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Lado B | Musicalidade em quadrinhos

Uma campanha musical está ressoando no pedaço, ela é Lado B, novo projeto que reúne a equipe de quadrinistas Kione Ayo, Isaque Sagara, Isaac Santos, Eryk Souza, Gabriel Brito (Gabú) e Arthur Pigs

Após terem trabalhado juntos no projeto Narrativas periféricas, os quadrinistas se reúnem mais uma vez para dar voz ao coletivo Lado B. O quadrinho tem a proposta de trazer uma narrativa gráfica sobre as músicas preferidas de cada autor, serão 6 histórias inspiradas nas faixas selecionadas por cada artista, criando uma mixtape em forma de quadrinhos. 

A campanha está rolando no Catarse e tem previsão de entrega para janeiro e para os que quiserem retirar em mãos, terão a oportunidade de receber pelos próprios artistas na CCXP em dezembro.

Confira a prévia das faixas

De Isaac Santos:

“Apostas e Ritual”

Inspirada em Roullette Dares da Banda The Mars Volta. Duas irmãs fazem uma aposta com um demônio em uma estação de trem no meio do deserto na busca de um sonho distante. É possível confiar em quem dá as cartas?

De Isaque Sagara:

“Clown”

Inspirada em Circus left the town de Eric Clapton. Eric é um cara depressivo que ganha a vida trabalhando em um circo decadente como palhaço, sua vida muda quando recebe a notícia de que acabara de se tornar pai, mas circunstâncias adversas acabam o separando do filho. Até que ponto um pai iria por um filho?

De Arthur Pigs:

“É o que temos pra hoje”

Inspirada em Regras da Loja – NiLL pt. BK’

Um novato no crime se envolve em um assalto a banco para ter um alívio financeiro junto com seu primo e um assaltante de renome que já nem sabe mais o porquê de estar nessa vida.

De Eryk Souza e Novíssimo Edgar:

“Cigarro do Demônio”

Inspirada em ” Crack só se for de futebol” de Edgar.

Jeferson é um jovem morador de rua viciado em drogas que após testemunhar o assasinato de um estudante em um ponto de ônibus se vê preso e acusado injustamente por um crime que não cometeu.

De Kione Ayo:

“Feito com carinho”

Inspirada em Perfect Day de Miriam Stockley.

Uma historinha sobre um café da manhã e algumas de suas instigantes memórias.

De Gabu Brito:

“Monza”

Inspirada em J.S. Bach: Come, Sweet Death (Arr. for 5 Cellos)J.S. Bach: Come, Sweet Death (Arr. for 5 Cellos) de Sheku Kanneh-Mason. Entre viagens de carro, um irmão lida com pressões externas e internas por problemas do passado, pensando no futuro de seu irmão.

Conheça os artistas

Kione Ayo é quadrinista e ilustradora de lá do Engenho Velho de Brotas em Salvador, ela participou da primeira edição do Narrativas Periféricas na qual publicou a ficção científica Para todos os tipos de vermes pela Mino. Recentemente, ilustrou o quadrinho Nitidez roteirizado por Felipe Castilho e agora está morando em São Paulo, capital onde está completando seus estudos em Física.

Isaque Sagara é paulistano, formado em desenho na Quanta Academia de Arte, participou do projeto social Narrativas Periféricas idealizado pela Editora Mino, Chiaroscuro Studios e a PerifaCon, em 2019.

No início a ideia era fazer uma biografia de Robert Johnson – “O demônio do Mississipi”, que cedeu lugar a sua primeira HQ – o zine “Paralisador” – em que o autor usou os quadrinhos como forma poética de digerir elementos de sua vida real. Este embrião semi-independente resultaria na publicação, pela própria Editora Mino, da HQ “Quando a Música Acabar”, finalista do Prêmio Le Blanc de Arte sequencial, Animação e Literatura Fantástica em 2020.

