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The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel IV é um presente para os fãs

Após o final apoteótico de Trails of Cold Steel III, com um cliffhanger de cair o queixo, a Nihon Falcom e a NIS America retornam mais uma vez para encerrar a saga de Rean Schwarzer e o Arco de Erebonia.

The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel IV se passa quase um mês após os acontecimentos finais do jogo anterior. O mundo está sendo afetado pela maldição, Rean está desaparecido e Osborne acaba de declarar guerra contra Calvard. Ao mesmo tempo em que precisa amarrar as pontas soltas, o jogo reúne personagens de toda a série.

A review possui spoilers de jogos anteriores. Se você não jogou nada da franquia, por favor não leia.

É difícil comentar e jogar Cold Steel IV sem conhecer os jogos anteriores, e quando eu digo “anteriores”, não me refiro somente aos três primeiros Cold Steel, mas sim de toda a série Trails, passando por Trails in the Sky até Trails to Azure. Todo o worldbuilding e narrativa que a Nihon Falcom estabeleceu durante esses 16 anos, nos leva diretamente até Trails of Cold Steel IV. Eu falo mais sobre a franquia e seus jogos em um artigo aqui no site.

Já nos primeiros minutos, isso fica evidente, quando controlamos personagens dos jogos passados. Sem qualquer conhecimento prévio, toda essa parte se perde. Após isso, somos jogados no controle da nova classe VII, que parte em busca de Rean.

Quando o payoff é maior que a narrativa

Como eu falei anteriormente, Trails é uma série que vem sendo feita e construída primorosamente desde 2004. Em Cold Steel III tivemos a presença de alguns personagens de jogos anteriores e isso foi o bastante para me deixar animado e emocionado. Mas aqui, eu simplesmente desabei ao ver TODOS esses personagens juntos. Todas essas horas jogadas levaram até esse momento e eu não poderia ter ficado mais feliz com essa recompensa. No final, eu estava satisfeito.

Não somente personagens principais, mas NPCs importantes para todo o lore da franquia. Personagens que você acompanhou através de uma narrativa própria, estão aqui, também concluindo o seu arco. A cada personagem antigo que apareceria, eu abria um sorriso.

O jogo é recheado de grandes momentos e aparições que você nunca imaginaria ver em 3D e fico muito feliz por isso ter acontecido.

Foi o suficiente para eu revelar algumas coisas do roteiro. O jogo está longe de ser perfeito, e de ser um dos melhores da série, mas ele é bastante especial.

Tirar o Rean, temporariamente, do controle, foi uma boa decisão, para mostrar o quanto os estudantes da nova Classe VII evoluíram com seus ensinamentos. Os destaques em termos de personagens vão para Ash e Musse. São dois personagens que eu adorei desde que apareceram no jogo anterior, Ash, em especial, possui um ótimo desenvolvimento, além de ter ligação com um dos lugares mais emblemáticos da série. É um retcon que eu aprovo. 

Musse também teve o seu papel e se mostrou uma excelente estrategista durante a Guerra. Kurt brilha apenas no final, ainda não sei o que irão fazer com esse personagem. Já Juna, acaba sendo deixada de lado, já que acabou sendo desenvolvida em Cold Steel III, assim como Altina, que aprendeu o que são sentimentos e como é se relacionar com as pessoas. Ainda assim, é ótimo ver o quão diferentes esses personagens são um dos outros.

Crow está de volta e mostra novamente porque é um dos melhores personagens desse arco. Os personagens da classe VII original compõem o elenco de apoio e são mais importantes para o enredo. Em certos momentos de Cold Steel IIII, eles pareciam que estavam lá por serem obrigados.

Em Cold Steel III, tivemos uma grande evolução no Rean e comecei a gostar bastante dele, e aqui, após a sua volta, o roteiro deixa claro que ele é o alicerce dessa história. Sem ele, Cold Steel não funcionaria do jeito que é, por bem ou por mal.

A Ouroboros e seus membros ainda estão colaborando com Osborne e dando algumas pistas sobre o plano deles. Somente na reta final, a gente recebe alguns detalhes sobre o que eles estão fazendo ali e porque se uniram ao Chanceler. Isso é uma coisa que deixou a desejar nesse arco: o antagonismo total da sociedade, Osborne simplesmente tomou conta de tudo. Provavelmente veremos mais em Hajimari no Kiseki e no próximo arco. Cada membro possui uma personalidade forte e objetivo próprio, ainda que estejam à serviço da Grandmaster. McBurn, novamente, está ótimo aqui.

