Posso começar esse texto dizendo que sempre tive uma ideia quase que utópica de felicidade – e a palavra “estabilidade” foi predominante no meu conceito. Nós nascemos, crescemos um pouco, entramos na escola. Estudamos. Crescemos um pouco mais, nos formamos. Trabalhamos, e trabalhamos bastante. Se ousarmos escapar mesmo que de forma sutil dessa linha imaginariamente consensual, sofremos o risco do arrependimento ou até mesmo do medo de não estarmos seguindo o que se considera o mais aceitável. Mas… é só isso então? A vida é um corredor estático e segue apenas uma direção? O descobrimento de nossas próprias indagações não estaria entrelaçado unicamente à nós mesmos?
Ok, admito que essa foi uma introdução longa, mas no decorrer do texto vocês vão entender onde eu quero chegar.
Lançado em 1995, Golden Boy é um anime de 6 episódios, produzido pela Shueisha em conjunto com a KSS. Baseado no mangá de mesmo nome, o criador Tatsuya Egawa nos apresenta à jornada do jovem Oe Kintaro, um rapaz de 25 anos que optou por “largar tudo” e viajar com sua fiel bicicleta pelo Japão. Kintaro decidiu que iria aprender sobre a vida, percorrendo seu país não em busca de si mesmo, mas em busca de um aprendizado que só poderia ser conquistado através de uma vivência única.
Ao longo dos 6 episódios, vemos o personagem passar de cidade em cidade, de trabalho em trabalho, sempre buscando aprender o máximo que pode no lugar em que se encontra. O desapego que Kintaro tem com relação ao que a maioria considera como essencial é o que permeia toda a essência do anime, nos mostrando como a alegria pode ser encontrada nas menores e mais simples coisas.
No primeiro episódio, o jovem acaba conseguindo um emprego como faxineiro de uma empresa de informática comandada por mulheres. Mesmo ocupando uma função “simples” e que nada tinha a ver com a computação, Kintaro está sempre com um caderno em mãos, anotando tudo que as suas chefes lhe dizem e até mesmo tudo que elas falam entre si sobre programação e tecnologia. O ânimo em absorver o que o atual momento lhe proporciona é inclusive reparado pelas moças, que veem no jovem uma curiosidade excepcional.
Numa noite, ao estar sozinho no trabalho após o expediente, Kintaro vê um dos computadores ligados, e, numa falha tentativa de poupar energia e ajudar a natureza, desliga o aparelho. O ato ecológico, no entanto, acaba por jogar fora todo o trabalho de meses da empresa, que estava desenvolvendo um programa de computador para um exigente cliente. Perdendo o emprego, Kintaro sente que precisa, de alguma forma, compensar o erro e ajudar as mulheres, começando então a ele mesmo desenvolver o programa que havia deletado. Consultando suas próprias anotações do seu tempo na empresa e mais diversos livros, o jovem consegue criar do zero um software ainda melhor do que o deletado, entregando o arquivo na empresa com um pedido de desculpas e agradecendo por todos os ensinamentos que teve.
Ao perceberem o resultado e o talento de Kintaro, as empresárias procuram pelo jovem, que já havia subido em sua bicicleta e partido rumo à uma nova aventura. O rapaz sente que sua função ali já foi cumprida, que aprendeu o que podia e que conseguiu, de alguma forma, ajudar as pessoas que conheceu.
Em outro momento, vemos Kintaro agora trabalhando em um restaurante de massas artesanais. Morando provisoriamente em um quarto na casa dos proprietários, Oe fala que vai partir assim que o braço do responsável melhorar e o mesmo já puder preparar os pratos sem dificuldades. No decorrer desse tempo, percebemos como o jovem se importa com a família que o contratou – e o acolheu -, dando duro no trabalho, ajudando no que precisa e, o mais importante: vemos como ele está feliz em estar ali.
Sabemos – nós expectadores e a família do restaurante – que a estadia de Kintaro é passageira; sabemos que ele seguirá seu caminho e que as pessoas que ele conhecerá não embarcarão na mesma jornada. Entretanto, mesmo tendo ciência desses fatos, sentimos quando a despedida acontece. Novamente, ao sentir que ali cumpriu sua missão, Kintaro parte, carregando consigo a experiência que adquiriu e os laços que criou.
