Estamos em 1991! Sim, viajamos no tempo e chegamos no início da década onde a famigerada ditadura militar não pairava mais na liderança do Brasil e tínhamos um presidente escolhido por meio de votos depois de décadas de chumbo. Era a época de Collor como presidente e seu nefasto plano econômico que estava aterrorizando os brasileiros. Sim amigos, estamos em 1991!
No setor musical, felizmente, em escala mundial, 1991 foi um ano de verdadeiros tesouros. Grandes álbuns, músicas e excelentes artistas debutaram nesse ano. O tanto que ele ficou marcado como o ano que influenciou o rock em mais de duas décadas seguintes. E podemos falar não somente no rock ocorreu a evolução musical. Mas também foi o ano de despedidas. Foi o ano em que foi lançado o Innuendo, o último disco do Queen com Freddy Mercury ainda vivo. O Dire Straits lançou o On Every Street, seu último álbum de estúdio. Assim como o Pixies que lançou o Trompe le Monde, seu quarto e último álbum de estúdio.
Foi o ano em que recordes foram estabelecidos. Em novembro de 1991, Michael Jackson iniciava a lendária com o multi-produtor musical Quincy Jones e lançam Dangerous. O disco se torna o mais vendido de um artista masculino na década de 1990. O trabalho é recheado de sucessos como “Black or White”, “Jam” e “Heal the World”.
A banda Guns N’ Roses inicia a Use Your Illusion World Tour, que se tornou a maior turnê mundial da história do rock com 192 shows em 27 países. Ela iniciou justamente no Brasil, durante o Rock in Rio II, no Maracanã. A turnê era o lançamento mundial dos álbuns Use Your Illusion I e Use Your Illusion II, que tem sucessos como “Live And Let Die”, “Don’t Cry”, “November Rain”, “The Garden”, “Garden Of Eden” e “Dead Horse”.
1991 também foi o ano em que bandas e artistas se reafirmaram e lançaram seus discos de maiores sucessos, seja de crítica ou na parte financeira. A banda Motörhead, do icônico vocalista e baixista Lemmy Kilmister, lançam o disco 1916 que tem as faixas “Going to Brazil” (feita após a primeira vinda da banda ao país), “R.AM.O.N.E.S” e “1916”. É um dos trabalhos mais elogiados da banda.
O Red Hot Chili Peppers lançou o seu quinto álbum intitulado Blood Sugar Sex Magik, onde conseguiram alcançar o topo do rock mundial. Depois de saírem da EMI e assinarem com a Warner Bros. Records, o RHCP lança seu quinto álbum de estúdio. O trabalho tem produção de Rick Rubin. Com letras que tocam em temas que variam de insinuações sexuais passando por drogas e morte, luxuria e preconceitos. A mistura de funk e rock contribuiu para a ascensão do rock alternativo naquela década. Os sucessos “Give It Away”, “Under The Bridge”, “Suck My Kiss” e “Breaking the Girl” viraram hits rapidamente. Juntamente com o sucesso e reconhecimento mundial, também veio problemas ardidos como pimenta. Como brigas entre os integrantes da banda, uso excessivo de drogas e até expulsão de palco na turnê europeia.
O R.E.M. lança o álbum Out of Time, sétimo álbum da banda e recheado de sucessos que atravessam gerações: “Losing My Religion”, “Shiny Happy People” e “Country Feedback”. Graças a esse disco, o R.E.M. abocanhou três Grammy Awards no ano seguinte. A dupla sueca Roxette lança o seu terceiro trabalho de estúdio, Joyride. Que tem sucessos como “Fading Like a Flower (Every Time You Leave)”, “The Big L.”, “Spending My Time”, “Church of Your Heart” e a faixa título do álbum. O Roxette alcançou o topo dos rankings musicais em mais de 20 países.
O U2 lançou o seu sétimo álbum Achtung Baby, o disco que foi um marco para a banda. Nesse trabalho os caras propuseram a se reinventar onde substituíram a imagem de “fechados” para “descontraídos e autodepreciativos” frente ao público. Além de vender mais de 18 milhões de cópias mundialmente, o trabalho levou um Prêmio Grammy em 1993 de Melhor Performance de Rock por Duo ou Grupo com Vocais. Quem também lançou um disco icônico e até hoje celebrado pelos fãs foi o Metallica. The Black Album é considerado como a “verdadeira essência” da banda, com faixas como “The Unforgiven”, “Enter Sandman” e “Nothing Else Matters”, tornou-se no álbum de maior sucesso do grupo sendo campeão de vendas ao redor do mundo e colecionador de prêmios da música.
Em 1991, as bandas/artistas não afetaram e atingiram somente o lado musical, mas também foram importante para ditar a moda dos jovens. Estávamos nos despedindo das roupas extravagantes e coloridas da década de 1980 e abraçando a cor preta e os casacos quadriculados do grunge. Isso mesmo, era o Nirvana e a tchurma de Seatle chegando.
O Nirvana lançou o histórico Nevermind que catapultou a banda para um dos mais altos patamares do rock mundial, transformando o vocalista Kurt Cobain em ídolo da uma geração. O disco foi tão poderoso que desbancou o Dangerous de Michael Jackson (já citado aqui) do primeiro lugar das paradas da Billboard 200, no ano seguinte. Outra banda que se firmou de vez foi o Pearl Jam. O seu disco de estreia Ten marcou a trajetória da banda e apesar de ser muito celebrado por diversos clássicos como “Even Flow”, “Jeremy”, “Black” e “Alive”, o trabalho não foi um sucesso imediato, e os caras ainda foram acusados de usar o grunge para se promoverem na época. Muitas pessoas consideram o Ten como a popularização do rock alternativo no mainstream. No final das contas, o disco vendeu mais de 20 milhões de cópias no mundo e é o mais bem sucedido do Pearl Jam.