O plot da Maldição é algo que me deixou com uma pulga atrás da orelha desde que foi apresentado. Não sabia bem para onde ele iria e quais seriam as consequências disso. Me perguntei se “colocar a culpa na maldição”, seria algo que eles iriam fazer aqui. Em partes, foi. No entanto, apesar de eu não ter engolido algumas coisas sobre isso, os roteiristas fizeram de uma maneira que ficou convincente. Mas vejo muitos fãs torcendo o nariz para as explicações dadas e irei concordar.

Os dois finais do jogo foram ótimos. Sim, tem dois finais, para chegar ao final verdadeiro, basta fazer uma sidequest antes de partir para a Dungeon Final. O jogo praticamente deixa na cara que a missão é importante.

O primeiro final, mesmo sabendo da existência de Hajimari no Kiseki, bateu muito forte. Já o segundo, eu só chorei de alegria. Uma coisa que senti falta, foi uma conclusão geral, e com isso acredito que a NISA fez certo em retirar o subtítulo “The End of Saga“.

É Cold Steel II de novo, porém melhor

Estruturalmente falando, Cold Steel IV é exatamente igual à Cold Steel II. Para muitos, e para mim, no começo do jogo, isso pode ser um mal sinal. Afinal, ele possuiu um meio totalmente inchado e cansativo. Aqui, ainda bem, isso não acontece. Obviamente tem algumas barrigas, como todo RPG, mas no final dos atos, eu não fiquei cansado, muito pelo contrário eu só queria jogar mais.

Tudo que tivemos no segundo Cold Steel, retornou aqui. A divisão por atos, a busca e resgate de colegas, o deslocamento por Erebonia através de uma nave, as Shrines, os Trials Chests e muito mais. O que pode parecer muita coisa para se lidar, e de fato é, foi feito de uma maneira que não deixa o jogador carregado. A Falcom parece ter aprendido com as críticas à Cold Steel II e trouxe um jogo pesado em termos de conteúdo, porém mais enxuto e menos esgotante. Claro que não é desculpa para repetir quase que um plot inteiro do jogo, mas dá para relevar.

O mapa é o mesmo de Cold Steel III, mas com as adições das Shrines e locais secretos. Eu levei cerca de 81 horas para fechar o jogo, fazendo quase tudo que estava disponível. Em comparação, eu platinei o anterior com 70 horas.

A mesma gameplay

Em termos de gameplay, o jogo não mudou. As Brave Orders retornaram, e foram aprimoradas. No jogo anterior elas causavam um desbalanceamento nas lutas e as deixavam mais fáceis, aqui, elas começam fracas e vão evoluindo na medida com que você vai completando os Trials Chests. Temos a inclusão de Lost Arts, outra herança de Cold Steel II, elas drenam toda sua mana e só podem ser utilizadas uma vez em cada luta. São cinco no total, e são pegas ao enfrentar minibosses ao redor do mapa. Podemos também invocar nossos Panzer Soldats, ou Valimar no caso de Rean. Sinceramente, eu quase não usei essa mecânica, tirando em uma luta na reta final, onde você é obrigado.

As lutas de robôs estão de volta, e dessa vez como parte central da trama. Não irei entrar em detalhes por motivos de spoiler.

O jogo oferece uma enorme quantidade de personagens jogáveis e a desenvolvedora conseguiu deixá-los bem balanceados. É claro que há diferenças entre cada um deles, mas eles não quebram o ritmo da batalha. Algo que não se reflete em nosso time principal, com a combinação certa de quartz e equipamentos, você consegue causar um estrago. Como foi no caso do Kurt, desviando e contra-atacando os inimigos, e do Ash causando instakill.

Acontece, mas no geral, o jogo está mais difícil que o seu antecessor. Também está mais complicado de conseguir o AP máximo, devido aos requerimentos. O jogo tira todo proveito do seu conhecimento sobre o combate da série.

Achar itens e missões escondidas ficou mais fácil nesse jogo. Em CS III já tínhamos algumas indicações, mas aqui, a Falcom decidiu tornar algo muito mais acessível, só não coleta os itens e faz a missões quem não quer mesmo. 

O jogo está mais polido que o seu anterior, que apresentava enormes quedas de frames. Os modelos ainda são os mesmos e isso só deve mudar na nova engine da Falcom. O jogo também oferece um modo turbo, acho que esse tipo de feature é essêncial para a maioria dos JRPGS.