Kintaro nos faz refletir sobre nossos próprios conceitos de felicidade e aprendizado, nos ensinando (mesmo sendo ele quem está buscando aprender) a olharmos para as oportunidades como uma nova forma de encarar a vida. Percebemos como muitas pessoas irão passar pelos caminhos de Oe e que, mesmo que elas não permaneçam, suas marcas serão eternas. A solidão de constantes separações acaba sendo compensada pelas belas paisagens que conhece, pelos lugares que visita e pelos encontros que essa incrível jornada lhe proporciona. E, uma coisa eu posso afirmar: Kintaro é feliz. Kintaro leva a felicidade aonde vai, e, do seu jeito, transforma a vida de quem cruza seu caminho, nos mostrando que parte da trajetória também é a partida.
Mesmo sendo um anime ecchi, com cenas de insinuação sexual e até mesmo nudez, Golden Boy consegue empregar a sexualidade de uma forma eficaz, sendo coerente com a narrativa, mesmo que as vezes acabe pesando um pouco na dose. Cabe ressaltar que, por ser uma produção de mais de 20 anos atrás, temos muitos conceitos e entendimentos da época, fazendo com que algumas cenas e piadas se tornem “datadas”. A animação é muito bem feita e produzida, tendo o estilo único que os anos 90 proporcionaram para os padrões estéticos e de traçado. Recomendo essa obra, do fundo do meu coração, não somente aos amantes de animações japonesas, mas à todos que procuram uma trama diferenciada quanto à mensagem que traz. O anime pode ser encontrado na Crunchyroll, clicando AQUI.
PS: se te der vontade de pegar uma bicicleta e sair pelo mundo… não esqueça: a vida é boa e merece ser vivida todos os dias.
Samurai Shodown está disponível no PC, mesmo com uma chegada não tão imponente quanto sua reentrada nos consoles, ele oferece os mesmos confrontos metódicos que os fãs desfrutavam, além de seus contadores punitivos.
Samurai Shodown, é uma série de jogos de luta da SNK, baseada em espadas, jatos de sangue e uma atmosfera tensa. Esses elementos chegaram ao PC através da Epic Games Store, com quase um ano de diferença entre o lançamento no console. E não espere que este tempo de espera fez o jogo ganhar aprimoramentos, este é exatamente o mesmo Samurai Shodown que já havíamos recebido nas outras plataformas, mas com todos os seus DLCs incluídos. Mas é impressionante que mesmo o jogo possuindo a mesma jogabilidade apresentada no console, ele é um ótimo jogo para PC, infelizmente esperamos quase um ano para descobrir isto.
O Samurai Shodown original encantou o público nos anos 90, e sempre atraiu olhares por sua dificuldade aceitavelmente razoável, além de todo o cenário que remete ao Japão Feudal. Os personagens são um tanto quanto inflexíveis, e alguns erros básicos podem custar sua derrota na partida. Aqui somos apresentados a uma gama pequena de personagens, são 24 ao todo, contando com a DLC, e emprega quatro ataques com os botões principais, além de possuírem movimentos especiais, que são relativamente fáceis de executar durante os duelos. Samurai Shodown mostra que os jogos de luta não precisam se concentrar em espetáculos confusos de impactos durante as batalhas, o jogador precisa compreender o que está sendo realizado na tela, para poder criar estratégias contra seu adversário.
Samurai Shodown tem um ritmo de jogo mais antigo, se diferenciando dos visuais agitados e pouco compreensíveis dos jogos atuais, como dito anteriormente. As lutas podem até ser rápidas, isso vai depender dos personagens escolhidos, mas, em sua grande maioria as lutas são bem mais consistentes e cautelosas. O foco em Samurai Shodown é a punição do adversário, o jogo concentra suas energias para fazer com que o jogador foque em sua defesa e crie uma estratégia que vença o adversário, assim como roteiro de cenas de lutas orientais nos cinemas. Ao golpear o adversário é necessário um cuidado ainda maior, pois não é muito comum encaixar um combo muito poderoso como em outros jogos do gênero, além de ser o momento ideal para um contra ataque, pois você estará com todas as suas guardas baixas, e caso o adversário entenda como funciona esta brecha, você certamente será punido.
Samurai Shodown possui uma curva de aprendizagem muito baixa, ele é bem simples de ser compreendido, mas para os mais experientes, ele não é chato, apresentando alguns elementos que podem encaixar com uma técnica mais avançada de gameplay. Apesar de ser um jogo baseado na defesa, Samurai Shodown não permite que você se esconda em entre um muro, já que há movimentos capazes de quebrar sua postura defensiva, deixando o inimigo momentaneamente aberto para receber um ataque.
