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10 mangás seinen que mereciam ser publicados no Brasil

A variedade de títulos e demografias de mangás disponíveis no mercado nacional – apesar da pandemia – está cada vez maior, mesmo que engatinhando em comparação com outros países como França e Estados Unidos. E entre os gêneros de maior destaque, junto dos shounen, estão os mangás seinen, destinados ao público masculino adulto no Japão.

Abaixo, listamos dez mangás desta demografia que poderiam ser lançados no Brasil com base em alguns critérios, tais como: gosto pessoal, histórico de publicação do(a) autor(a) no Brasil e adaptação para animê em andamento ou já concluída.

Designs (Daisuke Igarashi)

Com duas obras já publicadas em território nacional pela editora Panini (Witches, série completa em 2 volumes e Children of The Sea, completa em 5 volumes), Daisuke Igarashi não é exatamente uma novidade para os leitores do Brasil, porém, algumas de suas obras ainda poderiam ser boas apostas, e talvez a opção de maior destaque seja Designs.

Serializada entre 2015 e 2019 na revista Afternoon, Designs é uma série completa em 5 volumes centrada em “híbridos humano-animal”, criados com um propósito misterioso de importância para o futuro da humanidade, e enviados para missões de massacre. O autor, que sempre aborda a ligação da natureza com o homem em seus mangás, entrega o estilo narrativo similar ao utilizado na série que alavancou sua fama, Kaijuu no Kodomo (a já citada Children of The Sea), porém com foco também em ação.

Dorohedoro (Q Hayashida)

Série adaptada recentemente para animê pelo estúdio MAPPA – e disponível internacionalmente na Netflix -, a coleção de Dorohedoro possui 23 volumes (190 capítulos) e foi serializada nas revistas Ikki e posteriormente HiBaNa e Gessan. A obra é uma ficção pós-apocalíptica que se passa em duas dimensões, o Buraco (a paisagem sombria e urbana onde residem os humanos) e o mundo dos feiticeiros.

A garota Nikaido conhece Caiman, um homem com cabeça de réptil e amnésia grave, e enquanto um clã de feiticeiros vem utilizando pessoas como cobaias em experimentos das artes negras, a dupla começa a caçar e matar os mesmos buscando desfazer o feitiço. A serialização de Dorohedoro, no Japão, se deu de 2000 a 2018.

A série animada está disponível na Netflix.

Eizouken ni wa Te wo Dasuna! (Sumito Owara)

Um dos sucessos recentes dos animês no mundo todo, Keep Your Hands Off Eizouken! (nome internacional) ganhou o carinho de todos graças ao carisma das protagonistas e a fantástica direção do animê, por Masaaki Yuasa, com produção espetacular. O mangá, de autoria de Sumito Owaara, é serializado no Japão na revista Gekkan! Spirits desde 2016, ainda em andamento com 5 volumes.

Eizouken conta a história de, principalmente, três garotas que iniciam um clube de animê na escola e desejam fazer animação, enfrentando as dificuldades de produção, orçamento, som e etc. Asakusa, Mizusaki e Kanamori são três garotas bem diferentes em personalidade que, juntas, dão início ao clube e aos poucos ganham destaque. A obra chama atenção especialmente pelo carisma, mas também pela criatividade visual.

A série animada está disponível na Crunchyroll.

Billy Bat (Naoki Urasawa)

Naoki Urasawa não é novidade no Brasil. Já tivemos os lançamentos de algumas séries completas, como 20th e 21st Century Boys, Monster (que vem sendo republicado em novo formato, de luxo) e Pluto. Mas a produção de Urasawa no Japão é muito extensa e entre suas diversas séries que poderiam ser lançadas no Brasil (como Master Keaton ou Yawara!) destaca-se Billy Bat.

A história é centrada num autor nipo-americano chamado Kevin Yamagata, criador da popular série Billy Bat para a editora Marble Comics em 1949. Kevin se dá conta de que pode ter copiado inconscientemente a imagem de Billy Bat a partir de algo que viu durante o período em que o Japão estava ocupado no pós-guerra, e aos poucos o autor se vê envolvido numa série de mistérios, assassinatos e profecias quando tenta buscar a permissão do autor original para que utilize o personagem. Como outras séries de Urasawa, esta traz um crescente de dramas psicológicos envolventes.

Shinya Shokudou (Yarou Abe)

Um simples restaurante que só abre durante a madrugada onde os clientes interagem contando histórias diversas. Shinya Shokudou (conhecido internacionalmente como Midnight Diner) é um mangá de autoria de Yarou Abe serializado desde 2006 na revista Big Comic Original contando com 22 volumes encadernados lançados até o momento.