A maldição do bonding system

Uma das piores coisas envolvendo Cold Steel é o Bonding System. A clara influência de Persona em retalhar acontecimentos e desenvolvimentos em um sistema que te obriga a escolher com quem você quer passar o tempo é um mal que assola a série. Eu sei que surgiu primeiramente em Trails to Azure, mas lá era algo completamente diferente. Isso foi arrumado em Cold Steel III, onde você realmente só passava um tempo com seus amigos e não tinha nada muito relevante preso naquilo. 

Aqui, no entanto, foi bem diferente. Enquanto alguns eventos eram qualquer coisa, outros traziam acontecimentos que causavam impacto na história, e nem tudo é acessível na primeira gameplay.  Em uma série onde a narrativa é o mais importante, esconder coisas através de um sistema é fazer com que o roteiro acabe ficando mais fraco. Os personagens da Classe VII original possuem eventos melhores do que o restante, isso é algo que fica bem claro conforme você vai fazendo.

Sem falar no harém do Rean, onde algumas das escolhas acabam sendo bastante questionáveis ou forçadas. Já em outras, acabam acontecendo naturalmente. Eu espero muito que no próximo arco, eles não retornem com esse sistema. 

O retorno do Pom

Os minigames estão mais uma vez presentes em Cold Steel IV. Além da pesca e do jogo de cartas, novamente sendo Vantage Masters, que sofreu alguns buffs desde o jogo anterior, temos a volta do Pom, um game à la Tetris que surgiu em Trails to Azure, e ele está ainda mais complicado! 

O computador acaba roubando bastante para os personagens com quem você está disputando, mas a satisfação ao derrotar seus oponentes é enorme. Eu passava mais tempo jogando Pom do que nas próprias dungeons do jogo.

Localização da NISA e as guitarras malucas do Singa

Sobre a localização, mesmo não sendo um expert em inglês, eu senti que a tradução desse jogo trouxe uma linguagem mais básica que o anterior. Em questão de erros, eu vi alguns, que logo foram corrigidos através de uma atualização. Outra coisa é um nome de um personagem que, por mais que esteja correto, poderá causar uma certa reclamação entre os fãs. A tradução é a correta, mas a gente conhece por outro nome.

Eu joguei com vozes em Japonês, por ser mais acostumado, então não posso falar como ficou a dublagem em inglês, porém, trocando informações com outros jornalistas, verificamos a troca de alguns dubladores, em especial os de Laura e Osborne. A NISA não comentou nada sobre o assunto, mas em um ano de pandemia, dá para dar uma colher de chá.

A trilha-sonora, como sempre, está espetacular. Eu sei que muita gente critica as músicas compostas por Mitsuo Singa, principalmente por conta da guitarra, mas ao pouco suas composições cresceram em mim e passei a gostar delas. A música dos créditos me fez chorar.

Um presente

Em The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel IV, a Nihon Falcom abre mão da consistência para entregar um presente aos fãs da franquia. Foram anos de construção de mundo, amarrando quase todas as pontas e dando indícios para o futuro. Enfim chegamos ao final desse maldito conto de fadas, e que venha Hajimari. Trails é uma série de jogos especial, que todo mundo precisa experimentar.

Agradecimentos à NIS America pelo envio do código para a análise. O jogo será lançado para PlayStation 4 em 27 de outubro. As versões para PC e Nintendo Switch chegarão em 2021.

Ouro – Recomendável

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Conheça o elenco de Ys IX: Monstrum Nox no novo trailer do jogo

A NIS America divulgou um novo trailer de Ys IX: Monstrum Nox, que foca em apresentar o elenco de personagens do novo game da Nihon Falcom.

Confira:

O renomado aventureiro Adol “The Red” Christin e seu companheiro Dogi chegam em Badulq, uma cidade anexada pelo Império Romun, mas Adol é capturado logo ao entrar nela. Enquanto prisioneiro, ele conhece uma misteriosa mulher chamada Aprilis, que o transforma em Monstrum, um ser com poderes sobrenaturais e com a capacidade de exorcizar monstros. Agora, Adol tem que se juntar a outros Monstrums e enfrentar as ferozes ameaças que emergem da sombria dimensão chamada Grimwald Nox. Ele irá descobrir pistas sobre a misteriosa maldição Monstrum e a verdade enterrrada em Balduq.

Ys IX: Monstrum Nox sai em 02 de fevereiro de 2021 para PlayStation 4. As versões de Nintendo Switch e PC ainda continuam sem data.

