Começou a campanha de financiamento coletivo no Catarse, Maramunhã conta como uma desavença entre os pacíficos jabutis e quatipurus os levou a procurar as aldeias dos humanos para aprender como fazer a guerra. Um japiim que viu todo o desenrolar da história foi até os espíritos da floresta para que a paz fosse restaurada. As entidades intervêm, mas as consequências da batalha continuam até hoje.
Mas o que é Maramunhã? Bem, Maramunhã (Guerra em Nheengatu) é uma adaptação livre do conto Batracomiomaquia, creditado ao escritor grego Homero. O conto, uma sátira da Ilíada, descreve a Guerra de Tróia substituindo gregos e troianos por ratos e sapos.
O quadrinho infanto-juvenil traz a ação da Grécia para a Amazônia, substitui sapos por jabutis, ratos por quatipurus, o narrador que era um corvo por um Japiim e as divindades gregas por espíritos da religião dos indígenas Manaus.
Capitaneado por uma equipe da mais alta qualidade formada por Rayanne Cardoso, Evaldo Vasconcelos, Malu Menezes, Izabelle Regina, Alberto Jean Fermin e Geocan Motter, Maramunhã exalta os artistas amazonenses que vem gerando excelentes trabalhos já há muito tempo.
Maramunhã tem formato 21 x 29,7 cm, 40 páginas coloridas e para saber mais sobre a campanha, recompensas, valores e claro apoiar, clique AQUI.
Quando eu me apaixonei por Joey Ramone? Não sei dizer ao certo. Acho que primeiro não exatamente por ele. Era apenas um guri beirando na idade de 13 ou 14 anos, talvez já estivesse com 15 anos. Talvez. Mas lembro de conhecer algumas coisas dos Ramones, mas não tinha desenvolvido o mantra: “Tudo que você faz escutando Ramones, fica melhor”. Até que um amigo me emprestou uma fita K7 com uma (com o perdão do trocadilho) cassetada de músicas dos Ramones. Ali tudo mudou.
Infelizmente, quando comecei a gostar dos Ramones foi também o mesmo período em que a banda já estava na reta final de sua existência. Nunca tive o prazer divino de ir nos shows dos meus heróis. E confesso que na época eu também não era tão fã como sou atualmente, ou como eu era a 20 anos atrás. Infelizmente. Eu tinha amigos que amavam mais do que eu, que ouviam mais do que eu e sabiam mais sobre a banda do que eu. E quando eu me apaixonei por Joey Ramone já era um tanto tarde demais para ir em shows dos caras. Mas graças ao punk amor sempre é eterno.
Joey em sua casa. Foto de André Barcinski
Em razão de alimentar esse amor, como fazemos com qualquer companheiro(a) que encontramos na vida, busquei saber tudo sobre ele, sobre a banda, integrantes e tudo que aconteceu ao redor. Desde o início da banda na década de 1970 até o “final” na década de 1990. E isso é algo perigoso pois em certo momento pode gerar algum tipo de decepção, quando desnudam os seus heróis. E meio que me senti assim em certos momentos. Em relação a todos os Ramones. Sem exceção. Mas, em uma escala menor com Joey.
Jeffrey Ross Hyman teve uma infância difícil, sofrendo com o bullyng das crianças da escola, com a separação dos pais, com um pai que considerava que ele (e o irmão Mickey Leigh) deveriam ir para uma escola militar, com o fato de ser o “esquisitão” da rua e com os primeiros sintomas do TOC. O menino Joey passou por uns maus bocados. Era a personificação de momentos que muitos passam na vida mas buscam esconder, e não me excluo dessa. Tenho momentos em que sofri muito para ir à escola quando criança por causa do meu peso, eu me fechava por dentro e não demonstrava. Ficava introspectivo e silencioso, juntamente com meus quadrinhos e músicas.
Joey, Mike (seu irmão) e um tio deles.
