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Resenha | One-Punch Man #1

Sabemos que na cultura pop japonesa, principalmente quando adentramos nos mangás e animes, nos deparamos com gêneros e estilos diferentes. Dentre esses gêneros um dos mais famosos é o “shounen”, que consiste em um protagonista masculino fisicamente fraco (tem suas exceções) e com poucas habilidades, mas sempre otimista e com objetivo de ser o melhor. Com o passar do tempo, ele se torna mais forte, sempre representando uma mensagem “gamba-re-o” (significa algo como “esforce-se”) o que é muito legal, mas de extrema repetitividade dentro desse tipo de entretenimento.

A obra de que vos falo é a antítese dessa mensagem, chamada “One-Punch Man“. Concebida inicialmente como uma web-comic, tinha uma qualidade gráfica bem baixa, mas com um roteiro pra lá de inovador. Escrito por “One” e depois revisitada com a arte sublime de Yusuke Murata, que a tornou comercialmente viável no mercado, transformando assim, uma das obras de maior hype internacional dos últimos tempos. Vinda de terras nipônicas, chegando a concorrer ao prêmio Eisner, e até  ganhou uma excelente adaptação animada feita pela Mad House. A Planet Mangás, selo da Panini Brasil, comprou a ideia do hype  e trouxe para o Brasil esse incrível material nos moldes similares a “Vagabond” e “Planetes.

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Web x versão de editora.

A SINOPSE

One-Punch Man  é o que o título que descreve: um homem com apenas um soco, ou seja, ele não precisa dar mais de um soco pra derrotar qualquer inimigo. Este homem é Saitama, um jovem recém-desempregado, que após salvar um garoto de ser morto por um homem caranguejo, resolve se tornar herói. Em sua jornada, Saitama fica tão forte, que derrota os monstros com apenas um soco e isso o deixa muito entediado, e sempre encontra alguém que diz ser mais forte, mas no final é sempre a mesma história, como disse antes, um soco só basta.

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Que queixo desse garoto!

A cidade onde Saitama reside, a Z, é sempre alvo de ataques, assim como as cidades vizinhas, restando para ele ser um herói por hobby, defender todos ao seu redor ou pelo menos, não deixar que destruam seu apartamento. Então sua vida muda  de certa forma com a chegada do ciborgue  Genos, no qual acreditava ser forte o suficiente, mas vê em Saitama o seu mestre ideal, os dois acabam se tornando amigos e enfrentando inúmeros desafios.

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Forte, SQN!

Entretanto, o que faz a história ser tão boa, visto que, poderia deixar qualquer um entediado com a sinopse, é a questão da desconstrução de uma linha narrativa muito presente e comum, como se fosse a quebra de uma fórmula, pois Saitama não precisa se tornar forte, ele já é tão forte, não precisando ter um objetivo máximo. Ele só é ele mesmo, uma pessoa comum que vive como se fosse alguém comum, que lava a louça, que vai ao supermercado, que assiste tv, lê mangás, há uma abordagem muito humana da coisa de ser herói. Isso fica longe de ser algo monótono, você se diverte, e muito, com a falta de noção que o Saitama tem em vários aspectos, isso o torna um personagem muito carismático.

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As expressões do Saitama, são as melhores!

One-Punch Man  é um mangá que diverte. O enredo tem como ponto alto Saitama sendo engraçado e debochado, deixando para Genos o lado mais racional da coisa.  Enfim vamos ver a jornada de Saitama, em busca de um oponente que realmente tenha valor ou que pelo menos o faça suar.

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Até a próxima!

FICHA TÉCNICA

One Punch Man – Vol. 01 de 10
Publicado em: Março de 2016
Editora: Panini
Gênero: Shounen
Autor: One/Yusuke Murata (Eyeshield 21)
Status: Série em andamento / Bimestral
Número de páginas: 208 paginas (papel offset) / Leitura Oriental
Formato: 13,7×20 cm / P&B / Lombada quadrada
Preço de capa: R$ 16,90

Fonte: Panini Mangás

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JBC | Escolha o próximo relançamento de mangá

A Editora JBC anunciou recentemente, na edição de 2016 do seu grande evento Henshin +, que estará relançando o mangá Fullmetal Alchemist, de Hiromi Arakawa. Devido ao grande número de pedidos feitos por fãs, ainda no evento a editora anunciou que criaria um formulário para que seja escolhido o próximo relançamento! Confira abaixo todas as informações.

