Morreu na noite de 9 de setembro de 2024 o quadrinista estadunidense John Cassaday, reconhecido por diversas contribuições para o mercado da narrativa gráfica. A morte foi anunciada via Facebook por sua irmã Robin Cassaday. A causa mortis não foi divulgada, apesar de circular informações de que o ilustrador estava internado na UTI do hospital Mount Sinal West de Nova York desde a última semana.
Nascido em 14 de dezembro de 1971, Cassaday iniciou a carreira na segunda década de 90 desenhando quadrinhos independentes. Após mostrar seu portfólio ao quadrinista e editor Mark Waid na San Diego Comic Con de 1996, começou a receber propostas de trabalho para grandes editoras, como Marvel, DC/Wildstorm e Dark Horse.
Para a DC, destaca-se Planetary, título co-criado junto a Warren Ellis em 1999 com grande sucesso de público e crítica. No Brasil, a série foi publicada pelas editoras Pandora Books, Pixel e Panini.
IMAGEM: Atomic Junk Shop
Na Marvel, suas principais obra são Capitão América (2002) com argumento de John Ney Rieber e Supreendentes X-Men, premiada fase do grupo de mutantes produzida com o roteirista de quadrinhos e diretor de cinema Joss Whedon. Ambas as séries foram publicadas no mercado nacional pelas editoras Salvat e Panini Comics.
IMAGEM: Midtown Comics
Para o mercado europeu, ilustrou a trilogia Eu Sou Legião em parceria com o roteirista francês Fabién Nury e publicada no Brasil tem 2009 também pela Panini Comics.
A Torre de Vigilância, que possui entre seus membros muitos fãs de Cassaday, lamenta profundamente o falecimento do artista.
Para os fãs da fase do Superman cabeludo, a Panini Comics já disponibilizou a Liga da Justiçanoventista de Mark Waid, que antecede a aclamada fase Grant Morrison. O formato ‘Sagas’ é um grande acerto da editora, que publica a maioria das histórias em ordem cronológica, com um preço mais popular em comparação aos luxuosos encadernados de capa dura. A coleção já conta com grandes nomes da DC e da Marvel como Superman, Batman, Demolidor e X-Men. Confira a sinopse disponibilizada pela editora:
“Uma nova era para a Liga da Justiça! Começa aqui a mais icônica fase da maior equipe de super-heróis de todos os tempos. Presencie a origem e formação definitiva do grupo nesta reunião dos mais lendários ícones da DC; Superman, Batman, Mulher-Maravilha, Flash, Lanterna Verde, Aquaman e o Caçador de Marte! Dando início à clássica fase de Grant Morrison, um dos mais aclamados quadrinhos de super-heróis da história do Universo DC!”
Com a formação: Superman, Batman, Mulher-Maravilha, Caçador de Marte, Aquaman, Flash e Lanterna Verde (Kyle Rayner), neste primeiro encadernado, teremos Mark Waid e Fabian Nicieza no comando da Liga da Justiça com o arco Justice League: A Midsummer’s Nightmare, publicado aqui no Brasil no formatinho Os Melhores do Mundo, em 1997. Na arte, Darick Robertson, Jeff Johnson, Jon Holdredge, Hanibal Rodriguez e Pat Garrahy. A publicação contém 144 páginas e capa comum e já está disponível.
A Devir Brasil anunciou que em janeiro de 2021, também conhecido como mês que vem, estará publicando a conclusão de Imperdoável, série de sucesso de crítica e público criada por Mark Waid. A trama apresenta o Plutoniano, o maior super-herói da Terra que enlouquece e se torna o pior vilão do mundo. Agora, a editora conclui a saga publicando Imperdoável Volume 5: Redenção.
Nesse novo volume, é relevado como os jovens Tony e Evan se tornaram, respectivamente, o Plutoniano e Max Destrutor, realizando assim o crossover entre Imperdoável e Incorruptível (spin-off da série). E, na sequência, graças a uma última tentativa desesperada para derrotar o Plutoniano, o mundo foi contaminado por radiação e os membros remanescentes do Paradigma estão tentando reverter a situação.
Enquanto isso, Qubit promete ao Plutoniano a redenção em troca da salvação do planeta e a pergunta que não quer calar finalmente será respondida: pode um homem ser tão perverso a ponto de ser tornar realmente Imperdoável?
O volume reúne Irredeemable # 32 a 37 e Incorruptible 25 e 26. Vale destacar que Imperdoável foi vencedora do Prêmio Eisner de Melhor Roteirista em 2012.
