We didn’t start the fire. It was always burning since the world’s been turning.
The Boys teve sua primeira temporada lançada ano passado e foi uma grande surpresa, tanto para quem conhecia os quadrinhos como para quem não conhecia – o lançamento, inclusive, fez com que as pessoas procurassem as HQ’s. Mês passado a Amazon Prime começou a exibir o segundo ano da série de forma semanal, ou seja, um episódio por semana após ter lançado três no mesmo dia. Acabou que a segunda temporada terminou recentemente e conseguiu ser melhor que sua antecessora, apresentando mais violência, mais sangue, mais insanidade e aumentando sua sátira a respeito das produções atuais do gênero.
O segundo ano da série começa do ponto de onde o primeiro terminou, Billy Bruto (Karl Urban) está desaparecido após encontrar sua esposa e o filho dela com Capitão Pátria (Antony Starr). Enquanto isso, Hughie está escondido com o restante do grupo e enquanto Bruto não retorna, eles procuram formas para acabar com a Vaught. No outro lado da moeda, Tempesta (Aya Cash) entra para o grupo dos Sete no lugar do falecido Translúcido e começa uma reviravolta na equipe.
Inicialmente a série apresenta uma sátira cirúrgica sobre os filmes atuais de super-heróis, mostrando uma produção da Vaught para os Sete intitulada ‘The Dawn of the Seven’ e em torno disso aborda diversos outros temas na mesma fórmula utilizando a medida certa para cada elemento. Porém, depois de alguns episódios, a série muda seu foco para a história e, enquanto o ano anterior focava mais na Luz-Estrela (Erin Moriarty), no Bruto e em Hughie, a segunda temporada decidiu explorar o desenvolvimento dos outros personagens: Kimiko (Karen Fukuhara) , Francês (Tomer Kapon) e Leitinho (Laz Alonso) ganham mais espaço na trama e mais desenvolvimento para suas respectivas histórias e personalidades. Isso, sem deixar de lado os já citados anteriormente.
De qualquer forma, Antony Starr rouba a cena com sua excelente atuação como Capitão Pátria na maioria dos episódios e, em especial, no episódio final. Aya Cash se apresenta como uma excelente adição a série como Tempesta e sua trama carrega a temporada – por um lado, isso é ruim pois deixa algumas tramas secundárias de lado, por outro, dá espaço para desenvolvê-las de forma adequada nos anos seguintes. O interessante é ver como a sua trama é construída de forma gradual e objetiva, fazendo uma grande crítica a respeito do infeliz mundo atual que vivemos, cercado de intolerância e xenofobia mascarados em opiniões de pessoas influentes. O roteiro da segunda temporada está excepcional e prova que a série tem muito o que oferecer ainda.
Infelizmente nem tudo é perfeito: ao longo da temporada, a série apresentou alguns deslizes e falhou em alguns momentos, enquanto o último episódio da série acabou sendo corrido em diversos pontos e abriu mão do desenvolvimento para concluir logo o ano – de forma rápida e brusca. De qualquer forma, os defeitos são poucos se comparados com todas as qualidades que a segunda temporada de The Boys mostrou.
Então, é bom?
A segunda temporada de The Boys superou a sua antecessora em diversos aspectos, tanto técnicos como de narrativa. Entretanto, apresentou algumas tramas secundárias que não prendem o telespectador enquanto outras são soltas no decorrer da temporada. Além disso essa temporada apresentou também uma conclusão rápida, como se tivesse sido feito às pressas. Por mais que tenha deixado um gancho interessante para o ano seguinte, senti falta de um maior desenvolvimento na narrativa de seu último episódio – poderia ter tido mais tempo de exibição ou apenas mais um episódio para concluir de forma adequada. Enfim, o segundo ano de The Boys foi muito bom e mal posso esperar para sua continuação.
Nota: 4.5/5