As opções de relançamento são os mangás: Inu Yasha (56 volumes), Shaman King (32 volumes), Cowboy Bebop (6 volumes), Angelic Layer (5 volumes), A Princesa e o Cavaleiro (4 volumes) e, por fim, Fruits Basket (23 volumes).

Estes são os mangás disponíveis para votação no formulário de relançamento.

Para votar, acesse o formulário da Pesquisa JBC clicando aqui. É possível escolher apenas um dos mangás, então pense bem antes de preencher!

Vale lembrar que a JBC finalizou recentemente o relançamento de Yu Yu Hakusho (19 volumes). Além disso, a editora conta com outros mangás sendo relançados, como Blade: A Lâmina do Imortal e Éden: It’s An Endless World em formato BIG, e os mangás Chobits e Hellsing, que foram relançados recentemente e já estão concluídos.

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Resenha | Vagabond #1

Há um ditado que diz: um é pouco, dois é bom e três é demais. Mas esse ditado não pode ser aplicado a grandiosa obra Vagabond de Takehiko Inoue que, após muito tempo e muitas negociações sobre os seus direitos de publicação no Brasil, agora foram adquiridos pela Panini.

A EDIÇÃO ATUAL

Voltando ao que interessa, o mangá… A nova edição publicada pela Panini é o que podemos chamar de um meio termo. Ao nível de qualidade das edições “definitivas” publicadas pela Conrad, um dos mais belos que já tive em mãos no quesito material, a edição da Panini é competente, seguindo um modelo de publicação que foi feito em Planetes (com resenha feita por este que vos escreve), com orelhas e papel off-set, uma diagramação menor do que a feita pela Conrad e menos folhas coloridas que a sua predecessora. Todavia, com um preço bem competitivo para um material desta qualidade.

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Que capa singela!

 

A HISTÓRIA

Shinmen Takezo e Hon’iden Matahachi, dois rapazes da vila de Miyamoto, vão à guerra em busca do reconhecimento de seus nomes como guerreiros. Eles sobrevivem por pouco a famosa batalha de Sekigahara, que definiu os rumos do shogunato japônes, marcado na  história como o evento que deu início a Era Tokugawa. Mas o lado que escolheram lutar acabou derrotado. Por acaso, uma saqueadora de corpos, chamada Akemi, encontra-os feridos enquanto fazia o seu árduo trabalho, levando ambos para a casa de sua mãe, Okoo.

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Eu estou vivo!?

 

Após alguns dias, bandidos atacam a casa das mulheres e Takezo os enfrenta enquanto Matahachi foge com uma delas. A partir daí, começa a aventura solitária de Takezo que mais tarde, será rebatizado como Miyamoto Musashi, que futuramente será reconhecido como o maior samurai que já andou pelo mundo.

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Quem lhe chamou?

 

A arte do mangá é uma coisa de outro mundo, que acima de tudo faz com que a história tenha uma fluidez impressionante, em todos os quesitos técnicos, como cenários, expressões e personalidades dos personagens, as sequências de combate, beirando a perfeição narrativa. O único defeito que vejo no mangá é que ele ainda não foi finalizado; entretanto, dá pra entender o motivo… Aliás, dêem graças ao editor do Takehiko Inoue, pois quase não teríamos sequer uma concepção, uma vez que o mangaká, famoso também pelo mangá esportivo Slam Dunk, quase largou a carreira por desanimo mas, ao ler Musashi, ficou perplexo e resolveu tomar como um desafio para a sua vida essa adaptação.

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Taca lhe pau!

 

Vagabond é a transcrição para a nona arte do épico japonês do maior samurai de todos os tempos, Miyamoto Musashi, que tem como base o famoso romance escrito por Eiji Yoshikawa, publicado no Brasil pela editora Estação Liberdade, um livro sublime mas com uma escrita bastante carregada; coisa que o mangá, principalmente por ser arte sequencial, livra-nos da linha descritiva, importante, mas muito denso em alguns momentos.

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Um calhamaço dos bons, diga-se de passagem!

Vamos torcer para que o mangá finalize seu ciclo. Mesmo que ainda esteja em andamento, 37 volumes servem como um bom começo para que todos possam conhecer  e acompanhar a jornada de Takezo. 

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Até a próxima.

