A Image Comics divulgou a capa da edição especial Here’s Negan! a minissérie que conta a origem do maior vilão de The Walking Dead. Os capítulos ainda estão sendo lançados originalmente na revista Image+, uma publicação mensal onde apresenta novidades da editora. Cada mês, uma curta história de somente quatro páginas mostra um pouco sobre o passado de Negan. A história fez tanto sucesso que o projeto inicial, com doze capítulos, foi esticado para mais dezesseis.
A trama mostra quem era Negan antes de eclodir o apocalipse zumbi. Coisas como onde ele trabalhava, quem era a sua esposa, a origem e a primeira vítima de Lucille,primeiros contatos com personagens conhecidos como Dwight, como chegou na liderança dos Salvadores e como adotou métodos brutais no comando do grupo,são contados ao logo da minissérie.
Here’s Negan! tem roteiros do criador de The Walking Dead, Robert Kirkman e desenhos da dupla Charlie Adlard e Cliff Rathburn. O lançamento será no dia 4 de outubro nos Estados Unidos.
Junho será o Pride Month na Image Comics. A editora americana lançará capas variantes em alguns de seus quadrinhos como celebração aos progressos da comunidade LGBTQ. 100% dos ganhos feitos a partir dessas capas variantes serão doados para a Campanha de Direitos Humanos.
“Agradecemos a oportunidade de apoiar a comunidade LGBTQ durante o Mês do Orgulho este ano, em parceria mais uma vez com a Campanha de Direitos Humanos“, afirmou Eric Stephenson, Editor da Image Comics.
“Nunca foi segredo que a Image Comics apoia a liberdade criativa, mas é importante que também deixemos claro que representamos a inclusão, a diversidade e a igualdade, agora mais do que nunca.”, finalizou Stephenson.
Confira as capas variantes temáticas:
As capas do Mês do Orgulho LGBT serão lançadas nos EUA no decorrer de Junho.
A Panini Comics anunciou o lançamento nesse mês de junho do álbum America’s Got Powers, série publicada originalmente pela Image Comics nos EUA. Com roteiro de Jonathan Ross (Turf) e com desenhos de Bryan Hitch (Os Supremos) a obra teve sete edições publicadas entre 2012 e 2013.
A trama conta a história de um estranho cristal que aterrissou em São Francisco, então todo bebê nascido naquele dia ganhou um superpoder. Menos Tommy Watts, também conhecido como Zero. Com uma geração de adolescentes superpoderosos, eles acabam se tornando superstars graças a um reality show onde eles se enfrentam. O caldo todo azeda quando os poderes de Tommy finalmente se manifestam e revelam uma série de acontecimentos piores e mais mortais do que as lutas apresentadas na televisão. O governo Americano tem planos para Timmy e os demais poderosos, mas não contavam que os jovens tivessem seus próprios planos.
Confira abaixo algumas páginas aleatórias de America’s Got Powers:
America’s Got Powers apresenta uma característica não muito diferente que acontece na nossa realidade. Os jovens que são capazes de qualquer coisa para ter o carinho do publico. Mesmo que seja se matarem em um programa de televisão. Com os poderes que tem, poderiam estar no topo da cadeia alimentar, mas são explorados pelo resto da população.
Em um volume que vai reunir as edições de 1 a 7 da série original, America’s Got Powers, tem formato 26 X 14 cm, 2016 páginas, capa dura e o valor de R$ 64,00.
Quando você começa a ler o Projeto Manhattan, pode não reparar, pode ignorar, ou simplesmente, pode não saber que está tendo uma aula de história, ou algo perto disso.
O escritor Jonathan Hickman deita o leitor em uma rede informações reais e nos embala para relaxarmos e curtirmos toda a “licença poética” que a obra apresenta. Com personagens que realmente existiram, sendo que alguns deles nunca se encontraram em vida, o autor molda a divisão do governo americano e apresenta histórias que vão desde combate ao Nazismo, Kamikazes doJapão Feudal, inteligências artificiais, portais de teletransportes, robôs soviéticos e extraterrestres. E incrivelmente tudo acaba fazendo muito sentido.
