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Representatividade LBTQIA+ nos Quadrinhos e a POC CON em Casa 2021

Aproveitando que o mês do Orgulho LGBTQIA+ aconteceu em junho deste ano, precisamos lembrar de duas coisinhas: Não precisamos fazer parte da comunidade para lutar contra a homofobia e precisamos sempre que possível abordar o tema representatividade como um todo.

Vamos dar uma breve recapitulada no significado da data antes de iniciarmos?

É comemorado em 28 de Junho internacionalmente, inclusive aqui no Brasil, o Mês do Orgulho LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays,Bisexuais,Transexuais, Queer, Intersexo, Asexuais e o + engloba outros grupos e variações como por exemplo os Pansexuais) .

Essa data tem um significado histórico, relembrando a Rebelião de Stonewall Inn. Essa rebelião foi um ato de revolta a favor da comunidade, seguido por uma onda de protestos contra a LGBTfobia e contra uma série de invasões feitas pela polícia a bares frequentados por homossexuais em Nova York 1966, com prisão e uso de violência. 

 

 

Bom, já não é de hoje que é sabido que no quesito quadrinhos existem uma infinidade de temas a serem abordados e a cada dia vemos mais chegarem como os de terror,  suspense, drama familiar (Um bom Lemire, né mores?),  faroeste, ação, comédia e sim, representatividade.

Em uma época delicada, onde ao introduzir núcleos de minoria nos quadrinhos somos bombardeados por aqueles que acham que isso não passa de “lacração“. Parece que é mais fácil aceitar um alienígena de collant com poderes cósmicos e fenomenais do que aceitar um personagem homoafetivo que se  aproxime de histórias e pessoas reais. Como o exemplo abaixo:

Vingadores, a cruzada das crianças” (Salvat)

Lembrando evento vergonhoso, ocorrido no ano 2019 na Bienal do RJ quando o então prefeito Birovela mandou recolher obras com temática LGBT voltadas para o público jovem.

 

 

E foi pensando nisso que eu quis falar aqui sobre um evento super inclusivo que tem dado espaço para aos artistas, quadrinistas e ilustradores LGBT do Brasil, A POC CON -Feira LGBTQ+ de Quadrinhos e Artes Gráficas.

O nome Poc vem de uma gíria  ‘poc poc’ que era usada para ridicularizar Gays tidos como “Afeminados”  fazendo alusão ao barulho que o salto faz, mas hoje a gíria é usada pela própria Comunidade LGBT, não mais como um termo depreciativo, mas sim como representação de identidade.

A primeira POC CON  teve sua estréia em 22 de Junho de 2019 no Osaka Naniwa-Kai (Associação sem fins lucrativos que destina-se a desenvolver atividades beneficentes e culturais). Levando cerca de 73 artistas, conseguiram atrair aproximadamente 3.000 pessoas para contemplar esse espetáculo de cores e muita arte. 

Mário César (Bendita Cura) e Rafael Bastos Reis (Pornolhices) foram os idealizadores desse evento. Ambos sentiram a necessidade de ter um espaço para dar voz a um público mais específico, pois mesmo que já existissem muitos eventos voltados para Cultura Pop, como a famosa CCXP, não havia espaço para se falar sobre os autores e quadrinhos LGBTQIA+.

 

Infelizmente, com a pandemia, esse foi mais um evento que teve que ser adiado presencialmente, mas não deixando essas cores se apagarem, Mário e Rafael trouxeram em 2021 a Poc Con em casa. O evento online foi um sucesso! Foram apresentadas Lives, Oficinas, debates, Gibiteca Digital e até performance de cosplay, mostrando que o Poc veio para ficar.

Eventos como esse são de suma importância não apenas para comunidade LGBTQIA+, mas para que todas as pessoas independente de gênero possam frequentar ambientes onde celebrar a diversidade é o prato principal do dia, aprender sobre o que o outro tem a ensinar, respeitar  e dar continuidade a luta pelos direitos dos que ainda são minoria e sofrem diariamente nas mãos dos que não entendem quem lhes é diferente, reforçando o apoio ao cenário da nona arte brasileira que tem crescido absurdamente nos últimos anos e mostrando o que temos de melhor nos quadrinhos nacionais pelas mão de artistas LGBT.