VAGABOND – Vol. 01 de 37
Publicado em: Março de 2016
Editora: Panini
Gênero: Épico histórico
Autor: Takehiko Inoue (Slam Dunk)
Status: Série em andamento / Mensal
Número de páginas: Cerca de 240 páginas (papel offset) / Leitura Oriental
Formato: 13,7×20 cm / P&B com páginas coloridas / Lombada quadrada
Preço de capa: R$ 17,90

Fonte: Panini Mangás

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Anime

O diamante é inquebrável! Animação da Parte 4 de JoJo anunciada!

Enquanto alguns redatores que teriam um ecstasy muito maior em publicar essa notícia dormem tranquilamente o seu sono de beleza, a cidade S, na prefeitura M está em festa.

Algumas horas atrás, foi publicado pelo Twitter oficial da versão animada de JoJo’s Bizarre Adventure, que uma adaptação para as TV japonesas da Parte 4 do mangá, Diamond is Unbreakable, foi liberada. O anúncio foi feito ao final de um evento ao vivo sobre a terceira parte da saga (Stardust Crusaders, que já foi animada em duas temporadas de 24 episódios).

Mais informações ainda não foram divulgadas. Então dados como temporada de lançamento, número de episódios, elenco de dubladores e de direção, ainda são um mistério. Elas deverão ser soltas aos poucos, num futuro próximo.

Enquanto o Site oficial do anime ainda mostra as figuras dos personagens de Stardust Crusaders, ao abri-lo, um vídeo aparece, oficializando o anúncio da nova temporada, que adaptará a ação na vida de Josuke Higashitaka. Tal vídeo segue abaixo:

JoJo’s Bizarre Adventure (JoJo no Kimyō na Bōken, no original) é um mangá de extremo sucesso no Japão. Publicado desde 1987, a obra de Hirohiko Araki acompanha a vida da Família Joestar e de seus descendentes. Em cada Parte do mangá, uma história é contada, e conta com um protagonista diferente. O que todas elas tem em comum é o parentesco de um causo com o seu antecessor; o característico apelido de “JoJo” para seu personagem principal; e, claro, o fator bizarro que não está atoa no nome da obra.

Tirando aquelas animações horríveis dos anos 1990 que ninguém leva a sério, JoJo já possui três temporadas concluídas. A Primeira cobre a história das Partes 1 (Phantom Blood) em 8 episódios, e Parte 2 (Battle Tendency) em 16, completando assim 24 episódios. As outras duas contam a Parte 3, Stardust Crusaders, em 24 episódios cada.

E com esse anúncio, todos nós nos sentimos completamente revigorados, como se tivéssemos acabado de colocar um novo par de cuecas no dia de Ano novo.

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Resenha | Parasyte #01

“Vocês não percebem que
nós somos dotados apenas por sermos humanos.
Nós somos predadores absolutos.
Nós não temos sequer um inimigo.
Talvez aqui estejam outros animais nos observando
e pensando que, um dia,
nós iremos derrubá-los.”

Let Me Hear – Fear, and Loathing in Las Vegas

Com tais palavras temos o início da música de abertura do anime de Parasyte (Kiseijū), mangá de horror e ficção-científica criado por Hitoshi Iwaaki e publicado em 10 volumes entre 1988 e 1995. A publicação deste clássico no Brasil foi anunciada pela Editora JBC e a primeira edição pode ser encontrada atualmente nas bancas, e graças a ela, podemos observar todos as camadas desta obra que vai além dos exageros típicos, lidando com diversas questões sociais e biológicas dos seres vivos.

Antes de mais nada devemos abordar alguns aspectos sobre as relações entre os seres. Na natureza, todo ser possui algum tipo de relação com outro, seja ela harmônica ou desarmônica. Na biologia caracterizamos inicialmente estas relações como intra-específicas e interespecíficas. No primeiro tipo podemos encaixar relações entre seres de uma mesma espécie, como sociedades, colônias ou canibalismo (as duas primeiras, harmônicas, visto que todos os seres colaboram uns com os outros, e a terceira, desarmônica pois alguém sai perdendo). Já as interespecíficas são caracterizadas pelas relações entre seres de diferentes espécies, e aí encaixamos coisas como o mutualismo, o predatismo e o parasitismo.

Mas quais seriam as diferenças entre estas três principais relações interespecíficas? O mutualismo é caracterizado pelos participantes mantendo uma relação de dependência e se beneficiando reciprocamente da associação entre eles. Já o predatismo, como o nome sugere, se dá quando um ser mata um outro ser, de outra espécie, para lhe servir de alimento. E por fim, o parasitismo se dá quando um ser vive no corpo de outro, denominado hospedeiro, com o objetivo de retirar alimentose de modo geral estes parasitas trazem-lhe apenas prejuízos. Existem outros tipos de relações interespecíficas, mas no caso de Parasyte, apenas estas três bastam para um desenvolvimento sobre a obra.