Joey Ramone é um case de sucesso que faz os olhos de qualquer coach, desses bem charlatão, brilharem. Era o derrotado, que montava banda após banda com baterista, em certo momento foi posto para fora de casa, virou Jeff Starship e tocou na Sniper, uma banda de GLAW ROCK, de onde foi expulso por não ser bonito o suficiente para ser vocalista. Muitas idas e vindas em clínicas psiquiátricas, onde foi atestado como “O paciente essencialmente se enxerga com baixa autoestima, sofrendo grande dor emocional na forma de ansiedade; a personalidade do paciente é consistente com o diagnóstico de esquizofrenia do tipo paranoide”, lutou contra um linfoma de 1994 até 2001 e se tornou lenda amada do rock.
Isso sem falar em tocar em uma banda que vivia em zona de conflito. Muitas vezes graças ao domínio de ferro de Johnny Ramone e seu tradicional mau humor e jeito conservador. Joey ainda teve a decepção de ver a sua namorada, Linda, começar a ter um caso com o guitarrista da sua banda. Aliás ele não viu, depois de muitos comentários foi que tudo explodiu.
Joey, Johnny e Linda.
E perdeu a namorada, foi traído, descobriu a traição e continuou na banda. Uma banda que não explodia no sucesso que todos achavam que ia fazer. Os Ramones só foram ser tornar pilares deuses do rock quase ou já no final da carreira, a maior parte de suas carreiras eram grandiosos no circuito underground. Eles por exemplo, se posicionam hoje em um local como (serei xingado) os Beatles. Os rapazes de Liverpool foram o grande estopim de diversas bandas como o Black Sabbath e os próprios Ramones. E inspiraram milhares de pessoas ao redor do mundo. O efeito Ramones no punk é equivalente a isso. Pois muitas bandas como o Green Day, Ratos de Porão e Racind, por exemplo, citam os caras como grandes mestres.
Os Ramones nunca tiveram um grande disco de sucesso. As vendagens sempre foram baixas. Os motivos nunca foram claros. De repente foi a estratégia que tiveram no inicio, o discursos, as suásticas que usavam para chocar a sociedade judaica, apesar de ter judeus em seus integrantes (Joey era um), as confusões etc e tal.
GABBA GABBA HEY!
Os Ramones, incluindo o próprio Joey, tiveram momentos esdrúxulos que acabaria com o fanatismo de qualquer fã. Johnny tinha uma namorada que ele batia com regularidade, por exemplo. Dee Dee Ramone, além de todas as drogas, ele ainda foi diagnosticado com Distúrbio de Bipolaridade. O próprio Joey era um turbilhão de emoções, e ao mesmo tempo que era uma pessoa mais amável do mundo, era o tremendo escroto irritante. De gritar com quem tivesse que gritar. Sem pudor.
Mas então porque eu me apaixonei por Joey Ramone? E possivelmente você também?
Pode ser toda a mística que envolve os Ramones. O jeito fácil que pega quando você é moleque e pensa: “uma banda inteira que toca em três notas. Eu posso fazer isso também!”, esse tipo de ensinamento é algo que se pode levar para a vida. “Se fulano consegue, porque eu também não consigo” (brilham os olhos dos coachs novamente).
Pode ser pelo fato de Joey teve uma vida complicada desde criança. Muitos de nós temos nossos momentos em que somos ridicularizados, nos sentimos para baixo, mas sabemos que temos os Ramones para afagar e Joey levantar o astral com seu HEY HO!
A placa em homenagem a Joey Ramone, fica na esquina da Bowery com a East Second Street em Nova York e é a placa mais roubada da cidade. O que obrigou a prefeitura instalar a seis metros de altura.
Não sei o motivo na verdade porque me apaixonei por Joey Ramone. Só sei que hoje, 15 de abril, completam 20 anos de sua morte. E sinceramente sinto a falta de como se fosse um amigo. Um amigo que esteve em momentos felizes e tristes da minha vida adolescente e adulta. Mas um amigo que eu nunca vi pessoalmente, que é só eu dar um play em alguma música e sei que ele estará ali para me abraçar novamente.
