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1991! O Ano que Mudou a História da Música Mundial

Estamos em 1991! Sim, viajamos no tempo e chegamos no início da década onde a famigerada ditadura militar não pairava mais na liderança do Brasil e tínhamos um presidente escolhido por meio de votos depois de décadas de chumbo. Era a época de Collor como presidente e seu nefasto plano econômico que estava aterrorizando os brasileiros. Sim amigos, estamos em 1991!

No setor musical, felizmente, em escala mundial, 1991 foi um ano de verdadeiros tesouros. Grandes álbuns, músicas e excelentes artistas debutaram nesse ano. O tanto que ele ficou marcado como o ano que influenciou o rock em mais de duas décadas seguintes. E podemos falar não somente no rock ocorreu a evolução musical. Mas também foi o ano de despedidas. Foi o ano em que foi lançado o Innuendo, o último disco do Queen com Freddy Mercury ainda vivo. O Dire Straits lançou o On Every Street, seu último álbum de estúdio. Assim como o Pixies que lançou o Trompe le Monde, seu quarto e último álbum de estúdio.

Michael Jackson e Quincy Jones

Foi o ano em que recordes foram estabelecidos. Em novembro de 1991, Michael Jackson iniciava a lendária com o multi-produtor musical Quincy Jones e lançam Dangerous. O disco se torna o mais vendido de um artista masculino na década de 1990. O trabalho é recheado de sucessos como “Black or White”, “Jam” e “Heal the World”.

A banda Guns N’ Roses inicia a Use Your Illusion World Tour, que se tornou a maior turnê mundial da história do rock com 192 shows em 27 países. Ela iniciou justamente no Brasil, durante o Rock in Rio II, no Maracanã. A turnê era o lançamento mundial dos álbuns Use Your Illusion I e Use Your Illusion II, que tem sucessos como “Live And Let Die”, “Don’t Cry”, “November Rain”, “The Garden”, “Garden Of Eden” e “Dead Horse”.

Uma foto da gigantesca Use Your Illusion World Tour.

1991 também foi o ano em que bandas e artistas se reafirmaram e lançaram seus discos de maiores sucessos, seja de crítica ou na parte financeira. A banda Motörhead, do icônico vocalista e baixista Lemmy Kilmister, lançam o disco 1916 que tem as faixas “Going to Brazil” (feita após a primeira vinda da banda ao país), “R.AM.O.N.E.S” e “1916”. É um dos trabalhos mais elogiados da banda.

O Red Hot Chili Peppers lançou o seu quinto álbum intitulado Blood Sugar Sex Magik, onde conseguiram alcançar o topo do rock mundial. Depois de saírem da EMI e assinarem com a Warner Bros. Records, o RHCP lança seu quinto álbum de estúdio. O trabalho tem produção de Rick Rubin. Com letras que tocam em temas que variam de insinuações sexuais passando por drogas e morte, luxuria e preconceitos. A mistura de funk e rock contribuiu para a ascensão do rock alternativo naquela década. Os sucessos “Give It Away”, “Under The Bridge”, “Suck My Kiss” e “Breaking the Girl” viraram hits rapidamente. Juntamente com o sucesso e reconhecimento mundial, também veio problemas ardidos como pimenta. Como brigas entre os integrantes da banda, uso excessivo de drogas e até expulsão de palco na turnê europeia.

O explosivo Red Hot Chili Peppers em 1991

O R.E.M. lança o álbum Out of Time, sétimo álbum da banda e recheado de sucessos que atravessam gerações: “Losing My Religion”, “Shiny Happy People” e “Country Feedback”. Graças a esse disco, o R.E.M. abocanhou três Grammy Awards no ano seguinte. A dupla sueca Roxette lança o seu terceiro trabalho de estúdio, Joyride. Que tem sucessos como “Fading Like a Flower (Every Time You Leave)”, “The Big L.”, “Spending My Time”, “Church of Your Heart” e a faixa título do álbum. O Roxette alcançou o topo dos rankings musicais em mais de 20 países.