Infelizmente, Samurai Shodown sofre com seu tempos de carregamento. No PC, não importa qual o status de seu hardware, entre Menus, sua tela irá travar uma disputa impossível de ganhar contra o tempo.
VEREDITO:
Samurai Shodown pode ter sido deixado de lado desde seu lançamento para consoles, mas este retorno ao mercado pode trazer de volta alguns jogadores, e fãs de jogos de luta, para o game. É um gênero que sempre evolui, porém para alguns, estas evoluções acabam com a experiencia de um verdadeiro jogo de luta. Samurai Shodown reergue seus pilares e traz uma vivência difícil de enxergar em jogos das atuais gerações.
PONTOS POSITIVOS:
Combates estratégicos.
Estilo de arte japonês, bastante atraente.
PONTOS NEGATIVOS:
Carregamento longos.
Personagens com pouco acabamento final.
A diferença de tempo entre os lançamentos no console e PC.
PRATA – CONSIDERÁVEL
Agradecimentos à SNK pelo envio do código. A nossa review feita no XONE pode ser encontrada aqui.
Samurai Shodown já está disponível para PS4, Xbox One, Nintendo Switch e PC.
Começarei a postagem de hoje com uma adivinhação. Confiem em mim, eu treinei tarô com o Abdul, aprendi a ler as águas com os Jinyu e sei consultar uma bola de cristal do jeito que a Sabrina me ensinou. Depois de consultar as estrelas, elas me disseram que “japonês é um povo estranho“.
O tema da abertura das Primeiras Impressões de 2017 é justamente a adivinhação. Baseado num mangá 4-koma com início de publicação em 2014, cujo autor possui apenas dois one-shots antes desta (que, inclusive, também fez todas as ilustrações presentes nesse post. Dê uma passada no Twitter dele!), temos um anime que envolve magia, misticismo, fé e tudo isso junto sem levar nada disso a sério.
Se você lembra das minhas primeiras impressões sobre New Game!, então não tenho muito o que acrescentar aqui. Urara Meirochou segue a exata mesma fórmula que o seu colega da editora Houbunsha: pegue uma ambientação qualquer que não seja demasiadamente comum, encha com o maior número possível de garotinhas bonitinhas, dê uma desculpa convincente para o fato de haver zero presença masculina no elenco, e as faça fazer coisinhas bonitinhas ligeiramente relacionadas à ambientação pré-determinada.
E neste aspecto, eu diria que Urara possui a vantagem sobre seu antecessor. Embora o objetivo de ambas as obras sempre tenham sido o de mostrar o dia-a-dia de garotinhas fazendo garotinhagens, muita gente foi atrás de New Game! buscando um documentário sobre a Indústria de Jogos Japonesa, algo próximo a Shirobako, e acabaram se decepcionando e descontando a frustração desse engano em suas opiniões sobre o show. Mas não há como esperar um “retrato realístico” quando a ambientação é a de uma cidade mágica onde garotas mágicas fazem magia. Eu torço para que ninguém espere, pelo menos.
Quem escolhe assistir Urara sabe exatamente o que está em suas mãos. A pessoa que decide dar uma chance para o show sabe que vai encontrar garotinhas fofinhas fazendo coisas fofinhas com um pouco de história no plano de fundo. Isso já garante que, embora menos pessoas deem uma chance para a série, as que derem muito provavelmente vão gostar do que verão.
Como qualquer obra desse gênero, Urara é completamente dependente de suas personagens. A série se baseia nelas para manter o espectador interessado. Não é um show que te prende pela história. Apesar de existir sim uma história, ela é fraca, comum e principalmente, previsível. Qualquer um, ao final do episódio dois, consegue prever como será o desfecho dessa trama. Não é surpresa pra ninguém como as coisas vão se desenvolver.
Só que isso se resolve facilmente com o seu elenco. Como já dito, Urara se sobressai como obra por conter personagens carismáticos, com designs cativantes e bem chamativos, ótimo trabalho de dublagem e uma animação fluida que dá vida ao espaço detalhado em que elas se encontram. A própria essência das personagens e os métodos que elas escolheram para realizar as adivinhações já contam muito sobre elas, e essas diferenças interagindo entre si são o brilho do anime. Esse argumento vai ao extremo quando analisamos a protagonista, Chiya: ela foi criada e passou toda a vida nas montanhas, cercada apenas por animais e uma única companheira humana. Isso faz com que tudo seja desconhecido, qualquer acontecimento seja novo e traga uma nova experiência para Chiya. Até mesmo a mais banal das informações serve como mote de não apenas piadas, mas crescimento da personagem.