Imperdoável tem formato 17 x 26 cm, 216 páginas coloridas e capa dura. Os desenhos são de Peter Krause, Eduardo Barreto, Marcio Takara e Damian Couceiro e a tradução de Marquito Maia.
Foi confirmado pela Marvel Comics a minissérie estrelada pelo Homem-Formiga e a Vespa. O roteiro será de Mark Waid e os desenhos de Javier Garron. A publicação fará parte da reformulação editorialFresh Start que começa em maio na editora.
Na trama, Scott Lang encolheu e está perdido, a sua única esperança de resgate é Nadia Pym. Mas o grande problema é que Lang não admite que está perdido e nem que precisa de ajuda.
Apesar de serem um casal clássico no Universo Marvel, é a primeira vez que os dois protagonizam juntos uma história. A trama ainda vai abordar o microverse.
“Todos na Marvel sabem que sou obcecado por duas coisas: o Microverse e o Ciclope. Então quando o editor Jordan D. White decidiu fazer uma minissérie do Homem-Formiga e da Vespa, ele sabia que se não me chamasse as coisas iam ficar feias”, disse Waid ao site Newsarama. “O ritmo e o tom da história são loucos e divertidos, e no final da primeira edição já aconteceu muitas coisas. Pode-se dizer que são duas aventuras completas ao mesmo tempo”.
A minissérie terá o total de seis edições e o lançamento será em 6 de junho nos Estados Unidos. Um mês antes do filme do Homem-Formiga e da Vespa chegar aos cinemas. Confira detalhes do filme AQUI.
Em entrevista ao site Newsarama, Mark Waid falou sobre o novo arco na HQ do Capitão América, onde o herói se tornará mais uma vez um homem fora do tempo e se transformará em Rei em um futuro pós-apocalíptico.
A trama começa quando Steve Rogers é descongelado no futuro distante, depois de ser preso pelos seus novos inimigos, o grupo terrorista Rampart. Nesse novo e estranho mundo o Capitão irá enfrentar a ameaça do terrível líder da Rampart, mas contará com a ajuda de novos aliados, os Howling Commandoes. Essa ação seguirá até a edição #700 da HQ onde o Sentinela da Liberdade se tornará o Rei.
“Para quem acompanhou Secret Empire, e teve uma experiência terrível de ver o Capitão como líder ‘perveso’ de um Estado, confiem em nós. Essa é uma história 100% oposta do Capitão como ‘rei’de um outro futuro,” disse Waid. “Ele é um governante que está muito mais relutante, e que está ansioso para passar o poder para outra pessoa… bem acho que já estou falando demais.”
O novo arco, que não teve seu título divulgado ainda, começa em Captain America #698 terá roteiros de Mark Waid e artes de Chris Samnee. O lançamento será em abril nos Estados Unidos.
Finalizando os lançamentos para livrarias do mês de setembro, a Mythos Editora estará publicando Império, de Mark Waid e Barry Kitson. Outros anúncios da editora incluem o James Bond de Warren Ellis e novos encadernados do Juiz Dredd. Confira abaixo mais detalhes acerca desta história de super-heróis e vilões!
Mark Waid desconstrói o gênero super-herói com uma história onde um tirano fascista derrota todos os mocinhos do mundo… e isso é só o começo! O poderoso Golgoth está prestes a esmagar o último bolsão de resistência do planeta, mas, por onde olha, ele percebe possíveis traidores, mesmo entre seu núcleo de ministros. Em meio a conspirações, segredos, problemas familiares e violência sem limite Golgoth busca manter seu domínio sobre a Terra. Mas ele irá conseguir? Um grandioso trabalho autoral de Mark Waid (Flash, Reino do Amanhã), com a cinética arte de Barry Kitson (Legião dos Super-Heróis, Juíza Anderson).
A publicação de Império teve início na Gorilla Comics, parte da Image Comics, no ano 2000. A Gorilla Comics foi criada por Mark Waid, Kurt Busiek, Tom Grummett, George Pérez e outros autores. Entretanto, com a falência do selo editorial após a publicação da segunda edição da saga, a série foi finalizada na DC Comics entre os anos de 2003 e 2004, permanecendo como um universo alternativo.
Atualmente, os direitos da publicação estão nas mãos da IDW Publishing. A série possui seis edições, além da edição #0. Em 2004, Império foi indicada ao Prêmio Eisner de Melhor Série Limitada. Waid e Kitson já haviam trabalhado juntos em 1999 na minissérie LJA: Ano Um.
Império possui 204 páginas encadernadas em capa dura e formato 17 x 26 cm, e o preço de capa sugerido é R$ 69,90.