O U2 lançou o seu sétimo álbum Achtung Baby, o disco que foi um marco para a banda. Nesse trabalho os caras propuseram a se reinventar onde substituíram a imagem de “fechados” para “descontraídos e autodepreciativos” frente ao público. Além de vender mais de 18 milhões de cópias mundialmente, o trabalho levou um Prêmio Grammy em 1993 de Melhor Performance de Rock por Duo ou Grupo com Vocais. Quem também lançou um disco icônico e até hoje celebrado pelos fãs foi o Metallica. The Black Album é considerado como a “verdadeira essência” da banda, com faixas como “The Unforgiven”, “Enter Sandman” e “Nothing Else Matters”, tornou-se no álbum de maior sucesso do grupo sendo campeão de vendas ao redor do mundo e colecionador de prêmios da música.

Em 1991, as bandas/artistas não afetaram e atingiram somente o lado musical, mas também foram importante para ditar a moda dos jovens. Estávamos nos despedindo das roupas extravagantes e coloridas da década de 1980 e abraçando a cor preta e os casacos quadriculados do grunge. Isso mesmo, era o Nirvana e a tchurma de Seatle chegando.

O lendário Nirvana

O Nirvana lançou o histórico Nevermind que catapultou a banda para um dos mais altos patamares do rock mundial, transformando o vocalista Kurt Cobain em ídolo da uma geração. O disco foi tão poderoso que desbancou o Dangerous de Michael Jackson (já citado aqui) do primeiro lugar das paradas da Billboard 200, no ano seguinte. Outra banda que se firmou de vez foi o Pearl Jam. O seu disco de estreia Ten marcou a trajetória da banda e apesar de ser muito celebrado por diversos clássicos como “Even Flow”, “Jeremy”, “Black” e “Alive”, o trabalho não foi um sucesso imediato, e os caras ainda foram acusados de usar o grunge para se promoverem na época. Muitas pessoas consideram o Ten como a popularização do rock alternativo no mainstream. No final das contas, o disco vendeu mais de 20 milhões de cópias no mundo e é o mais bem sucedido do Pearl Jam.

Muitas outras bandas fizeram o seu debute em 1991. Os britânicos do Blur lançaram o Leisure. Que fez sucesso apesar das pessoas não entenderem direito a proposta da banda, com seu rock baladeiro e guitarras distorcidas. Mas que nos trabalhos seguintes inspiraram muitas cenas musicais. Foi o ano que a banda Smashing Pumpkins estreiam com seu disco Gish, o álbum foi elogiado na época, mas não foi um estouro comercial, mas já pintava a proposta da banda que se consolidou nos anos seguintes.

Foi uma época que as gravadoras buscavam as chamadas “bandas de garagem”, todas buscavam um “novo Nirvana”. Na Inglaterra, o subgênero shoegaze ficou em evidência após o My Bloody Valentine lançar o seu segundo disco, intitulado Loveless. O estilo de rock alternativo foi um que cresceu muito com o grunge. E esse disco foi um dos pilares.

Vale lembrar que 1991 foi o ano em que a música eletrônica saiu do underground e se consolidou no mainstream. E um dos responsáveis foi a banda britânica Primal Scream com o seu terceiro disco chamado Screamadelica. Esse disco é considerado como um dos melhores álbuns que mudaram a música com os arranjos eletrônicos misturando com rock, blues e soul music. Fazendo a crítica especializada abrir mais os olhos para a Dance Music e o Techno, algo que muitos relutavam muito para digerir.

O Primal Scream fez os críticos reconhecerem a música eletrônica em 1991.

O 2Pacalypse Now foi o primeiro disco do rapper americano 2Pac, onde ele aborda as questões sociais enfrentadas pelos negros nos EUA, como racismo, brutalidade policial, pobreza, crimes etc. O disco não atingiu nenhum grande sucesso e por isso ficou meio que “esquecido” por todos durante anos.  Somente em 1995 o disco foi certificado como Ouro, um ano antes do rapper ser assassinado.

Aqui no Brasil, como dito antes, estávamos saindo dos anos de chumbo e começando a pisar em terras que não conhecíamos em questão de liberdade de expressão. Os discos não eram mais censurados pelos militares (apesar de algumas rádios colocarem o famigerado PIII em algumas músicas ainda) para um modo em que íamos ainda nos acostumar e até mesmo torcer o nariz às vezes.

