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Os Mais Perigosos do Mundo: A Liga da Justiça de Amanda Waller

Após os eventos de Trono de Atlântida, Amanda Waller, como uma boa estrategista, viu neste momento uma oportunidade de derrubar a Liga da Justiça criando uma nova equipe: A Liga da Justiça da América. Não pensem que esse é um Esquadrão Suicida 2.0. A equipe é formada por Caçador de Marte, Katana, Stargirl, Vibro, Gavião Negro, Lanterna Verde (Simon Baz) e Mulher-Gato. Eles são liderados por Steve Trevor. No arco Os Mais Perigosos do Mundo, temos a união da equipe e a sua primeira missão: Enfrentar a Sociedade Secreta.

O roteiro de Geoff Johns segue uma narrativa simples e cheia de ação, assim como seus trabalhos anteriores, ele se complica desnecessariamente em alguns momentos. O maior exemplo dessa complicação é com o Arqueiro Verde, um personagem importante para trama e que até a movimenta de certa forma, mas é um personagem extremamente desnecessário para o grupo. Personagens subdesenvolvidos são o que não faltam aqui, alguns são bem mais apresentados do que outros, como Vibro, Gavião Negro e Stargirl. Caçador de Marte, Mulher-Gato, Steve Trevor e Amanda Waller são os melhores personagens do quadrinho. O ponto mais positivo do roteiro de Johns está em como ele escreve Waller e Trevor. Uma figura manipuladora como de costume e extremamente estrategista e um homem obrigado a se corromper. Os heróis são convocados e não existe possibilidade deles dizerem não, ela pode usá-los contra eles mesmos.

A arte de David Finch é realista, sombria e violenta. Representa bem o espírito da equipe, o tom mais militarizado. Ele trabalha bem em quadros menores e principalmente em splashpages, garantindo ótimas cenas de ação. Entretanto, tudo muda quando a partir da quarta edição, Brett Booth assume a arte interna. Booth tem uma arte extremamente noventista com expressões faciais extremamente ovais e corpos sem a mínima noção de anatomia, a arte dele combinaria com o título se a história fosse mais cômica. As cores de Andrew Dalhouse prejudicam os desenhos de Booth e a narrativa.

O primeiro volume também conta com mini histórias do Caçador de Marte escritas por Matt Kindt e ilustradas por Andres Guinaldo. Kindt tem sucesso ao apresentar uma nova origem para o personagem e tornar ele ainda mais relacionável e arte de Guinaldo não é memorável, mas cumpre sua função em mover a narrativa.

Recentemente a Panini publicou o primeiro volume de Liga da Justiça da América em um encadernado capa dura com 164 páginas em papel couche. O formato é o mais adequado para obra e realça a arte de Finch. O ponto negativo fica a cargo da ausência de extras. Os Mais Perigosos do Mundo tem ideias interessantes e poderia se aprofundar mais na questão política, mas prioriza o massaveio. Garante divertimento com certeza, mas desperdiça um pouco do seu potencial para se firmar como uma ótima e simples história causando uma primeira má impressão sobre o título, mas não tão má assim.