Apesar de conter um pouco de algo que, forçando a barra, poderia ser chamado de “fanservice” no primeiro episódio, ele pareceu funcionar de forma muito mais natural do que, por exemplo, em New Game!. Lá, dedicarem um episódio inteiro para as personagens irem fazer um check-up pareceu uma simples desculpa esfarrapada para mostrar pele que normalmente não aparece, assim como aquela vez que elas decidiram tomar banho juntas. Já em Urara, todo o foco nessa área acontece por conta da criação animalesca de Chiya, e ajuda a construir a personalidade e comportamento da garota.
Um ponto negativo que eu poderia levantar seria a OST: alguns minutos depois de assistir dois episódios em sequência, parei para conversar sobre o anime e reparei que não conseguia me lembrar de uma única música que tivesse tocado ao longo dos 45 minutos de exibição. Nem abertura, nem encerramento, nem músicas de fundo, nada. Simplesmente não deixou nenhum impacto em mim. Tenho certeza que a OST está lá, e que ajuda a construir uma ambientação para cada cena, mas não é nada memorável.
Consegui dar umas boas risadas e gostei bastante das interações mais “sérias” que ocorreram. Definitivamente um show que acompanharei e recomendaria a qualquer um que tenha gostado de New Game!, ou se encontre interessado em garotinhas bonitinhas fazendo garotinhagens com um background levemente influenciador (e acredite em mim, obras desse gênero não são poucas). Um bom começo, onde deixo com 6/10 com grande potencial para ambos os lados.
O show não possuistream oficial em português, mas pode ser encontrado em inglês no Anime Network.
Hoje, nesse domingo, 10 de abril, a Marvel Entertainment do Japão divulgou durante o mais novo spot internacional do filme Capitão América Guerra Civil. O novo clipe conta com o Homem-Aranha correndo na cena do aeroporto e o tema nipônico da produção da banda de J-Pop, Exile Atushi, com a música Itsuka kitto. Confira o vídeo divulgado na galeria de reprodução abaixo.
Capitão América Guerra Civil tem em seu elenco: Scarlett Johansson (Natasha Romanoff/Viúva Negra), Elizabeth Olsen (Wanda Maximoff/Feiticeira Escarlate), Chris Evans (Steve Rogers/Capitão América), Robert Downey Jr. (Tony Stark/Homem de Ferro), Sebastian Stan (Bucky Barnes/Soldado Invernal), Paul Bettany (Visão), Paul Rudd (Scott Lang/Homem-Formiga), Emily VanCamp (Sharon Carter/Agente 13), Marisa Tomei (Tia May) e Tom Holland (Peter Parker/Homem-Aranha). O filme estreia nos cinemas no dia 28 de abril.
Divulgada hoje, a nova prévia do live-action de Terra Formars mostra um pouco mais do visual e movimentação de uma barata no filme. Confira abaixo:
Mangá escrito por Yuu Sasuga e ilustrado por Kenichi Tachibana, Terra Formars narra a batalha da humanidade contra baratas gigantes marcianas. Ainda no século XXI a humanidade, com tantos problemas ambientais ocorrendo na Terra, decidiu que era a hora de começar os planos para mudar a população para Marte no futuro, algo que não era possível devido à característica gélida do planeta vermelho.
Para transformar esse planeta congelado em um ambiente habitável por humanos, dois tipos de organismos foram lançados em sua superfície. Primeiro, uma espécie modificada de alga, baseada em rochas fósseis, conhecidas como “estromatólitos”. Em seguida, um inseto da superordem dos Dictyoptera, que se alimentaria dessa alga e que possui um grande poder de reprodução, popularmente conhecido como barata.
Depois de 500 anos, a primeira expedição tripulada aterrissou em Marte com a missão de analisar a situação do planeta. Mas algo dá errado e todos os astronautas desaparecem misteriosamente, não sem antes enviar uma mensagem para o centro de comando da missão. O ponto de partida de Terra Formars é exatamente o envio da segunda expedição tripulada a Marte, em princípio para a mesma missão da nave anterior, mas o que eles encontrarão por lá poderá acabar com os planos dos cientistas e a paz na Terra. Esta segunda missão recebeu o nome BUGS-2, e será o foco do filme. No mangá, a viagem da BUGS-2 à Marte é mostrada do começo ao fim em um único volume (o primeiro).
