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Série da Mulher-Hulk será uma comédia jurídica

Kevin Feige afirmou por meio de um depoimento do Emmy Magazine, que o seriado da Mulher-Hulk será uma comédia jurídica de meia-hora.

Feige também afirmou, que a série será inspirada na fase dos quadrinhos da personagem escrita por John Byrne na década de 80, que possui um tom de comédia e inclusive, mostra a heroína quebrando a quarta parede diversas vezes. 

Tatiana Maslany, Mark Ruffalo e Tim Roth fazem parte do elenco da série até o momento.

She-Hulk': Tatiana Maslany comemora sua escalação como a heroína | CinePOP

Mulher-Hulk foi um membro dos Vingadores, Quarteto Fantástico, Heróis de Aluguel, Defensores, Força Fantástica e S.H.I.E.L.D.. Como um advogada altamente qualificada, ela serviu como consultora jurídica para vários super-heróis em numerosas ocasiões.

Para futuras informações a respeito de Mulher-Hulk, fique ligado aqui, na Torre de Vigilância.

*Créditos na imagem da capa (The Direct).

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Quadrinhos Torre Entrevista

Torre Entrevista – Mike Mckone

Depois de um período sabático, as entrevistas voltaram à Torre! Para tal reinício escolhemos Mike Mckone, artista britânico já radicado nos Estados Unidos há anos que teve sua segunda passagem pelo Brasil durante a Comic Con Experience 2019. Desde sua última visita em 2015, no Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte e também na CCXP, Mckone passou por mudanças em sua carreira, gradualmente indo de artista de páginas internas para hoje ilustrar quase que exclusivamente capas, além de desenvolver seu estilo em aquarela. Seu retorno ao evento, inclusive, mostra por essas novas escolhas que, de sua forma ao mesmo tempo tímida e atenciosa, o artista explicou para nós a respeito.


Recentemente você fez alguns headshots que me lembram aquelas Caixas de Canto (Corner Box, no original) da Marvel Comics dos anos 70 aos 90. Como é revisitar algo que era do passado agora no presente da editora?

Foi por isso que aceitei a tarefa. Porque sou grande fã do John Byrne e adorava ver os headshots dele nas caixas de canto. Então foi um desafio legal tentar condensar o que exatamente cada personagem é visualmente em pequenos headshots. Na verdade, não foram pequenas. [As ilustrações] foram bem grandes. É um baita desafio em não colocar muito da sua marca nos personagens que você está desenhando e apenas fazer uma versão “pura” dos componentes da Marvel. Foi bem agradável.

Capa de Marvel Legacy nº 6 – The Defenders. IMAGEM: ebay.com

Nos últimos anos você desenvolveu a técnica de aquarela para fazer commissions, mas voce tem planos para trabalhar assim em capas e páginas internas?

Não! Leva muito tempo. Aquarela também não tem uma boa resolução quando se escaneia então não fica no mesmo nível em material publicado. Cores digitais funcionam muito melhor. Se eu escolhesse fotografar os originais ao invés de os digitalizar talvez fosse possível, mas não tenho planos pra isso agora. Estou muito ocupado.

Hera Venenosa em aquarela por Mckone. IMAGEM: comicartfans.com

Você é um dos co-criadores de Academia dos Vingadores. Assim como em Jovens Titãs, estes são super-heróis “parcialmente desenvolvidos” porque eles estão em processo de descobrimento deles mesmos sobre suas habilidades, atitudes e etc. Para um desenhista e também co-criador, o quão confortável você se sente com personagens que pode criar mais? Por desenvolver seus poderes, técnicas e etc. ?

Eu gostava muito! Não faço isso mais porque parei de desenhar páginas internas, então a última vez que fiz isso foi em Academia dos Vingadores cerca de dez anos atrás. Gostei de dar meus pitacos nas histórias e de fazer mais parte do processo criativo. Quando se faz as capas quase não se tem a oportunidade de fazer o design dos personagens, eles já vêm com seus respectivos modelos prontos para você. Isso é uma parte do trabalho que sinto falta, mas agora tenho a chance de fazer o design das minhas próprias criações sem pedir permissão ou esperar que seja aprovado e aproveito isso muito mais.

Relembrando aquela capa de Iron Man nº1 que você fez com o Jason Keith nas cores. O quanto os coloristas das suas capas o influenciaram na composição de suas aquarelas?

Eu não sei bem como ou quanto influenciaram. São trabalhos de coloristas que gosto, e acabo talvez aprendendo por osmose. Aprendo com eles, mas não penso que cores digitais me influenciam tanto. Acho que os que eu admirava quando mais jovem, como Jon J Muth e George Pratt esses me influenciaram na aquarela muito mais. Adoro o trabalho de Jason Keith, fizemos também juntos Vingadores – Guerra Sem Fim além dessa capa em particular e foi muito bom. Deixei o traço bem claro, assim ele pôde adicionar textura e volume. Então nos consideramos ambos artistas daquela capa. Não foi só [da parte de Jason Keith] coloração.

Capa de Invincible Iron Man nº 1, de Mike Mckone e Jason Keith. IMAGEM: comic-odyssey.com

E ela [Riri Williams] é uma personagem jovem! Como os Jovens Titãs e Academia dos Vingadores. Você se sente mais confortável mexendo com super-heróis mais jovens?