Ainda em 2019, em parceria com Alexey Dodsworth, ilustrou a HQ “A Morte da Máscara Branca”, publicada pela Editora Draco. Também finalista do Prêmio Le Blanc, recebeu menção honrosa pela ABERST – Associação Brasileira de Escritores de Romance Policial, Suspense e Terror.

Em 2021, lançou com a Ultimato do Bacon Editora a HQ “Tecnodreams”, retornando agora em 2022 para finalmente lançar sua visão sobre o ícone Robert Johnson em “Amor em 12 compassos”.

Formado em História da Arte pela Faculdade Paulista de Artes, atua como professor de arte no município de Poá – SP e pode ser encontrado no Instagram pelo perfil @isaquesagara.

Isaac Santos, um mineiro vivendo em São Paulo. Cresceu assistindo desenhos animados e jogando fliperamas, na adolescência se tornou um leitor compulsivo de mangás e quadrinhos, além de apaixonado por cinema e todas as formas de contar histórias, o que inevitavelmente tornou-se sua profissão. Hoje, é ilustrador e roteirista. Em 2019 integrou o projeto Narrativas Periféricas e lançou o quadrinho SHIN pela editora Mino. Com este trabalho foi indicado a Roteirista Revelação no Prêmio HQ Mix. Seu próximo lançamento é o quadrinho Yasuke, pela editora Skript.

Eryk Souza é ilustrador e quadrinista. Boa parte dos seus trabalhos se relacionam com a ficção científica ou temáticas oníricas. Suas referências estão no mangá, quadrinho francês, anime, desenho garatuja e cidades do terceiro mundo.

Em 2016 lançou sua primeira hq, “Uma e o Pombo”. Já em 2018, pela RISCØ editora lançou “Káros” e em 2020, junto da editora Mino lançou “Pomo”, quadrinho que fala sobre sexualidade, desejos reprimidos e a mecanização do corpo.

Atualmente trabalha na direção de arte do curta “Nemito” animação ainda em processo de produção que narra o cotidiano de um entregador de app ansioso.

Gabriel Brito, mais conhecido como Gabú, estudou Técnico em Computação Gráfica no Senac e Desenho pela Quanta academia de artes. Segue atuando como quadrinista e ilustrador. Como ilustrador faz trabalhos para o meio editorial, didático e publicitário, além de cenários para animação.

Como quadrinistas publicou em 2020 a HQ Crianças Selvagens, indicado ao troféu HQmix nas categorias “novo talento roteirista” e “novo talento desenhista”.

Atualmente segue fazendo quadrinhos e estudando animação tradicional, além de estar envolvido com editais de projetos relacionados à cultura.

Arthur, vulgo Mano Pigs, pode ser encontrado facilmente tomando uma, jogando bola, ou em alguma tabacaria pelo Jardim Elisa Maria e outras quebradas da Zona Norte de SP.

Faz quadrinhos de humor, cotidiano e alguns tristinhos para internet desde 2017. Seu trabalho se diferencia pelos diálogos naturais e engraçados que tocam em temas pesados de uma forma leve. Em 2019 lançou seu primeiro livro em quadrinhos “Thomas – La Vie En Rose”. Além da carreira na arte como ilustrador e quadrinista, é roteirista e editor em uma produtora de vídeo, faz animações e vídeos sem graça para internet.

O quadrinho

Lado B terá formato 17×25, com 100 páginas, Papel offset 90g e Capa cartão colorida. As recompensas vão desde a adesivos, prints, a wallpapers e stickers de celular e marca páginas. Para apoiar a campanha clique AQUI.

 

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Quando eu me apaixonei por Joey Ramone?

Quando eu me apaixonei por Joey Ramone? Não sei dizer ao certo. Acho que primeiro não exatamente por ele. Era apenas um guri beirando na idade de 13 ou 14 anos, talvez já estivesse com 15 anos. Talvez. Mas lembro de conhecer algumas coisas dos Ramones, mas não tinha desenvolvido o mantra: “Tudo que você faz escutando Ramones, fica melhor”. Até que um amigo me emprestou uma fita K7 com uma (com o perdão do trocadilho) cassetada de músicas dos Ramones. Ali tudo mudou.