Antes de tudo, estimado e amigo leitor vigilante, você deve saber que o Projeto Manhattan realmente existiu. O intuito do governo do presidente Franklin D. Roosevelt era que a organização, que no começo se chamava Distrito Manhattan, construísse a primeira Bomba Atômica. E isso aconteceu. O ponto que Hickman brinca muito bem é que: e se a Bomba Atômica foi só uma fachada para uma coisa maior? Seguindo essa premissa, o caldo na panela começa a engrossar.
Em uma incrível mistura entre realidade e imaginário, Hickman, nos apresenta os Torii (aqueles arcos/portões vermelhos típicos no Japão) que são portais mágicos que podem teletransportar pessoas ou até exércitos inteiros, para qualquer lugar do planeta ou fora dele. A fonte de poder dos portais é a força mental de monges budistas. A história se encontra logo após o final da Segunda Guerra Mundial, mas constantemente somos levados a flashbacks de antes ou durante o conflito para a melhor compreensão da narrativa em si. E essas “viagens” ocorrem muitas vezes na mesma página de forma ordenada e de fácil entendimento.
O primeiro número começa quando o físico Robert Oppenheimer, um dos inventores da Bomba H,é recrutado pelo General Leslie Groves (duas figuras que existiram de verdade) para ingressar no Projeto Manhattan. Logo de cara a mistura de ficção e realidade surge, pois sabemos de um irmão gêmeo de Oppenheimer que possui tendências comunistas e hábitos estranhos (não vamos falar para não soltar spoiler). Também temos na equipe Albert Einstein que é taxado como gênio-esquisitão-beberrão, o alemão Werner Von Braun, que na vida real teve um grave problema no braço esquerdo e na HQ tem o mesmo membro mecanizado, Harry Daghlian que morreu depois de sofrer uma irradiação tornou-se uma espécie de “poeira nuclear”, Richard Feynman, Enrico Fermi, entre outros. Todos com suas peculiaridades que tiveram na vida real, e que se transformaram em características criadas pelo escritor. Um grande exemplo é a solução incrível pós-morte que ele dá para o presidente Roosevelt.
A narrativa de Hickman não esconde muito os spoilers, e sempre entrega seja logo de cara ou na mesma edição alguma revelação estrondosa. O que poderia tirar atenção do leitor por já ter sido entregue de bandeja, acaba atiçando a curiosidade para continuar a leitura. E essa visão meio “malucada” é materializada com os desenhos de Nick Pitarra, que antes do Projeto Manhattan, era um artista desconhecido do grande público, mas que já tinha trabalhado com Hickman antes. A arte de Pitarra meio cartunesca, meio crua, impressiona e faz um casamento perfeito com o que a história propõe. Os devaneios de alguns personagens, como as cenas de violência (que não são poucas) e as cenas de ação (que também não são poucas) lembram em alguns momentos os traços, em devidas proporções, de Simon Bisley.
Contudo, o roteiro é o ponto forte de Projeto Manhattan.Jonathan Hickman passa a sensação de que apesar de vários eventos acontecendo, há alguma coisa misteriosa ao fundo, um perigo maior para ser combatido. Algumas pontas às vezes são deixadas soltas em diversos momentos das HQ’s, mas que no futuro elas reaparecem e causam um grande estrago, ou simplesmente acabam se tornando um caminho para outra história. Por manter um mistério e envolver seus personagens tão magistralmente, o leitor fica grudado querendo saber qual o rumo vai tomar. E ao saber que aquelas pessoas realmente existiram, algumas pessoas (como eu por exemplo) acabam pesquisando pelas figuras históricas.
A obra é leitura obrigatória para quem curte quadrinhos e gosta de uma boa produção. O roteiro de Jonathan Hickman envolve, os desenhos de Nick Pitarra são bastante funcionais na história e as cores de Jordie Bellaire são a cereja do bolo. Projeto Manhattan é publicado nos EUA pela Image Comics, e aqui no Brasil é distribuído pela Devir, que lançou o quarto volume recentemente.
