada nos Estados Unidos em outubro de 2020 pela editora Behemoth Comics. O gibi teve grande sucesso de público e crítica, ganhando o Hiro Award na categoria Rookie of the Year, desbancando autores consagrados do mercado norte-americano.

Confira a sinopse abaixo:

“Já imaginou conseguir se transformar em alguém que morreu? Necromorfus conta a história de Douglas, um adolescente que pode assumir a forma e ter as recordações de qualquer pessoa morta, bastando para isso apenas tocar em qualquer resto mortal desta pessoa. Porém, tudo tem o seu preço… Após adquirir esse dom, ele só consegue sentir algum prazer ou emoção sendo outra pessoa. E pra piorar, ele está eternamente preso em seu corpo de 16 anos, sem poder envelhecer jamais.”

A série Necromorfus já tem quatro edições publicadas e coleciona prêmios como o, já citado aqui, Hiro Award  e o Prêmio Le Blanc.

Necromorfus tem formato 17 x 26 cm, 36 páginas e para saber mais sobre a campanha, recompensas e valores, clique AQUI.

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Indivísivel, de Marília Marz, é o mais novo lançamento digital da Conrad Editora

Já começou a venda de Indivísivel, da autora Marília Marz que foi o seu Trabalho de Conclusão na Escola da Cidade – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, em 2017. No TCC, Marília buscou identificar e analisar as possibilidades narrativas intrínsecas a elementos arquitetônicos e urbanísticos do bairro da Liberdade em São Paulo, durante dois períodos distintos.

O quadrinho, que está sendo publicado pela Conrad Editora, explora e discute a cultura negra e leste asiática presentes no bairro da Liberdade. Mostrando ele como era antigamente ocupado por escravos do século XIX e como é agora sendo conhecido como uma imensa colônia oriental.

 

As duas narrativas opostas associadas às culturas negra e leste-asiática, principalmente a japonesa, a obra busca contribuir para o entendimento do processo de construção da identidade do bairro.

Indivísivel tem 53 páginas, o arquivo é do tamanho 21710 KB e pode ser encontrado no site da Conrad.

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Germana Viana, Laudo Ferreira e Marcatti estão em um novo Ménage

Está no ar a campanha de financiamento coletivo no Catarse para Ménage 02 – Livro! O segundo volume traz novamente o power trio Germana Viana, Marcatti e Laudo Ferreira em mais uma publicação onde buscam juntar estilos tão distintos e transformá-los em quadrinhos. Eles escolhem um tema e a partir desse ponto criam a HQ. Na primeira edição foi ARMÁRIO, para esse novo volume o tema escolhido foi LIVRO.

Confira abaixo as histórias que compõem Ménage 02:

Arsênio Lobo Chega Tarde

Com roteiro e arte de Germana Viana, mistura um livro, uma fotografia e um ladrão de casaca. Aqui conhecemos a história do quarteto Ernesto, Benedito, Marlene e Vera. Eles voltam de uma aventura que ensina porque em vez de ter raiva é melhor ter o clube do livro.


A Semente no Cemitério dos Elefantes

Quando tudo está certinho, estabelecido, enraizado, pode ter certeza que sempre existirá uma possibilidade de renovação. Principalmente quando ela vem carregada de inspiração e conhecimento. O roteiro e a arte são do Laudo Ferreira.


Perfume Colorido

O poder que três mulheres e um livro maldito podem ter sobre o caráter de um homem. Essa história tem arte e roteiro de Francisco Marcatti.

Ménage 02 – Livro terá formato 15,5 x 23 cm, 36 páginas em P&B e capa colorida. Para saber mais sobre a campanha, as recompensas, valores e, claro, apoiar, clique AQUI.

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Alice Através do Muro está em Campanha no Catarse

A HQ Alice Através do Muro está em campanha no Catarse e já é um tremendo sucesso de quebrar barreiras (desculpem o trocadilho). Com menos de um mês a campanha já atingiu 79% da meta (atualizado do dia 09/09). O quadrinho tem roteiro de Eric Peleias, desenhos de Luke Ross e cores de Marco Lesko. E nele conhecemos Alice e a sua vida que não é um conto de fadas.