Foi o ano da despedida de Arnaldo Antunes da banda Titãs no sexto álbum Tudo ao Mesmo Tempo. A cena do hardcore melódico começava a surgir em Vitória, Espírito Santo, com a formação do Dead Fish. Foi também o ano em que o sertanejo tomaria de assalto, juntamente com o pagode e o Axé as paradas de sucesso e a TV brasileira. A dupla Sandy e Junior, respectivamente com oito e sete anos, lançaram o seu primeiro disco intitulado Aniversário do Tatu, que tem o clássico Maria Chiquinha. O disco vendeu mais de 1 milhão de cópias.

O grupo de pagode Raça Negra lançou o seu primeiro disco em 1991, iniciando uma era de ouro do pagode romântico no Brasil

Foi também em 1991 que Zezé di Camargo & Luciano lançaram o seu primeiro disco, atingindo quase dois milhões de cópias vendidas, embalado pelo hit “É o Amor”. A cantora baiana Daniela Mercury lançou o seu primeiro disco autointitulado com o sucesso “Swing da Cor“, que tem a participação especial do Olodum. Já o pagode era representado com a estreia do Raça Negra debutando no seu primeiro disco, depois de oito anos na estrada. Você com certeza já cantarolou “Caroline”, “Chega” e “Volte Amanhã”, iniciando à era da trindade pagode/axé-music/sertanejo que invadiu as rádios populares naquela década.

O Sepultura lançou o Arise, marcando assim seu nome no metal mundial. O disco foi o primeiro da banda a conseguir uma certificação mundial, em 1992 vendeu mais de 265.000 cópias na Indonésia.

O ano musical de 1991 moldou toda a década seguinte. Mas as influências também aconteceriam em outros pontos como mídias e moda. Foi os estilos musicais iniciados em 1991 que ditaram por exemplo, as trilhas sonoras dos programas populares da TV brasileira durante a década de 90 e suas semanais brigas por audiências. Foi o ano em que pessoas foram alçadas ao ponto de estrelas mundiais do rock e algumas dessas pessoas sofreram com a pressão e algumas sucumbiram às mesmas. Mas a influência ainda está por aqui mas principalmente na cultura e registro de excelentes discos e músicas lançados.

Aqui temos uma playlist com algumas músicas que fizeram sucesso nesse ano dourado:

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Iron Maiden, Megadeath, Dream Theater e Sepultura são as primeiras atrações confirmadas do Rock In Rio 2021

O Rock In Rio anunciou hoje (15) o seu primeiro line up da edição de 2021. O “dia do metal” abrirá o festival  marcado para os dias 24, 25, 26 e 30 de setembro e 1, 2 e 3 de outubro, na Cidade do Rock, Rio de Janeiro.

As primeiras atrações confirmadas são as bandas Iron Maiden , Megadeath, Dream Theater e Sepultura.

A banda Megadeath estava confirmada na edição de 2019. Entretanto, Dave Mustaine, líder do grupo descobriu um câncer de língua, que levou ao cancelamento da apresentação. Já curado da doença, a banda retorna para o palco carioca pela segunda vez.

Iron Maiden já esteve no Brasil por 11 vezes, e se prepara para o novo retorno. A banda participou do primeiro Rock In Rio, no ano de 1985 e também nas edições de 2001, 2013 e 2019.

Em um anúncio oficial divulgado à imprensa, Bruce Dickinson, líder da banda disse:

“Quando nos ofereceram a chance de voltar ao Rock in Rio e tocar na noite de abertura do ano que vem, é claro que todos concordamos imediatamente. Os fãs do Maiden sabem que este festival é muito especial para nós por causa de nossa longa história juntos. A vibração do Rio é única e a paixão da multidão nunca deixa de eletrizante. A turnê Legacy do ano passado foi muito divertida, vocês apenas terão que esperar e ver o que planejamos para a próxima vez. Tudo o que direi é – enquanto vocês nos quiserem (e Eddie), continuaremos voltando para ver vocês no Brasil!”

A organização do evento também confirmou que a venda de ingressos antecipados, para clientes do Rock In Rio Card, começará no dia 9 de março de 2021. Ainda que todas as atrações não sejam divulgadas.

