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Leão da Montanha ganhará minissérie pela DC Comics

A versão da DC Comics para o Leão da Montanha, clássico personagem dos desenhos da Hanna-Barbera vai estrelar a sua minissérie em 2018. Nessa releitura, que aconteceu pela primeira vez durante o crossover entre Suicide Squad/Banana Splits Annual, foi apresentado como um roteirista homosexual. A ideia foi do escritor Mark Russell, que fez bastante sucesso com a sua versão em quadrinhos dos Flintstones. Confira detalhes AQUI.

A sinopse de Exit Left: The Snaglepuss Chronicles: “O Leão da Montanha é o dramaturgo mais badalado da Broadway em 1953, mas por causa de alguns acontecimentos recentes, vive totalmente fechado. Será ele vai ser capaz de permanecer imparcial enquanto acontecem diversas injustiças sociais ao seu redor?”

Capa variante de Exit Stage Left: The Snagglepuss Chronicles por Ben Caldwell.

“Eu o vejo como um dramaturgo gótico do Sul. Uma figura vanguardista. As pessoas esperam que ele diga coisas espirituosas. Então ele se acha na permissão de violar alguns assuntos e dizer coisas que as pessoas não falariam na Nova York de 1953”, disse Mark Russell em entrevista ao Hollywood Reporter. “Quero que ele seja uma figura heroica, e torna-lo amável. De modo que quando ele diz uma coisa controversa, você assume que ele vem de um lugar de dignidade e amor para as pessoas.”

Russell ainda falou que em Exit Left: The Snaglepuss Chronicles, outros personagens da Hanna-Barbera vão aparecer, como o hipopótamo Peter Potamus (diretor da peça), Lulá-Lelé (funcionário do teatro) e Bob Filho que quer se tornar um dramaturgo e tem o Leão da Montanha como seu grande mentor.

Capa variante de Exit Stage Left: The Snagglepuss Chronicles por Evan Shaner.

“Na curta história do Leão da Montanha em Suicide Squad/Banana Splits Annual (ela só teve oito páginas), nos vimos como ele fez o Comitê de Atividades Anti-americanas de bobo. Exit Left: The Snaglepuss Chronicles começa a partir desse ponto após a audiência”, explicou Russell. “Eles estão se preparando para chama-lo de novo e querem acabar com ele, para que sirva de exemplo para a classe dos artistas. E o Leão tem que se defender enquanto trabalha em uma nova peça.”

Exit Left: The Snaglepuss Chronicles tem desenhos de Mike Feehan. A minissérie terá seis edições.

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DC Comics | HQ vai mostrar o Leão da Montanha como “dramaturgo gay”

A linha de quadrinhos da Hanna-Barbera produzida pela DC Comics vai ganhar um novo e polêmico título. A linha que inovou em colocar os personagens clássicos dos desenhos animados criados pela dupla William Hanna e Joseph Barbera em lugares fora dos seus eixos naturais, como a Corrida Maluca em um mundo pós-apocalíptico, Scooby-Doo e sua turma em uma ficção cientifica sobre o fim do mundo e os Flinstones em uma onda mais política, vai trazer o Leão da Montanha com um novo olhar.

Em entrevista ao site HiLoBrow, o escritor Mark Russell falou que seu próximo projeto será uma releitura do personagem, e o classificou como um “dramaturgo gótico gay”, e que a inspiração vem do famoso escritor Tennessee Williams (1911/1983).

Os Flintstones de Mark Russell.

“Eu o imagino como a figura trágica de Tennessee Williams”, disse Russell. “É tipo o Dom Pixote. Ele é alguém como William Faulkner, eles estão na Nova York da década de 50, Marlon Brando aparece, Dorothy Parker também. Essas socialites de Nova York daquela época vêm e vão. Estou ansioso para escrever sobre isso”.

Para quem não conhece, Tennessee Williams foi um escritor ganhador de vários prêmios como o Pulitzer de Teatro por A Streetcar Named Desire (Um Bonde Chamado Desejo aqui no Brasil) e Cat on a Hot Tin Roof (Gata em Teto de Zinco Quente aqui no Brasil). E em 1980, três anos antes da sua morte, recebeu do então, presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, a Medalha Presidencial da Liberdade. Tennessee tinha uma vida muito confusa com históricos de internações em clinicas de reabilitação por causa do excessivo uso de álcool, anfetaminas e barbitúricos. Tennessee teve um relacionamento amoroso com Frank Merlo, quem o autor considerava sua maior inspiração para trabalhar.

O Leão da Montanha estreou em 1959 dentro do The Quick Draw McGraw Show, o cavalo Pepe Legal aqui no Brasil, e mais tarde passou a estrelar seus próprios desenhos animados. É dele bordões eternizados como “Saída pela esquerda” e “Pelas barbas de Netuno”.  Homossexualidade do personagem é um assunto que há décadas habita muitas discussões.

“Nos desenhos nunca foi discutido, obviamente, o fato de o personagem ser ou não gay”, falou Russell. “Foram feitos em um momento em que você não podia sequer reconhecer a existência de tal coisa, mas eu acho que é tão obvio. Então é natural apresenta-lo em um contexto onde todo mundo sabe, mas que ainda está fechado. Vamos lidar com a cena cultural da década de 1950, especialmente na Broadway, onde ‘todo mundo é gay’, ou está trabalhando com alguém gay, mas ninguém pode falar sobre isso. É como estar criando uma cultura do silencio”.

A trama vai mostrar o Leão da Montanha sendo arrastado para o Comitê de Atividades Antiamericanas (House UN-American Activities Committee – HUAC). O comitê que investigava suposta deslealdade e atividades subversivas por parte dos cidadões, funcionários públicos e organizações suspeitas de terem ligações comunistas. O comitê foi extinto em 1975.

 Uma prévia com oito páginas da história vai ser publicada em Suicide Squad / Banana Splits Annual em março e a HQ deve sair em setembro ou outubro. E os desenhos será de Dale Eaglesham.

ronin