Com um desenho único e bem diferente do habitual, Midnight Diner cativa pelo retrato perfeito do que é um slice-of-life. O dono do restaurante serve um menu fixo e prepara pratos customizados caso seja possível e, enquanto isso, histórias de vida são narradas. O mangá foi adaptado para uma série live-action que possui 5 temporadas, duas delas disponíveis na Netflix com o subtítulo Tokyo Stories.

A série live-action está disponível na Netflix.

Atom: The Beginning (Masami Yuuki, Tetsuroh Kasahara, Makoto Tezuka)

Adaptado para animê em 2017, Atom: The Beginning é um mangá baseado na criação de Osamu Tezuka, o Astro Boy. Com roteiro de Masami Yuki e arte de Tetsuro Kasahara, ATB é serializado na revista Monthly Hero’s, onde também é publicada a série moderna do Ultraman, também adaptada há pouco tempo para animê.

Como o nome sugere, este mangá é centrado no que aconteceu antes da criação do Astro Boy propriamente dito, com personagens clássicos como o Dr. Ochanomizu e Umatarou Tenma em versões mais jovens interagindo com A106, o protótipo de robô criado por eles que pode vir a ser um deus ou simplesmente um amigo. No Japão, a coleção de encadernados contém até o momento 11 volumes, e a serialização teve início em 2014. No México a publicação da série se dá pela editora Panini.

Bokurano (Mohiro Kitoh)

A criação mais famosa de Mohiro Kitoh (autor publicado no Brasil uma única vez pela editora L&PM com o compilado Fim de Verão), Bokurano é uma série de mecha serializada entre 2003 e 2009 na revista Ikki que ganhou destaque por diversas razões ao longo da publicação de seus 66 capítulos, totalizando 11 volumes encadernados e sendo adaptada para animê em 2007.

Quinze estudantes se envolvem num misterioso evento ao adentrarem uma caverna na praia onde recebem o convite suspeito para jogar um jogo onde cada um terá a chance de pilotar um robô gigante para batalhar contra inimigos que estão invadindo a Terra. O preço que o controle do robô cobra após o fim de uma batalha é chocante. Desta forma, as quinze crianças estão com um contrato assinado onde, no final, todas podem perder tudo.

Mushishi (Yuki Urushibara)

Mushishi ganhou o mundo desde o início de sua serialização na revista Afternoon entre os anos de 1999 e 2008, totalizando 50 capítulos compilados em 10 volumes. Criação da mangaká Yuki Urushibara, o sucesso foi tanto que a obra já possui três séries animadas e dois OVAs. O mangá possui uma continuação de apenas um volume, e uma antologia também de volume único.

A história apresenta criaturas onipresentes chamadas Mushi que frequentemente apresentam poderes sobrenaturais. Os mushis são descritos como seres em contato com a essência da vida na sua forma mais básica e pura. Devido à sua natureza efêmera, a maioria dos seres humanos são incapazes de perceber os mushis e são alheios à sua existência, mas há alguns que possuem a capacidade de ver e interagir com tais seres. Uma dessas pessoas é Ginko, o personagem principal. Ele emprega-se como um “Mushishi” (termo dado a pessoas que possuem a habilidade de enxergar mushis) viajando de um lugar para outro a pesquisar mushis e ajudar pessoas que sofrem de problemas causados por eles.

A série animada está disponível na Crunchyroll.

Yokohama Kaidashi Kikou (Hitoshi Ashinano)

Mais uma série da espetacular revista Afternoon, Yokohama Kaidashi Kikou (nome internacional Quiet Country Cafe) possui a incrível capacidade de contar uma história que soma 142 capítulos e 14 volumes encadernados onde quase nada acontece, girando em torno de contemplação e ideias muito simples.

Sendo uma ficção científica muito singular, YKK (como é chamada pelos fãs) é a série pós-apocalíptica mais good vibes de todos os tempos. Num Japão futurista onde o nível do mar subiu e invadiu boa parte das áreas costeiras do planeta, onde a população diminuiu drasticamente e as instituições políticas e tecnológicas ruíram, impedindo a existência de formas de comunicação que não sejam presenciais ou através de cartas e também blindando a existência de eletrodomésticos como a televisão, a robô Alpha é dona de uma pequena e simples cafeteria onde recebe seus poucos clientes e vive sua vida de forma simples e extremamente calma. Ela observa a passagem do tempo e faz amizade com outros robôs e humanos, e suas experiências são passadas com imersão única com poucos diálogos e muita apreciação dos momentos através da narrativa e bela arte do mangaká Hitoshi Ashinano.

Saint☆Oniisan (Hikaru Nakamura)

Após a publicação de Arakawa Under The Bridge pela editora Panini, é natural que um dos mangás listados aqui e que mereciam ser lançados no Brasil seria Saint☆Oniisan (nome internacional Saint Young Men), da mesma autora de Arakawa, Hikaru Nakamura.