Mark Waid e Chris Samnee, a dupla premiada dos quadrinhos do Demolidor, será a nova equipe criativa dos quadrinhos do Capitão América após os eventos da saga Império Secreto.
Atualmente, o Capitão América é uma figura controvérsia que vem causando muito discussão na internet desde que o roteirista Nick Spencer revelou que o personagem fazia parte da Hidra no quadrinho Steve Rogers: Captain America #1. Todo o desenvolvimento do Capitão América da Hidra culminou na saga Império Secreto, em que Steve Rogers é o Líder Supremo da Hidra e rege uma nova ordem mundial.
Capitão Hidra
O que acontece no Universo Marvel depois de Império Secreto, em partes, ainda é um mistério, mas já foi anunciada a iniciativa Marvel Legacy, em que os principais heróis da Casa das Ideias voltarão a seus status originais.
Em Legacy, muitos títulos da Marvel serão renumerados considerando os quadrinhos já lançados de alguns personagens. O quadrinho do Capitão América receberá a numeração #695, contando com a estreia de Mark Waid no roteiro e Chris Samnee nos desenhos. A nova fase do bandeiroso da Marvel promete trazer o que os leitores querem.
“Este é um Steve ouvindo as pessoas para descobrir como elas se sentem em relação a ele e o que elas querem dele a partir de agora.” disse Waid.
Imagem de divulgação da nova fase do Capitão América nos quadrinhos.
Marvel Legacy começa em Setembro nos EUA a partir do one-shotMarvel Legacy #1 com roteiro de Jason Aaron e arte de Esad Ribic.
Captain America #695 com Mark Waid e Chris Samnee está previsto para estrear em Novembro nos EUA.
A edição #9 do título Champions (Campões) da Marvel Comics, com roteiro de Mark Waid e arte Humberto Ramos, apresentou uma nova personagem que pode integrar a nova equipe de heróis adolescentes da Casa das Ideias.
Em Champions, vemos Miss Marvel (Kamala Khan), Nova (Sam Alexander), Homem-Aranha (Miles Morales), Hulk (Amadeus Cho), Ciclope e Viv Vision reunidos como um novo panteão de heróis tentando ser a voz de sua geração de jovens. A nona edição do quadrinho apresenta uma nova heroína adolescente e o mais curioso é que se trata de uma personagem que foi inspirada no Chapolin Colorado, ícone mexicano que surgiu como uma sátira aos super-heróis norte-americanos.
Fernanda Ramirez é a Red Locust (Gafanhoto Vermelho em tradução literal) que, visualmente, é semelhante ao Chapolin Colorado, mas tem a sua própria história. A armadura de Fernanda faz parte de um culto asteca que tem mais de 200 anos de existência e era repassada aos homens da família Ramirez. Por ser uma garota, a jovem não recebeu a armadura. Não contente com isso, ela moldou a armadura a seu modo e assumiu o legado de Red Locust.
Arte Conceitual de Red Locust
Red Locust foi ideia do desenhista de Champions, Humberto Ramos, que, curiosamente, é mexicano, assim como a nova personagem e como o próprio personagem que inspirou a heroína, o Chapolin Colorado. A ideia foi aceita pela filha de Roberto Bolaños, ator e criador do Chapolin. “Conversei com a Marvel e depois fui falar com Paulina Gómez Fernanández. Deixe-me ser claro, isso é uma homenagem ao trabalho de Chespirito, é um tributo, uma manifestação de amor ao México. É importante mostrar que essa equipe dos Campeões conversa com todas as diferentes culturas, línguas e raças.” disse Ramos sobre a criação da nova personagem.
Na Mira da S.H.I.E.L.D é o primeiro arco do novo quadrinho da Viúva Negra. Acontece entre as edições 1-6 de Black Widow Vol.6. O roteiro é de Mark Waid e o desenho é de Chris Sanmee, a dupla dinâmica de Demolidor Vol.3 e Vol.4, que retorna em uma parceria para uma série da maior espiã do Universo Marvel.
Antes de tudo, é importante ressaltar a grande importância da arte nessa história, afinal, em histórias em quadrinhos, grande parte da narrativa não está só na escrita, mas na arte também. E aqui, o desenho de Chris Samnee, com a belíssima coloração de Matt Wilson, se faz mais importante do que os diálogos em alguns momentos, principalmente no que se refere à ação. As sequências de ação são fascinantes de se ver, e ao mesmo tempo dizem muito sobre a Viúva Negra.
A coloração de Wilson deixa todos os momentos ilustrados por Samnee bem coloridos e visíveis, o que torna tudo mais empolgante.
“Ela transforma uma queda de 10 metros em um balé.”
