Categorias
Quadrinhos

A Marcha Vol.3 já está em pré-venda pela Editora Nemo

A editora Nemo já começou a pré-venda da edição que conclui uma das mais importantes histórias publicadas por aqui nos últimos anos. A Marcha – John Lewis e Martin Luther King em uma história de luta pela liberdade – Livro 3, apresenta o desfecho das memórias da longa batalha de John Lewis pelos direitos humanos e civis, seu encontro com Martin Luther King Jr. e a luta pelo fim das políticas de segregação no país.

Em 1963, o Movimento pelos Direitos Civis penetra profundamente a consciência dos Estados Unidos, e, como presidente do Comitê Coordenador Estudantil Não Violento (SNCC), John Lewis está guiando a ponta da lança. Por meio de ação direta implacável, o SNCC continua a forçar a nação a confrontar sua injustiça flagrante, mas a cada passo à frente, o perigo fica mais intenso: as leis “Jim Crow” contra-atacam por meio de manobras legais, intimidação, violência e morte. A única esperança de uma mudança duradoura é dar voz aos milhões de americanos silenciados pela proibição ao voto.

Para realizar sua revolução não violenta, Lewis e um exército de jovens ativistas lançam uma série de campanhas inovadoras, incluindo o Freedom Vote, o Mississippi Freedom Summer e uma batalha generalizada pela alma do Partido Democrata, travada ao vivo em rede nacional de televisão
.

 

Com essas novas lutas, vêm novos aliados, novos oponentes e um novo presidente imprevisível, que pode ser as duas coisas ao mesmo tempo. Mas as fissuras internas do movimento estão se aprofundando… mesmo enquanto John Lewis, então com 25 anos, se prepara para arriscar tudo em um confronto histórico bem acima do Rio Alabama, em uma cidade chamada Selma.

Infelizmente, John Lewis nos deixou em 17 de julho de 2020, mas sua história e legado ficaram para toda a eternidade.

A Marcha – John Lewis e Martin Luther King em uma história de luta pela liberdade – Livro 3 tem formato 17 x 24 cm, 256 páginas e tradução de Érico Assis.

Você pode conferir as resenhas da Torre de Vigilância para os Vol. 1 (AQUI) e Vol.2 (AQUI).

Categorias
Detective Comics Quadrinhos

A Marcha – Livro 2 | Não Se Torne Amargo. Na Sua Luta, Persista e Vá em Frente

“Àqueles que disseram: ‘tenham paciência, esperem’. Há muito dizemos que não temos como ter paciência”
(John Lewis)

Exatamente sobre isso que A Marcha – Livro 2 retrata. Não há como mais se ter paciência. Não tem como mais esperar. A publicação segue os acontecimentos da primeira edição, que você pode ler mais detalhes AQUI, e percebemos que ela é um tanto mais tenebrosa e assustadora historicamente do que a sua antecessora. Continuando com a narração do parlamentar norte-americano John Lewis, o sonho do fim da segregação racial nos EUA, continua em fatos pesados e violentos. Em edição completamente recheada de momentos que embrulham o estômago, A Marcha – Livro 2, se torna uma aula de história, onde busca ensinar que a luta do passado reflete na liberdade que se tem no futuro.

Se no primeiro volume, temos uma espécie de “romantização” de um jovem buscando lutar por direitos básicos para a sua raça, como por exemplo, sentar-se em uma lanchonete, com um tom até que leve e esperançoso que abraça o leitor. A Marcha – Livro 2 chega com dois pés na porta. Sendo forte e necessário nos relatos que estão nele. E são atos que refletem muito no momento em que os EUA, e incluo que o Brasil também está enfrentando, por causa de seus líderes controversos. Nessa edição temos pais incitando os filhos a espancarem os negros. Temos governantes recém eleitos, em seus discursos de posse, alimentando o ódio e o preconceito contra raças. Temos políticos usando de ideologias políticas, que são contra e homofobia para menosprezar, perante a opinião pública, seus adversários que lutam pela liberdade e igualdade. A infinidade de violência policial também faz presente.