Saint☆Oniisan narra a história de Jesus e Buda morando no Japão moderno, dividindo um apartamento pequeno e tendo que lidar diariamente com as situações mais inusitadas que existem. As duas figuras religiosas enfrentam problemas variados com relação ao dinheiro, interações humanas, tecnologia e muitos mais. O humor é afiadíssimo, fazendo piadas inteligentes sem ofender quaisquer crenças, e a autora evolui gradativamente enquanto toma controle das rédeas da publicação, lançada no Japão na revista Morning Two e totalizando 18 volumes até o momento, tendo iniciado em 2006.

Menção Honrosa

Kaguya-sama wa Kokurasetai: Tensai-tachi no Renai Zunousen (Aka Akasaka)

Série de sucesso da revista Young Jump em publicação desde 2015, totalizando 18 volumes até agora, Kaguya-sama: Love is War (nome internacional) ganhou muito destaque no mundo por conta das duas recentes temporadas de animê adaptando o mangá.

Shinomiya Kaguya e Miyuki Shirogane são membros do Conselho Estudantil da Academia Shuchiin, sendo ambos gênios entre os gênios. O tempo que eles passam juntos acabou fazendo com que se apaixonassem, mas o orgulho deles não permite que se confessem, pois quem o fizer será considerado inferior. Começa uma batalha mental: quem conseguirá fazer o outro se confessar primeiro?

A primeira temporada da série animada está disponível na Crunchyroll.


Acha que algum outro título merecia chegar por aqui? Deixe nos comentários, e vamos trocando uma ideia!

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Mangá de Legend of Zelda chega às bancas e livrarias de todo o Brasil

Está chegando ao Brasil em lançamento da Panini o famoso mangá da série The Legend of Zelda, adaptado primeiramente por Akira Himekawa, que marca sua estreia com a história Ocarina of Time. Confira detalhes abaixo.

Link é um jovem da floresta que vê seu lar em perigo e parte em uma jornada para deter um rei maligno e salvar o reino de Hyrule! Para completar sua missão, ele terá que encontrar a princesa Zelda e ajudar outros povos para reunir a Triforce e restabelecer o equilíbrio do mundo!

Esta edição luxuosa, apelidada de Perfect Edition, marca um novo padrão de qualidade para os mangás da editora Panini, com volumes de quase 400 páginas e hot stamp aplicado em muitos detalhes de capa e lombada, além de acompanhar um marcador de páginas de brinde.

Confira nosso dossiê de raças inteligentes do universo de Zelda clicando aqui.

A coleção é composta por cinco volumes que adaptam diferentes jogos de Zelda, sendo eles: Ocarina of Time, Majora’s Mask, Oracle of Seasons, Oracle of Ages, Four Swords, The Minish Cap, A Link to The Past e Phantom Hourglass.

The Legend of Zelda: Ocarina of Time contém 384 páginas encadernadas em formato 20,8 x 14,6 cm e capa brochura com orelhas, e o preço sugerido é R$ 29,90. Clique aqui para garantir sua edição na Amazon.

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Inuyashiki | A chocante sociedade japonesa retratada na ficção científica

Hiroya Oku é um autor controverso. Após 13 anos escrevendo e desenhando sua série mais longeva, Gantz, com a criação de Inuyashiki em 2014 o mangaká parece ter encontrado novos ares para sua habilidade primária: criar histórias de ficção-científica com algum valor moral, abordando aspectos da sociedade japonesa moderna através da violência típica de suas obras, com um visual extremamente realístico e cenas chocantes.

Em 1999 Oku lançou sua primeira obra com um pé no sci-fi. Zero One era uma história sobre um torneio de videogame, e o sucesso não foi alcançado como em sua série prévia de comédia romântica, Hen. Apesar do fracasso o autor iniciou em seguida sua mais duradoura e bem-sucedida publicação, Gantz, que rende frutos até hoje e através de uma narrativa louca, violenta e chocante, tornou-se um dos seinen mais marcantes dos quadrinhos japoneses.

Um dos aspectos de Gantz era, no meio da violência, sexo e alienígenas bizarros, tecer críticas à forma de viver dos seres humanos. Abordando a superficialidade do coletivo, preconceito e até mesmo falando sobre o papel da mulher no mundo (da forma mais rasa possível, mas está lá), as camadas mais “profundas” do mangá perdiam-se no meio de robôs gigantes e roupas coladas, com muitos peitos e bundas.

Com o fim da série em 2013, Oku levou um ano para bolar o que, aparentemente, é sua obra mais intelectual, sem deixar perder sua assinatura e estilo que ficaram marcados no universo de Gantz. Inuyashiki veio ao mundo nas páginas da revista Evening japonesa e agora alcança as bancas do Brasil em volumes bimestrais publicados pela editora Panini.