Dentro da proposta da HQ, o título original The Manhattan Projects (Os Projetos Manhattan) faz mais sentido devido as diversas equipes trabalhando ao mesmo tempo em diferentes projetos. Aqui no Brasil, a série foi traduzida como Projeto Manhattan.
No site da editora você encontra todos os volumes pelo preço de R$ 49,00, no formato 17 x 26 cm, com 152 páginas coloridas em papel couchê em um acabamento em brochura e laminação brilhante. Você também pode adquirir as edições clicando no banner da Amazon logo abaixo.
Antes de tudo. Aqui, adotarei o termo “complexo” como sendo uma abordagem com diversas facetas de um mesmo personagem, como não existir bem e mal, mas sim algo mais complexo que isso. Um personagem complexo é aquele que está acima da moralidade convencional e foge dos esteriótipos mais comuns. Talvez isso fique mais claro no final do texto. Então, vamos lá!
Mulheres, assim como qualquer ser humano, sempre foram muito complexas e multidimensionais. Porém, nas histórias em quadrinhos, isso nem sempre foi verdade.
Nos últimos anos, a abordagem de personagens femininas vem mudando bastante e se tornando notável pelo crescimento de materiais com mulheres complexas, não só nos quadrinhos, mas em todas as mídias. Nunca antes se discutiu tanto sobre as mulheres e seus papéis na sociedade. É uma das pautas recorrentes do mundo atual.
Nos quadrinhos, cada vez mais personagens femininas vêm ganhando novas facetas e abordagens. Todas as editoras estão em um processo de trazer mais complexidade para as mulheres. Porém, o foco aqui é falar do papel da Image Comics nessa empreitada.
A Image Comics vem crescendo exponencialmente e se tornando uma editora desejada por roteiristas e desenhistas que querem ter mais autonomia em seus trabalhos. Hoje, a editora conta com os maiores nomes da indústria atual de quadrinhos e também com escritores e desenhistas em ascensão, tais como: Brian K. Vaugh, Ed Brubaker, Rick Remender, Kelly Sue Deconnick, Emma Rios, Jeff Lemire, Fiona Staples, Mark Millar, Jonathan Hickman, Brian Azzarello, Jason Aaron, Amy Reeder, Bryan Wood, Cliff Chiang, Marjorie Liu, Kieron Gillen, Jamie McKelvie, Matt Fraction, Chip Zdarsky, entre outros.
Duas das coisas mais elogiadas na Image atual são a importância e o desenvolvimento das personagens femininas nas histórias. Além disso, ainda há um número considerável de mulheres nas equipes criativas dos títulos da editora. Em 2014, 2015 e 2016, a Image foi responsável por trazer mais mulheres para as indicações de prêmios de quadrinhos.
Em relação às personagens femininas da Image, há uma variedade enorme para os variados gostos, por isso citarei só algumas.
Alana
Alana é uma das protagonistas de Saga de Brian K. Vaughan e Fiona Staples. Ela é uma mãe extremamente bad ass que é capaz de tudo para proteger sua família. Sua batalha diária, apesar de envolver elementos de fantasia e ficção científica, parece muito com a de uma mãe real.
Laura Wilson
Laura é a protagonista de The The Wicked + The Divine de Kieron Gillen e Jamie McKelvie. De início, ela parece ser uma personagem problemática sem grande importância. Porém, no decorrer da trama se torna uma personagem complexa e intrigante que é capaz de despertar reações de ódio e admiração com suas atitudes.