Infelizmente, quando comecei a gostar dos Ramones foi também o mesmo período em que a banda já estava na reta final de sua existência. Nunca tive o prazer divino de ir nos shows dos meus heróis. E confesso que na época eu também não era tão fã como sou atualmente, ou como eu era a 20 anos atrás. Infelizmente. Eu tinha amigos que amavam mais do que eu, que ouviam mais do que eu e sabiam mais sobre a banda do que eu. E quando eu me apaixonei por Joey Ramone já era um tanto tarde demais para ir em shows dos caras. Mas graças ao punk amor sempre é eterno.

Joey em sua casa. Foto de André Barcinski

Em razão de alimentar esse amor, como fazemos com qualquer companheiro(a) que encontramos na vida, busquei saber tudo sobre ele, sobre a banda, integrantes e tudo que aconteceu ao redor. Desde o início da banda na década de 1970 até o “final” na década de 1990. E isso é algo perigoso pois em certo momento pode gerar algum tipo de decepção, quando desnudam os seus heróis. E meio que me senti assim em certos momentos. Em relação a todos os Ramones. Sem exceção. Mas, em uma escala menor com Joey.

Jeffrey Ross Hyman teve uma infância difícil, sofrendo com o bullyng das crianças da escola, com a separação dos pais, com um pai que considerava que ele (e o irmão Mickey Leigh) deveriam ir para uma escola militar, com o fato de ser o “esquisitão” da rua e com os primeiros sintomas do TOC. O menino Joey passou por uns maus bocados. Era a personificação de momentos que muitos passam na vida mas buscam esconder, e não me excluo dessa. Tenho momentos em que sofri muito para ir à escola quando criança por causa do meu peso, eu me fechava por dentro e não demonstrava. Ficava introspectivo e silencioso, juntamente com meus quadrinhos e músicas.

Joey, Mike (seu irmão) e um tio deles.

Joey Ramone é um case de sucesso que faz os olhos de qualquer coach, desses bem charlatão, brilharem. Era o derrotado, que montava banda após banda com baterista, em certo momento foi posto para fora de casa, virou Jeff Starship e tocou na Sniper, uma banda de GLAW ROCK, de onde foi expulso por não ser bonito o suficiente para ser vocalista. Muitas idas e vindas em clínicas psiquiátricas, onde foi atestado como “O paciente essencialmente se enxerga com baixa autoestima, sofrendo grande dor emocional na forma de ansiedade; a personalidade do paciente é consistente com o diagnóstico de esquizofrenia do tipo paranoide”, lutou contra um linfoma de 1994 até 2001 e se tornou lenda amada do rock.

Isso sem falar em tocar em uma banda que vivia em zona de conflito. Muitas vezes graças ao domínio de ferro de Johnny Ramone e seu tradicional mau humor e jeito conservador. Joey ainda teve a decepção de ver a sua namorada, Linda, começar a ter um caso com o guitarrista da sua banda. Aliás ele não viu, depois de muitos comentários foi que tudo explodiu.

Joey, Johnny e Linda.

E perdeu a namorada, foi traído, descobriu a traição e continuou na banda. Uma banda que não explodia no sucesso que todos achavam que ia fazer. Os Ramones só foram ser tornar pilares deuses do rock quase ou já no final da carreira, a maior parte de suas carreiras eram grandiosos no circuito underground. Eles por exemplo, se posicionam hoje em um local como (serei xingado) os Beatles. Os rapazes de Liverpool foram o grande estopim de diversas bandas como o Black Sabbath e os próprios Ramones. E inspiraram milhares de pessoas ao redor do mundo. O efeito Ramones no punk é equivalente a isso. Pois muitas bandas como o Green Day, Ratos de Porão e Racind, por exemplo, citam os caras como grandes mestres.