O mangá é publicado no Japão na revista Young Jump desde 2011. No Brasil, a Editora JBC começou a publicá-lo em julho de 2015.
As baratas gigantes de Marte chegarão aos cinemas japoneses dia 29 de Abril de 2016.
Japonês é um povo estranho, assim como sua programação na TV. Dividindo seu ano em quatro temporadas (e batizando-as com as respectivas estações do ano onde elas acontecem), as séries são alocadas em bloquinhos e se encaixam igual Tetris.
Isso significa que a maioria das séries estão sempre no mesmo número de episódios, numa determinada época. E em dezembro, a maioria dos animes que estrearam em outubro (na famigerada temporada de outono) já passaram de sua metade, e estão caminhando para seu final.
Isso também significa que é um ótimo momento para que pessoas que acham que tem algum conhecimento escrevam textos sem noção nenhuma falando sobre opiniões pessoais de desenhos que ainda estão inacabados. E é ai que eu entro.
Vamos fazer um geralzão na temporada de outubro, comentando como que estão os shows até então, dando dicas e recomendações (daquelas positivas e daquelas negativas) para que você, que pegou o bonde andando, possa ter uma noção de o que poderia assistir.
Lembrando que séries que são continuações não aparecerão. E que as imagens ilustrativas são, muitas vezes, bem enganadoras.
Comet Lucifer é o primeiro por nenhum motivo além de ordem alfabética. Não há nenhuma razão especial para estar no topo.
Você conhece alguma história que é tão confusa, com um desenvolvimento e consistência tão mal-elaborados, que os próprios personagens não são capazes de agir como um ser humano normal devia? Bem, agora conhece.
Usar do mistério para criar um clima bacana na história é normal. Diversos autores usam disso e se saem muito bem. Inclusive é um dos pontos fortes que eu cito sobre Gangsta. O problema é quando o mistério é grande demais e mantido por tempo demais.
Não há nenhuma, absolutamente nenhuma explicação de o que diabos está acontecendo na história. Sabemos que tem uma guria que está sendo perseguida por caras maus. Fora isso? Mais nada. É episódio atrás de episódio de conflitos envolvendo o protagonista defendendo a princesinha de maníacos, estupradores, sequestradores, líderes de organizações secretas… Mas não entendemos por qual motivo esses caras lutam. Nem os vilões, nem os mocinhos.
“Mas ainda dá pra assistir pela animação e ambientação né?“… Não exatamente. As cenas de ação são em 3DCG horrendo e aquele tema de “cores fortes” que o anime passa não é trabalhado muito bem. Um trabalho bem porco do Estúdio 8bit.
Se você está assistindo One Punch Man (o que você obviamente está), a temática desse aqui já está metade construída. Só troque o protagonista careca por um cabeludo (e puxa, o cabelo ainda é rosa cintilante) e a comédia satírica por uma trama mais típica de quadrinhos.
Inclusive, esse é um dos animes mais comic-like dos últimos tempos. Pra vocês, leitores das partes menos obscuras da Torre, isso pode ser um ponto positivo. Os cenários são repletos de pontilhismo; os fundos são feitos com formas bem básicas e pintados com cores sólidas; Todo o resto é extremamente extravagante, com cores espalhafatosas e chamativas. O conjunto da obra realmente parece ter sido tirado de uma história em quadrinhos. Ótimo trabalho do Estúdio Bones.
A história começa tão bobinha como a de One Punch Man (que, no improvável caso de você realmente não estar acompanhando, eu comento mais abaixo), mas com o desenvolvimento, percebemos que existem dois momentos distintos, que são contados paralelamente. Seria o passado e o presente, ou o presente e o futuro? Quando que o “passado” irá explicar o que levou ao “futuro“? São tipos de narrativas típicas de comics e que não se vê todo dia.
Pegue todos os pontos ruins de um Reverse-Harém e junte com todos os pontos ruins de um musical cancelado da Broadway. Aí adicione um pouco de Crepúsculo. Cria-se assim Dance with Devils.
Como de praxe, temos uma garota principal sem personalidade alguma, que acaba no meio de um cenário irreal cercada de homens que são mais bonitos, bem desenhados e femininos que ela. Ainda bem que citei Crepúsculo ali em cima, pois até que eles são parecidos.
