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19.999 Léguas Submarinas explora o desconhecido até para os quadrinhos Disney

Não era surpresa que um dia uma nova versão de 20.000 Léguas Submarinas ganharia vida nas mãos da Disney. Já no prefácio temos uma confissão do roteirista Francesco Artibani demonstrando o forte elo entre Julio Verne e o maior conglomerado de entretenimento já visto na face da terra. Assim como as ideias do mestre da ficção científica, os planos Disney para suas obras foram muito além do que se imaginava pela compreensão humana, passando por filmes, atrações de parque, animações, e, claro, quadrinhos.

Nesse último quesito, a lista abrange vários outros criadores e de muitos nichos: de acordo com o site Guiadosquadrinhos.com, a Magnum Opus verniana foi abraçada por ao menos 11 quadrinhos diferentes publicados no Brasil, sendo quatro delas versões Disney. Dentre essas, uma já saiu em seis oportunidades diferentes no mercado nacional: A adaptação em quadrinhos 20.000 Léguas Submarinas que, como o próprio título idêntico ao livro sugere, trata-se da versão cinematográfica de 1954 transposta para o papel; ocupando o segundo lugar em republicações, temos O Mistério do Nautilus, publicada originalmente em Topolino nº1889 de fevereiro de 1992 com quatro aparições ao todo e completando o pódio vem 20.000 Ligas Submarinas, datada de abril de 1975 em Topolino nº1011. Mesmo pertencentes a épocas e estúdios diferentes, o que resultou em várias reedições no mercado brasileiro, as três versões foram reunidas em um único volume de nossa biblioteca: Clássicos da Literatura Disney nº12, em agosto de 2010.

Dentre tantas opções, qual seria então o diferencial dessa que, dentre todas, é a única lançada pela Panini? A resposta é mais simples do que parece: além de inédita, 19.999 Léguas Submarinas é fruto de mais uma colaboração entre Francesco Artibani e Lorenzo Pastrovicchio, dupla responsável por diversos capítulos d’O Superpato, além das histórias Aventura Sob Medida e A Ilha Misteriosa, também baseada em um livro de Julio Verne. Além disso, vale destacar que 19.999 Léguas é a única que pode ser considerada de fato uma paródia literária Disney, pois tanto O Mistério do Nautilus quanto 20.000 Ligas Submarinas, mesmo contanto com personagens Disney como protagonistas, não seguem a trama original e usam somente determinados elementos como referência ao trabalho mais famoso.

Imagem: Divulgação/Panini Brasil

Por seguir de modo mais fiel o enredo original, aqui Mickey assume o papel de Professor Ratonax (paródia de Annorax) que aceita a missão de, ao lado de Donald O’Quack, Ned Baf (originalmente Ned Land) e Capitão Farrablot solucionar caso de uma suposta criatura que aterroriza os sete mares. Após mais um dia de caça, os destemidos tripulantes do navio Alabama são tragados acidentalmente para o fundo do mar e após um inesperado resgate passam a residir justamente no veículo marítimo que outrora acreditavam ser um monstro marinho: o Nautilus, criação máxima da engenharia e de seu comandante, o Capitão Nemo. A versatilidade dos personagens Disney faz essa nova adaptação cair como uma luva em cada um dos personagens escolhidos para designar seus papeis. Apesar de apresentarem características diferentes do usual e mais próximas da trama literária usada como referência, a essência de Mickey, Donald, João Bafo-de-Onça, Mancha Negra e Pateta é preservada.

A respeito do último citado, a escolha do atrapalhado melhor amigo do Mickey pode ser considerada à primeira vista arriscada para assumir o papel do astuto Capitão Nemo, e de fato no início da leitura é de se estranhar seus recursos para aqui se desenvolver como protagonista, mas Artibani consegue, mesmo tomando como base um roteiro adaptado, desenvolver um novo Pateta diferente do visto na série pastelão Pateta Faz História e mais próximo da original Pateta Repórter, criado por Teresa Radice e Stefano Turconi.