Os Ramones nunca tiveram um grande disco de sucesso. As vendagens sempre foram baixas. Os motivos nunca foram claros. De repente foi a estratégia que tiveram no inicio, o discursos, as suásticas que usavam para chocar a sociedade judaica, apesar de ter judeus em seus integrantes (Joey era um), as confusões etc e tal.

GABBA GABBA HEY!

Os Ramones, incluindo o próprio Joey, tiveram momentos esdrúxulos que acabaria com o fanatismo de qualquer fã. Johnny tinha uma namorada que ele batia com regularidade, por exemplo. Dee Dee Ramone, além de todas as drogas, ele ainda foi diagnosticado com Distúrbio de Bipolaridade. O próprio Joey era um turbilhão de emoções, e ao mesmo tempo que era uma pessoa mais amável do mundo, era o tremendo escroto irritante. De gritar com quem tivesse que gritar. Sem pudor.

Mas então porque eu me apaixonei por Joey Ramone? E possivelmente você também?

Pode ser toda a mística que envolve os Ramones. O jeito fácil que pega quando você é moleque e pensa: “uma banda inteira que toca em três notas. Eu posso fazer isso também!”, esse tipo de ensinamento é algo que se pode levar para a vida. “Se fulano consegue, porque eu também não consigo” (brilham os olhos dos coachs novamente).

Pode ser pelo fato de Joey teve uma vida complicada desde criança. Muitos de nós temos nossos momentos em que somos ridicularizados, nos sentimos para baixo, mas sabemos que temos os Ramones para afagar e Joey levantar o astral com seu HEY HO!

A placa em homenagem a Joey Ramone, fica na esquina da Bowery com a East Second Street em Nova York e é a placa mais roubada da cidade. O que obrigou a prefeitura instalar a seis metros de altura.

Não sei o motivo na verdade porque me apaixonei por Joey Ramone. Só sei que hoje, 15 de abril, completam 20 anos de sua morte. E sinceramente sinto a falta de como se fosse um amigo. Um amigo que esteve em momentos felizes e tristes da minha vida adolescente e adulta. Mas um amigo que eu nunca vi pessoalmente, que é só eu dar um play em alguma música e sei que ele estará ali para me abraçar novamente.

No livro Eu Dormi com Joey Ramone, escrito por Legs McNeil e Mickey Leigh. Mickey revela a última música que Jeffrey Ross Hyman ouviu no dia em que faleceu, aos 49 anos, após uma batalha de sete anos contra o linfoma no Hospital Presbiteriano de Nova York em 15 de abril de 2001, foi “In Little While” do U2. Confira abaixo a versão legendada em português.

Eu te amo Joey Ramone!

 

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Música Vitrola

1991! O Ano que Mudou a História da Música Mundial

Estamos em 1991! Sim, viajamos no tempo e chegamos no início da década onde a famigerada ditadura militar não pairava mais na liderança do Brasil e tínhamos um presidente escolhido por meio de votos depois de décadas de chumbo. Era a época de Collor como presidente e seu nefasto plano econômico que estava aterrorizando os brasileiros. Sim amigos, estamos em 1991!

No setor musical, felizmente, em escala mundial, 1991 foi um ano de verdadeiros tesouros. Grandes álbuns, músicas e excelentes artistas debutaram nesse ano. O tanto que ele ficou marcado como o ano que influenciou o rock em mais de duas décadas seguintes. E podemos falar não somente no rock ocorreu a evolução musical. Mas também foi o ano de despedidas. Foi o ano em que foi lançado o Innuendo, o último disco do Queen com Freddy Mercury ainda vivo. O Dire Straits lançou o On Every Street, seu último álbum de estúdio. Assim como o Pixies que lançou o Trompe le Monde, seu quarto e último álbum de estúdio.