Na verdade, não. Estou velho já! É mais fácil desenhar o Batman, Wolverine… então fazer adolescentes é bem difícil pra mim. É um desafio e espero estar indo bem pois não é fácil mas particularmente divertido.

Por fazer aquarela só em commissions, qual a diferença para você em desenvolver essa técnica somente desenhando para fãs?

Apenas fazendo e ver o que acontece. É um processo de produção diferente fazer em eventos. Se faz o melhor que pode em um espaço de tempo mais bem curto que no estúdio, onde se tem mais cuidado e é meticuloso. Então, acho que em breve vou tentar experimentar mais com guache e tinta acrílica mas eu tenho que me adaptar ao cronograma. Não tenho planos, vamos ver.

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Detective Comics

Lendas | A inocência, o heroísmo e um novo universo DC

Os anos 80 foram uma época de grandes mudanças nos quadrinhos. O ideal heroico perfeito deu lugar ao herói moralmente ambíguo em obras como O Cavaleiro das Trevas e Watchmen. E nesta mesma época, a DC destruiu o seu universo com o maior evento já testemunhado no mundo dos gibis: A Crise nas Infinitas Terras. Com o multiverso destruído, era o momento perfeito para a editora relançar seus heróis para os novos leitores. O problema é que você não pode simplesmente relançar um universo com novos títulos, você precisa preparar um terreno. Com esse intuito, a minissérie Lendas surgiu.

A história antes foi pensada como uma segunda Crise, mas como era impossível chegar ao mesmo nível e escopo da obra de Wolfman e Pérez, a história acabou se tornando uma carta de amor ao heroísmo em meio a uma época de mudanças, que mais tarde nos anos 90 seriam completamente deturpadas. É possível ver algumas semelhanças com Watchmen, como por exemplo a criação de uma lei que proíbe os super-heróis de atuarem, a diferença é como Len Wein e John Orstrander tratam a premissa.

Lendas retrata a perda de fé das pessoas nos super-heróis. As pessoas estão sendo manipulados pelo Glorioso Godfrey, enviado por Darkseid, os roteiristas poderiam tratar essa ausência da fé com ambiguidade, talvez a humanidade já estivesse perdendo a fé naqueles que os protegem e não estão sendo manipulados pelo Senhor de Apokolips, mas isso seria contra a proposta do gibi. Ele não tem como objetivo questionar a moral dos heróis, se eles são bons ou maus, ele pode até apresentar alguns desses pensamentos em alguns diálogos, mas não é essa a ideia. O objetivo de Lendas é trazer uma história descompromissada e inocente que reúna a maior quantidade de heróis ou vilões possíveis para salvar o mundo.

Essa inocência é perfeitamente representada através das crianças. Elas acreditam nos super-heróis, elas não podem ser penetradas pela maldade de Darkseid pois são puras, como o próprio Vingador Fantasma diz observando tudo o que acontece enquanto discorda do vilão. Um dos momentos mais fortes e cativantes da narrativa é justamente este.

“Vê por que a derrota é inevitável, Darkseid? Esse é o campo de batalha onde você jamais triunfará: Os corações e mentes infantis! As crianças sempre vão acreditar em heróis!”

Não só como uma história inocente e descompromissada, Lendas como dito anteriormente, é a preparação de terreno para um universo novo. Alguns personagens como a Mulher-Maravilha aparecem e desaparecem, entende-se a intenção e a responsabilidade de Wein e Orstrander, mas os roteiristas poderiam ter pensado em introduzi-la de forma mais orgânica tal como fez – se me permitem mencionar – Chris Terrio e David Goyer durante o clímax do polêmico Batman vs Superman: A Origem da Justiça. Outras ideias para o início deste novo universo são bem apresentadas, tais como a criação de uma Liga da Justiça mais clássica – que tem seu primeiro ano contado por Mark Waid em uma minissérie de 12 edições alguns anos depois – e uma nova versão do Esquadrão Suicida que posteriormente ganharia uma revista escrita pelo próprio Orstrander. Essa também é a história da primeira aparição da terrível, ameaçadora e manipuladora Amanda Waller.

John Byrne não é um dos artistas mais originais, ele se sai muito bem quando se trata de páginas de um quadro só. Ele sabe imprimir o heroísmo, destaque para a splashpage com a Liga, mas quando se trata de trabalhar com muitos quadros, o trabalho do artista é genérico e não é tão bonito quanto a arte de Pérez em Crise.

Recentemente a Panini publicou a minissérie no encadernado Lendas do Universo DC: Darkseid. A edição contém uma entrevista com o ex-editor Mike Gold que contextualiza a criação do quadrinho, além disso, a decisão de publicar a obra neste formato, torna o material mais acessível ao leitor e o papel offset realça as cores da arte de Byrne.  

Lendas é uma leitura obrigatória para fãs da DC. Pode não ser grandioso, mas é divertidíssimo testemunhar o surgimento de um novo universo em que os heróis precisam se unir e lutar contra um inimigo em comum. A prova de que premissas básicas de super-heróis não se tornam ultrapassadas quando executadas da maneira certa.