Muitas outras bandas fizeram o seu debute em 1991. Os britânicos do Blur lançaram o Leisure. Que fez sucesso apesar das pessoas não entenderem direito a proposta da banda, com seu rock baladeiro e guitarras distorcidas. Mas que nos trabalhos seguintes inspiraram muitas cenas musicais. Foi o ano que a banda Smashing Pumpkins estreiam com seu disco Gish, o álbum foi elogiado na época, mas não foi um estouro comercial, mas já pintava a proposta da banda que se consolidou nos anos seguintes.
Foi uma época que as gravadoras buscavam as chamadas “bandas de garagem”, todas buscavam um “novo Nirvana”. Na Inglaterra, o subgênero shoegaze ficou em evidência após o My Bloody Valentine lançar o seu segundo disco, intitulado Loveless. O estilo de rock alternativo foi um que cresceu muito com o grunge. E esse disco foi um dos pilares.
Vale lembrar que 1991 foi o ano em que a música eletrônica saiu do underground e se consolidou no mainstream. E um dos responsáveis foi a banda britânica Primal Scream com o seu terceiro disco chamado Screamadelica. Esse disco é considerado como um dos melhores álbuns que mudaram a música com os arranjos eletrônicos misturando com rock, blues e soul music. Fazendo a crítica especializada abrir mais os olhos para a Dance Music e o Techno, algo que muitos relutavam muito para digerir.
O 2Pacalypse Now foi o primeiro disco do rapper americano 2Pac, onde ele aborda as questões sociais enfrentadas pelos negros nos EUA, como racismo, brutalidade policial, pobreza, crimes etc. O disco não atingiu nenhum grande sucesso e por isso ficou meio que “esquecido” por todos durante anos. Somente em 1995 o disco foi certificado como Ouro, um ano antes do rapper ser assassinado.
Aqui no Brasil, como dito antes, estávamos saindo dos anos de chumbo e começando a pisar em terras que não conhecíamos em questão de liberdade de expressão. Os discos não eram mais censurados pelos militares (apesar de algumas rádios colocarem o famigerado PIII em algumas músicas ainda) para um modo em que íamos ainda nos acostumar e até mesmo torcer o nariz às vezes.
Foi o ano da despedida de Arnaldo Antunes da banda Titãs no sexto álbum Tudo ao Mesmo Tempo. A cena do hardcore melódico começava a surgir em Vitória, Espírito Santo, com a formação do Dead Fish. Foi também o ano em que o sertanejo tomaria de assalto, juntamente com o pagode e o Axé as paradas de sucesso e a TV brasileira. A dupla Sandy e Junior, respectivamente com oito e sete anos, lançaram o seu primeiro disco intitulado Aniversário do Tatu, que tem o clássico Maria Chiquinha. O disco vendeu mais de 1 milhão de cópias.
Foi também em 1991 que Zezé di Camargo & Luciano lançaram o seu primeiro disco, atingindo quase dois milhões de cópias vendidas, embalado pelo hit “É o Amor”. A cantora baiana Daniela Mercury lançou o seu primeiro disco autointitulado com o sucesso “Swing da Cor“, que tem a participação especial do Olodum. Já o pagode era representado com a estreia do Raça Negra debutando no seu primeiro disco, depois de oito anos na estrada. Você com certeza já cantarolou “Caroline”, “Chega” e “Volte Amanhã”, iniciando à era da trindade pagode/axé-music/sertanejo que invadiu as rádios populares naquela década.
O Sepultura lançou o Arise, marcando assim seu nome no metal mundial. O disco foi o primeiro da banda a conseguir uma certificação mundial, em 1992 vendeu mais de 265.000 cópias na Indonésia.
O ano musical de 1991 moldou toda a década seguinte. Mas as influências também aconteceriam em outros pontos como mídias e moda. Foi os estilos musicais iniciados em 1991 que ditaram por exemplo, as trilhas sonoras dos programas populares da TV brasileira durante a década de 90 e suas semanais brigas por audiências. Foi o ano em que pessoas foram alçadas ao ponto de estrelas mundiais do rock e algumas dessas pessoas sofreram com a pressão e algumas sucumbiram às mesmas. Mas a influência ainda está por aqui mas principalmente na cultura e registro de excelentes discos e músicas lançados.
Aqui temos uma playlist com algumas músicas que fizeram sucesso nesse ano dourado:
Para a alegria dos fãs, o guitarrista se apresentou pela primeira vez com os meninos californianos ontem (08) num evento para homenagear Andrew Burkle.
A banda tocou o hitGive It Away e alguns covers como I Wanna Be Your Dog (The Stooges) e Not Great Man (Gang Of Four).
O baterista Chad Smith não compareceu, pois estava em sua exposição de arte na Flórida. Foi substituído por Stephen Perkins.
Tony Hawk também comentou em seu Instagram sobre o show e a homenagem.
Frusciante também tocou com o Thelonious Monster junto a Flea e os integrantes do Fishbone (Angelo Moore e Norwood Fisher).
A agenda do Red Hot Chili Peppers contará com alguns eventos ao longo de 2020 e um novo álbum começará a ser preparado com Frusciante, como Chad tinha revelado anteriormente.
A reta final de 2019 foi bastante tumultuada para os fãs da banda com o retorno de John Frusciante e a consequente saída de Josh Klinghoffer após dez anos com os meninos californianos.
Recentemente, Josh conversou com Justin Beckner do Ultimate Guitar e falou brevemente sobre o seu tempo no RHCP. Assim como se guarda alguma mágoa por ter saído.
JB: Existe uma música, um riff ou um solo que você mais se orgulha de contribuir para o catálogo do RHCP? JK: “Do ponto de vista da guitarra? Talvez The Longest Wave ou o final de Goodbye Angels. O solo de Dark Necessities é bom.”
As três músicas fazem parte do álbum The Getaway (2016).
JB: Há algum ressentimento entre você e o RHCP? JK: ”Eu acho que não. Não de mim.”
Klinghoffer também atuou com o álbum I’m With You em 2011. Atualmente, To Be One with You é o primeiro álbum de estúdio dele, sob o pseudônimo de Pluralone.