Alice é um adolescente que não se sente parte do mundo em que vive. Ela mora em Rosetta, uma cidade que é dividida entre Norte e Sul por um grande muto vigiado por guardas que não permitem que ninguém atravesse. Ela e sua família fugiram para o lado Norte e deixaram o mais velho dos três filhos para trás.

Em um sábado qualquer, Alice descobre que seus pais precisaram ir atrás do seu irmão menor, Oliver, que foi sozinho até Rosetta do Norte procurar o irmão mais velho. Mesmo sabendo que pode ser uma viagem sem volta, Alice decide também atravessar o muro para procurá-los. É então que descobrimos que aquele lado da cidade ainda vive a cultura dos anos 1980. Com uma distopia fantástica com monarcas, caçadores de recompensas, animais falantes e rebeliões.

 

Em sua busca para reunir a família e retornar em segurança, Alice precisará adquirir habilidades, realizar alianças e enfrentar perigos e inimigos, como: a guarda oficial, o movimento da rebelião, caçadores de recompensas e um homem capaz de trocar de corpo com quem ele desejar com um mero toque. Esta é uma história sobre encontrar seu lugar no mundo, onde quer que ele seja.

Alice através do Muro terá formato 17 x 26 cm, capa cartonada e 48 páginas. Para saber mais sobre a campanha, valores, recompensas e claro para apoiar, clique AQUI.

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Torre Entrevista: Conversamos com Bruno Sorc sobre a Graphic Novel Mojica Móveis

Já está no ar a campanha de financiamento coletivo para o quadrinho Mojica Móveis. A história acompanha o protagonista Amácio, um quarentão que acaba de sair da casa da mãe e procura uma loja de usados para mobiliar o novo lar. Porém, ao entrar na Mojica Móveis e conhecer o seu proprietário que vende os segredos mórbidos de seus produtos, Amácio ouve histórias escrotas e extremamente reais, entendendo um pouco sobre o perigo da influência.

O roteiro é de Bruno Sorc, um escritor de longa data com diversos livros publicados, fazendo sua estreia nos quadrinhos, o autor reuniu um time peso pesado de desenhistas, como Bruno Lima, The Immigrant, Alex Genaro, Letícia Pusti, Oscar Suyama, Rapha Pinheiro, Rick Troula e Laudo Ferreira. A capa é de Dudu Torres, cores de Cássia Alves e o prefácio de Alexandre Callari (editor do Pipoca & Nanquim).

Trocamos uma ideia com o Bruno sobre Mojica Móveis, a campanha no Catarse, seu trabalho, como a música influenciou a sua escrita, como foi reunir esse time para desenhar a HQ e futuro.

1 – Quem é o Bruno Sorc? De onde ele vem, o que ele lê, o que ele leu, quais são as suas maiores inspirações…

Bruno Sorc: Eu sempre gosto de falar que “sou um escroto, mas não sou um saco” – bela forma de começar, não é mesmo? – Sorc aqui é um cara legal, mesmo sendo esse escroto assumido, têm lá o seu carisma magnético. As pessoas costumam me amar ou me odiar muito rápido, o que me leva a crer que eu seja intenso. Romântico, um cara apaixonado, e são essas paixões que me inflam de coragem, de ambições. Tenho um coração enorme, quem conhece sabe.

Sou paulistano, de família humilde e batalhadora. Não sou o tipo de cara que teve a faculdade paga pelos pais – nada contra, é só um relato – e nunca tive carro. Mas sou rato de metro e estou satisfeito com isso. Já trabalhei em fábrica de cigarros, segurança de festa, em transportadora e fui livreiro, mas graças a Deus me formei em marketing e trabalho alguns anos com o que amo. Escrita.
Eu leio, assisto e ouço de tudo. Acho que gosto de aprender o tempo todo, e tudo tem algo a nos ensinar, saca? Acho super válido ter outras óticas, perspectivas de outras culturas e pensamentos. Leio daquela Turma da Mônica de formatinho a Friedrich Nietzsche. Ouço do rapper Gerardo ao Mayhem.