Maika Halfwolf
Maika é a protagonista de Monstress de Marjorie Liu e Sana Takeda. Ela é apenas uma sobrevivente de uma guerra de raças que trouxe consequências trágicas a seu povo. No meio do caos, Maika busca respostas sobre seu passado e sobre o monstro sinistro que se hospeda em seu corpo. (Confira a resenha do primeiro arco de Monstress aqui)
O que essas três personagens têm em comum? Todas são multidimensionais e complexas. Elas fogem dos esteriótipos comuns, não representam o mal ou o bem e, muitas vezes, tomam atitudes questionáveis para sobreviver. Alana precisa sobreviver e proteger sua família em um mundo que rejeita seu amor com um homem de outra espécie. Laura está com os dias contados devido a uma regra que permite que ela só viva durante um período curto de tempo, então ela decide se rebelar. Maika tenta sobreviver as consequências de uma guerra que ela não pediu, mas a afetou de diversas formas e, uma particularmente sinistra envolvendo um monstro. São três mulheres com facetas complexas.
Há ainda outras personagens complexas na Image, mas de um jeito diferente, como as Rat Queens, que não tem pudor algum, falam o que querem e agem como querem, ou a Lottie Person de Snotgirl (Garota Catarro), uma blogueira de moda que tem tudo para ser um clichê fútil de celebridade da internet, mas há mais sobre Lottie, muito mais, inclusive uma alergia que a transforma em uma catarrenta.
Saga, Monstress, Paper Girls, The Wicked + The Divine, Tokyo Ghost, Velvet, Bitch Planet, Snotgirl, Rat Queens, Motor Crush, Sex Criminals, Rocket Girl, Southern Bastards, Pretty Deadly, entre outros, são títulos da Image Comics com uma enorme variedade de personagens femininas multidimensionais em que o poder feminino é um grande destaque.
A DC Comics e a Marvel Comics, as duas maiores editoras de quadrinhos, trazem mulheres que são SUPER; heroínas, vilãs e anti-heroínas, e todas com as mais variadas abordagens. Já a Image Comics traz mulheres que são só mulheres, e muitas delas são retratos de mulheres da vida real. Há ainda outras editoras que trazem abordagens diferentes de personagens femininas. Há espaço para todas. O leitor lê o que mais lhe agrada, porque uma coisa é fato: Nunca antes houve uma grande diversidade de mulheres em histórias de quadrinhos como hoje.
Os volumes 1, 2, 3, 4 de Saga de Brian K. Vaughan e Fiona Staples estão disponíveis com desconto na Amazon. Aproveite!
Todos possuem um monstro interior esperando a hora certa para despertar. Nas mãos de Marjorie Liu e Sana Takeda esse monstro existe no sentido literal e lembra muito um kaiju.
Monstress é um dos títulos regulares da Image Comics de maior sucesso. Foi indicado ao Eisner Awards2016 na categoria de Melhor Série Estreante. Recentemente, foi indicado ao Hugo Awards 2017 na categoria Melhor História em Quadrinhos. O roteiro é de Marjorie Liu (X-23 e Viúva Negra: O Nome da Rosa) e a arte é de Sana Takeda (X-23 e Miss Marvel). O primeiro arco chama Awakening (Despertar) e compila as edições #1-6 do título.
Sinopse:
“Em uma Ásia fictícia e mística entre o final do século XIX e início do século XX, uma guerra civil devastou duas raças de seres que viviam em harmonia. Agora, o povo dos Arcânicos é escravizado pelos humanos e usado com extrema crueldade pela ordem das Cumea, que pretendem obter poderes mágicos através do lilium, substância extraída dos arcânicos. Neste enorme contexto – envolvendo sequelas de guerra, política, magia e escravidão – conhecemos Maika, uma jovem que sofreu perdas irreparáveis e foi transformada durante o conflito raças, e agora busca reparação usando métodos extremos.“
Antes de falar sobre a história é preciso conceituar o universo construído por Liu e Takeda.
Em Monstress, toda uma mitologia é criada usando elementos de fantasia e cultura japonesa. Neste mundo existem cinco raças: Gatos, Humanos, Antigos, Arcânicos e Deuses Antigos.
Os Gatos, a raça mais antiga, descendem de Ubasti, a primeira gata.
Os Humanos, que se arrastaram do mar e povoaram a terra. A magia é negada a eles, mas algumas mulheres nascem com um poder que imita o Arcano. As Cumea roubam essas crianças para sua ordem e também massacram arcânicos pelos seus poderes.