Durante uma entrevista para o Rolling Stone, o baterista Chad Smith deu uma pequena luz sobre o próximo planejamento da banda após o retorno de John após 10 anos.
”Recebi ordens restritas para esta entrevista: ‘NÃO FALE SOBRE A BANDA’, diz Chad. ‘‘Mas sim, John está de volta à banda e todo mundo sabe disso. Estamos empolgados. Os festivais são os únicos shows reservados. Por enquanto, iremos nos concentrar principalmente em novas músicas e escrever um novo álbum. Estamos bastante animados para fazer novas músicas.”
Após a declaração, ele ainda frisou a confirmação da criação do novo álbum e finalizou:
”Isso é tudo o que posso dizer.”
A agenda da banda está cheia para 2020. Confira abaixo as datas dos festivais:
John saiu do Red Hot Chili Peppers pela segunda vez em 2009 e foi substituído por Josh, onde este entrou por indicação do próprio.
O lançamento do novo disco será o 12° do Red Hot Chili Peppers. Após a saída de Frusciante, lançaram I’m With You (2011) e The Getaway (2016).
De uma forma completamente inesperada neste domingo (15), a banda californiana anunciou o retorno do icônico guitarrista para o grupo. A grande novidade foi feita na conta oficial no Instagram.
“Josh é um lindo músico que respeitamos e amamos. Estamos profundamente gratos por nosso tempo com ele e pelos incontáveis presentes que ele compartilhou conosco.”
“Também anunciamos, com grande entusiasmo e corações completos, que John Frusciante está retornando ao grupo.”
John saiu do Red Hot Chili Peppers pela segunda vez em 2009 e foi substituído por Josh, onde este entrou por indicação do próprio. Em sua carreira solo, Frusciante lançou cinco discos.
A Editora Belas Letras está trazendo de volta para as livrarias brasileiras Scar Tissue, a autobiografia de Anthony Kiedis, o vocalista do consagrado grupo Red Hot Chili Peppers. O livro entra em pré-venda a partir do próximo dia 25/02 e chega fisicamente nas lojas em março.
Scar Tissue (que é o nome de um dos grandes sucessos do Red Hot Chili Peppers) foi eleito pela Revista Rolling Stone como uma mas melhores autobiografias de rock de todos os tempos. No livro, Kiedis fala de sua intensa vida com a formação da banda em 1983, o uso frenético das drogas, as formações do grupo, a morte do amigo Hillel Slovak, de como foi impactante tocar para 400 mil pessoas em Woodstock e quando teve a chance de uma conversa reservada com o Dalai Lama.
O vocalista fala também sobre a sua vida particular como seus polêmicos romances e sua relação com o pai traficante de drogas. Momentos vividos no Brasil também estão presentes no livro, como os shows no Hollywood Rock de 1993: “Os fãs tinham uma exuberância que beirava o perigo”.
O livro foi lançado originalmente em 2004 e chegou em 1º na lista dos mais vendidos do The New York Times, em 2011 o Canal FX adquiriu os direitos para produzir uma série sobre a vida de Anthony Kiedis. A Torre de Vigilância já contou a discografia do Red Hot Chili Peppers. confira AQUI.
Scar Tissue está sendo relançado com o acabamento em capa dura, e no site da Editora Belas Letras você pode adquirir um exemplar com um pôster exclusivo.
Pegue um tanto de punk, adicione umas pitadas de metal, misture com um bocado de funk rock e coloque em uma panela untada de rock psicodélico. Coloque apresentações ao vivo vestidos de lâmpadas, palhaços, cuecas ou simplesmente pelados. Jogue bastante pimenta só para dar um gosto forte e explosivo. A Torre de Vigilância traz na sua Vitrola a história dos californianos do Red Hot Chili Peppers. O embrião da banda foi fecundado em 1979, quando com apenas 15 anos Flea, Hillel Slovak e Jack Irons, eram amigos que nos intervalos das aulas da Fairfax High School em Los Angeles, tinham uma banda chamada Anthym, que tinha como um grande fã, um certo garoto magrelo chamado Anthony Kiedis. Em 1983 era formado o Tony Flow and the Miraculously Majestic Master of Mayhem (ufa!) já com Kiedis no vocal. Que mais tarde viria se tornar o Red Hot Chili Peppers.
Entre mudanças de formação, drogas, morte por overdose, mais drogas, apresentações explosivas e uma saraivada de sucessos mundiais, o Red Hot Chili Peppers (que nessa matéria vamos chamar de RHCP) tem uma história bem consolidada como um dos gigantes do rock mundial.
Red Hot Chili Peppers (1984)
Com apenas seis meses de vida, a banda fechou com a EMI o seu primeiro contrato, mas surgiu um impasse envolvendo o guitarrista Hillel Slovak e o baterista Jack Irons. Ambos faziam parte de uma banda chamada What Is This? que tinha contrato com a MCA Records. E a dupla não levava muita fé que o RHCP fosse muito longe e se recusaram a gravar o álbum. Flea e Kiedis, que tinham a obrigação por contrato de gravar, recrutaram o guitarrista Jack Sherman e o baterista Cliff Martinez para o lugar dos ex-membros.
A gravação foi marcada pelas desavenças entre a banda e o produtor Andy Gill. O produtor queria que o disco tivesse um som mais propício para se tocar nas rádios. O grupo declarou na época que gostava mais das versões demo do que o disco oficial. Kiedis, em sua biografia, disse que se sentiu mal quando viu que Gill tinha escrito em um bloco de notas a palavra “merda” ao lado do título da música “Police Helicopter”. Apesar de não ter sido bem recebido pela criticam, a música “True Men Don’t Kill Coyotes” fica famosa graças ao seu clipe e se torna um sucesso.
https://www.youtube.com/watch?v=KvR86EwYNGU
Formação:
Anthony Kiedis – Vocal e guitarra rítmica Flea – Baixo Cliff Martinez – Bateria Jack Sherman – Guitarra
Nota na história: O álbum Squeezed do What Is This? também não teve uma boa repercussão com os críticos, e os Peppers começaram a aumentar a sua lista de shows, apesar de não receberem muito pela turnê. Foi quando houve o primeiro racha na banda. Kiedis, Flea e Martinez não tinham bom relacionamento com Jack Sherman e este foi demitido da banda. Para seu lugar Hillel Slovak voltou para o grupo. Foi na mesma época em que Kiedis e Slovak começaram a usar heroína com mais frequência.