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Ys IX: Monstrum Nox chega em Fevereiro para PS4; Novo trailer destaca combate do jogo

A NIS America divulgou um novo trailer de Ys IX: Monstrum Nox, mais recente game da série de JRPG da Nihon Falcom. Além de destacar o combate do jogo, o vídeo traz a data de lançamento para o PlayStation 4: 02 de Fevereiro de 2021.

Confira:

O renomado aventureiro Adol “The Red” Christin e seu companheiro Dogi chegam em Badulq, uma cidade anexada pelo Império Romun, mas Adol é capturado logo ao entrar nela. Enquanto prisioneiro, ele conhece uma misteriosa mulher chamada Aprilis, que o transforma em Monstrum, um ser com poderes sobrenaturais e com a capacidade de exorcizar monstros. Agora, Adol tem que se juntar a outros Monstrums e enfrentar as ferozes ameaças que emergem da sombria dimensão chamada Grimwald Nox. Ele irá descobrir pistas sobre a misteriosa maldição Monstrum e a verdade enterrrada em Balduq.

A publisher também anunciou uma janela para as versões de Nintendo Switch e PC: terceiro trimestre de 2021.

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Ys: Memories of Celceta chega em Junho para PlayStation 4

A XSEED Games e a Marvelous Games anunciaram a data de lançamento da versão remasterizada de Ys: Memories of Celceta para o PlayStation 4: 9 de junho na América e 19 de junho na Europa.

Confira o trailer de anúncio:

Ys: Memories of Celceta foi lançado originalmente pela Nihon Falcom em 2012 para PlayStation Vita e posteriormente foi disponibilizado para PC.

O game é o remake de Ys IV e conta a história de Adol Christin e suas aventuras na Ilha de Celceta, que acorda sem memória na entrada da Great Forest of Celceta. Ao lado de Duren, um companheiro que diz conhecer Adol, eles irão tentar descobrir o que está acontecendo na ilha e escapar de lá.

Assim como os demais jogos da franquia Ys, não é preciso jogar os games anteriores, pois eles funcionam isoladamente como as aventuras semanais de Adol.

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The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel IV é anunciado para o Ocidente

Pegando todo mundo de surpresa, ainda mais nesse dia do ano, a NIS America anunciou, através da Game Informer, que The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel IV chegará ao ocidente ainda esse ano. Importante ressaltar, que o subtítulo “The End of Saga” foi retirado para a versão ocidental.

Confira o trailer de anúncio:

The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel IV começa logo após o chocante final de Trails of Cold Steel III e promete fechar todas as pontas

“O título é uma peça importante para o final da série Cold Steel e é fundamental para toda história começada em Trails in the Sky”, explica o produtor e presidente da Nihom Falcom, Toshihiro Kondo. “Nós deixamos várias pistas desde Trails in the Sky e todas aquelas conectadas ao Império de Erebonia serão reveladas.”

O último capítulo do arco de Erebonia chega no fim do ano para PlayStation 4 e chegará em 2021 para Nintendo Switch e PC. No Japão, o jogo foi lançado em 2018 e sua sequência, Hajimari no Kiseki, está planejada para sair esse ano na Terra do Sol Nascente.

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Trails of Cold Steel III chega ao PC e se torna a versão definitiva do jogo

Trails of Cold Steel III saiu no final do ano passado para PlayStation 4 e é com certeza um dos melhores JRPGs da geração e um dos melhores jogos da séries Trails. Agora, em março de 2020, a NIS America lançou tão a esperada versão para PC , já que grande parte da franquia só está disponível nessa plataforma, e nos cedeu uma cópia para darmos uma conferida.

Esse texto é a apenas para falar sobre a performance do jogo, clique aqui para o review completo

Mesmo com todos os seus méritos em roteiro, gameplay e trilha-sonora, a versão de PlayStation 4 tinha alguns problemas técnicos, como queda de framerate em diversos locais do jogo, em especial no Capítulo 4, e loadings excessivos, que, mesmo que não maioria das vezes não incomodavam, quebraram o ritmo do jogo em dos momentos mais apoteóticos do jogo.

O port feito pela PH3 Games, comandada por Peter Durante, que trabalhou também nos ports dos dois primeiros Cold Steel. Durante também é conhecido pelo famoso fix de Dark Souls, que deixou o game jogável no PC.

Logo de cara, o jogo dá diversas opções e presets para escolher: Portable, Console, High e Maximum. Cada um podendo ser customizável para a forma que o jogador quiser.

Durante manteve a tradição e novamente colocou Fie na tela de configuração.

