O Discussing Film revelou com exclusividade, que a Warner Bros. está desenvolvendo uma série em live-action da história em quadrinhos Monstress para o seu vindouro serviço de streaming, HBO Max.
Janet Lin será a diretora, produtora e roteirista do seriado. Lin é conhecida por trabalhar nos seriados The Orville, Bones, The Night Shift e Forever.
Até o momento, Monstress não possui data de lançamento.
Maika Meiolobo é uma adolescente que sobreviveu a uma guerra cataclísmica entre humanos e arcânicos, uma raça híbrida que descende dos Anciãos. Escravizada por bruxas inimigas que suspeitam dos seus poderes latentes, Maika começa a desvendar o seu misterioso passado e, durante o processo, descobre que tem uma ligação psíquica com uma poderosa criatura de outro mundo.
Para futuras informações a respeito de Monstress, fique ligado aqui, na Torre de Vigilância.
Indicada ao Eisner e vencedora do Prêmio Hugo, a série Monstress publicada nos EUA pela Image Comics está chegando ao Brasil em lançamento da Editora Pixel. Confira detalhes abaixo.
HQ mais vendida de 2016, com várias indicações ao prêmio Eisner em 2016 e 2017, Monstress conta a história de Maika Halfwolf, uma arcânica mutilada pela guerra, e que esconde um grande poder desconhecido dentro de si. Diante da opressão e do perigo terrível, Maika é caça e caçadora, procurando respostas sobre um passado misterioso.
Em agosto de 2017, Monstress ganhou o Prêmio Hugo para Melhor História Gráfica. A série foi criada por Sana Takeda e Marjorie Liu e faz parte do topo do catálogo de sucessos modernos da Image Comics. Nos EUA foram lançados dois encadernados compilando as primeiras doze edições da revista, e a partir de janeiro de 2018 será lançado um novo arco que começará na 13ª edição.
O universo de Monstress é baseado numa Ásia matriarcal alternativa onde há uma guerra entre duas raças e a personagem principal, Maika, deseja vingar a morte de sua mãe. A protagonista também figura entre as personagens femininas mais bem escritas dos quadrinhos atualmente. O primeiro encadernado compila as seis primeiras edições da série original, publicadas entre novembro de 2015 e maio de 2016.
Antes de tudo. Aqui, adotarei o termo “complexo” como sendo uma abordagem com diversas facetas de um mesmo personagem, como não existir bem e mal, mas sim algo mais complexo que isso. Um personagem complexo é aquele que está acima da moralidade convencional e foge dos esteriótipos mais comuns. Talvez isso fique mais claro no final do texto. Então, vamos lá!
Mulheres, assim como qualquer ser humano, sempre foram muito complexas e multidimensionais. Porém, nas histórias em quadrinhos, isso nem sempre foi verdade.
Nos últimos anos, a abordagem de personagens femininas vem mudando bastante e se tornando notável pelo crescimento de materiais com mulheres complexas, não só nos quadrinhos, mas em todas as mídias. Nunca antes se discutiu tanto sobre as mulheres e seus papéis na sociedade. É uma das pautas recorrentes do mundo atual.
Nos quadrinhos, cada vez mais personagens femininas vêm ganhando novas facetas e abordagens. Todas as editoras estão em um processo de trazer mais complexidade para as mulheres. Porém, o foco aqui é falar do papel da Image Comics nessa empreitada.
A Image Comics vem crescendo exponencialmente e se tornando uma editora desejada por roteiristas e desenhistas que querem ter mais autonomia em seus trabalhos. Hoje, a editora conta com os maiores nomes da indústria atual de quadrinhos e também com escritores e desenhistas em ascensão, tais como: Brian K. Vaugh, Ed Brubaker, Rick Remender, Kelly Sue Deconnick, Emma Rios, Jeff Lemire, Fiona Staples, Mark Millar, Jonathan Hickman, Brian Azzarello, Jason Aaron, Amy Reeder, Bryan Wood, Cliff Chiang, Marjorie Liu, Kieron Gillen, Jamie McKelvie, Matt Fraction, Chip Zdarsky, entre outros.
