Aproveitando que o mês do Orgulho LGBTQIA+ aconteceu em junho deste ano, precisamos lembrar de duas coisinhas: Não precisamos fazer parte da comunidade para lutar contra a homofobia e precisamos sempre que possível abordar o tema representatividade como um todo.
Vamos dar uma breve recapitulada no significado da data antes de iniciarmos?
É comemorado em 28 de Junho internacionalmente, inclusive aqui no Brasil, o Mês do Orgulho LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays,Bisexuais,Transexuais, Queer, Intersexo, Asexuais e o + engloba outros grupos e variações como por exemplo os Pansexuais) .
Essa data tem um significado histórico, relembrando a Rebelião de Stonewall Inn. Essa rebelião foi um ato de revolta a favor da comunidade, seguido por uma onda de protestos contra a LGBTfobia e contra uma série de invasões feitas pela polícia a bares frequentados por homossexuais em Nova York 1966, com prisão e uso de violência.
Bom, já não é de hoje que é sabido que no quesito quadrinhos existem uma infinidade de temas a serem abordados e a cada dia vemos mais chegarem como os de terror, suspense, drama familiar (Um bom Lemire, né mores?), faroeste, ação, comédia e sim, representatividade.
Em uma época delicada, onde ao introduzir núcleos de minoria nos quadrinhos somos bombardeados por aqueles que acham que isso não passa de “lacração“. Parece que é mais fácil aceitar um alienígena de collant com poderes cósmicos e fenomenais do que aceitar um personagem homoafetivo que se aproxime de histórias e pessoas reais. Como o exemplo abaixo:
Lembrando evento vergonhoso, ocorrido no ano 2019 na Bienal do RJ quando o então prefeito Birovela mandou recolher obras com temática LGBT voltadas para o público jovem.
E foi pensando nisso que eu quis falar aqui sobre um evento super inclusivo que tem dado espaço para aos artistas, quadrinistas e ilustradores LGBT do Brasil, A POC CON -Feira LGBTQ+ de Quadrinhos e Artes Gráficas.
O nome Poc vem de uma gíria ‘poc poc’ que era usada para ridicularizar Gays tidos como “Afeminados” fazendo alusão ao barulho que o salto faz, mas hoje a gíria é usada pela própria Comunidade LGBT, não mais como um termo depreciativo, mas sim como representação de identidade.
A primeira POC CON teve sua estréia em 22 de Junho de 2019 no Osaka Naniwa-Kai (Associação sem fins lucrativos que destina-se a desenvolver atividades beneficentes e culturais). Levando cerca de 73 artistas, conseguiram atrair aproximadamente 3.000 pessoas para contemplar esse espetáculo de cores e muita arte.
Mário César (Bendita Cura) e Rafael Bastos Reis (Pornolhices) foram os idealizadores desse evento. Ambos sentiram a necessidade de ter um espaço para dar voz a um público mais específico, pois mesmo que já existissem muitos eventos voltados para Cultura Pop, como a famosa CCXP, não havia espaço para se falar sobre os autores e quadrinhos LGBTQIA+.
Infelizmente, com a pandemia, esse foi mais um evento que teve que ser adiado presencialmente, mas não deixando essas cores se apagarem, Mário e Rafael trouxeram em 2021 a Poc Con em casa. O evento online foi um sucesso! Foram apresentadas Lives, Oficinas, debates, Gibiteca Digital e até performance de cosplay, mostrando que o Poc veio para ficar.
Eventos como esse são de suma importância não apenas para comunidade LGBTQIA+, mas para que todas as pessoas independente de gênero possam frequentar ambientes onde celebrar a diversidade é o prato principal do dia, aprender sobre o que o outro tem a ensinar, respeitar e dar continuidade a luta pelos direitos dos que ainda são minoria e sofrem diariamente nas mãos dos que não entendem quem lhes é diferente, reforçando o apoio ao cenário da nona arte brasileira que tem crescido absurdamente nos últimos anos e mostrando o que temos de melhor nos quadrinhos nacionais pelas mão de artistas LGBT.
Um Presente da POC CON em Casa de 2021 foi a Gibiteca Digital, que foi patrocinada pela CHIAROSCURO STUDIOS e disponibilizaram quadrinhos de autores LGBT dos mais variados temas e classificação etária para Download Gratuito no site da POC CON. Babadeiro, né mon amour?
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Tá passada? Se joga, Bebê!! 😉