Michael Jackson e Quincy Jones

Foi o ano em que recordes foram estabelecidos. Em novembro de 1991, Michael Jackson iniciava a lendária com o multi-produtor musical Quincy Jones e lançam Dangerous. O disco se torna o mais vendido de um artista masculino na década de 1990. O trabalho é recheado de sucessos como “Black or White”, “Jam” e “Heal the World”.

A banda Guns N’ Roses inicia a Use Your Illusion World Tour, que se tornou a maior turnê mundial da história do rock com 192 shows em 27 países. Ela iniciou justamente no Brasil, durante o Rock in Rio II, no Maracanã. A turnê era o lançamento mundial dos álbuns Use Your Illusion I e Use Your Illusion II, que tem sucessos como “Live And Let Die”, “Don’t Cry”, “November Rain”, “The Garden”, “Garden Of Eden” e “Dead Horse”.

Uma foto da gigantesca Use Your Illusion World Tour.

1991 também foi o ano em que bandas e artistas se reafirmaram e lançaram seus discos de maiores sucessos, seja de crítica ou na parte financeira. A banda Motörhead, do icônico vocalista e baixista Lemmy Kilmister, lançam o disco 1916 que tem as faixas “Going to Brazil” (feita após a primeira vinda da banda ao país), “R.AM.O.N.E.S” e “1916”. É um dos trabalhos mais elogiados da banda.

O Red Hot Chili Peppers lançou o seu quinto álbum intitulado Blood Sugar Sex Magik, onde conseguiram alcançar o topo do rock mundial. Depois de saírem da EMI e assinarem com a Warner Bros. Records, o RHCP lança seu quinto álbum de estúdio. O trabalho tem produção de Rick Rubin. Com letras que tocam em temas que variam de insinuações sexuais passando por drogas e morte, luxuria e preconceitos. A mistura de funk e rock contribuiu para a ascensão do rock alternativo naquela década. Os sucessos “Give It Away”, “Under The Bridge”, “Suck My Kiss” e “Breaking the Girl” viraram hits rapidamente. Juntamente com o sucesso e reconhecimento mundial, também veio problemas ardidos como pimenta. Como brigas entre os integrantes da banda, uso excessivo de drogas e até expulsão de palco na turnê europeia.

O explosivo Red Hot Chili Peppers em 1991

O R.E.M. lança o álbum Out of Time, sétimo álbum da banda e recheado de sucessos que atravessam gerações: “Losing My Religion”, “Shiny Happy People” e “Country Feedback”. Graças a esse disco, o R.E.M. abocanhou três Grammy Awards no ano seguinte. A dupla sueca Roxette lança o seu terceiro trabalho de estúdio, Joyride. Que tem sucessos como “Fading Like a Flower (Every Time You Leave)”, “The Big L.”, “Spending My Time”, “Church of Your Heart” e a faixa título do álbum. O Roxette alcançou o topo dos rankings musicais em mais de 20 países.

O U2 lançou o seu sétimo álbum Achtung Baby, o disco que foi um marco para a banda. Nesse trabalho os caras propuseram a se reinventar onde substituíram a imagem de “fechados” para “descontraídos e autodepreciativos” frente ao público. Além de vender mais de 18 milhões de cópias mundialmente, o trabalho levou um Prêmio Grammy em 1993 de Melhor Performance de Rock por Duo ou Grupo com Vocais. Quem também lançou um disco icônico e até hoje celebrado pelos fãs foi o Metallica. The Black Album é considerado como a “verdadeira essência” da banda, com faixas como “The Unforgiven”, “Enter Sandman” e “Nothing Else Matters”, tornou-se no álbum de maior sucesso do grupo sendo campeão de vendas ao redor do mundo e colecionador de prêmios da música.

Em 1991, as bandas/artistas não afetaram e atingiram somente o lado musical, mas também foram importante para ditar a moda dos jovens. Estávamos nos despedindo das roupas extravagantes e coloridas da década de 1980 e abraçando a cor preta e os casacos quadriculados do grunge. Isso mesmo, era o Nirvana e a tchurma de Seatle chegando.