Porém a pergunta me força a responder quem são os meus queridinhos, não é? Mas não vou ficar na nona arte, porque minhas inspirações vêm de todo lado, suave? Acredito que minha patotinha fica assim: Dona Magda, minha mãe e a minha noiva Steh abrem a lista com os dois pés na porta. Aí temos Chuck Palahniuk, Seth Rogen, Garth Ennis, Rob Zombie, Lars Von Trier, Charles Bukowski, Quentin Tarantino – não tem como ignorar esse cara – Irvine Welsh, Alan Moore e Steel Panther – sim, você não leu errado, eu coloquei o gênio dos roteiros ao lado de uma banda glam satírica. Não me leve a mal.


2 – Onde surgiu o estalo, a ideia para o Mojica Móveis?

Bruno: Confesso que esta é uma pergunta que gosto tanto que cheguei a colocar nos extras da HQ. Eu botei na cabeça que era hora de realizar um sonho de criança e roteirizar um quadrinho, mas não tinha nada rabiscado para isso (risos). Então veio exatamente esse estalo quando minha mãe pela décima vez, começou a contar para minha noiva a vez que se mudou com o meu pai, ainda muito novos e mobiliaram a casa com móveis usados. Até aí ok, mas ela sempre relata a porra de uma geladeira azul no qual não gelava. E por que não gelava? Ela e meu pai descobriram que tinha um TIRO em seu interior.

Aí ela sempre se pergunta ”o que será que aconteceu ali”, eu acabei rabisquei a minha versão e até brincando um pouco com a fina e interessante linha entre justiça e vingança. Assim que terminei pensei “os móveis presenciam tudo, sempre estão por perto… uou”. E comecei rabiscar outros dois roteiros, sempre batendo em algo, sempre com uma crítica social pesada. E quando vi que poderia falar da temática que mais têm me amedrontado nos últimos anos, que é o “perigo da influência”, não deu outra, falei ”vou amarrar tudo isso aqui”. Beijos mãe, essa porra é da senhora também!

3 – O Mojica Móveis é praticamente uma coletânea dentro de um contexto. Temos um direcionamento, um norte, mas as histórias são dos mais variados estilos. Por que fazer essa “salada visual”?

Bruno: Então cara, acho que isso casou bem por três motivos:

1º – Que até ter o plot sobre o ”perigo da influência”, eu de fato não comecei a escrever os outros contos e muito menos amarrar tudo, porém, a primeira coisa que passou pela minha cabeça foi ”eu poderia colocar vários traços nesse quadrinho”. Então foi um desejo que surgiu.

2º – Quando eu estava orçando preço de página e entrando em contato com os profissionais, vi que a parada é cara. E diferente de muita coletânea no qual você é convidado a participar, mas não recebe por isso, eu fiz questão de pagar cada um dos artistas. Demorou pra cacete, mas fui pagando aos poucos e me orgulho muito disso. A questão nesse segundo ponto é, eu não sou famoso, e queria fazer barulho na primeira obra. Então arrumei um jeito de pôr uma porrada de nomes famosos na capa.

3º – Uma vez ouvi dizer que as cores são a “trilha sonora dos quadrinhos” e como já queria muito fazer paletas – no plural – diferentes, também casou. Esse formato então não só permitiu isso, como municiou eu e minha colorista para tentar algo ainda mais profundo, a dubiedade das histórias.

E isso é um tesão. Ficou foda!

4 – Você é “criado e forjado” no underground musical. Você vivenciou in loco nas cena do hardcore brasileiro. O hardcore vai de músicas de protesto passando por músicas de relacionamento e tal. Como essa fonte ajuda na sua escrita?

Bruno: Isso mesmo, vivenciei bem a cena. Principalmente ao lado dos caras do Dance of Days. Comecei com zines e graças a uma professora de português que me instigou bastante a participar de saraus, escrevi poemas. E pra você ter ideia, meu segundo livro eu compilei poemas e o intitulei de “Doce Desespero”, porque na real é isso. A cena me moldou. Porra sou straight edge até hoje. Carrego esse eco em meus gostos e atitudes. Sou essa mescla mesmo, protesto e paixão, e o leitor pode sempre esperar isso das minhas obras. Roteiros escritos com muito amor e que vão dar porrada em muita coisa que entendo como errada.

