Todos os elementos que se esperava que um jogo com temática nórdica, estão presentes em Valheim. As asas de um corvo negro te fazem viajar para um antigo novo mundo, para os olhos de uns, épico, para outros melancólico. Os sons das gotas de chuva pesada, acompanhadas dos trovões e relâmpagos enchem os ouvidos dos viajantes e a mente dos mais receosos. Todo esse ambiente trás consigo uma sensação de mistério e novidade, ao mesmo tempo que nós remete a velhas histórias que nos fazem sentir em casa. Seja bem-vindo a Valheim.
Valheim oferece uma mecânica leve, com mistura de exploração com elementos de RPG, com auxílio de um mundo aberto considerável, e que, diferente da maioria dos mundos abertos, este parece ser bem mais “clean”, mostrando o que deve ser mostrado, as vezes parecendo um jogo “nos trilhos”, ou seja, a dose certa de liberdade para o jogador.
Você chega ao mundo encarregado de uma tarefa dada por Odin. Melhor não desobedecer! A missão é livrar Valheim de criaturas terríveis que assombram o reino, e nem mesmo os deuses estão dispostos a enfrentar. Para incentivar que você o faça, o jogo lhe fornece ferramentas para criar armaduras, para melhorar habitações a medida que as criaturas são derrotadas. Mas tudo isso acontece de forma natural, e tudo parece girar para que o melhor final aconteça. O mundo possui biomas específicos, como pradarias, florestas, pântanos, cada um com sua característica própria e muito próxima da realidade, o que acaba nos aproximando da experiência do jogo. Além das criaturas estarem presentes nesses biomas, tão naturais, que parecem que estamos dentro de um documentário do NatGeo Nórdico.
E como já falei, a progressão depende das criaturas derrotadas, mas tudo acontece de forma costumeira, que você acaba esquecendo desse detalhe. Para realizar certas escavações, onde será encontrado um minério especial, capaz de derrotar uma dessas criaturas, mas para esta escavação é necessário uma ferramenta, que só é produzida com um certo material extraído de uma outra criatura. Entendeu? Bem simples. Progredir sem armadura é quase um suicídio, assim como estar com armas desatualizadas em certas áreas.
Quando falo a respeito da progressão, estou focando apenas na gameplay e avanço da história. Caso esse não seja o seu objetivo, não tem problema. Valheim permite que você apenas explore o mundo da sua maneira, no seu ritmo. O que não irá impedir das criaturas te encontrarem e te atacarem, na melhor das hipóteses é melhor estar preparado.
Como um bom jogo de mundo aberto, há aqueles momentos de contemplação, tanto para com o jogo, quando para os desenvolvedores. Cada minuto que você passa encarando paisagens dentro de um jogo como Valheim , é como um pedido de agradecimento a todos os profissionais que estiveram trabalhando para aquilo está lindo do jeito que está. Uma sensação de felicidade por estar sozinho contemplando o que o jogo tem de melhor para te oferecer.
Valheim é um daqueles jogos cometas, aparecem para o público de tempos em tempos, eles não sabem que querem ver, mas sabem que vai ser lindo. Como anteriormente dito, mesmo que você opte por não estar envolvido 100% com a história e objetivo central da trama, é quase impossível que em algum momento você não se envolva com ela. Embora possa parecer que o jogo te da essa opção, ele na verdade te entrega uma falsa sensação de liberdade, fazendo o mundo aberto se desmoronar, não oferecendo maneiras de contornar esta situação. No final das contas você deve fazer o que você foi incumbido de fazer.
É a combinação de elementos já conhecidos, com algumas concepções atualizadas de determinados conceitos que tornam Valheim uma experiência tão agradável, na qual estar presente nesse mundo por muitas horas, não se configura em perda de tempo.
OURO – RECOMENDÁVEL