Em Parasyte temos dois protagonistas: Shinichi Izumi e Miggy. Este segundo é simplesmente um parasita alienígena de uma raça que, aparentemente, se apodera do cérebro dos seres vivos e iniciam comportamento canibal, visto que o ser possuído pelo parasita perde o controle sobre seu corpo, morrendo no processo. Além desta característica (na nossa visão) atroz, a área onde o parasita habita também se torna mutável, podendo assumir outros aspectos ou densidades corporais, incluindo uma enorme elasticidade e velocidade. No caso de Miggy o parasitismo não saiu como o esperado e ele passou a habitar somente a mão direita de Shinichi. Com a falha, esta relação acaba se tornando também um mutualismo, com ambos agindo juntos (unidos, por motivos óbvios) para sobreviverem e desvendarem os mistérios acerca dos parasitas alienígenas canibais.

Somente a proposta de Parasyte já deveria conquistar diversos leitores. Mas a obra vai além disso, abordando também questionamentos sociais e biológicos acerca do próprio ser humano. Em determinados momentos podemos observar Shinichi questionando o canibalismo dos humanos parasitados, julgando tais atitudes como horrendas, e Miggy contrabalanceia tais questionamentos com respostas como: “Nós estamos apenas exercendo a nossa biologia. Alimentação é algo natural e intrínseco a todo ser vivo. A vida de seus semelhantes é tão importante assim? Pra mim, a preservação da própria vida sempre virá acima de tudo.” Com tais palavras, também abrem-se as questões sobre o parasitismo do ser humano em relação à Terra. Afinal, nós devastamos o planeta, cometemos atrocidades, nos alimentamos de outros seres… Nossa vida é tão importante assim? É necessária esta quantidade absurda de seres humanos? E podemos julgar uma criatura que está apenas exercendo seu comportamento natural?

Através do convívio com Miggy, um ser frio e calculista que se importa apenas com o que fizer bem à ele, Shinichi começa a valorizar cada vez mais a vida como um todo. Não somente a vida humana, mas também o direito de viver dos animais, dos insetos, de tudo. E também a questionar sua própria ideologia sobre a preservação da vida humana. Será que somos tão importantes ou exclusivos assim? E eu devo combater, ou até mesmo matar estes seres que estão aniquilando meus semelhantes? Aparentemente, sim. E isso cria um embate ideológico mostrando a ideia mais pura de defesa à humanidade encarnada em Shinichi, e o egoísmo somada à autopreservação característica de Miggy.

O primeiro volume termina levantando uma questão: quem cederá? Shinichi virá a se tornar alguém mais frio graças à esta relação, ou Miggy passará a compreender os bons lados da humanidade? Quem se tornará o predador, e quem será a presa? Em algumas cenas o autor deixa bem claro que os parasitas são os predadores. Mas será que isso pode vir a mudar? O ser humano, tido como o topo da cadeia alimentar, voltará a assumir tal posto, mesmo com a presença de seres tão poderosos?

E se os seres humanos não fossem o topo da cadeia alimentar? 

Abordando tantos assuntos interessantes, desenvolvendo uma excelente trama, sendo muito bem ilustrado e contendo ótimas ideias, Parasyte é, para mim, o melhor lançamento de mangá do ano. A edição da JBC está sendo lançada com uma qualidade incrível que inclui laminação fosca e belíssimas ilustrações (dos kanzenbans japoneses) nas capas, papel de boa qualidade, além de ótima tradução e revisão.

Vale lembrar que tudo o que foi dito neste texto foi extraído somente do primeiro volume. A história pode dar uma guinada assombrosa e tomar rumos completamente diferentes, mas isso apenas atiça ainda mais a nossa curiosidade como leitores. Qual será o destino da dupla Shinichi e Miggy?  Por quais outras situações extremas eles passarão?

Parasyte é um mangá mensal, contém cerca de 220 páginas em papel offset e será completo em 10 volumes. O preço é de R$16,90, e a distribuição, por fases. O anime pode ser assistido através da plataforma Crunchyroll.

https://www.youtube.com/watch?v=MrEX23xl-eM

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Planetes #1

Muito além do que lixeiros espaciais.

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Resenha | Zetman #01

sci-fi de ação que faltava na sua coleção.