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Discografia Sepultura

Foi no ano de 1984 que os irmãos Max Cavalera e Igor Cavalera, em Belo Horizonte, deram o pontapé inicial para a considerada a melhor banda brasileira e de maior repercussão em todo mundo. O Sepultura.  A influência musical dos irmãos eram bandas como Black Sabbath, Van Halen, Iron Maiden, Motörhead, AC/DC entre outras do heavy metal. Só que depois de uma viagem para São Paulo, onde ouviram Venom pela primeira vez, os ouvidos passaram a escutar Kreator, Megadeth, Exodus e as brasileiras Stress, Sagrado Inferno e Dorsal Atlântica. Sons que se tornaram base musical do Sepultura.

O Sepultura em 1985.

Com Max na guitarra, Igor na bateria, Paulo Jr. no baixo e Wagner Lamounier no vocal, a primeira formação do Sepultura estava pronta. Logo depois, Wagner saiu para formar a banda de black metal Sarcófago, Max então assumiu de vez os vocais e Jairo Guedez foi recrutado para a segunda guitarra. O Sepultura em 1985 participa de um festival de bandas em Belo Horizonte, onde é contratada pela Cogumelo Records. A partir desse momento para frente a Torre de Vigilância tem o orgulho de trazer para você, estimado leitor, a discografia e um pouco da história da banda que sempre foi referência do Brasil lá fora, influenciou diversos artistas  nacionais e internacionais, chegou ao posto até hoje nunca alcançado por nenhuma banda brazuca  e construindo assim uma carreira mais do que sólida no mercado fonográfico mundial.

Formação clássica

Mas nem tudo são flores na longa estrada do Sepultura. Brigas, mudanças de formação, membros fundadores que saíram… bem, continue a sua leitura, ligue o som no talo e vamos viajar nos riffs de guitarras e vocais guturais que são uma identidade da banda!


Bestial Devastation (1985)

Poucas pessoas sabem, mas o primeiro registro em estúdio para valer do Sepultura foi esse EP em formato de vinil lançado no mês de dezembro de 1985. Com produção de Tarso Senra, João Guilherme e da banda, o LP foi gravado e mixado em apenas dois dias em Belo Horizonte. Max, Jairo e Paulo tinham na época 16 anos e Igor tinha 14. Com poucos recursos a banda usou instrumentos emprestados de amigos.

O LP ainda era dividido com a banda Overdose (procurem saber sobre a banda é muito boa), com cinco músicas do Sepultura no lado A e três da Overdose no lado B. O disco no total vendeu 8 mil cópias, com destaque para a faixa título que já dava um gostinho do que vinha para o futuro.

Formação:

Max “Possessed” CavaleraVocal, guitarra base
Jairo “Tormentor” GuedezGuitarra solo
Paulo “Destructor” Jr.Contra Baixo
Igor “Skullcrusher” CavaleraBateria

Sim. Eram esses os nomes que os caras usavam na época.


Morbid Visions (1986)

O álbum (pra valer) de estreia do Sepultura foi gravado, produzido e mixado por Eduardo Santos, Zé “Heavy” Luiz e a própria banda.  O estilo death metal percorre por todo o trabalho e foi bem aceito na critica especializada na época do lançamento, apesar de ser uma produção em tanto quanto pobre.

A arte da capa foi feita por Alex, um antigo amigo da banda. Com o disco embaixo do braço a banda sai em turnê por alguns lugares do país. Pouco depois a Cogumelo Records relança o Bestial Devastation. “Troops of Doom” é um dos destaques do disco.

Formação:

Max CavaleraVocal, guitarra
Jairo GuedezGuitarra
Paulo Jr.Baixo
Igor CavaleraBateria

Nota na história: O guitarrista Jairo Guedez, alegando problemas particulares, deixa a banda. No seu lugar assume Andreas Kisser, que já vinha tocado em alguns shows com a banda como uma espécie de terceiro guitarrista. Ainda em 86, o Sepultura processa a gravadora Shark por lançar os discos da banda fora do país sem nenhum acordo.


Schizophrenia (1987)

O segundo álbum oficial do Sepultura, sai novamente pela Cogumelo Records, é o primeiro trabalho com o Andreas Kisser na guitarra como membro oficial. Com produção da banda é do velho conhecido Tarso Senra, o som vai contra o Morbid Visions (que era um disco mais death metal), o novo álbum tem mais influências de trash metal.