O lendário Nirvana

O Nirvana lançou o histórico Nevermind que catapultou a banda para um dos mais altos patamares do rock mundial, transformando o vocalista Kurt Cobain em ídolo da uma geração. O disco foi tão poderoso que desbancou o Dangerous de Michael Jackson (já citado aqui) do primeiro lugar das paradas da Billboard 200, no ano seguinte. Outra banda que se firmou de vez foi o Pearl Jam. O seu disco de estreia Ten marcou a trajetória da banda e apesar de ser muito celebrado por diversos clássicos como “Even Flow”, “Jeremy”, “Black” e “Alive”, o trabalho não foi um sucesso imediato, e os caras ainda foram acusados de usar o grunge para se promoverem na época. Muitas pessoas consideram o Ten como a popularização do rock alternativo no mainstream. No final das contas, o disco vendeu mais de 20 milhões de cópias no mundo e é o mais bem sucedido do Pearl Jam.

Muitas outras bandas fizeram o seu debute em 1991. Os britânicos do Blur lançaram o Leisure. Que fez sucesso apesar das pessoas não entenderem direito a proposta da banda, com seu rock baladeiro e guitarras distorcidas. Mas que nos trabalhos seguintes inspiraram muitas cenas musicais. Foi o ano que a banda Smashing Pumpkins estreiam com seu disco Gish, o álbum foi elogiado na época, mas não foi um estouro comercial, mas já pintava a proposta da banda que se consolidou nos anos seguintes.

Foi uma época que as gravadoras buscavam as chamadas “bandas de garagem”, todas buscavam um “novo Nirvana”. Na Inglaterra, o subgênero shoegaze ficou em evidência após o My Bloody Valentine lançar o seu segundo disco, intitulado Loveless. O estilo de rock alternativo foi um que cresceu muito com o grunge. E esse disco foi um dos pilares.

Vale lembrar que 1991 foi o ano em que a música eletrônica saiu do underground e se consolidou no mainstream. E um dos responsáveis foi a banda britânica Primal Scream com o seu terceiro disco chamado Screamadelica. Esse disco é considerado como um dos melhores álbuns que mudaram a música com os arranjos eletrônicos misturando com rock, blues e soul music. Fazendo a crítica especializada abrir mais os olhos para a Dance Music e o Techno, algo que muitos relutavam muito para digerir.

O Primal Scream fez os críticos reconhecerem a música eletrônica em 1991.

O 2Pacalypse Now foi o primeiro disco do rapper americano 2Pac, onde ele aborda as questões sociais enfrentadas pelos negros nos EUA, como racismo, brutalidade policial, pobreza, crimes etc. O disco não atingiu nenhum grande sucesso e por isso ficou meio que “esquecido” por todos durante anos.  Somente em 1995 o disco foi certificado como Ouro, um ano antes do rapper ser assassinado.

Aqui no Brasil, como dito antes, estávamos saindo dos anos de chumbo e começando a pisar em terras que não conhecíamos em questão de liberdade de expressão. Os discos não eram mais censurados pelos militares (apesar de algumas rádios colocarem o famigerado PIII em algumas músicas ainda) para um modo em que íamos ainda nos acostumar e até mesmo torcer o nariz às vezes.

Foi o ano da despedida de Arnaldo Antunes da banda Titãs no sexto álbum Tudo ao Mesmo Tempo. A cena do hardcore melódico começava a surgir em Vitória, Espírito Santo, com a formação do Dead Fish. Foi também o ano em que o sertanejo tomaria de assalto, juntamente com o pagode e o Axé as paradas de sucesso e a TV brasileira. A dupla Sandy e Junior, respectivamente com oito e sete anos, lançaram o seu primeiro disco intitulado Aniversário do Tatu, que tem o clássico Maria Chiquinha. O disco vendeu mais de 1 milhão de cópias.