Luta simulando uma dança de balé com flashs do passado.
Agora, vamos à trama.
Natasha Romanoff, ex-assassina da KGB, ex-agente da S.H.I.E.L.D, e, eventualmente, uma Vingadora. Ela tentou espiar seus pecados passados, mas espiar não é apagar. Uma hora todo o seu passado sombrio começará a vir à tona.
Como o nome do arco sugere, a Viúva Negra está sendo perseguida pela S.H.I.E.L.D., e o motivo não é explicado logo na primeira edição, pois a história já começa com muita ação envolvendo combate corpo a corpo, saltos de prédios e paraquedas, e momentos de tensão. E tudo isso com poucos diálogos.
Viúva Negra #2
É um thriller de espionagem, e uma das características dessas histórias são os mistérios que envolvem algo maior do que é apresentado em um primeiro momento. Portanto, há algo por trás da perseguição da S.H.I.E.L.D, e isso está relacionado ao passado de Natasha.
A infância de Natasha na Rússia sendo treinada na Sala Vermelha para ser uma assassina profissional a leva de volta à sua Terra Natal para enfrentar fantasmas do passado. Junto a isso, há ainda a revelação dos segredos sombrios da Viúva Negra ao mundo, e a presença de um novo antagonista conhecido como Leão Choroso.
No final, tudo acaba bem na medida do possível, e ao mesmo tempo não acaba, pois os segredos de Natsha se tornaram públicos, e ainda ficaram pontas solta e um gancho para o que vem a seguir: as consequências de um passado sombrio.
Viúva Negra #6
Waid e Samnee conquistaram muitos fãs pela alta qualidade no título do Demolidor. A dupla não decepciona nesse primeiro arco da Viúva Negra.
O próximo arco abrange as edições 7-12 e conclui o título da Viúva.
“Intencionalmente ou não, eu tendo a me manter nas sombras. Sempre tentei. E também tomo muitas decisões ruins. Talvez essas duas coisas não estejam totalmente desconectadas uma da outra. Posso ver isso agora. Que a luz não é algo que eu deva temer. Não mesmo. Digo, eu não posso enxergar, mas pelo amor de Deus, eu não sou CEGO.” – Daredevil vol.4 #18
Essa citação é da última edição do Demolidor do Mark Waid, e é uma síntese perfeita da passagem de Waid pelo personagem.
Em 2011, a Marvel relançou o quadrinho do Demolidor com o roteiro de Mark Waid e a arte de Paolo Rivera e Marcos Martin. Posteriormente, conta com a participação de outros artistas, como Mike Allred, Javier Rodriguez e Chris Samnee. Foi uma aposta arriscada, afinal, Waid veio com a ideia de transformar a revista do Demolidor em algo diferente do que vinha sendo feito com o personagem desde que Frank Miller reformulou o diabo de Hell’s Kitchen. E essa transformação funcionou, e muito bem. O título ainda levou alguns prêmios no Eisner Awards, que é o equivalente ao Oscar dos quadrinhos.
Antes de entender o significado do Demolidor de Waid, irei contextualizar as influências de Miller para o personagem.
O sucesso do Demolidor de Frank Miller e Klaus Janson, a minissérie Demolidor – O Homem sem medo e o famoso arco A Queda de Murdock, foi responsável por criar uma atmosfera sombria e uma zona de conforto para se escrever histórias do personagem.
A Queda de Murdock
Quase todo o material dos quadrinhos do Demolidor pós-Miller seguem uma fórmula de ATMOSFERA SOMBRIA + TRAGÉDIA COM ALGUMA NAMORADA DO MATT + DEMOLIDOR DEPRESSIVO (Chamarei carinhosamente de Fórmula Demolidor).
As fases mais notáveis pós-Miller são: Ann Noccenti e John Romita Jr., Kevin Smith e Joe Quesada, Brian Michael Bendis e Alex Maleev, e Ed. Brubaker e Michael Lark.
Essa Fórmula Demolidor deu certo, e no caso de Bendis e Maleev, deu MUITO certo, afinal a dupla até foi premiada e a passagem deles pelo título do Demolidor durou alguns anos (2001-2006). Um problema em seguir fórmulas é que elas só funcionam até se tornarem desgastantes, previsíveis e repetitivas. Logo que a fase de Bendis encerrou, quem assumiu o roteiro foi Ed. Brubaker, que é um roteirista competente e popular por fazer um bom uso do noir. As histórias da fase do Brubaker com o Demolidor são boas e interessantes, porém, muito previsíveis devido a persistência da fórmula já citada.