No segundo volume, John Lewis, com 23 anos, é eleito presidente do Comitê Coordenador Estudantil Não-Violento, alcança os holofotes e se torna um dos líderes do Movimento pelos Direitos Civis, conhecidos como os Grandes Seis. O transformando em um dos principais nomes da histórica Marcha sobre Washington por Trabalho e pela liberdade em 1963. Figuras como Malcolm X, A.Philip Randolph, Bayard Rustin, Robert F. Kennedy, o presidente John Kennedy e, claro, Martin Luther King Jr. estão presentes nessa edição.

Os Grande Seis (da esquerda para a direita) John Lewis, Whitney Young Jr., A. Philip Randolph, Martin Luther King Jr., James Farmer Jr. e Roy Wilkins. Arquivo Hulton /Getty Images.

 

Os relatos de John Lewis roteirizados por Andrew Aydin, são impactantes e transbordam uma genial mistura de biografia do parlamentar com a brutalidade das lutas e politicagem pelos direitos civis. Nessa edição acompanhamos como muitas figuras importantes já não consideram que os meios sem violência não são mais tão eficazes assim, fazendo Lewis testemunhar uma mudança, até um tanto lenta e gradativa, dos pensamentos de alguns de seus companheiros e da juventude negra em si. É tipo aquela velha máxima infeliz da humanidade: alguém luta para alguém usufruir. Mas quem acaba usufruindo não dá o devido valor de como essa luta aconteceu.

Vale destacar as páginas de reuniões e discursos presentes em A Marcha  – Livro 2. O que pode ser maçante e cansativo na linguagem dos quadrinhos, se torna prazeroso e visceral graças aos traços do artista Nate Powell. As palavras parecem que saltam das páginas e as expressões dos personagens, proporciona a sensação de que podemos ouvir o peso das palavras. Assim como podemos sentir os momentos em que a violência explode. Duas cenas ficaram muito fixas na minha memória: a da turba sulista que entra em confronto com os negros, e uma mãe pede para o filho espancar um negro caído e, em outro conflito, quando um policial branco para em frente à uma garotinha negra e agacha para conversar com ela. São dois momentos fortes, em que Powell transmite emoção nos seus traços.

A edição da Nemo é um luxo à parte. Por várias vezes temos músicas durante a história que estão na forma original, em inglês, nas páginas. Mas no rodapé vem a tradução. Ainda conta com o discurso original de John Lewis que foi realizado na Marcha em Washington. A tradução é do Érico Assis. Já estamos ansiosos para a terceira e última edição.

A Marcha – Livro 2 tem formato 23,8 x 16,8 cm, 192 páginas e é uma trilogia vencedora do Prêmio Eisner.

 

Categorias
Detective Comics Quadrinhos

A Marcha – John Lewis e Martin Luther King em uma história de luta pela liberdade

“Segregação racial é o impedimento, com base na origem étnica, do usufruto dos direitos disponíveis para todos os membros de determinada sociedade.”

Transportar grandes momentos históricos para as mídias é algo comum e rotineiro. Filmes e livros sempre contam passagens interessantes ocorridas no passado, que entraram para a história, sendo protagonizadas por grandes pessoas. Quando o lendário congressista americano John Lewis teve a ideia de contar a sua saga de vida e luta contra a segregação racial, ele recorreu aos quadrinhos.  E ao se juntar com Andrew Aydin e Nate Powell realizaram um dos trabalhos autobiográficos mais importantes dos últimos anos.  A graphic novel A Marcha – John Lewis e Martin Luther King em uma história de luta pela liberdade – Livro 1.

É interessante saber o porquê Lewis escolheu contar a sua história em forma de quadrinhos. Quando era adolescente, ele se inspirou em uma HQ chamada Martin Luther King and the Montgomery Story, que custava dez centavos na época que foi publicada em 1956. Em diversas oportunidades, o congressista revelou que era como uma “bíblia” para ele e seus amigos ativistas. Como uma ferramenta indispensável para aprender como implementar o ativismo não violento nos protestos.