O anime é mais ou menos um “musical“. O que significa que todo episódio, um cara bonitão metido a malvado vai começar a cantar uma música. Mas, diferente de espetáculos bons (ou até de medianos), a sequência ritmada não adiciona em nada à trama, apenas conta, com rimas horríveis, tudo que já aconteceu no episódio, e tudo que já sabemos. Essas cenas são normalmente aquelas que apresentam pontos-chave de qualquer conto – Por exemplo, o momento que Christine visita o túmulo de seu pai, no clássico “O Fantasma da Ópera” – mas não é o que acontece com a série.
Meu ‘eu’ interior teve uma vontade imensa de ver isso inteiro, só para poder reclamar de tão ruim que é. Mas você não precisa fazer isso, se não quiser.
Nada como começar uma história mostrando uma luta totalmente descontextualizada entre dois personagens que eu nunca vi na vida, e com uma cinematografia que tenta juntar dois efeitos e não consegue ser efetivo em nenhum deles.
Escola especial feita pra treinar adolescentes que sem motivo nenhum tem poderes especiais de combate e precisam lutar entre si por também nenhum motivo aparente. Protagonista é especial e diferente de todos em sua volta e não sabemos o porquê. Ele se envolve com diversas garotas que do nada começam a querer entrar em suas calças, e não entendemos também qual a causa dele se importar tanto com elas, já que o mocinho tem um objetivo claro a cumprir e ajudá-las só o atrasa mais e mais.
Não entendo essa paixão do estúdio A-1 Pictures em animar Light novels que são todas parecidas entre si (Sword Art Online estou olhando pra você). De qualquer maneira, esse show se enquadra na descrição que eu dei acima (junto com dezessete milhões de outros), e pode ser a sua dose semanal de clichê genérico, caso queira.
Só saiba que o gênero está melhor representado por outra série, que eu comento abaixo. A diferença? Enquanto Asterisk já foi confirmado como sendo 2-cour (quando o anime passa na TV por duas temporadas, ou seja, terá 24 episódios), Rakudai Kishi no Cavalry, o seu clone-primo-rival terá apenas doze episódios. Se isso será o bastante pra fazer com que o provável “desenvolvimento da trama” compense, temos que esperar.
“Objetos” é um nome até que bem adequado para as coisas que existem nesse anime. Temos bolas gigantes cheias de canhões que andam por ai em velocidades absurdas e que são as armas definitivas na nova ordem mundial.
Esse aqui é baseado numa Light Novel escrita por Kazuma Kamachi. O nome pode soar familiar, já que é o mesmo cara que escreve a quase epopeia que é a série de To Aru Majutsu no Index. Diferente do irmão famoso, Heavy Object é uma história de ficção científica. O que não muda, porém, é o protagonista sem noção que vence lutas titânicas no melhor estilo Davi e Golias.
E as esporádicas cenas de fan-service totalmente dispensáveis. Que acontecem com uma frequência relativamente alta. Embora sempre no momento certo. Ou devia dizer… “Nunca no momento errado“. Afinal, quando é o momento certo de se ter safadezas bidimensionais?
Se o tema de “um futuro não tão distante” te agrada, pode ser uma boa pedida. Interessados em geopolítica e o xadrez que é o jogo de dominação mundial… Não esperem muito nesse começo; mas acredito fortemente que será um tema bastante abordado no futuro. Vale lembrar que Heavy Object terá 24 episódios para tentar chegar nesse tal “futuro”.
Uma versão masculina de todos aqueles animes de idols que são tão famosos (e usados com frequência na tiração de sarro do público geral da animação japonesa). Mas enquanto os personagens são, claramente, do sexo masculino, com aparência e vozes de homens… O jeito que eles agem e as atitudes deles dizem outra coisa.
Se o que faz coisas para homens vender, são “Peitos”… Então o que faz coisas pra mulher vender, são “homens de sexualidade duvidosa“. Não sou uma garota, então não consigo entender o que é tão legal em caras fazendo coisas de mulher. Aceito esclarecimentos, se alguém entender. A área de comentários desta postagem pode ajudar.
Lembra daquilo que eu comentei na resenha de Hazuki Kanon? De que japonês é capaz de transformar qualquer coisa em algo bizarro? Bem…
Contos de cavalaria, grandes representantes da primeira geração romântica européia… Repensados como um paraíso lolicon (Wikipédia te ajuda) em pleno século XXI.