Duas das coisas mais elogiadas na Image atual são a importância e o desenvolvimento das personagens femininas nas histórias. Além disso, ainda há um número considerável de mulheres nas equipes criativas dos títulos da editora. Em 2014, 2015 e 2016, a Image foi responsável por trazer mais mulheres para as indicações de prêmios de quadrinhos.
Em relação às personagens femininas da Image, há uma variedade enorme para os variados gostos, por isso citarei só algumas.
Alana
Alana é uma das protagonistas de Saga de Brian K. Vaughan e Fiona Staples. Ela é uma mãe extremamente bad ass que é capaz de tudo para proteger sua família. Sua batalha diária, apesar de envolver elementos de fantasia e ficção científica, parece muito com a de uma mãe real.
Laura Wilson
Laura é a protagonista de The The Wicked + The Divine de Kieron Gillen e Jamie McKelvie. De início, ela parece ser uma personagem problemática sem grande importância. Porém, no decorrer da trama se torna uma personagem complexa e intrigante que é capaz de despertar reações de ódio e admiração com suas atitudes.
Maika Halfwolf
Maika é a protagonista de Monstress de Marjorie Liu e Sana Takeda. Ela é apenas uma sobrevivente de uma guerra de raças que trouxe consequências trágicas a seu povo. No meio do caos, Maika busca respostas sobre seu passado e sobre o monstro sinistro que se hospeda em seu corpo. (Confira a resenha do primeiro arco de Monstress aqui)
O que essas três personagens têm em comum? Todas são multidimensionais e complexas. Elas fogem dos esteriótipos comuns, não representam o mal ou o bem e, muitas vezes, tomam atitudes questionáveis para sobreviver. Alana precisa sobreviver e proteger sua família em um mundo que rejeita seu amor com um homem de outra espécie. Laura está com os dias contados devido a uma regra que permite que ela só viva durante um período curto de tempo, então ela decide se rebelar. Maika tenta sobreviver as consequências de uma guerra que ela não pediu, mas a afetou de diversas formas e, uma particularmente sinistra envolvendo um monstro. São três mulheres com facetas complexas.
Há ainda outras personagens complexas na Image, mas de um jeito diferente, como as Rat Queens, que não tem pudor algum, falam o que querem e agem como querem, ou a Lottie Person de Snotgirl (Garota Catarro), uma blogueira de moda que tem tudo para ser um clichê fútil de celebridade da internet, mas há mais sobre Lottie, muito mais, inclusive uma alergia que a transforma em uma catarrenta.
Saga, Monstress, Paper Girls, The Wicked + The Divine, Tokyo Ghost, Velvet, Bitch Planet, Snotgirl, Rat Queens, Motor Crush, Sex Criminals, Rocket Girl, Southern Bastards, Pretty Deadly, entre outros, são títulos da Image Comics com uma enorme variedade de personagens femininas multidimensionais em que o poder feminino é um grande destaque.
A DC Comics e a Marvel Comics, as duas maiores editoras de quadrinhos, trazem mulheres que são SUPER; heroínas, vilãs e anti-heroínas, e todas com as mais variadas abordagens. Já a Image Comics traz mulheres que são só mulheres, e muitas delas são retratos de mulheres da vida real. Há ainda outras editoras que trazem abordagens diferentes de personagens femininas. Há espaço para todas. O leitor lê o que mais lhe agrada, porque uma coisa é fato: Nunca antes houve uma grande diversidade de mulheres em histórias de quadrinhos como hoje.
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Todos possuem um monstro interior esperando a hora certa para despertar. Nas mãos de Marjorie Liu e Sana Takeda esse monstro existe no sentido literal e lembra muito um kaiju.
Monstress é um dos títulos regulares da Image Comics de maior sucesso. Foi indicado ao Eisner Awards2016 na categoria de Melhor Série Estreante. Recentemente, foi indicado ao Hugo Awards 2017 na categoria Melhor História em Quadrinhos. O roteiro é de Marjorie Liu (X-23 e Viúva Negra: O Nome da Rosa) e a arte é de Sana Takeda (X-23 e Miss Marvel). O primeiro arco chama Awakening (Despertar) e compila as edições #1-6 do título.