Interessante também a invenção por parte dos autores de Mecanomarujos para substituírem os humanos que faziam parte da obra original. Mesmo que sendo assumidamente uma estratégia para economizar tempo nas ilustrações, as simples figuras dos imediatos do Capitão Nemo trazem um frescor gráfico à obra tantas vezes retratada em diversas mídias.

Imagem: Divulgação/Panini Brasil

Assim como todas as edições de Graphic Disney lançadas pela Panini, o volume de 19.999 Léguas Submarinas é complementado por extras como esboços, bloco de notas e entrevistas com os autores, assim tornando a edição idêntica à versão original italiana. Dentre os bate-papos, temos uma conversa com Stefano Zanchi, que trabalhou como designer do Nautilus de brinquedo distribuído aos leitores do já citado semanário Topolino, onde 19.999 Léguas foi publicado pela primeira vez no ano de 2020, data em que se completava 150 anos da primeira edição do romance. É uma pena que em nosso mercado esse tipo de brinde seja inviável, muito por conta da cada vez mais restrita tiragem e público de nossas HQs.

Com mais esse tomo, chegamos a uma grande quantidade de volumes da série Graphic Disney lançadas pela Panini desde 2018. Por volta de seis volumes ainda continuam inéditos, se desconsiderarmos a extensa série do Superpato, que tem até o momento nove partes lançadas dentro da mesma coleção. O que a Panini prepara para o heróico Alter Ego de Donald? Ainda não se sabe, mas é esperado que tal mistério seja solucionado em breve, tal qual Nemo e seus subordinados aqui desvendam as antes desconhecidas profundezas do oceano.

19.999 Léguas Submarinas
Francesco Artibani (roteiro)
Lorenzo Pastrovicchio (arte)
Marcelo Alencar (tradução)
Fati Gomes (revisão)
Panini Comics
Capa dura
72 páginas
20,5×31,5 cm
R$59,90
Data de publicação: 12/2021

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Culturama inicia pré-vendas de Histórias Natalinas e Grande Almanaque Disney Vol. 2

A Editora Culturama segue sua magistral publicação dos quadrinhos Disney com dois lançamentos programados para o mês de dezembro, sendo eles um compilado em capa dura com título Histórias Natalinas, e o segundo Grande Almanaque Disney! Confira detalhes abaixo.

Edição Especial Disney: Histórias Natalinas

Seu Natal não será o mesmo depois deste livro. Divirta-se com a hilária disputa entre Silva e Donald para ver quem faz a melhor decoração e surpreenda-se com um verdadeiro milagre de Natal envolvendo Bafo. Leia essas e muitas outras histórias incríveis neste especial de Natal!

Este encadernado especial é o terceiro de uma série de histórias temáticas selecionadas pela Culturama. O primeiro chama-se Histórias Para se Apaixonar e o segundo Histórias Sobre Amizade. A editora também já compilou Donald Jovem em formato similar, e recentemente lançou Ducktales: O Manual dos Exploradores Curiosos.

Histórias Natalinas possui 176 páginas encadernadas em capa dura e formato 21 x 15 cm. O preço sugerido é R$ 49,90. Clique aqui para reservar sua edição na pré-venda com preço mais baixo garantido.

O Grande Almanaque Disney Vol. 2

Houston, aqui Base Tranquilidade. A águia pousou.” Essas foram as primeiras palavras transmitidas por Neil Armstrong diretamente do solo lunar, em julho de 1969, há exatos 50 anos! Para celebrar esse que é considerado o maior feito da humanidade, a Culturama publica neste almanaque uma HQ do Mickey escrita e desenhada pelo renomado quadrinista Casty, especialmente produzida para comemorar essa data. Além disso, preparamos uma matéria com 50 fatos que você não sabia sobre a conquista da Lua!