Os Antigos, imortais cuja origem é um mistério e não se sabe se descendem das feras ou se as feras descendem deles.
Os Arcânicos, híbridos de humanos e antigos. Poucos se parecem com humanos.
Os Deuses Antigos. Não se sabe muito a respeito desses seres, a não ser que são criaturas destrutivas com poderes imensos. Os poetas acreditam que um dia eles ameaçaram toda a existência, mas foram banidos do mundo, com exceção de um deles, o mais terrível. Um dia ele despertará…
Essa conceituação básica também é feita aos poucos no final de cada edição para que o leitor se ambiente nesse universo.
Awakening (Despertar)serve como uma introdução de todo o universo construído por Marjorie Liu e Sana Takeda. Liu nos apresenta muitos personagens e conceitos próprios desse mundo e Takeda dá identidade visual aos ambientes e personagens.
Como uma típica fantasia épica (Já explorei as dimensões de histórias épicas aqui), a narrativa começa no meio de uma trama maior. Uma série de eventos começa a se desenrolar envolvendo a misteriosa Maika Halfwolf. Além disso, há ainda a sombra de uma guerra passada entre arcânicos e humanos.
Maika é da raça dos arcânicos e faz parte da minoria de seu povo que possui aparência humana. A jovem possui um passado sombrio e vive um presente pior ainda, que envolve um monstro sinistro que vive dentro de si.
Algo bastante notável na trama é o protagonismo de personagens femininas. Elas são líderes, soldados, escravas, cientistas e até divindades. Mal há personagens masculinos na história e os poucos que existem tem papéis menores dentro da trama. Os homens existem e possuem seus papéis na história, mas o protagonismo é das mulheres. O mais interessante de tudo, e grande mérito da roteirista, é que isso soa de forma natural nesse universo.
Talvez um ponto negativo para alguns seja a grande quantidade de informações. Há muitas informações sobre a conceituação do mundo, e isso não é feito de uma vez. A escritora preferiu explicar seu mundo aos poucos. A história começa com uma série de acontecimentos que o leitor só virá a entender algumas coisas quando o arco estiver próximo ao fim. Portanto, é um pouco difícil acompanhar a trama e uma releitura pode ser necessária.
Em relação à arte de Sana Takeda, é possível resumir em: tudo é muito belo. O lápis, as cores, os painéis, a construção do mundo, o design dos personagens e as expressões faciais com influência dos mangas. Tudo é belo. Quando digo que tudo é belo, é tudo mesmo. Takeda transforma toda a conceituação de Marjorie Liu em algo bonito de se ver. A trama pesada e densa de Liu é muito bem retratada pela desenhista. Talvez os melhores momentos da arte sejam as aparições sinistras do monstro de Maika, que são cair o queixo parar para ficar observando.
Monstress é o resultado de quando duas pessoas talentosas se unem para criar um universo grandioso, bonito, representativo, misterioso e empolgante de se acompanhar.
Então, um produto químico caiu no esgoto de Nova York e atingiu quatro tartarugas e um rato… bem, a história você já conhece e não é de hoje. Seja pelo cômico desenho, pelos filmes e os games ancestrais dos anos 90 ou pelo (intragável) seriado, ou pela atual série animada da Nickelodeon, ou até pelos filmes estrelados pela Megan Fox com os mutantes super bombados, as Tartarugas Ninja já estão com mais de 30 anos em seus cascos com idas e vindas, alguns sucessos e algumas derrapadas em diversas mídias. Mas apenas uma mídia se mantém desde a criação dos personagens sendo sempre produzida, apesar dos altos e baixos: os quadrinhos.