Foi com o Schizophrenia que o Sepultura ficou mais conhecido. Nas primeiras semanas de venda, foram comercializados cerca de 10 mil cópias, e a gravadora New Renaissance lançou o disco nos Estados Unidos. O sucesso fez que houvesse um lançamento pirata do disco por uma produtora europeia, que vendeu 30 mil cópias, mas a banda não pode usufruir dos direitos autorais. Mas de um jeito ou de outro, abriu as portas desses mercados. O álbum virou uma sensação da critica tanto na Europa quanto na América do Norte.

https://www.youtube.com/watch?v=AUdFMV7yqYA

Formação:

Max CavaleraVocal, guitarra base
Andreas KisserGuitarra solo
Paulo Jr.Baixo
Igor CavaleraBateria

Nota na História: A gravadora Roadrunner Records, conhecida por ter grandes nomes do heavy metal em seu cast, assina com o Sepultura e lança o Schizophrenia oficialmente em todo o mundo. O detalhe é que todo o processo foi feito sem que ninguém da gravadora tivesse encontrado com a banda pessoalmente.


Beneath the Remains (1989)

Com letras escritas por Andreas Kisser e Max Cavalera, o terceiro disco do Sepultura é lançado. E do jeito que eles sempre queriam: por uma grande gravadora e uma grande distribuição. A história de Beneath the Remains começa com Max indo para Nova York em fevereiro de 1988, para negociar com a Roadrunner o orçamento da gravação. Apesar de terem fechado com o Sepultura, a gravadora ainda tinha um pé atrás com o potencial de vendas da banda. Depois de uma semana de conversas, o orçamento inicial foi de U$ 8.000, mas no final custou quase o dobro.

Para a produção foi escolhido Scott Burns, que aceitou trabalhar por uma quantia bem abaixa do normal na época. O produtor mesmo disse em diversas ocasiões que estava curioso sobre o som que era feito no Brasil, por isso aceitou. O som apresentado em Beneath the Remains é bem mais limpo do que os seus antecedores. A melhora da técnica dos músicos e os belos solos de guitarras são destaques do disco, que vendeu 800 mil cópias ao redor do mundo. Foi com esse trabalho que o Sepultura provou que era sim um dos grandes no rock mundial, e que poderia vender milhões.

Contra-capa de Beneath the Remains

O álbum foi muito celebrado por toda a critica especializada, a revista britânica Terrorizer o classificou com um dos “20 melhores álbuns de thrash metal de todos os tempos”, o disco, após seu lançamento, acabou sendo comparado com o clássico álbum do Slayer, Reign in Blood. E pela primeira vez, o Sepultura sai em uma turnê internacional, tocando junto com os alemães do Sodom. Os shows aconteceram na Áustria, Estados Unidos e México. A turnê foi marcada pelos diversos conflitos entre os membros das duas bandas.

Mas foi nessa série de shows internacionais que a banda aumentou sua popularidade. O mundo já sabia quem era o Sepultura e o som pesado e bem feito que se resumia em um tapa na orelha, muito lindo e perfeito, dos fãs. Foi nessa época que eles conheceram Lemmy Kilmister e o Motörhead, passaram por Berlim e seu muro durante a Guerra Fria e conheceram o Metallica que estava no auge da carreira.

Formação:

Max CavaleraVocal, guitarra base
Andreas KisserGuitarra solo
Paulo Jr.Baixo
Igor CavaleraBateria

Nota na história: Em 1990 durante a apresentação no Dynamo Open Air Festival, eles conhecem a Gloria Bujnowski, empresária do Sacred Reich. Então, ela passa a lidar com os negócios do Sepultura e dos integrantes também. Depois se tornaria Gloria Cavalera ao se casar com o vocalista Max.


Arise (1991)

Em agosto de 1990, o Sepultura se juntou novamente com Scott Burns na Flórida para gravar o novo disco, a essa altura todos os membros da banda já moravam nos Estados Unidos.  A essência de Arise é praticamente o estilo death/thrash metal de Beneath the Remains (o trabalho anterior), mas claramente mostra que a banda buscava também um “quê” experimental. Elementos de música industrial, hardcore punk e até percussão latina são presentes no álbum.