A série tenta muito, mas muito, passar a impressão de que tudo e todos ali são fofinhos, bonitinhos e ingênuos. É algo tão forçado que acaba tornando a atmosfera que eles mesmos queriam criar, em algo insuportável. De forma análoga, a impressão de “mundo fantasioso” que se espera, não é suficiente; você quase não consegue sentir a atmosfera que eles te prometem na sinopse.
Mesmo sendo dirigido por Kyouhei Ishiguro, que fez um trabalho sensacional em Shigatsu wa kimi no uso no ano passado, o show parece não ter consistência o bastante pra se manter. E creio que o fato dele ser baseado em uma Light Novel com apenas dois volumes lançados, seja parte do problema.
Cem flexões, cem abdominais, cem agachamentos e dez quilômetros de corrida… Todo santo dia.
Acho que essa vai ser a parte mais desnecessária do post inteiro. Afinal, metade do planeta Terra já está assistindo One Punch Man. Não tenho porque argumentar motivos para você começar a vê-lo. Mas para as outras 3,6 bilhões de pessoas, segue abaixo.
Sabe todos aqueles esteriótipos e clichês de Shonen? Protagonista extremamente poderoso derrotando inimigos inderrotáveis? “O ser mais poderoso do universo” é derrotado e duas semanas depois alguém cinco vezes mais forte aparece? Esses e outros pontos são levantados e usados de forma impecável numa das obras aclamadas como uma das melhores paródias de gênero que existe.
O fantástico de One Punch Man é que ele pode agradar tanto quem gosta, como quem NÃO gosta de Shounen. Se você gosta, ele é um exemplar recheado de ação, lutas lindamente animadas e uma comédia interessante. Caso não goste… Ele tira sarro de tudo que caracteriza tal classificação e usa um humor requintado para conseguir fazer isso sem ofender os fãs do primeiro exemplo.
Só cuidado que bem… Como tudo que acaba virando excessivamente conhecido… Alguns fãs não são muito agradáveis de lidar.
Ore ga Ojou-sama Gakkou ni “Shomin Sample” Toshite Gets Sareta Ken (MAL)
Ufa, respira. Sei que ler o título todo cansou.
Inclusive, obras com títulos gigantes e que servem como 80% da sinopse são bem comuns no Japão. Essa, por exemplo, se traduz para “História onde eu fui raptado por uma escola de madames para ser um ‘exemplo de pessoa comum’“.
O negócio é tão imbecil quanto soa, não tenha dúvida disso. O estúdio Silverlink, conhecido por fazer obras maravilhosamente bem animadas, parece estar usando todos os recursos que possui com o próximo anime da lista, e não sobrou muito pra esse. O que foi uma ótima escolha, se me permitem dizer
Apesar de uma premissa… digamos… “inovadora” (aspas são importantes. Eu gosto de aspas), a série não vai muito além do esteriótipo que o gênero passa. Metade das cenas são de fan-service totalmente desnecessário e a outra metade são de piadas saturadas.
Se você já viu pelo menos, digamos, uns quinze animes em toda a sua vida, a chance de você ter passado por um tipo que eu gosto de chamar de “Harém Escolar Mágico Genérico” é bem grande.
Gosto bastante desse nome, e me orgulho de tê-lo criado, pois é muito auto-explicativo. Rakudai Kishi no Cavalry é, sem dúvida, um exemplar do gênero Harém Escolar Mágico Genérico. E isso diz mais do que eu precisaria. Porém, eu não estaria citando a regra geral de forma tão esquiva assim, se não fosse pra dizer que temos uma possível (destaque para a probabilidade que essa palavra trás) exceção.
Diferente de Asterisk, citado acima nesta postagem, Rakudai é uma ovelha negra em diversos pontos. Ele basicamente “corrige” diversos absurdos que são corriqueiros no gênero, e com isso, transforma a obra em algo que é mais realista dentro de seu próprio universo.
Fora que temos personagens muito queridos por todos. Um exemplo é a nossa Princesa de um País longínquo de cabelo rosa genérica No.2, a dona Stella Vermilion. Sua popularidade é comprovada por esse tweet que está totalmente dentro do contexto:
E minha consciência, de redator e de fã, ficaria pesada demais, se eu não citasse as maravilhas que a Silverlink está fazendo. Cada iene adquirido com a venda de objetos baseados em garotinhas de oito anos em poses e posições suspeitas (NSFW) foram bem investidos.
Para todos os outros detalhes, vide comentário sobre Asterisk. É sério.