O grupo de pagode Raça Negra lançou o seu primeiro disco em 1991, iniciando uma era de ouro do pagode romântico no Brasil

Foi também em 1991 que Zezé di Camargo & Luciano lançaram o seu primeiro disco, atingindo quase dois milhões de cópias vendidas, embalado pelo hit “É o Amor”. A cantora baiana Daniela Mercury lançou o seu primeiro disco autointitulado com o sucesso “Swing da Cor“, que tem a participação especial do Olodum. Já o pagode era representado com a estreia do Raça Negra debutando no seu primeiro disco, depois de oito anos na estrada. Você com certeza já cantarolou “Caroline”, “Chega” e “Volte Amanhã”, iniciando à era da trindade pagode/axé-music/sertanejo que invadiu as rádios populares naquela década.

O Sepultura lançou o Arise, marcando assim seu nome no metal mundial. O disco foi o primeiro da banda a conseguir uma certificação mundial, em 1992 vendeu mais de 265.000 cópias na Indonésia.

O ano musical de 1991 moldou toda a década seguinte. Mas as influências também aconteceriam em outros pontos como mídias e moda. Foi os estilos musicais iniciados em 1991 que ditaram por exemplo, as trilhas sonoras dos programas populares da TV brasileira durante a década de 90 e suas semanais brigas por audiências. Foi o ano em que pessoas foram alçadas ao ponto de estrelas mundiais do rock e algumas dessas pessoas sofreram com a pressão e algumas sucumbiram às mesmas. Mas a influência ainda está por aqui mas principalmente na cultura e registro de excelentes discos e músicas lançados.

Aqui temos uma playlist com algumas músicas que fizeram sucesso nesse ano dourado:

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Emoções Misturam Ovos, o Podcast que vai Falar sobre o Movimento EMO está no ar!

O podcast é um tipo de mídia que é uma realidade para o brasileiro. A mídia nos últimos anos cresceu de forma absurda nos últimos anos, uma pesquisa apresentada pela plataforma Deezer no ano passado, constatou que o consumo dessa mídia cresceu 67% entre os brasileiros. A onda de crescimento foi ocasionada pelos criadores de conteúdos cada vez mais usando e criando materiais mais diversos possíveis. Hoje em dia é possível termos podcasts dos mais variados assuntos, seja quadrinhos, filmes, políticas, filosofia, crimes, músicas e por aí vai.

E um novo tipo de formato começa a ganhar força no Brasil. Normalmente vemos um podcast com um elenco fixo, que vai de número X de pessoas. E agora está começando a pipocar os programas com uma única pessoa. Isso mesmo. Podcasts com uma só pessoa, falando, comentando etc. E um deles é o EMO – Emoções Misturam Ovos do Pablo Sarmento.

Obviamente o podcast vai falar de assuntos ligados ao movimento EMO e suas bandas, tendências etc. O EMO está voltando a ficar em evidência novamente nos últimos anos depois de acontecimentos como o novo disco do Good Charlotte e o retorno do My Chemical Romance. A banda de Gerard Way tinha em seus planos voltar em turnê esse ano, mas foram adiados por culpa da pandemia do COVID-19.

O Emoções Misturam Ovos será uma espécia de documentário, construído a partir da perspectiva de Pablo Sarmento, viajando pelo passado do movimento no Brasil e no Mundo. Comentando bandas, músicas, moda, cultura, bastidores e percorrendo o cenário relacionado ao estilo. Misturando relatos de personalidades da cena, músicos, quadrinhistas, escritores e criadores de conteúdo. E pensando como um novo público abraçaria o futuro do EMO.

Pablo Sarmento é um dos hosts do podcast ComicPod, escreve para os sites Terra Zero e Proibido Ler e tem dois livros publicados: A Caminho da Justiça, sobre os 75 anos do Batman (escrito em parceria com Felipe Morcelli e Luis Alberto) e o e-book Quem é Esquadrão Suicida, escrito também em parceria do Morcelli e publicado pela Balão Editorial.