Inuyashiki possui uma premissa semelhante a de Parasyte (Kiseijuu), mangá de Hitoshi Iwaaki publicado no Brasil pela Editora JBC. A história é centrada em Ichiro Inuyashiki, um senhor de 58 anos que aparenta ser muito mais velho. Sua família não dá muita bola pra ele e constantemente o desrespeita, e no meio de sua vida infeliz, Ichiro descobre estar com um câncer terminal. Rodeado em desgraça, o senhor acaba por se envolver em um acontecimento que altera sua perspectiva da realidade: ele é transformado num ciborgue. E daí pra frente, a vida de Inuyashiki muda de forma radical.

Oku parece possuir uma missão com este mangá. Todo o primeiro volume é centrado quase que exclusivamente em criticar os aspectos mais deploráveis da sociedade japonesa moderna, que vão desde a marginalização dos jovens até o desrespeito e falta de empatia pelos mais velhos. Os idosos do Japão são desprezados, ignorados e solitários, enquanto as pessoas mais novas agem de forma egoísta, instável e passional. As críticas sociais, típicas de qualquer boa ficção científica, misturam-se com a vontade de Ichiro ao passar por esta experiência com “seres alienígenas” que mudaram seu corpo: tornar-se uma espécie de justiceiro, um super-herói que faz o bem para a humanidade, agindo onde ninguém mais parece enxergar os problemas.

Obviamente, surge também um possível antagonista que passou por essa “experiência” ao lado de Ichiro e tornou-se um psicopata assassino.

O autor pesa a mão na dramaticidade, algo extremamente necessário para uma história que toca em assuntos tão delicados. O objetivo aqui é chocar o leitor, propor uma reflexão que se aplica também ao nosso dia-a-dia, e tentar expandir a visão de mundo dos leitores, criando paralelos entre a personalidade do leitor com algum dos personagens secundários, cheios de falhas de caráter e vivendo suas vidas das formas mais comuns e desprezíveis.

A semelhança com Parasyte é traçada no modo em que a trama é abordada. De forma similar, os protagonistas passam por um de contato alienígena que os torna super poderosos, e tentam agir para o bem da sociedade. Da mesma forma, outra pessoa (no caso da obra de Iwaaki, outras) passa pela mesma mudança, e vai para o lado oposto. E no meio disso, as questões sociais, políticas e reflexivas são abordadas, com choques culturais e um texto sofisticado em ambos os casos.

Deixando de lado o principal atrativo, que é sua temática, Inuyashiki também é um mangá lindamente ilustrado. Oku-sensei refinou seu traço ao longo dos treze anos de Gantz, tornando-o ainda mais realístico, bem detalhado e fluido, com uma movimentação única que poucos profissionais conseguem retratar com clareza. A beleza da arte também contribui para a imersão, visto que este mundo é extremamente similar ao nosso, facilitando o reconhecimento e potencializando a mensagem que deve ser passada.

O mangaká também brinca com a metalinguagem, inserindo outros mangás na narrativa, tornando este mundo teoricamente fictício algo verdadeiramente inserido na realidade, um perfeito retrato do nosso mundo quando somado ao seu já citado belíssimo traço.

E apesar da narrativa mais calma, com capítulos cadenciados de forma bem amena, rapidamente o passar das páginas torna-se algo frenético, com ação e cenas marcantes, misturando emoção e repulsa pelos acontecimentos. Este desenrolar é típico dos mangás de Oku-sensei, que deixam o leitor empolgado e curioso para saber o que acontecerá em seguida. E ao contrário de Gantz, aqui ele não deve se perder na aventura, já que o final da obra está programado para setembro, quando o décimo e último volume da série será lançado no Japão.

Inuyashiki é tudo de bom que o gênero da ficção científica tem a oferecer. Apesar do currículo estranho de seu autor (ele mesmo brinca com isso), a obra parece vir para acrescentar algo ao mercado, unindo-se aos outros ótimos mangás com premissas mais reflexivas, como Assassination Classroom – que é uma crítica ao sistema de ensino – e Arakawa Under The Bridge, que fala sobre a aceitação do diferente na comunidade.

E sendo outro ótimo candidato ao posto de melhor mangá do ano, a obra de Hiroya Oku também acrescenta qualidade ao mercado, que passa atualmente por um belíssimo momento onde verdadeiros clássicos e novos-clássicos enchem as prateleiras de bancas e livrarias de todo o Brasil. A edição também conta com um belo glossário em suas páginas finais, que explica as referências e termos utilizados ao longo das 204 páginas do primeiro volume, que assim como a edição japonesa, possui um efeito holográfico especial em sua capa. Um capricho editorial respeitável, que faz valer cada centavo dos R$ 13,90 cobrados.

Recentemente o estúdio MAPPA anunciou que adaptará a obra para um anime, além de haver um filme live-action programado para 2018.