Outro cinquentenário comemorado nesta edição é o do pato mascarado mais amado de todos os tempos, o Superpato. Na HQ, Superpato, Tudo Começou Assim, o artista italiano Marco Gervasio reapresenta a origem do herói sob uma nova visão. E, por falar em aniversários, há 64 anos era inaugurada em Los Angeles a Disneyland. Por isso, nesta edição há um artigo com informações e curiosidades sobre a construção do primeiro parque de diversões da Disney e uma HQ na qual Mickey viaja para conhecer esse incrível lugar. Para fechar a edição, uma raridade: duas tiras do Donald de 1956, desenhadas pelo mestre Disney Tony Strobl e que permaneciam inéditas no Brasil até agora. Um verdadeiro tesouro!

O Grande Almanaque Disney Vol. 2 possui 172 páginas encadernadas em capa cartão e formato 21 x 15 cm. O preço sugerido é R$ 29,90 e você pode reservar sua edição na pré-venda clicando aqui!

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Torre Entrevista | Francesco Guerrini

E mais uma vez marcamos presença no Festival Guia dos Quadrinhos. Este ano realizado no Hakka Plaza, pela primeira vez trouxe como convidado um quadrinista internacional. Alvo de muito assédio e filas imensas de autógrafos, Francesco Guerrini também mostrou ser uma simpatia de pessoa nesta entrevista concedida à Torre por convite da Culturama, editora responsável pela vinda do italiano ao festival. Confira:

Na escola italiana de quadrinhos Disney, vários acabam adotando um traço próprio, como Giorgio Cavazzano, Casty, Paolo Mottura, Marco Gervasio… e seu desenho é mais tradicional, como nos anos 50 e 60. Por que esta escolha?

Muitos desenhistas começaram vendo o Cavazzano. Casty começou há pouco tempo com seu traço fazendo referência ao Romano Scarpa, e poucos faziam o mesmo até então. Já eu tive a referência do Carl Barks. Mas não quis me limitar só ao lápis de Barks, como Dan Jippes, que também é ótimo, mas [para mim] fazer Barks é preciso entender o seu contexto, velocidade e narrativa, que é muito específico. Me inspiro em Giovan Batista Carpi, que foi meu mestre, como também em Al Hubbart. Com essas referências, comecei a praticar muito, mas nem o que se espera, se atinge. Mas sempre tento melhorar. Se alguém me diz que “na próxima vez você pode fazer melhor” eu digo que “sim!”.

Página de Carpi, o citado mestre de Guerrini. Fonte: Arabeschi.it

Também na Itália, você tem catalogadas, entre inéditas e republicações, cerca de 140 histórias. Destas, 96 o Pato Donald aparece e em 66 o Tio Patinhas. Curiosamente, a publicação principal se chama Topolino, ou seja: Carrega o nome do Mickey, em italiano. Por que você não trabalha com o Mickey nesse universo Disney?

No inicio me perguntaram “você quer o Donald ou Mickey?” e eu pratiquei mais com o Donald que, pra mim, era um personagem mais divertido. E assim foi indo porque o Mickey é um pouco menos livre. Antigamente eu teria mais liberdade com as piadas do Mickey, mas não agora. Antes seria mais fácil introduzir elementos do universo dos patos nas histórias dele. São recomendações que vêm da central da Disney, nos Estados Unidos. O Carpi conseguia fazer um Mickey engraçado mas que dificilmente as coisas com o camundongo davam errado, diferente do que acontece com o Donald. Outro que escrevia muito bem o Mickey era o Romano Scarpa, mas não tem como imitar-lo. Só recentemente o Casty começou a usar alguns de seus elementos. Não tanto o seu traço, mas seu estilo, com um Mickey mais heróico.

Várias de suas histórias não seguem aquele padrão de 3 tiras por página. Muitas delas a disponibilidade dos quadros muda de uma página para outra. Na questão de pôr no papel a história, como vem a sua ideia de direcionar o leitor exatamente a ordem que propõe?