Por algum motivo, o sub-título desse aqui é “The perfect insider” (que se traduziria pra algo como “O informante/infiltrado perfeito“). Seria algum spoiler descarado que você só percebe depois de assistir? Seria uma localização ruim? Seria o resultado de japoneses tentando soar cult ao usar inglês? Sexta, no Globo Repórter.
Com uma apresentação de trama e personagens muito bem estabelecida desde os primeiros instantes do episódio inicial, você pode julgar rapidamente se esse é um show para você ou não. Em poucos momentos você consegue entender que o clima do anime será pesado o tempo inteiro, você percebendo ou não.
Direta e indiretamente, a série aborda temas existencialistas filosóficos que eu, particularmente, não recomendaria para pessoas que estão passando por momentos instáveis na vida. Apenas para evitar a fadiga. Porém, dependendo da sua mentalidade, o tema pode soar tão imbecil que a série pode vir a ser uma comédia. Coisa normal em temas muito “profundos“.
Ah, é verdade. Temos um terceiro Harém Escolar Mágico Genérico nessa temporada. Como poderia me esquecer? Para mais informações no gênero, conferir Asterisk e Rakudai, acima. Você acham que eu estou brincando, né? Bem que eu queria. Bem que eu queria…
O que temos de diferente é que aqui nós treinamos caçadores de magos, e não magos em si. Super inovador, não? Um grupo militar cheio das maiores, mais poderosas e tecnológicas armas de fogo disponíveis para a humanidade… E um protagonista usando uma espada. Como eu sempre digo, o protagonista tem que ser diferente, não tem? É quase que uma vontade de querer ser hipster.
Um dos pontos a ressaltar é que, até então, a série tem sido muito episódica. Não houve um grande desenvolvimento da trama real, de o que fará a história andar. E como serão só doze episódios, ser episódico até o oitavo não é muito interessante. Mas justamente por ser desse jeito, pode acabar sendo algo mais leve de assistir, já que não existe um compromisso tão grande de ambas as partes.
Bem… Uma série de ação… Muito… “Animada”… Onde garotas se divertem… Juntas… E se unem… para batalhar pelo que sonham… Com vigor e suor em seus rostos…
Tá bom, é um bagulho lésbico. Felizes?
Temos várias gurias que andam por ai brigando entre si, e metade delas se transformam em armas quando são “estimuladas” pela outra metade. Não podíamos esperar menos de uma obra original enviada pro estúdio ARMS (que produziu obras-primas do gênero, como Queen’s Blade e Hyakka Ryouran. Se é que me entende).
“Bobo” tem sido uma palavra que eu vejo sendo usada com frequência pra descrever esse anime. Mas não o bobo de ingênuo. Mas sim o bobo de… ridículo. E a maioria é assim mesmo, então tudo bem. Temos uma premissa sem pé nem cabeça, cujo único intuito é manter o declínio populacional japonês; uma animação razoável que provavelmente será melhor nos blurays; uma tempestade sem fim de censura que pode ser evitada usando vídeos de canais pagos; entre outros pontos.
Uma mistura entre Doctor House e Surgeon Simulator. Favor não confundir com a adolescência daquele ator que fez Escola de Rock.
Ver um graduando em medicina com perícia em facas, em plena guerra do Vietnã. É isso o que você terá que lidar. Citei Surgeon Simulator ali em cima porque metade dos episódios vão ser quase iguais ao jogo: Um cara aleatório aparece na frente do médico com pouco ou nenhum contexto e ele irá cortá-lo ao meio.
Normalmente, em seriados médicos, o drama é construído a partir da sua afeição para com o personagem que está quase morrendo. Por gostar do personagem, por acabar se apegando a ele, que você torce para que a cirurgia dê certo, para que ele se recupere, e coisas do gênero. Só que não é bem assim que funciona em Young Black Jack. Acabamos assistindo aqueles programas didáticos que passam no Discovery.
E quando ele não está cortando pessoas que nunca vimos antes, Jack está por ai refletindo sobre assuntos pouco relevantes, e passando horas num mesmo lugar. Se prepare para encarar a mesma sala por quinze minutos.
E isso resume os lançamentos de outubro. Me façam prometer que eu nunca mais vou fazer uma postagem tão grande quanto essa, por favor. Quaisquer dúvidas, procurem no Google, não sou seu empregado.
Nah, até respondo. Só comentar aí. Comenta, vai. Por favor.