Sinopse:
“Em uma Ásia fictícia e mística entre o final do século XIX e início do século XX, uma guerra civil devastou duas raças de seres que viviam em harmonia. Agora, o povo dos Arcânicos é escravizado pelos humanos e usado com extrema crueldade pela ordem das Cumea, que pretendem obter poderes mágicos através do lilium, substância extraída dos arcânicos. Neste enorme contexto – envolvendo sequelas de guerra, política, magia e escravidão – conhecemos Maika, uma jovem que sofreu perdas irreparáveis e foi transformada durante o conflito raças, e agora busca reparação usando métodos extremos.“
Antes de falar sobre a história é preciso conceituar o universo construído por Liu e Takeda.
Em Monstress, toda uma mitologia é criada usando elementos de fantasia e cultura japonesa. Neste mundo existem cinco raças: Gatos, Humanos, Antigos, Arcânicos e Deuses Antigos.
Os Gatos, a raça mais antiga, descendem de Ubasti, a primeira gata.
Os Humanos, que se arrastaram do mar e povoaram a terra. A magia é negada a eles, mas algumas mulheres nascem com um poder que imita o Arcano. As Cumea roubam essas crianças para sua ordem e também massacram arcânicos pelos seus poderes.
Os Antigos, imortais cuja origem é um mistério e não se sabe se descendem das feras ou se as feras descendem deles.
Os Arcânicos, híbridos de humanos e antigos. Poucos se parecem com humanos.
Os Deuses Antigos. Não se sabe muito a respeito desses seres, a não ser que são criaturas destrutivas com poderes imensos. Os poetas acreditam que um dia eles ameaçaram toda a existência, mas foram banidos do mundo, com exceção de um deles, o mais terrível. Um dia ele despertará…
Essa conceituação básica também é feita aos poucos no final de cada edição para que o leitor se ambiente nesse universo.
Awakening (Despertar)serve como uma introdução de todo o universo construído por Marjorie Liu e Sana Takeda. Liu nos apresenta muitos personagens e conceitos próprios desse mundo e Takeda dá identidade visual aos ambientes e personagens.
Como uma típica fantasia épica (Já explorei as dimensões de histórias épicas aqui), a narrativa começa no meio de uma trama maior. Uma série de eventos começa a se desenrolar envolvendo a misteriosa Maika Halfwolf. Além disso, há ainda a sombra de uma guerra passada entre arcânicos e humanos.
Maika é da raça dos arcânicos e faz parte da minoria de seu povo que possui aparência humana. A jovem possui um passado sombrio e vive um presente pior ainda, que envolve um monstro sinistro que vive dentro de si.
Algo bastante notável na trama é o protagonismo de personagens femininas. Elas são líderes, soldados, escravas, cientistas e até divindades. Mal há personagens masculinos na história e os poucos que existem tem papéis menores dentro da trama. Os homens existem e possuem seus papéis na história, mas o protagonismo é das mulheres. O mais interessante de tudo, e grande mérito da roteirista, é que isso soa de forma natural nesse universo.
Talvez um ponto negativo para alguns seja a grande quantidade de informações. Há muitas informações sobre a conceituação do mundo, e isso não é feito de uma vez. A escritora preferiu explicar seu mundo aos poucos. A história começa com uma série de acontecimentos que o leitor só virá a entender algumas coisas quando o arco estiver próximo ao fim. Portanto, é um pouco difícil acompanhar a trama e uma releitura pode ser necessária.
Em relação à arte de Sana Takeda, é possível resumir em: tudo é muito belo. O lápis, as cores, os painéis, a construção do mundo, o design dos personagens e as expressões faciais com influência dos mangas. Tudo é belo. Quando digo que tudo é belo, é tudo mesmo. Takeda transforma toda a conceituação de Marjorie Liu em algo bonito de se ver. A trama pesada e densa de Liu é muito bem retratada pela desenhista. Talvez os melhores momentos da arte sejam as aparições sinistras do monstro de Maika, que são cair o queixo parar para ficar observando.
Monstress é o resultado de quando duas pessoas talentosas se unem para criar um universo grandioso, bonito, representativo, misterioso e empolgante de se acompanhar.