No livro Eu Dormi com Joey Ramone, escrito por Legs McNeil e Mickey Leigh. Mickey revela a última música que Jeffrey Ross Hyman ouviu no dia em que faleceu, aos 49 anos, após uma batalha de sete anos contra o linfoma no Hospital Presbiteriano de Nova York em 15 de abril de 2001, foi “In Little While” do U2. Confira abaixo a versão legendada em português.
Os anos 80 foram uma época de grandes mudanças nos quadrinhos. O ideal heroico perfeito deu lugar ao herói moralmente ambíguo em obras como O Cavaleiro das Trevas e Watchmen. E nesta mesma época, a DC destruiu o seu universo com o maior evento já testemunhado no mundo dos gibis: A Crise nas Infinitas Terras. Com o multiverso destruído, era o momento perfeito para a editora relançar seus heróis para os novos leitores. O problema é que você não pode simplesmente relançar um universo com novos títulos, você precisa preparar um terreno. Com esse intuito, a minissérie Lendas surgiu.
A história antes foi pensada como uma segunda Crise, mas como era impossível chegar ao mesmo nível e escopo da obra de Wolfman e Pérez, a história acabou se tornando uma carta de amor ao heroísmo em meio a uma época de mudanças, que mais tarde nos anos 90 seriam completamente deturpadas. É possível ver algumas semelhanças com Watchmen, como por exemplo a criação de uma lei que proíbe os super-heróis de atuarem, a diferença é como Len Wein e John Orstrander tratam a premissa.
Lendas retrata a perda de fé das pessoas nos super-heróis. As pessoas estão sendo manipulados pelo Glorioso Godfrey, enviado por Darkseid, os roteiristas poderiam tratar essa ausência da fé com ambiguidade, talvez a humanidade já estivesse perdendo a fé naqueles que os protegem e não estão sendo manipulados pelo Senhor de Apokolips, mas isso seria contra a proposta do gibi. Ele não tem como objetivo questionar a moral dos heróis, se eles são bons ou maus, ele pode até apresentar alguns desses pensamentos em alguns diálogos, mas não é essa a ideia. O objetivo de Lendas é trazer uma história descompromissada e inocente que reúna a maior quantidade de heróis ou vilões possíveis para salvar o mundo.
Essa inocência é perfeitamente representada através das crianças. Elas acreditam nos super-heróis, elas não podem ser penetradas pela maldade de Darkseid pois são puras, como o próprio Vingador Fantasma diz observando tudo o que acontece enquanto discorda do vilão. Um dos momentos mais fortes e cativantes da narrativa é justamente este.
“Vê por que a derrota é inevitável, Darkseid? Esse é o campo de batalha onde você jamais triunfará: Os corações e mentes infantis! As crianças sempre vão acreditar em heróis!”
Não só como uma história inocente e descompromissada, Lendas como dito anteriormente, é a preparação de terreno para um universo novo. Alguns personagens como a Mulher-Maravilha aparecem e desaparecem, entende-se a intenção e a responsabilidade de Wein e Orstrander, mas os roteiristas poderiam ter pensado em introduzi-la de forma mais orgânica tal como fez – se me permitem mencionar – Chris Terrio e David Goyer durante o clímax do polêmico Batman vs Superman: A Origem da Justiça. Outras ideias para o início deste novo universo são bem apresentadas, tais como a criação de uma Liga da Justiça mais clássica – que tem seu primeiro ano contado por Mark Waid em uma minissérie de 12 edições alguns anos depois – e uma nova versão do Esquadrão Suicida que posteriormente ganharia uma revista escrita pelo próprio Orstrander. Essa também é a história da primeira aparição da terrível, ameaçadora e manipuladora Amanda Waller.
John Byrne não é um dos artistas mais originais, ele se sai muito bem quando se trata de páginas de um quadro só. Ele sabe imprimir o heroísmo, destaque para a splashpage com a Liga, mas quando se trata de trabalhar com muitos quadros, o trabalho do artista é genérico e não é tão bonito quanto a arte de Pérez em Crise.