Criadas por Kevin Eastman e Peter Laird em 1984, elas surgiram nas páginas da Mirage Comics, editora independente criada pela dupla. As Tartarugas eram uma paródia das obras Demolidor e Ronin de Frank Miller e dos Novos Mutantes da Marvel Comics. Com um tom bem mais sério e sombrio, a publicação original era em preto e branco, e as tartarugas eram bem badass. Havia o ar engraçado que é característico das personagens, mas eles brigavam e machucavam pra valer os bandidos em Nova York. April O’Neil estreou na segunda edição e era uma programadora de informática. Nessa fase conhecemos o Destruidor e o seu Clã do Pé e grande parte do universo das tartarugas. A Mirage Comics publicou a série entre 1984 e 1993. A série bateu em vendas na época grandes títulos da Marvel e da DC Comics, e entrou para a história como a revista independente de maior sucesso até então. Sendo superada anos depois por Spawn.
Com o sucesso dos personagens, logo veio o famoso desenho animado dos anos 90. Acompanhada a ele veio a série infanto-juvenil que era publicada pela Archie Comics, que também produziu tirinhas de jornal, mangás e um encontro com a turma do Archie. Era focado no desenho que catapultou as Tartarugas Ninja para o grande público, principalmente o infantil. Pela Archie Comics as publicações começaram em 1989 e terminaram em 1995. A série principal teve 72 edições nesse período. A Editora Xangri-Lá publicou seis edições dessa fase aqui no Brasil entre os anos de 1989 e 1990.
Em 1996 a Image Comics estava se estabelecendo no mercado dos quadrinhos e foi uma grata surpresa para todos quando foi anunciado que seria a nova casa das Tartarugas Ninja. A equipe criativa era composta por Gary Carlson no roteiro, desenhos de Frank Fosco e a produção de Erik Larsen, criador do Savage Dragon, personagem que os quelônios já encontraram algumas vezes. Contudo, a fase publicada pela Image não foi considerada cânone. Peter Laird, co-criador, não foi envolvido e nem teria aprovado nada que foi publicado, enquanto Kevin Eastman teria participado das artes de algumas edições.
Foram apenas 25 edições publicadas que mostram um ritmo mais rápido, ação intensa, traços que foram característicos na década de 90 e mudanças polêmicas nas tartarugas. Leonardo perdeu uma mão, Raphael teve seu rosto marcado, Splinter se tornou um morcego e Donatello, um cirbogue. Lá pelas tantas (não reclame de spoilers em uma publicação de vinte anos atrás) Raphael assumiu o manto do Destruidor e a liderança do Clã do Pé. O período de publicação pela Image rendeu alguns crossovers com o já citado Savage Dragon, Gen 13 e a participação do especial Mars Attacks Image #1. As Tartarugas Ninja foram produzidas pela editora entre 1996 e 1999.
Em 2003 começou a ser exibido um novo desenho que durou até 2009 produzido pela Mirage Studios e pelo Canal Fox. No Brasil ele foi exibido pela Rede Globo e pelo canal pago Fox Kids/Jetix. A editora Dreamwave produziu as HQ’s baseadas nessa nova série, onde as quatro primeiras edições eram os episódios da TV contados pelo ponto de vista dos personagens secundários. Infelizmente, as HQ’s não tiveram o retorno esperado e foram canceladas após o Nº 7.
Em 2011, a nova toca das tartarugas passou a ser IDW Publishing, onde estão até hoje. A nova série mensal é uma mistura dos quadrinhos originais da Mirage com os desenhos de 1987 e 2003. A IDW começou a recolocar os personagens no circuito dos quadrinhos com one-shots estrelados por cada uma das tartarugas separadamente. O primeiro foi do Raphael. A mistura de saudosismo e renovação agradou e logo depois foram lançadas edições no mesmo formato com o Splinter, Casey Jones, April O’Neil e o Fugitoid. Daqui vieram histórias muito elogiadas pela critica e pelos fãs, como A História Secreta do Clã do Pé, Império Utrom, a fofinha Tartarugas Ninja – Casey e April, a saga Ataque ao Technodrome (onde acontece a queda do Donatello), Mutanimais e mais recentemente foi incluída Jennika, a mais nova Tartaruga. Uma grata surpresa que foi bem aceita pelos fãs (tirando aqueles nerds chatonildos do “mataram minha infância). Saiba mais sobre a origem da Jennika AQUI. A Panini chegou publicar os one-shots aqui no Brasil, seguindo com uma parte da revista mensal, cancelada poucas edições após o início.