Os membros da banda falavam na época que o Arise tem a mesma direção do disco anterior, mas percebesse que o ritmo estava um pouco mais lento e a bateria de Igor tinha estilos mais carregados para o groove. E marca também o inicio da “fase tribal” do Sepultura com a música “Altered State” e o hardcore dá as caras em “Subtraction” e “Desperate Cry”.

Arise recebeu excelente criticas ao redor do mundo e carimbou de vez o lugar do Sepultura como grande banda do rock mundial. O trabalho ficou em 119º na Billboard, algo inédito na carreira da banda, o primeiro a conseguir uma certificação musical (estatuto de ouro em 1992 por vender 25 mil cópias na Indonésia). Quando chegou o ano de 1993 já tinha atingido a marca de 1 milhão de unidades vendidas no mundo. E em 2001, mantendo o fôlego, ganhou a segunda certificação, estatuto de prata no Reino Unido por mais de 60 mil cópias vendidas. É particularmente o disco que mais gosto dos caras.

Formação:

Max CavaleraVocal, guitarra base
Andreas KisserGuitarra solo
Paulo Jr. – Baixo
Igor CavaleraBateria

Nota na história: O Sepultura, apenas um dia após encerrar as gravações de Arise, começou uma pequena turnê com as bandas Obituary e Sadus. Foi o inicio da maior série de promoções feita pela banda, que correu o mundo e durou dois anos. Em 1991, eles se apresentaram no Rock in Rio 2 para uma plateia de 70 mil pessoas. No mesmo ano tocaram gratuitamente em São Paulo no fatídico show do dia 11 de maio na Praça Charles Miller. Os organizadores e a policia militar estimavam que tivessem cerca de 10 mil pessoas presentes, quando apareceram 30 mil. O que tornou o controle da multidão algo praticamente impossível. Na confusão seis pessoas ficaram feridas, 18 presas e uma foi morta a tiro. Há apenas uma semana antes, durante uma briga entre headbangers e skinheads um jovem foi morto a facadas durante uma apresentação dos Ramones também em São Paulo. Ambos os eventos repercutiram muito mal na mídia, criando um falso mito sobre o publico dos shows de rock. O Sepultura em particular tinha uma pequena dificuldade de tocar no Brasil por que produtores temiam que fosse acontecer alguma tragédia. Em compensação, a turnê internacional do Arise foi longa e passou por lugares como Grécia e Japão.


Chaos A.D. (1993)

O Sepultura já era considerado uma das melhores e maiores bandas de thrash metal do mundo. Foi então que a banda se juntou com o produtor Andy Wallace e nasceu o quinto álbum de estúdio da carreira. Dessa vez, eles realmente abraçaram o experimentalismo no som com um estilo groove metal que acabou os tornando uma grande influência para as bandas de groove, alternative e nu metal.

Os hinos “Refuse/Resist”, “Territory” e “Manifest” (que fala sobre o massacre do Carandiru) são destaques em Chaos A.D. que tem em suas letras assuntos geopolíticos mundiais. O estrondoso sucesso do álbum rendeu mais de 1 milhão de cópias por todo o mundo, levando o Sepultura em um patamar nunca alcançado por nenhuma banda brasileira. Foi a primeira banda do Brasil a se apresentar na Rússia, a primeira metal da América Latina a se apresentar no Monster of Rock na Inglaterra e depois de um abaixo-assinado organizado pelo fã clube oficial brasileiro, o Sepultura voltou a se apresentar no Brasil no festival Hollywood Rock. Vencendo assim o boicote de parte dos organizadores do evento, o incidente em São Paulo anos antes ainda amedrontava.

O lançamento foi feito em um castelo medieval na Inglaterra com a presença de convidados especiais e a imprensa mundial. O clipe de “Territory” foi gravado em Israel e eleito o melhor videoclipe do ano pela MTV Brasil. O álbum ainda conta com a participação de Jello Biafra, ex-vocalista do Dead Kennedys, na música “Biotech Is Godzilla” escrita pelo próprio, uma faixa onde os integrantes ficam rindo e gritando e na versão brasileira do álbum temos uma versão de “Polícia” dos Titãs.