Freaky Styley (1985)
O segundo álbum do RHCP já foi mais bem sucedido do que o anterior. Chegando a vender 1 milhão de cópias em todo o mundo. Com produção de George Clinton, que era considerado o “Tio do Funk”, e a volta de Slovak na guitarra, a banda se refugiou no sítio do produtor. Onde foram gravavam, usavam cocaína e pescavam. Apesar de não ser um dos melhores trabalhos da banda, a crítica na época recebeu positivamente dando um gás para a carreira dos caras.
O relativo sucesso de Freaky Styley rende uma turnê pelos Estados Unidos inteiro e levam a banda, em 1986, para seus primeiros shows na Europa. O maior sucesso desse trabalho é a música “Jungle Man”, cujo o clipe é transmitido diversas vezes pela MTV.
Formação:
Anthony Kiedis – Vocal Flea – Baixo Cliff Martinez – Bateria Hillel Slovak – Guitarra
Nota na história: Durante a turnê americana de Freaky Sytley, em um show em Grand Rapids em 1986, cidade natal de Anthony Kiedis, o vocalista faz a apresentação usando as meias (Socks on Cocks). Vocês sabem como é: pelado usando meia no órgão sexual. O que causa um escândalo e acaba taxando o cantor como “ovelha negra” da cidade. É quando acontece mais uma mudança na banda: Cliff Martinez é substituído por Jack Irons.
No mesmo ano o problema com as drogas chega a um nível mais alto, Kiedis estava abusando e perdeu a noção da realidade. Ele consumia drogas embaixo de uma ponte no centro de Los Angeles, andava em becos e tinha contato com algumas gangues. A coisa começou a afetar o desempenho da banda nos palcos, e o vocalista foi convidado a se retirar para cuidar do seu vicio. Kiedis com a ajuda do seu pai se interna em uma clinica de reabilitação.
The Uplift Mofo Party Plan (1987)
Enquanto Kiedis estava na reabilitação, o RHCP começava o processo de gravação do terceiro disco. Depois da recusa do produtor Rick Rubin de trabalhar com eles, Michael Beinhorn aceitou fazer o disco. “Me sugeriram trabalhar com o RHCP, já que ninguém na EMI sabia o que fazer com eles” disse Beinhorn uma vez. Nesse momento, Kiedis já estava ingresso na banda novamente, e depois de uma reunião com o novo produtor sobre a gravação, o vocalista falou que tinha planejado gravar em dez dias e escrever as músicas durante as sessões de gravação. A única letra que tinha pronta era “Figth Like a Brave”, escrita ainda durante a sua estadia na clinica.
Enquanto o álbum estava sendo gravado, Kiedis, que realmente estava limpo das drogas, mas sofria com a abstinência. O que afetava suas contribuições nas musicas. E depois de cinquenta dias sóbrio, desde a sua útima internação, o vocalista se rende mais uma vez ao vício. O processo de gravação se torna cada vez mais difícil, com os desaparecimentos de Kiedis para se drogar. Por mais que a banda não gostasse do retorno do vocalista para as drogas, o clima era agradável por ser o primeiro disco sendo gravado pela formação original do RHCP. Além de “Fight Like a Brave”, as músicas “Me & My Friends”, “Behind the Sun” e o cover de “Subterranean Homesick Blues” de Bob Dylan são os destaques do álbum. As criticas vieram das mais variadas formas, houve quem elogiasse muito o trabalho, mas tiveram alguns críticos que consideram o disco “impreciso”.
https://www.youtube.com/watch?v=doDBApOv2oM
Formação:
Anthony Kieds – Vocal e guitarra rítmica Flea – Baixo Hillel Slovak – Guitarra Líder Jack Irons – Bateria
Nota na história: A EMI se recusou a lançar o disco se o RHCP não mudasse o nome da música “Party on Your Pussy”. Então ela foi renomeada como “Secret Song Especial Inside”. O disco criou uma base de fãs considerados cults, entre eles o jovem John Frusciante, que no futuro iria se tornar guitarrista da banda.
O RHCP sai em turnê pela Europa e na Inglaterra eles tiram a roupa e usando apenas as meias cobrindo os órgãos sexuais, fazem uma paródia da famosa foto dos Beatles na Abbey Road. Logo após, a EMI lança o The Abbey Road EP, um disco com apenas cinco músicas, incluindo o cover de “Fire” de Jimmy Hendrix. Em junho, a banda volta para os EUA onde ocorre a maior tragédia da sua história.
A Morte de Hillel Slovak
Kiedis e Slovak estavam cada vez mais se afundando nas drogas e a situação ia piorando. Foi quando ambos resolveram parar de usar heroína antes da turnê europeia. E fizeram um pacto de um ajudar o outro. Slovak sofreu muito com a abstinência, o que chegou afetar o seu desempenho durante as apresentações, chegando ao ponto de Slovak ter um colapso mental e ficou incapaz de realizar um show. Então ele foi substituído por DeWayne McKnight em algumas apresentações.
Depois de voltar para a banda, Kiedis tentou ajudar tirar Slovak das drogas, o que acabou falhando. Ao retornar para os EUA, Slovak se isola do resto da banda. Semanas depois Flea recebe um telefonema, onde ele pensa primeiro que seria a noticia de que Kiedis havia morrido, mas era Slovak que tinha partido. O guitarrista foi encontrado morto pela policia em seu apartamento no dia 27 de junho de 1988. Segundo a autópsia ele tinha morrido em 25 de junho devido uma overdose de heroína.
O fato quase acabou com a banda. Jack Irons deixou a banda, alegando que não queria fazer parte de um grupo onde seus amigos estavam morrendo. Kiedis se isolou em uma vila mexicana onde ninguém o conhecesse para tentar se livrar do vício. E Flea parte para projetos paralelos. Hillel Slovak tinha apenas 26 anos quando faleceu.