Nota curta: A IDW publicou uma história um tanto quanto curiosa. Teenage Mutant Ninja Turtles: Deviations é uma espécie de “O Que Aconteceria se…” que foi muito popular no passado na Marvel Comics e mostrava uma realidade alternativa. Nessa edição nós vemos que quem treinou as Tartarugas foi o Destruidor, e Splinter junta uma equipe para deter o vilão.
Já ocorreram crossovers das tartarugas com alguns personagens, como os Caça-Fantasmas e dois encontros com o Batman, que chegou render uma excelente animação. Outro crossover que aconteceu e rendeu boas críticas e uma boa vendagem, foi com os Power Rangers.Um personagem que as Tartarugas Ninja encontram algumas vezes é o coelho samurai Usagi Yojimbo. Já foram alguns encontros em revistas e nas séries animadas.
No Brasil, além das já citadas Xangri-Lá e Panini, a editora Sampa em 1990 publicou pela primeira vez em terras tupiniquins, a origem das Tartarugas. O Sampa Graphic Album Special – As Tartarugas Ninjas tinha três histórias e diferente dos quadrinhos originais que eram em preto e branco, essa versão era toda colorida. A Ebal também publicou edições que eram mix de quadrinhos e para colorir. A Editora Devir no ano de 2007 publicou um especial encadernado, contendo a origem das Tartarugas.
Muito conhecidas sejam pelos desenhos animados, filmes, animações e games, as Tartarugas Ninja possuem uma grande e respeitada história no mundo dos quadrinhos. Vale a pena correr atrás e ler algumas coisas (até a fase da Image Comics), embora não seja muito fácil encontrar tais materiais (online tem algumas coisas); e o jeito é torcer para que alguma editora possa lançar algum encadernado ou nova revista no Brasil. E quando isso acontecer… Vamos pedir uma pizza para comemorar!
ATUALIZAÇÃO: PODEM PEDIR A PIZZA! A editora Pipoca & Nanquim anunciou que as Tartarugas Ninja estão de volta às terras brasileiras! O link para a compra está abaixo.
Em comemoração aos 25 anos do Spawn e da Image Comics, uma série de capas variantes vão estampar as HQ’s da editora em homenagem ao Soldado do Inferno durante todo o mês de maio. Confira na galeria abaixo:
Greg Hinkle, Kaare Kyle Andrews, Jim Mahfood, David Finch, Jerome Opena, Sjepan Sejic e Chris Samnee são alguns dos artistas criadores das capas. Em maio será lançada Spawn #1 25th Anniversary Director’s Cut uma edição comemorativa que é escrita por Todd McFarlane, que também fará a arte e as capas serão de Ashley Wood e Clayton Crain.
O personagem criado por Todd McFarlane em 1992 caiu no gosto dos leitores rapidamente e se tornou um dos títulos mais rentáveis da Image Comics desde a sua fundação. De lá pra cá foram lançados um filme, uma série animada no canal HBO e vários games. Nos quadrinhos diversos roteiristas conceituados como Frank Miller, Alan Moore e Neil Gaiman já trabalharam em aventuras do Spawn.
A elogiada minissérie Torso de Brian Michael Bendis e Marc Andreyko vai ser adaptada para os cinemas pelas mãos do diretor Paul Greengrass (Jason Bourne). O roteiro foi escrito por Brian Helgeland (Los Angeles – Cidade Proibida), e o próprio Greengrass vai cuidar da produção. Bendis e Andreyko serão produtores executivos. A adaptação vai se chamar Ness. Por conta do famoso Elliot Ness, conhecido na história como o homem que prendeu Al Capone, e caçou o assassino por anos.
