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Amor e Monstros: O Webnamoro no Fim do Mundo

Indicado ao Oscar 2021 na categoria de ‘Melhores Efeitos Visuais’ e estrelado por Dylan O’Brien, conhecido pelo seu papel em Teen Wolf e na adaptação da trilogia Maze Runner, Amor e Monstros estreou ano passado nos Estados Unidos e chegou na Netflix semana passada, dia 14 de Abril. Apresentando uma história boba e um protagonista cativante, o título diverte do início ao fim.

Amor e Monstros', 'Rambo' e mais: o que chega na Netflix em abril em 2021 | Michael rooker, Rambo, Dylan o'brien

Na trama do longa, o mundo foi dominado em sua superfície por monstros logo após a ameaça provocada por um meteoro – que fez com que os humanos se refugiassem no subterrâneo. Sete anos após o fatídico evento e escrevendo inúmeras cartas para sua namorada, Joel consegue contato com ela no rádio e descobre onde a mesma está escondida. Após algumas semanas conversando, com medo e inseguranças em sua mente, o protagonista decide ir até o esconderijo e percorrer todo o perigoso caminho da superfície para encontrar sua amada. Em suma, a trama pode ser resumida como um webnamoro durante o apocalipse.

O roteiro por si só é bem simples e apresenta uma conclusão clichê, porém é bem trabalhado durante toda a exibição do longa. Em dez minutos de filme já somos introduzidos na presente situação, e a partir disso o título explora com excelência a ambientação e o desenvolvimento do protagonista durante toda a sua jornada através dos obstáculos que o mesmo encontra, explorando também o lado dos monstros na trama e outros personagens que surgem no meio do caminho. A história é conduzida de forma leve pelo diretor, que consegue manter um ritmo constante do começo ao fim – fazendo com que os elementos clichês da trama sejam ignorados pela experiência em si.

Amor e Monstros é comédia divertida sobre mundo pós-apocalíptico

O elenco do filme funciona bem em conjunto: por mais que o tempo de tela seja maior no personagem de Dylan O’Brien, quando este se encontra com outros personagens durante sua jornada na superfície, a química flui de forma natural e divertida, colaborando também para o crescimento emocional do personagem. Infelizmente, o terceiro ato do longa se apressa um pouco para finalizar logo o título, entretanto mesmo assim a história consegue fluir perfeitamente.

E quanto aos efeitos visuais, são simplesmente incríveis. Tanto a ambientação como a composição dos monstros conseguem trazer uma atmosfera de tensão a cada frame que ameaça o surgimento de um antagonista, assim como deixa o telespectador mais intrigado ainda sobre o universo do filme. Sua indicação ao Oscar é merecida e, dentre os indicados, este se tornou meu título preferido para levar a estatueta de ouro.

Amor e Monstros | Novo filme da Netflix é surpreendente e divertido - Legião Jovem

Então, é bom?

Com uma trama boba, um roteiro simples e um final clichê com um discurso motivacional, Amor e Monstros consegue ser extremamente cativante e divertido – cumprindo, assim, o seu papel para entreter o telespectador. Os personagens apresentados e o desenvolvimento do protagonista dentro das situações apresentadas fazem com que quem assiste torça para que tudo acabe bem.

Por fim é difícil não comparar este filme com o fiasco que foi a adaptação de Paul. W.S. Anderson do jogo Monster Hunter, por mais que ambos os títulos apresentem premissas diferentes, a temática é semelhante e neste longa não só a ambientação e os antagonistas são explorados como também o protagonista e seus sentimentos têm um peso significativo na história: conseguindo fazer tudo o que o longa supracitado não fez.

Simples e extremamente divertido, o novo título disponível na Netflix é a escolha perfeita para se assistir no fim da tarde e passar o tempo.

Nota: 3.5/5

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Maze Runner: A Cura Mortal é um fim satisfatório porém tardio

Distopia adolescente foi um subgênero que explodiu com Jogos Vorazes e acabou perdendo sua força com o fraquíssimo Divergente. No meio dessas duas franquias, reside Maze Runner. Não tão popular quanto Katness Everdeen e nem tão medíocre quanto Beatrice Prior. Thomas está ali em uma franquia permeada por erros bobos, mas com a direção extremamente eficiente de Wes Ball. Entretanto em A Cura Mortal, enquanto os problemas de estrutura são cada vez mais visíveis, a direção se demonstra cada vez mais dinâmica. 

Ball é um mestre nas cenas de ação. Há uma cena de perseguição no deserto e o diretor demonstra criatividade ao usar a câmera. A ação é acelerada, mas não é confusa. Ele faz questão de deixar tudo o mais claro possível para o espectador. É impossível se distrair, são cenas de tirar o fôlego. Além disso, ele retorna a fazer boas cenas de suspense, com jumpscares é claro. E ele sabe utilizar esse recurso muito bem. Infelizmente, ele não é tão bom em conclusão. Algumas tomadas deveriam ser um pouco mais longas para criar um impacto maior.

A construção de mundo não é inovadora, mas é incrível. A cidade construída pela CRUEL – se permitem a comparação – compartilha semelhanças com a Los Angeles de Blade Runner. É extremamente satisfatório ver um visual tão futurista em meio a desgraça alheia. Efeitos especiais também estão ótimos aqui. Outro aspecto técnico a se destacar em A Cura Mortal é a trilha sonora composta por John Paesano. Ela é memorável e se mistura organicamente a todas as cenas. Seja para aumentar a adrenalina ou a dramaticidade. 

O elenco apresenta um bom desempenho mais uma vez. Dylan O’Brien entrega um Thomas mais maduro e a Kaya Scodelario traz uma Teresa mais interessante. Se olharmos para os filmes anteriores, veremos que houve uma jornada para desenvolver os personagens. Quem rouba a cena mesmo é Thomas Sangster como Newt. Outro personagem extremamente carismático. O humor também está muito bem balanceado no filme. Em momentos dramáticos, os jovens mostram a que vieram. Se você é um fã da distopia, então prepare os lencinhos.

Entretanto, assim como os anteriores, o novo Maze Runner apresenta erros. Erros ainda mais bobos os quais poderiam ser evitados. Em determinada cena, um protagonista invade um local disfarçado, no meio da operação, ele acaba com o disfarce. Isso, antes dele ser descoberto. Além disso, temos alguns plot-twists sem sentido. O filme é um pouco arrastado e se estende um pouco mais do que deveria na conclusão. Se ele tivesse 10 minutos a menos e tivesse terminado em determinada cena, causaria um impacto muito maior no espectador. 

Mesmo com seus erros de principiante, Maze Runner: A Cura Mortal é um fim extremamente satisfatório e infelizmente tardio para a franquia. Vá saber se o futuro ainda nos reserva mais uma distopia adolescente no cinema. Caso não, então essa foi uma boa forma de enterrar esse subgênero.