Procuro fazer a HQ que tem a ver com a situação do momento, como aprendi com o Carpi. Às vezes os roteiristas escrevem algo que não dá para colocar em um quadrinho só, porque os roteiristas não sabem desenhar! Procuro encontrar a melhor cena além do que está descrito no quadrinho. Alguns roteiristas deixam o desenhistas serem mais livres, mas eu faço o Storyboard sempre, pois é o principal momento criativo. Eu coloco em cima os quadrinhos para fazer a cena. Porém com alternâncias para ficar mais legível. Nunca coloco dois quadrinhos duplos verticais na página. Se um é duplo, o outro é normal. Não ponho um quadrinho duplo vertical à direita, sempre à esquerda porque senão não se percebe de cara o sentido de leitura…

Isso é importante, porque quando fazem à direita acabam muitas vezes tendo que usar setas…

Às vezes é necessário quando se tem uma cena onde as setas entram na história. Senão busco outra solução, como “quadros redondos”. Já as tiras quádruplas são mais difíceis e a redação pediu para nunca passar disso. Mas às vezes é preciso e sou obrigado a modificar os quadros de acordo com o que está acontecendo. Cavazzano me falou que eu tinha “que aprender como se faz os quadrinhos Disney” dessa forma: No Primeiro quadrinho temos a apresentação, depois o desenvolvimento e por último o gancho para a página seguinte.

Em uma história sua batizada de A Agência de Mil Ideiaso final é parecido com uma história do Carl Barks, chamada 1 Milhão de Omeletes. Hoje costumam fazer releituras de histórias antigas, como você fez em A Pataca Fatal, que veio de Trenzinho da Alegria, também de Carl Barks. Como é esse processo de reconstrução de uma história já consagrada, porém como uma linguagem recente?

Foi uma oferta que eu não tinha como recusar. É como colocar a mão numa obra de arte. Conhecendo bem a historia, eu fiz de acordo com o seu espírito original. Mesmo quando algumas coisas eu não poderia colocar [na releitura] como a Vila Barraco, bairro dos meninos pobres que estavam na história original do Barks pois seria forte demais para os dias de hoje. Então mudei as características mais fortes e trocamos o nome do lugar para Tormenta.

Em suas histórias o Pato Donald tem como característica a criatividade, atributo geralmente visto no Professor Pardal. Tem algum limite criativo para determinados personagens? Na paródia de O Médico e O Monstro, a Disney não permitiu que fosse lançada fora da Itália pela forma que caracterizaram o próprio Donald.

Na semana passada comprei essa edição especial com a história d’O Médico e O Monstro porque em breve deve esgotar. O Donald já tinha seus momentos criativos até mesmo antes do Pardal. No Donald pode fazer isso, por isso é legal. Já no Mickey, não pode. O Donald não é um incapaz. Ele já foi à Marte, ao fundo do mar, foi piloto de avião, submarino… ele pode fazer tudo.

História proibida de ser lançada no exterior. Fonte: Mangame.it

Como a Itália é o maior mercado de produção de quadrinhos Disney, de que forma você vê hoje o futuro desse material por lá? Os artistas norte-americanos sempre foram os mais famosos, mas hoje os mais produtivos são os italianos.

Pergunta difícil! Os estadunidenses inventaram, fizeram os quadrinhos acontecer. Nós nos sentimos honrados de saber isso, mas eu, por exemplo, não tenho um personagem criado por mim mesmo. Temos que pensar de acordo com a central da Disney. Os desenhistas italianos que conheço são muito bons. Os quadrinhos precisam se adaptar aos leitores de hoje, que leem menos. Como dizia o Carpi, os personagens precisam se atualizar. Não dá pra fazer hoje uma história como era nos anos 40. Se muda os veículos, vestimentas… os sobrinhos do Donald não dormem nem no mesmo tipo de cama de antes. São hoje garotos modernos que usam celular, tablet, fazem esporte… e continuam sendo os Escoteiros Mirins. As crianças precisam se espelhar nos personagens para quererem ler o quadrinho. Por exemplo: A animação Lilo & Stitch.

E há alguma preocupação hoje em saber que o material que vocês produzem vai chegar em várias partes do planeta?