Um Presente da POC CON em Casa de 2021 foi a Gibiteca Digital, que foi patrocinada pela  CHIAROSCURO STUDIOS e disponibilizaram quadrinhos de autores LGBT dos mais variados temas e classificação etária para Download Gratuito no site da POC CON. Babadeiro, né mon amour?

Agora, veja se não vai bancar a Alice e perder essa Biblioteca colorida de quadrinhos totalmente 0800!! Basta clicar no banner abaixo para ser redirecionado para o site e fazer o Download em PDF. São mais de 60 títulos multicoloridos e espetaculares para você se deliciar. 

 

Tá passada? Se joga, Bebê!! 😉

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O Quentinho no Coração de Só Mais Uma história de uma Banda

“Ah, que vontade de escrever bobagens bem meigas, bobagens para todo mundo me achar ridículo…”

Como a própria Germana Viana definiu em Só Mais Uma história de uma Banda é realmente sobre isso que fala esse quadrinho. Bobagem. Coisas meigas. Amor. Romance juvenil. Amigos da juventude. desencontros. Mágoas passadas. Mas veja bem, a HQ é uma lição de amor em todas as esferas em diversas escalas e notas musicais. E aquele tipo de história que causa aquele quentinho no coração, como se fosse aquele filme que você adora assistir, cheio de clichês e que cada vez que você assiste você se sente bem. Sente-se revigorado.

A história de Só Mais Uma história de uma Banda narra a carreira meteórica da banda Cecília Não Sabe Cantar, que era amada pelos alternativos e também pelo público mais pop. As pessoas mais próximas da banda dizem que o rompimento não foi bonito, embora nunca souberam o real motivo. Agora, mais de vinte anos depois, Gramophone Plugado, um grupo de influencers convida Marcelo Carvalho, Roberta Bueno, Raul Vieira e os irmãos Mariana e Robson Mendes para um show de reunião do Cecília Não Sabe Cantar. Mas a questão é: Eles vão conseguir recuperar o que perderam naquele verão de 1998?

Essa é a questão de Só Mais Uma história de uma Banda. Olhar para o passado e entender o que passou, as palavras ditas em momentos de raiva e os amores que se abre mão. Mas sempre que você perdeu, ou deixou de viver, uma história no seu passado o motivo pode ter sido diversos, mas na maioria está envolvido pelo ego de alguém. O não saber querer ouvir a outra parte, traz uma destruição de momentos que poderiam ser lindos. Quantas vezes engolimos o nosso orgulho quando jovens (e às vezes depois de velhos) e deixamos um momento importante escapar?

Germana Viana pegou esses sentimentos e em uma história leve apresenta uma lição de vida. E ainda fez isso se visto e criou empatia na vida de quem ler a HQ com um romance homossexual. Seria fácil a autora pegar e jogar para a galera uma história de amor que se perde pelos anos usando um homem e uma mulher. Como vemos aos montes por aí. Mas ao usar pessoas do mesmo sexo, ela faz o leitor se sentir dentro da pele tanto do Marcelo e/ou do Raul e relembrar que todos já agiram do mesmo jeito que eles.

Em um mundo que as pessoas estampam seus preconceitos com motivo de orgulho e bradam imbecilidades para que todos saibam, ter uma história que soa simples e clichê como Só Mais Uma história de uma Banda é fantástico. Pois ela espelha sentimentos e ações que todos, e digo todos sem exceção, alguma vez na vida (muitas vezes mais de uma vez) já realizaram, e no futuro ficamos pensando: “e se eu tivesse feito assim…”.

Só Mais Uma história de uma Banda é sobre isso. É sobre amor, arrependimento e recuperação. E entrega de forma incrível e formidável aquela história que esquenta o coração e te faz sorrir e ficar feliz no final. Uma bela história nesses tempos nebulosos.

A Germana Viana disponibilizou gratuitamente em PDF a HQ Só Mais uma História de uma Banda, em homenagem ao mês do Orgulho LGBTQIA+, para poder ler é só clicar AQUI.