5 – Como rolou a escolha dos artistas que participam da obra Mojica Móveis? Já estava pré-determinado ou tu foi conhecendo e escolhendo?

Bruno: Ah, na real eu fiz uma lista com uns 30 caras, até porque não sabia ainda preços, aí tem que bater o roteiro com os caras para ver se rola interesse e se encaixa em suas agendas. Nada é fácil, ainda mais se ninguém nunca ouviu falar sobre você. Eu conhecia o trabalho dos 30, era amigo de uns 10 e 10 era aquele lance de admiração mesmo, por tudo que já se envolveram.

Mas engraçado essa pergunta, porque assim, no Mojica Móveis somos em 12, tirando eu, esses 11 que entraram pro projeto, só 10 vem da lista de 30. Porque um irmão meu, o Caio César, havia acabado de começar um projeto autoral e falou que não rolaria participar, mas me indicou o professor dele, o Rick Troula que topou na hora quando leu o roteiro. Eu e o Rick se tornamos MUITO brothers, o cara é sensacional. Talentoso e super profissional.

6 – É a sua estreia nos quadrinhos, acredito que role um friozinho na barriga, apesar de você já ser um escritor de longa data. Eu li o Mojica Móveis e achei muito bom. Aconteceu uma reciclagem no seu estilo? Tipo, “agora preciso aprender a escrever quadrinhos” Você usou coisas, técnicas inéditas para você ainda?

Bruno: Primeiramente, muito obrigado por topar ler e agradeço também o elogio. Acredito que realmente gostou, se nem tivesse curtido, eu não teria nem sido convidado para estar aqui (risos). Mas retomando a pergunta, eu acho que tento me reciclar o tempo todo. Eu lancei minha primeira obra – em formato de livro – em 2011, de lá pra cá foram 10 livros, 275 poemas, sei lá quantos roteiros para audiovisual e muitos, mas muitos artigos e entrevistas. Eu não paro de escrever graças a Deus! Então eu acho que a reciclagem é parte dessa evolução. Pretendo me reciclar muito ainda, tecnicamente e narrativamente. Testar coisas novas, mas sem deixar de ter a minha assinatura escrota e visceral (risos). Nunca perder a mensagem!

7 – Um pouco sobre você. Sobre desafios. Qual o assunto ou tema que você ainda não escreveu, tem alguma ideia que ainda irá para o papel?

Bruno: Cara, vamos tentar recordar aqui um pouco do que já escrevi: zines com mensagens de protesto e poesia, na literatura comecei com dark fantasy, fui para thrillers policiais, drama e terror. No terror já fiz sobre possessão, gore e tenho até mesmo o meu próprio slasher. Na publicidade e no marketing já escrevi jingles, slogans, e-mails marketing, copys de inbound, artigos com SEO on-page, spots de rádio, materiais ricos como e-books, infográficos e os mais variados roteiros, comerciais, manifestos, curtas e longas. Fora entrevistas no cenário fílmico nacional, artigos e pautas, principalmente para podcasts.

Acho que está faltando roteiro de média metragem, piloto de série, teatro… (risos)! Mas na real, falta escrever muita coisa. Não tenho um full romance ou uma comédia – por mais que sempre trago pitadas ácidas para minhas obras – por exemplo. Mas quem sabe um texto infantil?! Seria um puta desafio gostoso!

8 – Na mesma vibe da pergunta anterior, o que você já escreveu e que até hoje você pensa: “caçarolas, isso poderia ter ficado assim ou assado, poderia ter ficado melhor”?

Bruno: TUDO! Mas eu acredito que um bom escritor deve respeitar o seu tempo. E quando digo tempo, é referente ao o que você sentia na época e a técnica que você usava. Deve ter um respeito por quem você já foi. E tempo também no sentido que você não pode e nem deve ficar masturbando uma obra sem fim. Uma hora ela tem que ir pro mundo. Se você ficar lapidando, lapidando e lapidando, a parada nunca nasce e se esfarela. Somos seres que procuram a perfeição sempre, só que a perfeição basicamente não existe, porque ela é extremamente subjetiva. Então ver algo e querer mudar é normal, só não acho que deve de fato mudar, porque depois de um tempo que você voltar a ler, vai querer mudar de novo. E de novo e por aí vai. Deixa o que já foi escrito, escrito.

