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Wolfenstein: Youngblood | Vamos acabar com os nazistas?!

Wolfenstein: Youngblood é o resultado de uma colaboração entre a Arkane Studios, responsáveis pelo envolvente Dishonored, e a MachineGames, estúdio que desenvolve Wolfenstein desde meados de 2014.

Wolfenstein: Youngblood volta a suas raízes, porém não de maneira satisfatória, ao utilizar o que já foi refeito e aprovado em jogos anteriores, mas, pega-los e encaixar em uma estrutura de gameplay fatigado, não é cativante. Entretanto, aqui não encontra-se a obsessão de impulsionar algo “novo”, como fizeram incrivelmente bem em seus jogos anteriores. É uma aventura que sacrifica pormenores em favor de um design mais arrojado, onde a ação e sua relevância mal conseguem entrar em concordância.

Mas isto não diminui o excelente trabalho que as equipes de desenvolvimento tentaram fazer com a franquia. Expandir os horizontes de Wolfenstein e fazê-lo ser algo totalmente diferente e atrativo, com muitas adições ao jogo, foi de fato algo positivo. Este jogo é o objeto perfeito de testes para novas mecânicas e propostas para o futuro da série, a questão é que todas essas “novidades” não se encaixam com as mecânicas e sistemas dentro do jogo.

Falando em jogabilidade, Wolfenstein: Youngblood dá um show de qualidade, e se destaca junto a outros grandes FPS modernos, a desenvoltura em desenvolver um sistema retilíneo e consistente relacionada as armas e outros apetrechos que encontramos dentro do jogo é clara, um ponto muito positivo para validar o status de um excelente jogo para a franquia Wolfenstein, a MachineGames e Arkane demonstraram o domínio e capacidade em apresentar um ciclo de ação frenética do início ao fim de seu produto final. Infelizmente, alguns problemas de construção, acabam diminuindo sua experiência, que teria tudo para ser uma das melhores nos últimos tempos.

Como dito anteriormente, o que de fato diminui em muito a qualidade geral de Wolfenstein: Youngblood é relacionada à estrutura do jogo. Desocupar a cidade-luz de Paris dos nazista, é uma tarefa bastante divertida quando colocada no papel, entretanto, realizar algumas tarefas para auxiliar a resistência francesa é um tanto quanto cansativa e as vezes “sem sentido”.

Há pouquíssimos momentos marcantes dentro destas missões, até mesmo os diálogos das missões tanto principais quanto secundárias são facilmente esquecíveis. O que não deveria fazer qualquer diferença, já que seus antecessores, nunca tiveram de fato uma apresentação narrativa considerável, entretanto a questão aqui em Youngblood é que desde o começo, o jogo nos mostra um caminho novo para a franquia, nos apresenta uma série de novidades que ao decorrer da gameplay, acabam não tendo o peso que eles provavelmente teria, se a sua estrutura narrativa fosse aquilo que se propunha a ser.

Falar do modo cooperativo é quase que dar um prêmio de consolação. Por que de fato é um ponto positivo, assim como sua jogabilidade, a cooperação online que Youngblood oferece é muito elegante, um diferencial em relação aos jogos de tiro contemporâneos que utilizam o modo cooperativo apenas para preencher lacunas. Em Youngblood não temos esta modalidade como preenchedora, mas como uma referência para o decorrer do desenvolvimento do game. Já que tudo parece ter sido feito a partir deste ponto de partida. Infelizmente a IA, é um tanto quanto ineficaz, e incompetente, o que te faz querer uma companhia consciente para te auxiliar e para diminuir um pouco a repetitividade das missões, já que cada um tem uma maneira própria de realizar suas ações.

Durante o jogo, você percorre cenários incrivelmente bem detalhados, cuidadosamente planejados, infelizmente desprovidos de quaisquer pontos interessantes para a gameplay de fato. Nenhum cenário auxilia o jogador, apenas servem como cúpula de nazistas. De fato, os ambientes são de tirar o fôlego, cheios de passagens escondidas e verticalidade que encontramos em FPS como os da série Tom Clancy´s e Call of Duty, verticalidade esta que permite aos jogadores apresentar diferentes tipos de abordagem, e surpreender os inimigos. Outro ponto da verticalidade é implicar uma não-linearidade, apresentando flexibilidade para resolver seus problemas e terminar o jogo com táticas inovadoras, que outros jogos não poderiam oferecer.

Mas falando do que realmente deve ser falado. Os nazistas que você irá matar. Seus adversários aqui são facilmente reconhecíveis, o único defeito é que não existem balanceamento de nível dentro do jogo, dois nazista de mesma categoria podem ser altamente letais para a finalização de sua missão, ou podem ser facilmente derrotados de uma maneira nada gloriosa. A adição de alguns sistemas de RPG, como a barra de vida e nível, auxiliam na progressão assim como para mantê-lo em linha constante de evolução evidente. Alguns recursos, novas habilidades e upgrades em armas, acabam por não conversarem com a maneira que Wolfenstein tende a progredir.

VEREDITO: RECOMENDADO

Wolfenstein: Youngblood não é apenas uma experiência, é uma aventura, entretanto sem profundidade. Toda a jogabilidade, desde os tiroteios, os movimentos disponibilizados graças à verticalidade, são uma verdadeira obra de arte, o que faz Wolfenstein ser um jogo agradável, mas que não possui uma complexidade necessária para aquilo que o jogo se propunha a ser. Jogar Youngblood sozinho, não é uma tarefa difícil, mas o modo cooperativo traz uma abordagem nova, que é muito bem-vinda. Infelizmente com o decorrer da gameplay, e as missões repetitivas e vazias, acabam afastando o jogador de toda a atmosfera criada para o jogo. Youngblood não oferece o mesmo que seus antecessores, ele oferece mais, entretanto nem sempre, o “mais” é melhor, o que poderia vim a ser um novo ponto de partida para a série Wolfenstein ficou preso em um spin-off autônomo.

Agradecimentos à Bethesda pelo envio do código. O jogo foi revisado no PC.