Mother’s Milk (1989)
Flea tinha acabado de se tornar pai e Anthony Kiedis retorna do seu isolamento, e a dupla começa a catar os cacos do RHCP. Continuar o sonho de Hillel Slovak vivo em manter a banda na ativa era o objetivo. Mas eles precisavam encontrar novamente um guitarrista e um baterista. Depois de rodarem muitos músicos nas posições, eles finalmente encontram o jovem John Frusciante de 18 anos. Nos primeiros shows, os fãs se impressionam com a semelhança de Frusciante com o finado Slovak. Não somente musicalmente, como até nos trejeitos. Frusciante idolatrava Slovak e buscava ser o mais próximo dele possível. Logo depois de uma concorrida e cansativa busca por um baterista, Chad Smith assume as baquetas da banda. Depois de terem escolhidos os dois membros, a banda saiu em uma pequena turnê chamada Positive Mental Octopus Tour tocando em alguns concertos e lugares menores para entrosarem os novos membros.
O processo de gravação do Mother’s Milk foi longo e desgastante. Principalmente entre John Frusciante e o produtor Michael Beinhorn, que constantemente discutiam. Beinhorn queria que o álbum tivesse riffs de guitarra no estilo heavy metal, o que não agradava Frusciante que deu para o RHCP mais melodia. Mesmo assim o álbum foi um grande sucesso comercial, vendendo 5 milhões de cópias mundialmente. Mesmo a critica especializada o considerando menos interessante do que o antecessor The Uplift Mofo Party Plan.
As faixas de mais destaque são “Higher Ground” cover do Stevie Wonder, “Knock Me Down” (homenagem ao Hillel Slovak), “Taste the Pain” e a inclusão de “Fire” gravada com a formação original no Abbey Road EP.
Formação:
Anthony Kieds – Vocal Flea – Baixo John Frusciante – Guitarra Chad Smith – Bateria
Nota na história: O que tem de história nessa época… não está no gibi. Com o Mother’s Milk se destacando mais do que os outros trabalhos, a multidão de fãs também aumentou. Houve apresentações onde não foram capazes de acomodar o publico. Pela primeira vez a banda tem um ônibus de turnê próprio para rodar os EUA. Mas voltando à época da turnê Positive Mental Octopus Tour, uma estudante acusou o Anthony Kiedis de atentado ao pudor e má conduta sexual, o vocalista foi preso e liberado sob fiança.
No final da turnê do Mother’s Milk, depois de um show em Atlanta, Flea convidou uma mulher para seu quarto no hotel para relações sexuais, mas se trancou no banheiro porque sentia remorso ao pensar em sua esposa e na sua filha. Kiedis terminou o relacionamento de dois anos com a atriz Ione Skye e John Frusciante estava começando a entrar no mundo das drogas. Na véspera do ano novo de 1989 eles filmaram o show que fizeram na Long Beach Arena, intitulado como Psychedelic Sexfunk Live from Heaven. Onde foram mais de dez mil expectadores. Em março de 1990, o RHCP foram convidados para realizar a cobertura da MTV de férias da primavera na Flórida. No evento Flea e Chad Smith tentaram animar o publico e a situação saiu do controle. A dupla foi acusada de terem agredido sexualmente e verbalmente uma mulher que estava na plateia. Ambos foram presos e libertados após pagar fiança de $ 2,000.
A canção “Knock Me Down” entrou para a trilha sonora de Uma Linda Mulher (1990), o que alavancou ainda mais a fama da banda.
Blood Sugar Sex Magik (1991)
O reconhecido sucesso. O que muitos consideram como um dos melhores disco de rock já feito (inclusive esse que lhe escreve). Depois de saírem da EMI e assinarem com a Warner Bros. Records, o RHCP lança seu quinto álbum de estúdio. O trabalho tem produção de Rick Rubin. Com letras que tocam em temas que variam de insinuações sexuais passando por drogas e morte, luxuria e preconceitos. Foi o álbum que finalmente elevou a banda ao posto de conhecida mundialmente.
A banda queria gravar em um lugar não convencional. Então Rubin sugeriu The Mansion, onde tinha sido a residência o ilusionista Houdini. Todos concordaram em gravar lá e ficar direto também, apesar de Chad Smith achar o lugar assombrado. O baterista era o único que não dormia lá. O disco foi gravado no esquema ao vivo no estúdio. Rubin queria pegar a energia do RCHP e jogar no álbum. O trabalho durou 30 dias, que rendeu um documentário intitulado Funky Monks.
As músicas “Suck My Kiss”, “If You Have to Ask”, “Sir Psycho Sexy”, “Breaking the Girl”, “The Power of Equality” e a explosiva “Give It Away” se tornaram sucessos nas radios. “My Lovely Man” era mais uma homenagem ao amigo Hillel Slovak e a famosa balada “Under the Bridge” é uma autobiografia de Anthony Kiedis, onde ele fala do momento mais baixo da vida, quando usava heroína e cocaína debaixo de uma ponte. A crítica especializada se derreteu ao disco.
Formação:
Anthony Kieds – Vocal Flea – Baixo John Frusciante – Guitarra Chad Smith – Bateria
Nota na história: Quando “Under the Bridge” estourou no mundo, as pessoas queriam saber onde era a tal ponte, e viviam perguntando para Kiedis. O vocalista respondia assim: “No centro da cidade, eu não quero falar sobre isso. Lá não é uma atração turística pelo amor de Deus. É um território de gangues, vocês estão procurando uma bala nos seus miolos?”.
Durante a turnê europeia, o RHCP foram avisados para não se comportarem de forma muito sexual no palco e não usarem as famosas meias. Mas eles fingiram concordar com as exigências e subiram no palco vestidos como damas da idade média. Foram expulsos do palco.