A preocupação existe. Por exemplo: Como adaptar o Peninha e o Urtigão ao público da América do Sul? Ou o Mickey, Mancha Negra, João Bafo-de-Onça… Eles agradam público até na China. É possível adaptar-se à cultura local. O como o próprio Urtigão, que citei agora pouco. Este é diferente da sua versão italiana ou estadunidense, não é errado adaptar-se a outros tempos. O Donald pode ser um atrapalhado, um criativo, um herói… é possível.

E em breve sortearemos um Grande Almanaque Disney autografado pelo próprio Guerrini. Fiquem de olho no site e em nossas redes sociais!

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Culturama: Presente e futuro

Como se saiu e o que esperar dos próximos meses dos quadrinhos Disney pela Culturama

Quase 9 meses se completaram desde o encerramento das publicações de quadrinhos Disney no Brasil até uma nova editora reassumir o legado. Desde dezembro passado já circulavam notícias que um novo acordo estava fechado e imagens do ex-editor da Abril Paulo Maffia na exposição Quadrinhos, do Museu de Imagem e Som (Mis) e na Comic Con Experience deram a dica que, mesmo não oficialmente anunciada até então, a Culturama seria a nova editora, uma vez que o cenário escolhido para as imagens era justamente de personagens Disney ao fundo. A Culturama, editora fundada em 2003, desbancou inclusive a Panini, que era forte candidata por parte dos leitores a retomar as publicações no Brasil.

Paulo Maffia e a equipe da Culturama no Mis. Foto: Reprodução/Facebook

O ponto de partida para o retorno começou dia 21/02 com um jantar para a imprensa, artistas Disney e convidados. No evento, as capas das edições nº0 foram reveladas. Curiosamente, quase todas já tinham sido deduzidas por leitores nas redes sociais à partir de uma imagem publicada pela editora contendo apenas o título com alguns traços das ilustrações. A capa de Aventuras Disney se tornou a única que foi de fato uma surpresa. Assim, esta se juntou oficialmente aos títulos Mickey, Pateta, Pato Donald e Tio Patinhas.

Para os leitores regulares, as HQs começaram a ser distribuídas nacionalmente por volta da terceira semana do mês de março, com o serviço de assinatura também entrando em prática. Neste último, por seu transporte ser de responsabilidade dos correios, foram informados pelos próprios assinantes relatos diferentes à respeito da data de entrega. O que chamou mais atenção foi a caixa usada para transporte do produto, se tornando até item de colecionador. O kit de assinante contém todas as histórias em quadrinhos do mês e um brinde, sendo este o inicial um copo decorado com os personagens Disney. O brinde não irá para as lojas.

Caixa especial para entrega dos assinantes. Foto: Janaina Silva/Culturama

Nesta modalidade, alguns colecionadores informaram que suas HQs vieram com danos devido ao transporte e dentro das caixas não havia proteção para as HQs e o brinde. Procurada pela Torre, a editora afirma que “as revistas enviadas por assinatura estarão melhor acondicionadas nas caixas já à partir do envio da edição nº1 [a segunda entrega do contrato], com uma proteção a mais que evitará contato com o brinde”.

Em estabelecimentos comerciais, a Culturama lançará todos os meses a caixa especial com todos os cinco títulos. Essa edição será destinada a alguns pontos de venda e lojas online. A primeira caixa já se esgotou em várias lojas, mas é prevista a reposição de estoque em abril.

Caixa especial para livrarias e lojas especializadas. Imagem: Amazon

Apesar da divisão da editora para publicar quadrinhos se chamar HQ Culturama, os planos são apenas para quadrinhos Disney. Outras linhas estão descartadas no momento. A Culturama também pretende publicar livros do Universo Disney. Além do já anunciado Il Manuale degli Espiratori Curiosi, a editora tem contrato com a Marvel e Star Wars e pretende trazer em um futuro próximo livros referentes à essas duas licenças. Não há conflito com outras editoras. Esta possibilidade parecia possível depois do anúncio da publicação do Album Mickey 90 anos pela Panini em Novembro de 2018. A Panini, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que “com o lançamento do álbum do Mickey 90 anos, a Panini celebrou um marco histórico para a editora, anunciando a aquisição das licenças da Disney, Marvel e Pixar no Brasil para a publicação de álbuns de figurinhas”. Álbuns de figurinhas não estão contemplados no contrato da Culturama.