9 – O Mojica Móveis tem uma série de nomes talentosos e famosos. Qual foi aquele artista que você não acreditou quando aceitou?

Bruno: Laudo Ferreira. Fácil. Próxima (risos)! Eu lembro que fiz uma lista com esses 30 artistas, no topo da lista vinha o Laudo. Quando entrei em contato com ele, não senti muita firmeza em nossa primeira troca de e-mails, e para minha expectativa estava tudo bem. Eu fui na cara e na coragem, mas com aquela sensação de ”é uma tentativa”, era muito provável de não rolar. Depois que ele leu a obra e elogiou meu roteiro – o que na real me deixou animado pra caralho – fechamos valores e agenda. Mas até de fato ele me mandar a primeira página eu não estava acreditando muito. Porra, é o Laudo!

Ficamos amigos. Trocamos muitos áudios via WhatsApp e aprendo muito com ele até hoje. O cara é um gigante, e falo isso pra ele. Aliás, o chamo de Mestre, né, porque o cara não só tem um conhecimento, uma experiência cavalar e um talento ímpar, como ele compartilha! Isso é para poucos, ter essa maturidade e confiança é para poucos, cara!

Mas se me permite colocar mais um nome dentro dessa resposta, seria o Alexandre Callari. Esse cara me apoiou a dar o pontapé inicial nos meus sonhos de ser escritor, lá em 2011. Um cara que me adicionou no finado Orkut e me ajudou no processo da minha primeira obra em 2012. Tudo isso após nos conhecer em um Zombie Walk. Hoje ele é titânico e não é à toa. Muito disso se deve ao homem que ele é e o coração que possui. Incrível. E porra, quando mandei a obra para ele ler e fiz o convite, ver que ele não só topou, como também elogiou o roteiro, foi uma verdadeira conquista. Então sempre vou chamar o Laudo de “Mestre” e o Alê de “Padrinho”. Tô bem na fita.

10 – Muitas histórias são baseadas em algum acontecimento real. Qual a história que você fez que te fez pensar: “Essa é a minha preferida”.

Bruno: Ah, não saberia responder… não sou de ficar em cima do muro, mas que pergunta filha da puta, cara… eu acho que preferida de quem já leu, está bem dividido, viu? Repercutiu bastante o peso dos contos do colchão, xícara e fogão. O do aquário é o que mais destoa do quadrinho, porque é um sonho meu fazer cenas de ação, e o pessoal também curtiu. E bom, até por isso trouxe o conto da cama de um dos meus antigos livros, porque amo ele e queria ver a parada mais visual.
Tem o final da história principal que puta que me pariu de lado, sem humildade nenhuma, é sensacional. Mas eu acho que tenho um carinho enorme pelo conto da guitarra que é bem autobiográfico e claro, da geladeira que citei anteriormente, uma vez que ele foi o pontapé inicial para o quadrinho nascer.

11 – Existe alguma ideia ainda sendo fermentada para uma expansão do Mojica Móveis? Tipo, por exemplo, um Mojica Autos (sim sério! imagina quantas histórias os carros podem contar)?

Bruno: (RISOS) olha, estou rindo, mas achei foda!! Então, na verdade essa pergunta levanta 2 pontos:

O primeiro é que a loja de móveis usados não é só uma desculpa, faz parte da narrativa. Não deixamos de ser seres ”móveis” e ”usados”, saca? Fora que dentro dessas lojas normalmente é uma bagunça – como relatado na belíssima capa do Dudu – assim como dentro das nossas cabeça. E temos o ”vendedor”, o cara que nos ”influência”. Então é muito mais casado com o plot do que em um primeiro momento.

Segundo que sinceramente quero ter o Mojica Móveis como obra única. Como cartão de apresentação. Daqui quero projetar outras paradas. Porém, formato do Mojica Móveis é tão bem arquitetado – que até foi elogiado pelo Callari – que posso voltar a visitar a loja, com outros clientes, outros móveis, uma vez que são peças únicas e consequentemente terem outras histórias. Posso até mesmo fazer cada conto com outros artistas. Quem sabe um dia eu não volte para dar uma passadinha por lá. Mas uma coisa eu digo, só volto para um segundo volume se de fato, eu tiver uma boa história pra contar como dessa vez.