A Marcha foi lançado originalmente em agosto de 2013 nos Estados Unidos, e é a primeira parte de uma trilogia que foram publicados nos dois anos seguintes.  É um retrato sobre o movimento de direitos civis na América, sob a perspectiva de John Lewis e a influencia exercida sobre ele pelo ícone Martin Luther King. Ao longo da trilogia, vemos a longa jornada de Lewis pelos direitos humanos e civis, seu encontro com Martin Luther King Jr. e a infindável luta pelo fim das políticas de segregação nos EUA.

A publicação se tornou a primeira HQ a ganhar o National Book Award, um dos principais prêmios literários dos Estados Unidos, que geralmente só premia livros. O volume três levou na categoria Literatura Juvenil no ano de 2015. A Editora Nemo publicou aqui no Brasil o primeiro volume. E é dele que vamos falar aqui.

A graphic novel começa com a famosa marcha na Ponte Edmund Pettus, quando 600 manifestantes pacíficos foram atacados por tropas do estado do Alabama sob as ordens do então governador George Wallace. Onde veio ocorrer uma truculenta e violenta ação das autoridades contra os manifestantes. Recomendo assistir o filme Selma.

É bom falar que A Marcha é realmente uma histórias sobre “marchas”.  Esse primeiro volume fala sobre a marcha que foi Lewis sair da sua pequena fazenda no condado de Pike, Alabama, e contra a vontade dos seus pais, que tinham medo das leis opressivas e humilhantes das segregações, foi buscar nos estudos o seu futuro.  Quando acompanhamos a infância de Lewis, percebemos que ele não ficaria nos limites de sua fazenda. Ele fermentou relações com as galinhas da fazenda de seus pais, cuidado deles como pessoas e realizando até pregações religiosas para elas. Lewis eventualmente fazia um “protesto” contra os pais quando esses tinham que matar alguma das galinhas para servir de alimento.

Como dito antes, é uma história sobre marchas. É a marcha de um jovem em direção ao seu futuro inevitável de lutas, a marcha de uma nação em direção a algo maior, a marcha de uma raça para se unirem contra a opressão e a marcha de um grupo de jovens em busca de sua auto-realização. E como a marcha que ele começou quando a justiça considerou inconstitucional parte da segregação racial com que ele tinha que conviver, a vida de Lewis foi direcionada para que pudesse fazer a oportunidade valer a pena.

O texto implantado por John Lewis e Andrew Aydin flui muito bem deixando a leitura cada vez mais prazerosa a cada página, existem momentos de calmaria e bem agradáveis.mas existem momentos em que somos lembrados de como o ser humano pode ser cruel e estúpido. Um dos momentos mais fortes é quando no julgamento do grupo de ativista de Lewis, o advogado de defesa dos jovens tenta expor os seus argumentos ao juiz que simplesmente vira as costas e o ignora em pleno tribunal. Como se ele não estivesse no local.

Outras cenas fortes são as dos “treinamentos contra o ódio”. Era uma espécie de provocação que os membros do grupo de Lewis fazia um com os outros simulando ataques racistas. O intuito era segurar a raiva e agir de forma pacífica. E muitos não conseguiam passar no teste. A questão que logo surgiu para mim foi: “será que eu também conseguiria me segurar sendo afrontado e humilhado? Como eu agiria diante de um ato desse contra mim?” A Marcha desperta isso no leitor o famoso “e se fosse comigo?” 

Durante esse volume, vários momentos de racismo são apresentados, e nos faz pensar o porque as pessoas tem esse tipo de pensamento. E o pior fica quando pensamos: isso está cada vez mais latente.