Livro já anunciado pela Culturama. Imagem: Scuolastore

Vem aí também mais um título: O Grande Almanaque Disney. Em publicação diferenciada, este título busca publicar grandes sagas inéditas. Dessa forma, sagas já iniciadas como Mickey Mistery não estão nos planos.     

Em um mercado editorial deficiente como o Brasil, livros de várias editoras não passam de 5 mil exemplares por edição; a Culturama somente em 2018 alcançou a marca de 12 milhões de exemplares comercializados. Sua linha é focada no público infanto-juvenil e serve como a introdução à leitura para muitos. Para as HQs, Maffia conta que “Os adultos já são apaixonados pelos quadrinhos Disney, assim, acreditamos que será natural pais, avós  introduzirem as crianças nessa leitura. Muita gente aprendeu a ler com os gibis e a leitura das revistas é uma brincadeira divertida”A editora possui um serviço especial de assinaturas para escolas, com valores especiais para estimular o uso do material em salas de aula e uma distribuição diferenciada, colocando seus títulos em diferentes pontos de venda trazendo o material para uma maior quantidade de leitores em potencial, fazendo parte da rotina dos mesmos.

Dando continuidade ao projeto, a segunda leva de quadrinhos Disney tem previsão de chegar às bancas, assinantes e demais pontos de venda já em abril. Uma novidade que já poderá ser vista é a volta de matérias a respeito das histórias principais em Aventuras Disney e Tio Patinhas deste mês. Outra seção que voltará é a de correspondência. Respondendo cartas, mensagens e dúvidas dos leitores, esta tradicional parte das HQs também estará nos títulos da Culturama, porém não em todas as edições.

E ainda há muito ao que vir por aí. Futuramente a editora pretende retomar a produção dos quadrinhos Disney no Brasil, porém, no momento, não há previsão. Pois o trabalho em parceria com a Disney precisa de prévia aprovação da companhia. 

Portanto, este é só o começo. O que resta é aguardar.

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Resenha | Pato Donald 0

Para Pato Donald 0, a Culturama optou por ser a edição com maior número de histórias: Considerando as duas de Enrico Faccini, temos um total de nove histórias na HQ mais longeva do Brasil. A maioria dinamarquesas.

Ao mesmo tempo que se trata da estreia da nova editora, esta é o nº 2482 somando todas as publicações de Pato Donald por aqui. Este registro vale também para todos os títulos da linha da Culturama, podendo ser consultada no expediente de cada número.

Temos já na primeira (e melhor) história da edição uma nova parceria: Além de ser a ilustração da capa, Um Golpe na Escandinávia é até o momento, única HQ de parceria entre Carol & Pat Mcgreal com o norueguês Arild Midthun. De férias em Oslo, Donald acompanha seus sobrinhos em um torneio de futebol e passeando pela cidade conhece uma mulher que decide ajudar. Atrapalhado que é, acaba caindo em um golpe.

Assim como todos os outros países escandinavos, as HQs Disney têm público muito expressivo na Noruega. Essa história, já como outras, mostra bem isso. Os cenários, objetos e animais são muito bem detalhados e coloridos. É um guia turístico ao mesmo tempo que é uma ótima história. Que essa parceria volte em breve, pois começou muito bem. 

Carol & Pat Mcgreal ainda voltam junto a Maximino Tortajada Aguilar em mais uma HQ da edição, em O Incrivel Pato Que Encolheu. Donald sem querer é vítima de um experimento do Professor Pardal e encolhe rapidamente como em Querida, Encolhi as Crianças, com Pardal mais uma vez fazendo seu papel de Rick Moranis. Boa história, mas padrão.