12 – Eu sempre penso que todo tipo de mídia, seja cinema, música, literatura e óbvio os quadrinhos, têm uma missão de dar algo para acrescentar. Algo para somar, inspirar etc e tal. O que você acha que o Mojica Móveis vai agregar para o leitor?

Bruno: Eu consegui abordar tudo que queria, mesmo se tratando de um quadrinho de gênero.  Acredito que quem ler vai rir, se emocionar, mas principalmente se chocar. Mas não é choque pelo choque, a cada cena de desconforto visceral, tem o seu contexto. Criei o quadrinho para abordar o “perigo da influência”. Espero de coração que as pessoas parem de cair em fake news, comer qualquer merda que os políticos falam, comprar tudo que os influencers usam, pararem de papagaiar o que lê na internet e comecem a pesquisar mais, estudar as coisas, não só para falarem com mais propriedade e segurança, mas de fato forjar um pensamento, uma opinião. Ter o seus próprios raciocínios, gostos e atitudes.

13 – Agora vem a correria da campanha no Catarse; Mas você é um cara do futuro. Seu pensamento está sempre lá na frente. Mas já existe algum plano para o futuro? Uma nova história?

Bruno: Penso. Se Deus quiser – e ele há de querer, porque nós dois somos fechadão – eu vou lançar um quadrinho por ano. NÃO com essa loucura de administrar e liderar um time, mas escolher 1 ou 2 artistas e ir pra cima. Tenho dois argumentos prontos, tô esperando encerrar a campanha no Catarse e mandar o Mojica Móveis para gráfica, que aí sim, vou me sentir a vontade de sentar o rabo, escolher um dos dois e começar o roteiro. Já tenho interessados em rabiscar esse novo quadrinho. E dessa vez será um só de uma capa a outra. Só posso dizer que vai ser mais um trabalho nosso, uma vez que essa pessoa já participa do Mojica Móveis. Vamos ver no que dá. Não sei se vou levar mais para o suspense, mas com certeza será um drama. Aguardem.

Para saber mais sobre a campanha de Mojica Móveis, valores e claro como apoiar, clique AQUI.

 

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Shogum dos Mortos I Novo Quadrinho da Editora Draco está em campanha no Catarse

E se ocorresse um levante de mortos-vivos? Você pensaria: “lá vem mais algum The Walking Dead da vida…”, e se esse levante fosse no Japão Feudal e os zumbis fossem os samurais? Aí a coisa muda de figura né? Pois bem, é sobre isso que trata Shogum dos Mortos – As Sete Faces do Horror, novo quadrinho da Editora Draco que está em campanha de financiamento coletivo no Catarse.

Direto do universo criado, em 2012, pelo polivalente Daniel Werneck, a antologia Shogum dos Mortos – As Sete Faces do Horror, vai trazer para você, querido leitor, os resultados do pacto que um general inescrupuloso fez com a deusa caída Izanami: em troca da vitória de uma guerra, ele condenou todo o seu exército. Agora, sempre que um soldado morre em combate, logo ressuscita como um misto terrível de vampiro e zumbi.

Confira a sinopse abaixo:

“Uma terrível maldição aprisionou grandes samurais entre o mundo dos vivos e dos mortos! Em meio à inevitável putrefação, esses homens e mulheres descobriram que, mesmo em condições cadavéricas, a consciência não abandonou seus corpos… exceto por um shogum com ambições inesgotáveis que o tornaram um ser maligno antes de ser um zumbi”.

 

Com roteiros e criação de Werneck, Shogum dos Mortos tem artes por um grande time composto por: Breno Fonseca, Dattan Monteiro Porto, H’D Rodrigues, Danilo Dias, Heitor Amatsu, Kazuo Miyahara (Space Opera em Quadrinhos) e Hilton P. Rocha (O Despertar de Cthulhu). A capa é de Daniel Bretas (O Despertar de Cthulhu).

Shogum dos Mortos – As Sete Faces do Horror, como dito acima, já está em campanha no Catarse. E para você conferir, recompensas, valores e claro para apoiar, clique AQUI.

A campanha ainda está no ar!