A segregação racial ainda existe no nosso dia a dia, de vários modos diferentes que estão implantados em nossa sociedade. Mas ultimamente esse discurso de ódio tem se estendido as pessoas de diversas etnias, sexualidade, posição financeira e nacionalidade. O mais grave é que estamos vendo esse discurso crescendo e estamos caminhando direto para ele. Por isso que obras como A Marcha e Jeremias–Pele são importantes. Para lembrarmos que somos todos humanos. Que ainda devemos ter amor pelo próximo dentro de nós.

E com certeza um dos pontos fortes de A Marcha é a sua arte. O desenhista Nate Powell conseguiu captar e passar visualmente todo o roteiro com seu realismo expressionista com umas certas pitadas de estilo noir. O dinamismo atrai, sem esforço, o leitor para a história e prende até o fim. As vezes se pegar olhando os detalhes de cada traço nas páginas, depois de já ter lido, é algo normal pela quantidade de cenas bonitas. A visão de Washington/ DC no começo da graphic novel é uma cena digna de cinema, quando vagamos por uma imagem aérea do sol nascendo e depois caminhamos por uma rua vazia e silenciosa entrando no prédio onde mora Lewis.

A história de John Lewis é contada através de uma narração gentil e uma arte linda, onde parece que somos transportados para aquele momento. Sentimos a calmaria da fazenda, e a angústia da pressão racista da segregação racial que paira no ar. A torcida agora é que a Editora Nemo anuncie a publicação das sequencias.

A Marcha – John Lewis e Martin Luther King em uma história de luta pela liberdade – Livro 1 é uma leitura obrigatória para todos que precisam saber como foram anos difíceis e como podemos mudar o futuro com ações sem violência e com inteligência contra o ódio.

E quem sabe poder presentear aquela pessoa que ainda insiste nesse discurso e poder mudar um pensamento?

 

Categorias
Quadrinhos

A Marcha | Graphic Novel sobre luta dos direitos civis é publicada no Brasil

A elogiada graphic novel A Marcha – John Lewis e Martin Luther King em uma história de luta pela liberdade – Livro 1, já está sendo vendida em terras brasileiras com publicação da Editora Nemo. A obra foi escrita pelo parlamentar norte-americano John Lewis e Andrew Aydin e tem desenhos de Nate Powell.

A Marcha foi lançado originalmente em agosto de 2013 nos Estados Unidos, e é a primeira parte de uma trilogia que foram publicados nos dois anos seguintes.  É um retrato sobre o movimento de direitos civis na América, sob a perspectiva de Lewis e a influencia exercida sobre ele pelo ícone Martin Luther King.

A trilogia apresenta a longa batalha de John Lewis pelos direitos humanos e civis, seu encontro com Martin Luther King Jr. e a luta pelo fim das políticas de segregação no país. A Marcha aconteceu em agosto de 1963, em Washington/DC e reuniu quase 300 mil pessoas. O emblemático discurso de King onde ele diz a frase “Eu tenho um sonho”, foi realizado durante os atos.

John Lewis.

A história começa na famosa Marcha de Selma até Montgomery, onde os manifestantes foram atacados violentamente por policiais (recomendo assistir o filme Selma: Uma Luta pela Liberdade), acompanhando a narrativa de John Lewis, e seu comprometimento com a justiça e a não violência, que o levou sair de uma pequena fazenda no Alabama para os corredores do Congresso norte-americano. De uma sala de aula segregada para a marcha de Washington. Dos ataques da polícia ao recebimento da Medalha Presidencial da Liberdade, pelas mãos do primeiro presidente negro dos Estados Unidos, Barack Obama.

A Marcha foi a primeira HQ a ganhar o National Book Award, um dos mais importantes prêmios literários dos Estados Unidos, que geralmente só premia livros. O Volume três levou na categoria Literatura Juvenil no ano de 2015.

A Marcha – John Lewis e Martin Luther King em uma história de luta pela liberdade – Livro 1 tem formato 17 x 24 cm, 128 páginas, capa cartonada e está com um desconto de 15% no site da Amazon Brasil.

A Editora Nemo pretende lançar os outros volumes por aqui também. Esperamos ansiosos. Fiquem ligados na Torre de Vigilância para futuros detalhes.