Demolidor por Alex Maleev
Com a saída de Brubaker do título em 2009, foi a vez de Andy Diggle assumir o roteiro e, nessa altura, persistir na Fórmula Demolidor foi um erro, pois já estava saturada. Não que a passagem de Diggle seja ruim, só que não acrescenta grandes coisas para a mitologia do personagem. O acontecimento mais marcante da fase Diggle é a saga Terras das Sombras e, mesmo assim, é algo que divide a opinião dos fãs.
Terra das Sombras
“Tudo era trevas antes de surgir a LUZ.” – Credo Rosacruz
Devido ao desgaste da fórmula demolidor, algo precisava ser feito com o personagem, e então surgiu a Luz, Mark Waid, no caso.
Leitores mais assíduos de quadrinhos devem conhecer Mark Waid de trabalhos na DC Comics, sendo o mais popular O Reino do Amanhã, com a belíssima arte de Alex Ross.
Uma das características de Waid é trabalhar com o otimismo e a esperança em suas histórias, e é exatamente isso que ele fez em Demolidor.
O Matt Murdock de Waid ainda foi sobre um homem traumatizado com a perda do pai, o abandono da mãe, e a perda de seus muitos amores (Karen Page, Elektra, Heather Glenn, e Milla Donovan). A grande diferença está no fato de Matt estar disposto a superar sua depressão com um sorriso e uma atitude alegre que beira a estranheza. Esse novo Matt até se permite fazer piadas e referências à cultura POP.
As contribuições de Waid para o personagem vão além de deixar o Matt alegre. Ele resgatou a atmosfera dos anos 60-70 com elementos dos primeiros dias do Demolidor de Stan Lee, lutando contra vilões buchas sem grandes motivações, um tom leve nas histórias e tramas curtas.
Aliado ao tom leve das histórias, a arte fluida e expressiva de Paolo Rivera, MarcosMartin, Javier Rodriguez, Mike Allred e Chris Samnee é uma grande contribuição para a atmosfera do título.
Demolidor e alguns monstros que fizeram sucesso nos anos 70 na Marvel
Waid ainda nos apresenta Kirsten McDuffie e Ikari, que foram gratas surpresas nas histórias.
Kirsten é o novo o interesse amoroso de Matt, é bem humorada e é uma Mulher Sem Medo para um Homem Sem Medo. Ela sabe que Matt é o Demolidor e debocha disso, pois a identidade secreta dele já não era tão secreta como já foi um dia. E mesmo sabendo disso, Kirsten não tem medo de entrar em um relacionamento com um herói com um passado assombrado por mortes. E, ao contrário das outras namoradas do Demolidor, ela não tem um fim dramático, como as mortes de Elektra, Karen e Heather, ou a loucura de Milla.
Convenhamos, matar namoradas de super-heróis é um recurso extremamente datado. Isso funcionou muito bem quando Gwen Stacy morreu nos braços do Homem-Aranha, ou quando Elektra morreu nos braços de Matt. Foi chocante. Foi algo novo para época que foi lançado. Porém, isso se tornou uma fórmula batida para chocar o leitor.
Matt e Kirsten
Ikari é a versão reversa e com poderes melhorados do Demolidor que foi criado por Waid. As cenas de ação de Ikari contra o Demolidor com a arte de Chris Samnee são de encher os olhos e parar para admirar.
A principio, Ikari é só uma versão melhorada do Demolidor, mas também faz parte de uma trama maior, que é uma das características da série. Tem tramas curtas, mas no final elas se interligam.
Ikari vs Demolidor por Chris Samnee
Um dos fatores que chama a atenção de muitos leitores do Demolidor é certa liberdade criativa que os roteiristas têm para mexer no universo do personagem. Mark Waid usa e abusa dessa liberdade, pois ele alterou o passado de alguns personagens, revelou que Foggy Nelson estava com câncer, criou Ikari ligando à origem do Demolidor, revelou a identidade do Demolidor publicamente, fez Matt Murdock abandonar Nova York, e ainda mudou o traje do Demolidor para um terno vermelho. O mais notável de tudo isso é que Waid desenvolveu suas premissas respeitando o que foi feito por escritores anteriores.
Novo traje do Demolidor
No final de 2015, Mark Waid concluiu a sua passagem nos quadrinhos do Demolidor para dar lugar a Charles Soule, o atual roteirista do título. Soule já retornou com uma atmosfera sombria para o personagem, e já está conquistando seu espaço ao sol.
Apesar de já ter retornado ao clima sombrio das ruas de Nova York, a fase de Waid foi a iluminação que precisava para o Demolidor ser revitalizado nos quadrinhos. Afinal, não há nada a se temer na luz.