Diversas novidades foram incluídas nesse port, como auto-save, suporte à 480 FPS e ultrawide. O campo de visão também foi aprimorado, podendo ver os cenários e inimigos à distância.

Em nossos testes, jogamos no High, com um i5-4590, uma GTX 960 e SSD 860 EVO, e o jogo se manteve firme até o final.

As mudanças entre cenários ocorriam quase que instantaneamente. O capítulo 4 rodou liso e os loadings no final do jogo foram diminuídos, ainda que tenham durado mais do que os outros ao decorrer da gameplay. Os problemas vistos no PlayStation 4 foram corrigidos em sua grande maioria.

Quando testamos, o patch de day-one ainda não havia saído e alguns bugs ocorreram, como DLCs não traduzidas, diálogos com vários idiomas ao mesmo tempo e câmera não sabendo onde focar. Também rolou um crash durante o vídeo de abertura, coisa que só aconteceu uma vez durante o gameplay. A NISA já confirmou que esses problemas serão resolvidos com um update no dia do lançamento, que ocorre em 23 de março.

Uma demo do jogo está disponível na Steam para quem quiser dar uma olhada.

Agradecimentos à NIS America pelo envio do código e ao Guilherme Azuma por ter testado o game.

The Legends of Heroes – Trails of Cold Steel III chega no dia 23 de março para PC.

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Trails of Cold Steel III é o reflexo de um mundo bem construído

Construir um universo e personagens que funcionam nos videogames (ou em qualquer outra mídia) não é uma tarefa fácil. Mais difícil ainda, é carregar uma história com 15 anos de planejamento sem perder a mão. Trails of Cold Steel III é o oitavo jogo da série Trails e é o começo de um fim. A sub-série criada pela Nihon Falcom em 2004, com Trails in the Sky, possui um dos melhores worldbuilding já existentes nos videogames.

Em Trails of Cold Steel III, jogamos novamente com Rean Schwarzer, agora professor, onde lidera uma nova Class VII, ao mesmo tempo que precisa lidar com as consequências de ter se tornado um herói do Império de Erebonia.

  • Uma porta de entrada para a franquia?

Vamos tirar logo esse ponto da frente. A resposta é NÃO. Por mais que a NISA, que gentilmente cedeu um código para a gente, fique batendo na tecla que Trails of Cold Steel III é uma porta de entrada para a franquia, isso não é nada mais que uma estratégia de marketing, que poderá se voltar contra para o jogo.

O jogo possui um sumário no menu inicial, contextualizando apenas os acontecimentos dos dois jogos anteriores (sem mencionar os outros dois arcos), mas é basicamente nomes sendo jogados na tela, sem nenhum tipo de contexto, o que deixa o jogador ainda mais confuso. E jogando, o resultado não é muito melhor. Então, caso queira começar a jogar Trails, esse não é um bom começo. Comece por Trails in the Sky ou até mesmo o primeiro Cold Steel.

  • Um protagonista atormentado e uma nova Class VII.

Aqueles que me conhecem, sabem o quanto eu não gosto do Rean como protagonista, porém, em Trails of Cold Steel III, ele me conquistou. Ainda que esteja longe de se comparar à Estelle e Lloyd. Rean ainda continua igual a um personagem de harém tradicional dos animes, no entanto, ele é bem trabalhado nesse jogo. Seu psicológico ainda está abalado após o trauma sofrido no jogo anterior, e mesmo assim decide se tornar um professor.

Darei o mínimo de spoilers possíveis sobre os jogos anteriores, mas o fato do Rean não querer ser reconhecido durantes as viagens é algo bem utilizado no jogo. Ele odeia ser conhecido como Ashen Chevalier, o herói de Erebonia.

Sobre a nova Class VII, já começo dizendo que os novos personagens são muito melhores dos que os companheiros de Rean. Apesar de ainda serem tropes de animes, um grande problema em Cold Steel, funcionam. Acompanhar suas histórias e desenvolvimento é bem satisfatório e você se importa com esses personagens, Juna, Kurt, Altina, Ash e Musse são ótimos personagens e praticamente todos são ligados à acontecimentos prévios da franquia, e ver como esses eventos impactaram no tempo atual é recompensador para qualquer fã de Trails.

Quanto aqueles que retornam, são bem usados, para aquilo que eles se propõem. 

O bonding system está de volta. Eu não curto esse sistema, muito por conta de que você perde muito da história de certos personagens, caso não passe um tempo com ele no jogo. No entanto, em Cold Steel III, eles acertaram bastante. A Falcom conseguiu reduzir bem o número de personagens com quem você interage nesse sistema e deu pontos o suficientes para explora-los.