A turnê do Blood Sugar Sex Magik tinham os shows abertos pelo Smashing Pumpkings. Depois de um tempo, o ex-baterista do RHCP, Jack Irons, ligou e perguntando se a sua nova banda poderia abrir os shows na próxima turnê. Essa banda era o Pearl Jam. Logo foi aceito. Mas com os shows começando a acontecer em estádios, os organizadores começaram a pedir que o Pearl Jam, que na época estava dando os primeiros passos, fossem substituídos por um grupo mais conhecido. Anthony Kiedis entrou em contato com Dave Grohl perguntando se o Nirvana poderia substituir o Pearl Jam. Grohl aceitou a proposta, mas Billy Corgan, vocalista do Smashng Pumpkins se recusou a tocar com o Nirvana, por ele ter tido um caso com a Courtney Love, que era então mulher de Kurt Cobain.
Kiedis VS Frusciante
Com o estrondoso sucesso de Blood Sugar Sex Magik, John Frusciante começou a se sentir incomodado com o status que tinha adquirido. Ele preferia a banda no cenário underground, e acabou entrando em um estado de negação e depressão que acabavam afetando suas performances no palco. Frusciante foi lentamente se afastando do grupo e um ar de discórdia crescia. Quando o RHCP saiu em turnê na Europa, o guitarrista levou a sua namorada Toni Oswald. O que deixou Kiedis muito zangado, já que a banda tinha um pacto de nada de noivas ou namoradas na estrada. Em uma apresentação no Saturday Night Live, durante a apresentação de “Under the Bridge”, um desempenho abaixo do Frusciante irritou o vocalista. Veja a polêmica apresentação abaixo:
“Ele estava tocando como se fosse um mero ensaio. E não era. Estávamos na TV, ao vivo, para milhões de pessoas. Eu comecei a cantar o que achava que era o tom que ele estava tocando. Senti que estava sendo esfaqueado pelas costas e mostrando isso para toda a America, enquanto o cara estava em um canto, tocando algum experimento fora de sintonia,”.
Em 1992, minutos antes de subirem no palco para um show no Japão, Frusciante se recusou a tocar alegando que tinha saído da banda. Depois de muita conversa, o guitarrista concordou em fazer o show, mas afirmando que seria o seu ultimo. Um pouco antes da apresentação no Lollapalooza. O guitarrista Arik Marshall, que praticava até cinco horas por dia, assumiu para completar os compromissos. Assim Frusciante saiu da banda no auge.
Problemas ardidos como pimenta
O barco do RHCP tinha atingido o mais belo mar do sucesso mundial com o disco Blood Sugar Sex Magik, mas a tempestade que se instalou sobre eles não cessava. Em 1993 com Jesse Tobias na guitarra, a banda fez a sua primeira passagem pelo Brasil na quarta edição do extinto festival Hollywood Rock. Foi quando o Flea foi diagnosticado com fadiga crônica e teve que se afastar das atividades musicais durante um ano para se tratar. O ator e amigo particular da banda River Phoenix faleceu por insuficiência cardíaca induzida pelo uso de drogas aos 23 anos de idade. Flea era muito próximo do ator e se abateu ao ponto de piorar a sua doença.
No meio desses turbilhões, o guitarrista Dave Navarro, que estava na época no Jane’s Addiction, foi convidado para entrar no RHCP. Seu show de estreia foi no Woodstock ’94. No clássico show em que eles estavam vestidos de lâmpadas. A banda fez uma breve turnê que incluiu abrir um show dos Rolling Stones. As declarações de Kiedis falando que abrir para os Stones era uma experiência horrível geraram uma grande polêmica da época, e para completar, o vocalista ainda teve uma recaída e voltou a usar drogas. Ao mesmo tempo aconteceu o suicido de Kurt Cobain. Flea em choque conta para o Kiedis que começa a fazer uma reflexão sobre a sua vida e escreve “Tearjeker” sobre a sua amizade com Kurt.
O RHCP recrutou mais uma vez o produtor Rick Rubin e foram para o Hawaii em busca de inspiração para o novo trabalho. O futuro álbum teve vários nomes durante o processo. Hypersensitive, Turtlehead, Black Fish Ferris Wheel, The Blight Album e The Good and The Bad Moods of The Red Hot Chili Peppers. Até escolherem o nome…
One Hot Minute (1995)
O sexto álbum chega com uma ingrata missão: substituir o aclamado Blood Sugar Sex Magik. A inclusão de Dave Navarro na guitarra alterou consideravelmente na sonoridade dos RHCP, com riffs mais para o lado do Heavy Metal do que do Funk tradicional. E os últimos acontecimentos sombrios na banda ditam a levada das músicas. Com menos temas sexuais que os trabalhos anteriores, e explorando assuntos mais escuros como depressão, uso de drogas, angústia e luto. Kiedis havia retornado ao seu vicio em cocaína e heroína no ano anterior após permanecer sóbrio por mais de cinco anos, cantou em suas letras os temas mais sérios sobre drogas e seus efeitos mortais.
Navarro durante as gravações questionava os métodos de trabalho do RHCP. O que tornou o processo desconfortável para a banda. One Hot Minute foi um fracasso comercial, apesar de alcançar o quarto lugar na parada da Billboard e ter emplacado três sucessos radiofônicos: “Warped”, “Aeroplane” e “My Friends”. Na verdade o álbum foi incompreendido no seu lançamento. Hoje em dia muitos fãs da banda o consideram um dos melhores trabalhos do RHCP.
Formação:
Anthony Kieds – Vocal Flea – Baixo Dave Navarro – Guitarra Chad Smith – Bateria
Nota na história: A confusa vida de Kiedis continuava a todo vapor. Agora envolvia a sua namorada Jamie de 17 anos. Os pais da menina não aprovavam o namoro com o rockstar, que na época tinha 31 anos. Dessa história nasceu a letra da música “Let’s Make Evil”. Depois de rodarem o mundo, a banda resolver tirar um período de férias enquanto planejava o novo álbum sem data de lançamento. Em 1998, Dave Navarro, anuncia a sua saída da banda para se dedicar ao seu projeto Spread.