O Emoções Misturam Ovos tem a periodicidade semanal, com episódios de 30 minutos de duração e é lançando todas as segunda-feiras nas plataformas. Ele conta a edição do músico Matheus Gramigna e sonorização da LB Records e a arte de vitrine feita pelo quadrinista Daniel Sousa, autor das obras Entrespaço e Tachyon.

Você pode começar a ouvir o E.M.O. – Emoções Mistura Ovos AQUI.

 

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The Neighbourhood | Ouça Hard, o novo EP da banda

The Neighbourhood, banda estadunidense conhecida pelo hit Sweater Weather (que você pode conferir aqui), disponibilizou na íntegra o EP (Extended Play, sigla usada para classificar uma gravação longa demais para ser considerada um hit e curta demais para ser denominada de CD) Hard, que conta com as músicas: Roll Call, You Get Me So High, Noise, 24/7 Sadderdaze.

Ouça todas as músicas abaixo:

O grupo anunciou que fará uma pequena turnê nos Estados Unidos e México em Dezembro, além de confirmarem que estarão presentes no Lollapalooza 2018, que acontece dos dias 23 a 25 de Março em São Paulo.

Para futuras informações, fique ligado aqui na Torre de Vigilância!

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Playlist | Músicas Para Beber e Endoidar

Música e cerveja. Duas coisas que sempre andaram juntas, desde que o mundo descobriu o poder da cevada, do lúpulo e do malte juntos. Lógico que, no início, não existiam guitarras elétricas distorcidas nem bandas que falavam desse amargo néctar dos deuses(perdem apenas para o vinho). Mas a humanidade evoluiu, assim como a boa música e a arte de fazer cerveja. Desde as tão conhecidas pielsen industrializadas em larga escala, passando pela escuras stout e, por fim, as artesanais mais conhecidas como as ale. Mas, o foco desse post não é cerveja, mas a música que acompanhará essa cerveja. Tá bom, um pouco  de cerveja também.

Enfim, deixo abaixo uma sugestão de playlist para cada tipo de cerveja que você deseja consumir. Mas não esqueça, se for menor de 18, pode curtir a música com uma coca-cola, um guaraná ou um toddynho mesmo…

Em primeiro lugar, vem a minha preferida: IRISH RED ALE. A típica cerveja irlandesa, como o nome diz. E nada melhor que a velha música céltica de pub misturada com o bom e velho rock’n’roll, em uma pegada punk, para poder fazer companhia com essa cerveja encorpada e de sabor peculiar.

Músicas:

Em seguida, a minha segunda preferida: STOUT. As cervejas Stouts são facilmente identificadas pelo sabor forte da cevada torrada e sua coloração escura, além de serem uma variação mais “encorpada” das Porters. Por ser a mais forte dos quatro tipos de cervejas que vou abordar nessa postagem, nada melhor que um heavy metal para acompanhar essa cerveja.

Músicas:

Para quebrar um pouco o peso, mas sem perder o sabor, seguimos com a Lager. As cervejas Lager são conhecidas por um gosto um pouco mais amargo, além de seu processo de fermentação ser diferenciado das Ale, iniciando o processo em temperaturas mais baixas, o que as tornam um pouco mais leves também. Existem vários tipos de Lager, mas as mais conhecidas são: as American Lagers, que são a maioria das produzidas no Brasil e as Pilsen. Como são mais leves, colocarei nessa sessão um pouco do tradicional rock’n’roll.

Músicas:

Vou parar por aqui, porque também ninguém quer ficar muito bêbado, não é verdade? Diferente do rock’n’roll, que não precisa de moderação, o álcool deve ser consumido moderadamente. Espero que tenham gostado dessa playlist e fique ligado porque em breve farei uma playlist para acompanhar aquele vinho, acompanhado ou sozinho.