Recentemente a Panini publicou a minissérie no encadernado Lendas do Universo DC: Darkseid. A edição contém uma entrevista com o ex-editor Mike Gold que contextualiza a criação do quadrinho, além disso, a decisão de publicar a obra neste formato, torna o material mais acessível ao leitor e o papel offset realça as cores da arte de Byrne.
Lendas é uma leitura obrigatória para fãs da DC. Pode não ser grandioso, mas é divertidíssimo testemunhar o surgimento de um novo universo em que os heróis precisam se unir e lutar contra um inimigo em comum. A prova de que premissas básicas de super-heróis não se tornam ultrapassadas quando executadas da maneira certa.
Como foi comunicado pela Panini no ano passado, assim que lançaram os 4 volumes de Lendas do Cavaleiro das Trevas: Jim Aparo, o título iria voltar, mas a surpresa é que esse momento já chegou. Hoje a editora publicou em seu Hotsite, o preview de duas edições da série, o volume 5 e 6. Confira:
Capa da edição 05.
Sinopse:
“Como nos primeiros livros, a maior parte dos roteiros fica por conta do mítico Bob Haney, que imprimiu uma boa dose de aventura, e até um pouco de absurdo, aos contos do Batman. Nas histórias, o Cavaleiro das Trevas enfrenta o crime lado a lado com outros grandes nomes do Universo DC, como Arqueiro Verde, Mulher-Maravilha, Lanterna Verde, Desafiador e Aquaman.”
DETALHES DA PUBLICAÇÃO:
Formato 17 x 26 cm
Capa Cartão
Lombada quadrada
Miolo Offset
Distribuição Nacional
Ponto de venda: Bancas
Preço: R$22,90
O lançamento dos volumes 5 e 6 estão previstos para setembro, e o 7 está previsto para outubro deste ano.
Você que estava se perguntando o que aconteceu com a coleção Lendas do Cavaleiro das Trevas, fique tranquilo, a Panini acaba de anunciar em seu Hotsite que o novo volume da série será do artista Gene Colan.
Sinopse:
“Nessas clássicas aventuras, Batman se vê frente a frente com a Hera Venenosa e com monstros sobrenaturais, que no traço denso de Colan, ajudaram a criar uma atmosfera sombria responsável por influenciar todas as histórias posteriores do herói.”
Capa do encadernado.
HISTÓRIAS ORIGINAIS:
Batman 340, 343-345 e Detective Comics 510 e512.
DETALHES DA PUBLICAÇÃO:
Formato 17 x 26 cm
Capa Cartão
Lombada Quadrada
Miolo Offset, 140 páginas
Distribuição Nacional
Ponto de venda: Bancas, Livrarias.
Preço: R$ 23,90
Esta coleção terá dois volumes, que serão lançadas entre os meses de junho e julho. A editora ainda disse que teremos mais novidades sobre republicações de clássicos esse ano, então preparem-se.
Apesar de muitos já saberem do futuro lançamento que a editora Panini trará, é sempre bom manter vocês leitores bem informados sobre o que acontece no mundo dos quadrinhos. E é com extrema alegria que foi anunciada a aguardada coleção Lendas do Homem de Aço. Pegando carona no grande sucesso que está tendo as Lendas do Cavaleiro das Trevas, a editora resolveu também trazer as melhores histórias do nosso querido Superman.
E nada mais justo do que a primeira coleção vir trazendo o renomado José Luis García-lopéz, responsavel por definir o visual do último filho do planeta krypton. Confira uma pequena sinópse divulgada pelo Hotsite da Panini, sobre o que virá nessa edição épica:
“Lendas do Homem de Aço: García-Lopéz vol. 1 chega no final deste mês às bancas publicando histórias há muito solicitadas pelos leitores fanáticos pelo Homem de Aço da Era de Bronze. Ao lado de roteiristas não menos lendários da indústria, como Gerry Conway e Martin Pasko, o espanhol García-López definiu nesse material muito da iconografia do personagem, sem deixar, é claro, de criar histórias sempre divertidas.”