Originalmente publicada pela Image Comics em 1998 e mais tarde republicada pelo Marvel-Icon, Torso é baseada na história real de um serial killer que agia em Cleveland, nos Estados Unidos, entre os anos de 1934 e 1938. Ele foi responsável por 12 crimes e foi caçado pelo consagrado Elliot Ness. O criminoso era chamado de Assassino dos Torsos, porque essa era única parte dos corpos das vitimas encontradas pela policia. Confira algumas páginas na galeria abaixo:
Torso tem um clima noir em suas páginas em preto e branco e é permeada de artigos da época do crime, trazendo uma retratação bem próxima ao que realmente aconteceu. Além disso, Bendis usa fotos para retratar com maior fidelidade a Cleveland do final dos anos 30. É usado um efeito de zoom em retícula para a abertura e fechamento dos capítulos, que causa uma sensação de quanto Elliot Ness está se aproximando ou se distanciando do assassino. Outro artifício é a narrativa em espirais. Os quadros vão girando na página e é necessário que você vire a HQ para acompanhar, o que retrata o quanto perdido o protagonista se encontra na investigação.
Não é a primeira tentativa de adaptação para o cinema, o projeto já passou por David Fincher (Garota Exemplar) e David Lowery (Meu Amigo Dragão). Ness ainda não tem data de lançamento e nem elenco escalado.
Nem Marvel, e nem DC. Foi da Boom! Studios a HQ mais vendida nos EUA. A editora surpreendeu e colocou no topo das mais vendidas a primeira edição do crossover de Big Trouble in Little China/Escape from New York. O título é uma junção entre os dois filmes clássicos dos anos 80: Os Aventureiros do Bairro Proibido e Fuga de Nova York, ambos dirigidos por JohnCarpenter e estrelados por Kurt Russel.
Veja as capas variantes e algumas páginas de Big Trouble in Little China/Escape from New York:
O resultado foi muito influenciado pelo serviço de assinatura, chamado de Loot Crate, que a editora Boom! Studios tem com seus parceiros. A HQ entrou no Box de outubro e a base do Loot Crate tem em volta de meio milhão de assinantes, acabou elevando os números da publicação.
Vale ressaltar que Big Trouble in Little China/Escape from New York só levou a Boom! Studios ao primeiro lugar no ranking de HQ mais vendida. No das editoras, ela ficou em quarto lugar, atrás da Image Comics. A Marvel Comics que perdeu nas vendas para a DC Comics entre os meses de julho e setembro voltou a ser a editora mais vendida.
Top das editoras mais vendidas em outubro nos EUA:
Marvel Comics – 36,5%
DC Comics – 34,7%
Image Comics – 8,8%
Boom! Studios – 5,5%
A liderança da Marvel foi muito impulsionada pelas estreias de Champions #1 e Doctor Strange and the Sorcerers Supreme #1 (esta última ganhou força com a estreia do filme do Dr. Estranho). Na DC Comics, o Batman de Tom King emplacou duas edições entre o top 10 (lembrando que a HQ do Homem Morcego é quinzenal) ficou na frente da saga Civil War II. E a Image sempre indo bem com o arrasa-quarteirão The Walking Dead.
Mas uma polêmica surgiu hoje sobre as vendas de outubro, segundo o site Cosmicbooknews.com a Casa das Ideias teria manipulado os números das vendas. Segundo o site, a editora contabilizou a HQ Champions foi contabilizada as vendas em escolas através do “Scholastic Book Clubs”, os clubes escolares de leituras, e colocou várias primeiras edições do seu novo título em “caixas de surpresas Geek”. E não somente as vendidas nas lojas.
Top das HQ’S mais vendidas em outubro:
Big Trouble in Little China/Escape from New York #1
Champions #1
Doctor Strange and the Sorcerers Supreme #1
Dark Knight III: The Master Race #6
Batman #8
Batman #9
Civil War II #6
Darth Vader #25
All-Star Batman #3
The Walking Dead #159
Na batalha das editoras, quem ganha somos nós leitores de quadrinhos. Pois quanto mais acirrada, maior qualidade nos produtos as editoras irão buscar. Então aproveitem e leiam e vamos usufruir de tudo.