A quase morte e retorno de John Frusciante
Desde que tinha saído da banda, John Frusciante estava envolvido com seu vicio em heroína em um grau tão alto que lhe causou falência e quase o matou. Chegou ficar internado em janeiro de 1998 e concluiu o processo em fevereiro do mesmo ano e se mudou para um pequeno apartamento em Silver Lake. Devido ao vicio ele adquiriu muitas lesões, que exigiu uma cirurgia onde ficaram cicatrizes permanentes nos braços, um nariz reestruturado e novos dentes para prevenir uma infecção fatal.
Por sua vez o RHCP estava mais uma vez na beira do abismo para o fim da banda. Com a saída de Navarro, Chad Smith e Flea só conseguiam ver Frusciante como o cara certo para a banda. Mas Kiedis era completamente contra ao retorno. Ele ainda guardava mágoas da época do Blood Sugar Sex Magik. Flea disse ao vocalista que o único jeito de o RHCP voltarem a dar certo seria com Frusciante na guitarra. Anthony Kiedis engoliu o seu orgulho e fez uma visita a John no hospital e pergunta se ele gostaria de voltar. Com os olhos cheios de lágrimas ele disse que sim.
Com um John Frusciante totalmente recuperado e livre do vício, o RHCP novamente estava completo e miraram no novo disco.
Californication (1999)
Quando o clipe de “Scar Tissue” estreou na MTV, e nele mostra um cadillac encardido, surrado e acabado na estrada com seus quatro ocupantes com ferimentos, curativos e marcas de batalhas. Todo mundo entendeu a mensagem do RHCP. “Estamos voltando da guerra, estamos feridos mas estamos bem”. Com a produção de Rick Rubin mais uma vez e o retorno de Frusciante, o álbum entrou na lista dos 200 álbuns definitivos do Rock and Roll Hall Fame.
As letras ainda falam sobre sexo (normal na trajetória da banda) e também sobre viagens, globalização, suicídio, morte, drogas e luxúria. Uma penca de sucessos recheiam o disco. “Otherside”, “Californication”, o funkão “Around the World” e a, já citada na matéria, e vencedora do Grammy “Scar Tissue”. As letras eram basicamente inspiradas nas experiências de Anthony Kiedis. “Porcelain” surgiu depois que ele conheceu uma jovem mãe que tentava se curar do alcoolismo enquanto tinha que cuidar da sua filha bebê. O seu breve relacionamento entre Melanie Chisholm, a Mel C das Spice Girls rendeu a canção “Emit Remmus”, que é Summer Time (horário de verão em inglês) de trás pra frente.
Formação:
Anthony Kiedis – Vocal John Frusciante – Guitarra Flea – Baixo Chad Smith – Bateria
Nota na história: Durante a turnê do Californication, eles se apresentaram no Woodstock ’99, o show infelizmente ficou famoso pelos atos de vandalismo, onde várias pessoas colocaram fogo em barracas, várias mulheres que haviam feito crowd surfinhg (processo onde alguém é passado por cima das cabeças de várias pessoas durante um show) e Mosh (também conhecido como roda-punk) foram estupradas. E a confusão se deu início quando a banda começou a tocar “Fire” seu já clássico cover de Jimmy Hendrix. Muitos meios de comunicação apontaram a banda e a música como estopim da balburdia. Algo absurdo é claro.
Em 2001, aconteceu a clássica apresentação na noite de fechamento da terceira edição Rock In Rio. Muito mais tranquilo do que no Woodstock, o show teve um publico de 250 mil pessoas, maior publico da história da banda e do festival.
By the Way (2002)
Surfando a onda do sucesso mundial de Californication, depois de quase três anos de anos de turnê e com nenhum membro mais envolvido com drogas, o RHCP lança o seu oitavo disco de estúdio. Com grande participação de John Frusciante na composição, a sonoridade musical é bem emocional e comovente, se tornando para muitos como um dos discos mais leves da banda. Apesar do tradicional funk rock não ser tão forte nele, algumas faixas ainda traziam a identidade dos Peppers nelas.
“The Zephyr Song”, “By the Way”, “Can’t Stop” e “Dosed” viraram hits, as letras falam muito sobre amor, efeitos nocivos das drogas, tem uma referência ao finado guitarrista Hillel Slovak em “This Is the Place” e uma critica a mídia na canção “Throw Away Your Television”. By the Way fazia parte da Era da Tranquilidade que reinou na banda, vendeu mais de um milhão de cópias na semana de lançamento e foi bem recebido pelos fãs e pela critica especializada.
Formação:
Anthony Kiedis – Vocal John Frusciante – Guitarra Flea – Baixo Chad Smith – Bateria
Nota na história: Durante a exaustiva turnê de By The Way, em novembro de 2003, a banda lançou o Greatest Hits, com sucessos da sua carreira e duas músicas inéditas: “Fortune Faded” e “Save the Population”. Também foi comercializado o Live at Slane Castle, gravado na Irlanda. Em 2004 é lançado o Live in Hyde Park, gravado na Inglaterra e rendeu dois CDs do show. Além de vários sucessos, faz parte do trabalho duas músicas inéditas “Rolling Sly Stone” e “Leverage os Space”.
Stadium Arcadium (2006)
O novo trabalho do RHCP é ambicioso. Stadium Arcadium é um álbum duplo que tem nada mais, nada menos do que 28 faixas, Anthony Kiedis disse na época do lançamento que seria na verdade uma trilogia, com cada disco lançado a cada seis meses, mas mudaram os planos e lançaram como álbum duplo (algo inédito na história da banda até então) com 28 musicas e outras 10 canções como b-sides. Os discos se chamam Mars e Júpiter.
“Dani California”, “Tell Me Baby” e “Snow ((Hey Oh))” emplacaram como sucessos logo de imediato nas rádios. Stadium Arcadium recebeu sete indicações para o Grammy de 2007, sendo vencedor em quatro categorias: Melhor Performance de Rock em Dupla ou Grupo (Dani California), Melhor Canção de Rock (Dani California), Melhor Álbum de Rock, Melhor Disco em Edição Especial (Box) e Produtor do Ano para Rick Rubin.
