Depois de uma das campanhas mais bem sucedidas realizadas pela Kickstarter. Mighty No. 9 chegou ao mercado como o sucessor espiritual de Mega Man. Desenvolvimento pela Comcept USA em conjunto com Inti Creates, e dirigido por Keiji Inafune. O game é focado em 2D, com uma mistura de 3D, obras de arte e animações. Os jogadores controlam Beck, um robôzinho capaz de correr, saltar, atirar contra os inimigos e absorver habilidades. (Lembram de alguém?)
Com um propósito tão despretensioso Mighty No. 9 não deveria ser um problema. Um side-scroller modesto, com câmera focada em apenas uma direção, baseado na Unreal Engine 3 que apesar das suas origens humildes no projeto Kickstarter, não necessitaria grandes esforços por parte de Keiji Inafune e a sua equipa no Comcept. Como sucessor espiritual de Mega Man, esperávamos um 60fps constante, um desafio fácil e algo que chegaria perto do estilo original. Porém o que temos é um jogo muito inferior.
Mesmo se você nunca jogou um jogo da franquia Mega Man é imediatamente aparente que a Comcept tentou reproduzi-lo com um nome diferente. O personagem principal Beck é um robô entusiasmado com o novo mundo, que precisa perseguir vilões poderosos, que passaram pelo sistema por causa de um vírus de computador. Derrotá-los permite que Beck além de curá-los de seus circuitos danificados pelo vírus, absorva sua arma principal. Você ainda pode escolher a ordem em que pretende enfrentá-los.
Cada Boss tem uma fraqueza por um determinado tipo de arma, e você derrotá-lo, vai depender do seu aprendizado em padrões e exploração das mecânicas do jogo. O problema é que não há muito espetáculo nas redondas 5 horas de gameplay. Essas batalhas deveriam ser os momentos de destaque do jogo, mas você estará preso em um pequeno espaço, ensaiando padrões e esquivando de disparos. E de modo estranho, principalmente nos primeiros chefes você se sente um pouco desnorteado, pois eles levam a batalhas maçantes e longas, onde uma vez um chefe acaba com todas as suas vidas, você vai precisar passar por todo o nível novamente. Deixando assim as batalhas bem mais arcaicas que nostálgicas.
Visualmente, temos um contraste indesejado desde o início. A iluminação muda constantemente durante todo o gameplay, e temos algo que tenta recriar uma espécie de desenho animado de um sábado de manhã. A introdução de mais cor é sim bem vinda, mas o detalhe ao fundo é muito imperceptível composto por um 2D discreto, com geometria cortada e texturas de baixa resolução. Foi uma das grandes mudanças feita talvez pensando em todas as plataformas que o jogo alcançaria, que incluem além dos consoles de mesa, os portáteis.
VEREDITO:
Frustrante como um jogo e muito pior como uma sucessão de Mega Man, mais válido como uma imitação Mighty No. 9 encara uma dura realidade. É nada mais que um esqueleto dos clássicos Mega Man, com um conceito sólido simples e uma boa trilha sonora. Infelizmente, é afetado pelos problemas visuais, e opções que não funcionam, problemas que não deveria ter passado despercebidos. Que acabam por diminuir toda a experiência que o jogador pretende alcançar.
Mighty No. 9 está disponível para Wii U, PC, PS3, PS4, Xbox 360, Xbox One e para os portáteis 3DS, PS Vita.