Destaque mesmo vale para outra ótima estreia: A Febre do Ouro em Marte. Essa é simplesmente a primeira história de Aleksander Kirkwood Brown publicada no Brasil. Nascido em 1984, Brown tem apenas 8 histórias Disney produzidas. Protagonizada por Tio Patinhas, a aventura foca numa viagem do pato mais rico do mundo à Marte, onde são descobertos veios de ouro. Sem perder tempo, Patinhas vai ao planeta vizinho reviver os tempos de Klondike.

Essa história é importante pois lembra os tempos que fizeram Patinhas ser quem é. Desde as histórias de Carl Barks às de Don Rosa, o Patinhas aventureiro e explorador é o mais querido pelos fãs e suas aventuras nessa área são sempre bem-vindas. Apesar de poucas histórias ainda publicadas, Brown tem uma já produzida com o ótimo Arild Midthun citado anteriormente. Voks med voks på (Cera em Cera, em tradução livre) apesar de ser de 2016 por enquanto só saiu na Dinamarca, Suécia, Noruega e Holanda, todas do mesmo ano. Como a Culturama visa publicar apenas material inédito, fica a torcida para este sair por aqui.

O cuidado com Pato Donald é evidente. Quem está aí desde 1950 de fato merece. Com tradição não se brinca, e as coisas continuam bem.

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Confira os próximos lançamentos da Disney para 2018

A Editora Abril durante todo o ano passado, publicou diversos quadrinhos dos personagens da Disney, entre eles boas coleções como Os Anos de Ouro do Mickey, A Saga do Tio Patinhas e obras de gênios como Carl Barks e Don Rosa. E agora, com a chegada de 2018, a estratégia da editora vai prosseguir nesse filão do mercado. Para o inicio do ano já tem novas publicações programadas. Confira abaixo:

Pato Donald por Carl Barks – Volume 9 – O Segredo de Hondorica

Seguindo a coleção do maior dos quadrinistas da Família Pato, Carl Barks (que era carinhosamente chamado de Quack Barks), O volume O Segredo de Hondorica tem nada menos do que 19 histórias do Pato Donald publicadas entre os anos de 1955-1956.


Pateta Faz História – Coleção Definitiva

A coleção do Pateta reúne diversas e divertidas histórias clássicas produzidas pelo lendário Jaime Diaz Studio da Argentina durante a década de 70. Os outros volumes foram publicados durante o ano passado e o encerramento será em fevereiro.


A Nova História e Glória da Dinastia Pato

Em abril de 1970, foi publicada na Itália a História e Glória da Dinastia Pato. Onde contava a origem da Família Pato pelos anos e todo o seu passado com membros que atuaram pela história mundial. A HQ se tornou um clássico e até hoje é considerada uma das melhores publicações de quadrinhos da Disney. Agora, sairá no Brasil a continuação, que será ambientada no futuro com os descendentes dos personagens atuais. A previsão é para fevereiro.


Os Anos de Ouro de Mickey – Volume 13 – O Mistério do Corvo

O mais novo volume da linda coleção que traz as tirinhas em quadrinhos do Mickey já está à venda. Todas publicadas em jornais entre os anos de 1942 à 1943, durante a Segunda Guerra Mundial. Com curiosidades da época e textos explicativos.


Lendas Disney – Superpato Original

Vamos acompanhar a primeira aventura do Superpato, quando Donald colocou a máscara pela primeira vez. O volume reúne as três primeiras HQs publicadas cronologicamente. Essa não será a versão futurista publicada há algum tempo atrás, e sim a que se refere ao universo tradicional de Patópolis.


DuckTales – OS Caçadores de Aventuras

Baseada na mais nova fase do clássico desenho protagonizado por Tio Patinhas e seus sobrinhos, a nova mensal da Abril vai ser publicada no lugar da HQ da Minnie. Em formato 13,4 x 19 cm, 50 páginas e pelo preço de R$ 4,90. A HQ já se encontra nas bancas.

Fique ligado na Torre de Vigilância para mais novidades da Editora Abril.