Formação:
Anthony Kiedis – Vocal John Frusciante – Guitarra Flea – Baixo Chad Smith – Bateria
Nota na História: Em 2008 a banda resolveu dar uma pausa em suas atividades, Anthony Kiedis disse em entrevistas que eles estavam cansados pois estavam desde o Californication (1999) trabalhando sem parar. No esquema grava-lança disco-saem em turnês-gravam disco de novo. E os membros resolveram tocar seus projetos paralelos ou simplesmente descansar. Kiedis pretendia passar mais tempo com o seu novo filho, Flea estava experimentando novas ideias musicais, Frusciante queria dar mais foco a sua carreira solo e Chad Smith estava lidando com a sua superbanda Chickenfoot, que além do baterista, faziam parte: Sammy Hagar, Joe Satriani e Michael Anthony.
John Frusciante lança seu décimo disco solo, The Empyrean, o trabalho tem participações de Flea e de Johnny Marr do The Smiths. Em dezembro de 2009 comunica ao publico que estava deixando a banda mais uma vez, sendo que dessa vez sem rancor nem brigas. Que eles apoiavam o guitarrista onde ele fosse feliz.
Anos mais tarde para a revista Billboard, o guitarrista falou que nunca tinha pensado em sair do RHCP, mas um dia no meio da turnê de Stadium Arcadium, Flea falou que queria tirar uma férias de dois anos. “Eu fiquei chocado, porque pensei que a gente estava com tudo e deveria continuar fazendo aquilo. Mas quando ele me disse aquilo pensei: ‘o que eu gostaria de fazer em dois anos se eu tivesse dois anos para fazer qualquer coisa que gostaria? ‘ então resolvi fazer aquilo que estava querendo. Correr atrás do meu som”.
I’m With You (2011)
O décimo álbum de estúdio mais uma vez é produzido pelo parceiro Rick Rubin e tem Josh Klinghoffer como novo guitarrista da banda. Anthony Kiedis, Flea e Chad Smith classificaram o trabalho como um novo recomeço. A escolha de Klinghoffer acabou sendo natural, ele era um colaborador musical que tinha se apresentado no final da turnê Stadium Arcadium. Logo após de oficializado, ele começou a compor as músicas do álbum. O guitarrista fez sua estreia para o publico como titular do RHCP quando tocaram “A Man Needs a Maid” do Neil Young.
O primeiro single “The Adventures of Rain Dance Maggie” foi lançado nas rádios em 15 de julho de 2011, sendo que foi lançada três dias antes do planejado, já que a música foi “vazada” na internet. “Monarchy of Roses” foi o segundo single do disco. A critica especializada ficou bem dividida em relação ao I’m With You, muitos gostaram do trabalho, enquanto outros sentiram falta de John Frusciante dizendo que foi uma perda praticamente irreparável.
E mais uma turnê mundial se seguiu…
Formação:
Anthony Kiedis – Vocal Josh Klinghoffer – Guitarra Flea – Baixo Chad Smith – Bateria
Nota na história: No ano de 2011 o RHCP foi introduzido ao Museu do Rock and Roll. Anthony Kiedis disse que a parte mais emocionante foi lembrar do Hillel Slovak. E em 2012 eles entraram no Hall da Fama do Rock. Em março do mesmo ano foi lançado o 2011 Live EP, com cinco músicas ao vivo escolhidas por Chad Smith. Em primeiro de maio foi o dia do lançamento do Rock & Roll Hall of Fame Covers EP através de download digital, onde a banda tocava covers de artistas que influenciaram em sua carreira.
The Getaway (2016)
Lançado no ano passado, é o primeiro trabalho, desde do Blood Sugar Sex Magik (1991) que não foi produzido por Rick Rubin. Quem assumiu a produção foi Danger Mouse. A justificativa foi que eles buscavam uma nova renovação para o seu característico som, e que uma mudança de olhar musical poderia dar certo.
Muitos falaram que o disco tem mais melodias e minimalista. Logo no começo já se sente a diferença. Sem o tradicional Funkão pesado que sempre abrem os discos dos Peppers, temos a faixa titulo bem calma e com um lindo refrão (comprovem depois). Com algumas faixas passando até pelo eletrônico e a participação de Sir Elton John em “Sick Love”, The Getaway foi classificado pela critica como um dos melhores trabalhos do RHCP.
Formação:
Anthony Kiedis – Vocal Josh Klinghoffer – Guitarra Flea – Baixo Chad Smith – Bateria
Com uma história sólida no rock mundial o Red Hot Chili Peppers carregam multidões aos seus shows para verem seus vários sucessos e as performances arrebatadoras de Anthony Kiedis e Flea. As legiões de fãs se renovam cada vez mais. História essa que foi trilhada com muita autodestruição de alguns de seus membros. Drogas, sucesso, turnês, prisões, mortes e pelados com meias nesse caminho. Com um passado musical bem glorioso e um futuro renovado, ainda veremos muito as pimentas arderem nos palcos ao redor do mundo.
É noite de Natal e aquela sua tia coloca o clássico da Simone para tocar. O “Então é Natal…” chega doer nos ouvidos como aquela famosa piadinha do “É pavê ou pra comer?” Mas para você amante do Rock ‘N’ Roll que quer ouvir uns riffs de guitarras enquanto come uma coxa de peru esperando o velho Noel, nós vamos te ajudar a montar seu set list para barbarizar no natal.
A banda Red Hot Chili Peppers liberou o clipe da música “Sick Love”. A canção faz parte do último trabalho de estúdio dos caras chamado de The Getaway.
The Getaway foi lançado em junho desse ano e é o primeiro álbum da banda californiana, desde Blood Sugar Sex Magik (1991) que não foi produzido pelo Rick Rubin. A produção é de Danger Mouse.
Ouça o álbum abaixo:
O “Sick Love” é uma animação, foi criado e dirigido por Beth Jeans Houghton.