  • Gráficos ultrapassados, mas enredo de primeira

Quando se joga um game da Nihon Falcom, você não espera que eles tenham um gráfico de última geração e em Cold Steel III isso não é diferente. Os gráficos são superiores aos dos últimos dois jogos, que saíram para PS3 e PS Vita, mas se comparar com outros JRPGS saídos na mesma época (2017), ele fica bem abaixo. E isso não só para os personagens em si, mas para o ambiente. Em TVs com mais qualidades é possível ver falhas nas texturas.

A gameplay é basicamente a mesma dos outros jogos. Não há muitas novidades aqui além das Brave Orders, que são comandos para dar buffs na party. Lembra bastante a função de suporte em Trails in the Sky the 3rd. A HUD de batalha é claramente inspirada em Persona 5. Os fãs mais antigos podem estranhar no começo, mas é fácil se acostumar.

A pescaria está de volta, agora com um sistema diferente, em vez de apertar rapidamente os botões, o jogador tem que pressionar o círculo e calcular o timing para capturar o peixe. O minigame de cartas agora é o Vantage Masters, onde o jogador tem que derrotar o mestre adversário. Há diversas cartas de buff e skills que ajudam na batalha.



Agora, em termos de roteiro e worldbuilding, Cold Steel III possui uma das melhores histórias dos JRPGs atuais e um dos melhores da franquia. O jogo é estruturalmente parecido com o primeiro: dia livre, estudo de campo, sidequests mundanas e então história principal. A diferença é que o jogo possui um ritmo melhor e não é cansativo. O primeiro Cold Steel demorava muito para “engatar” enquanto tentava apresentar os personagens.

A trilha-sonora, outra grande marca dos jogos da franquia, estão de volta arrasando mais uma vez. Há músicas que irão deixar os fãs mais antigos engolindo seco e de olhos molhados. Mas no geral, ela é a mais fraca até então.

  • O mundo de Trails

Um dos pontos mais chamativos de Trails é o seu mundo. São 9 jogos no total (já contando Sen no Kiseki IV, que em breve chegará por aqui, EU SUPLICO NISA) e em todos eles somos capaz de vermos NPCs tão vivos quanto os personagens principais. Ver como eles reagem aos acontecimentos do jogo é magnífico, cada um deles tem algo para dizer, e você não sente que são apenas falas automáticas e clichês, como vemos em outros JRPGs e ou muitos dos jogos ocidentais.

Tudo está conectado de alguma forma, não são apenas referências jogadas aqui e ali, como em filmes da Marvel. Tudo isso se perde se você começar a jogar Trails por esse jogo. Simplesmente ficará perdido e sem entender grande parte dos diálogos.

Em termos de localização, ela está bastante funcional. É difícil falar concretamente, por conta do meu inglês não muito bom, mas eu consegui passar 90% do jogo sem precisar procurar alguma palavra. A tradução ficou bem simples. Por outro lado, alguns termos da franquia em si foram alterados. Não sei se ficaram assim para sempre ou se irão corrigir em alguma atualização. A equipe de tradução é praticamente a mesma dos jogos anteriores, e creio que devem se pronunciar em breve quanto a isso.

  • Edição definitiva?

Há algumas novidades em comparação ao lançamento japonês, entre elas a presença do modo turbo, que acelera a velocidade do jogo, reduzindo o tempo da exploração nas dungeons e campo aberto. Outra novidade bastante bem-vinda, é a possibilidade de carregar seus níveis para o New Game+. No jogo original não era possível fazer isso, tendo que começar do nível 0.

No entanto, assim como o original, o jogo possui quedas de framerate, tanto no PS4 normal, quanto no PS4 PRO (segundo pesquisas), na parte final do jogo. Não é nem culpa da NISA em si, mas sim da Falcom.

Trails of Cold Steel III é um reflexo de um mundo bem construído. Traz personagens marcantes, retornos inesperados e momentos emocionantes. Além de um final de deixar o queixo caído.

O jogo foi testado em um PS4 normal. Agradecimentos à NIS America pelo envio do código para review.

Pontos Positivos:
Roteiro impecável.
Personagens bem escritos.
Trilha-sonora.
Bonding system funcional.

Pontos Negativos:
Framerate instável na parte final do jogo.
Marketing da NISA sobre ser uma porta de entrada.

Platina – Obrigatório