Formação:

Max CavaleraVocal, guitarra base
Andreas KisserGuitarra solo
Paulo Jr.Baixo
Igor CavaleraBateria


Roots (1996)

Os fãs tiveram um gostinho do novo disco do Sepultura quando foi lançado compacto Roots Bloody Roots no começo de 1996. O EP tem a inédita faixa título, além de versões ao vivo de “Refuse/Resist”, “Territory” e um cover de “Procreation (Of The Wicked)” do Celtic Frost. Eis que então fevereiro do mesmo ano, com produção de Ross Robinson, Roots chega as lojas. E o novo trabalho marca uma mudança significativa no som da banda.

Com elementos como percussão, berimbau, a participação de Carlinhos Brown na música “Ratamahatta” e duas músicas gravadas com os índios Xavantes. É com certeza o trabalho mais experimental da carreira do Sepultura. A música “Itsari” foi gravada às margens do Rio das Mortes no estado do Mato Grosso na Aldeia Pimentel Barbosa em 1995. Os experimentos fizeram alguns fãs mais antigos da banda torcerem o nariz, mas não impediu o sucesso do Roots e tornou o trabalho referência para várias bandas que posteriormente seguiram o estilo nu metal. A versão brasileira do álbum contém os covers de, novamente, “Procreation (Of the Wicked)” do Celtic Frost e “Sympton of the Universe” do Black Sabbath, e a música “Lookaway” escrita pelo vocalista do Korn, Jonathan Davis.

Formação:

Max CavaleraVocal, guitarra base
Andreas KisserGuitarra solo
Paulo Jr.Baixo
Igor CavaleraBateria

Nota na história: Dana Wells, filho de Gloria Cavalera, é assassinado em meados de 1996, Max e Gloria vão para os Estados Unidos e no festival Donnington o Sepultura toca em trio. O grupo cancela três semanas de shows em solo americano e encerra a turnê participando no OZZfest.


O furacão Max Cavalera

Andreas, Igor e Paulo estavam insatisfeitos com o modo que Gloria Cavalera estava lidando com a banda. O trio alegava que ela estava dando espaço apenas para o seu marido Max, e não para a banda como um todo. E a demissão da empresária foi colocada na mesa. Max por sua vez se sente traído e resolve sair da banda.

Gloria e Max Cavalera

A discussão chegou à mídia e o publico ficou apreensivo com um possível final do grupo, o trio decidiu não renovar o seu contrato de trabalho. Existiu a opção de que ela continuasse a cuidar dos interesses do vocalista em separado, mas ele não aceitou a decisão dos companheiros e se sentiu injustiçado. A separação estava sacramentada.

Com o passar do tempo, a banda decidiu continuar os trabalhos e começou a escrever o novo álbum, como um trio. E Max formou o Soufly.

Os fãs temiam o final da banda…

O gigante Derrick Green

O trio Sepultura começava a trabalhar na nova formação, o baixo de Paulo Jr. ganhou mais força nas músicas e Andreas Kisser assumiu os vocais. Mas este não se sentiu a vontade no posto e o impasse estava formado. Então decidiram buscar um novo vocalista, milhares de fitas chegavam aos escritórios da RoadRunner, houve uma seleção e um pequeno grupo de finalistas foi escolhido e receberam uma fita com as músicas que deveriam trabalhar antes dos testes com a banda.

Derrick Green

Tendo como principais tópicos para os testes finais, saber cantar no estilo proposto, é claro, integração e afeição com todos no grupo, Derrick Green foi o que mais impressionou.  Em sua estadia no Brasil durante os testes finais, o norte-americano, se entendeu muito bem com os membros e se sentiu em casa. Com a pressão de gravar logo um novo trabalho e boa parte das músicas prontas (só faltando um vocal) o novo disco já estava no forno.


Against (1998)

A estreia de Derrick Green no vocal aconteceu no sétimo álbum de estúdio do Sepultura. Produzido por Howard Benson, o novo trabalho chegava ao mercado cercado de desconfiança por causa da saída de Max Cavalera. Algo que, ao que parecia, se estendia aos membros do grupo.

Igor Cavalera, na época do lançamento, disse que ainda estavam em dúvidas em manter o nome Sepultura. Então decidiram fazerem as musicas primeiro, se não soasse com a identidade da banda, trocariam de nome. Mas ao modo que tocavam, que produziam, mas viram que o Sepultura estava ainda vivo e com muita lenha para queimar.

A turnê de Against passa roda o mundo e acaba com as desconfiança em torno do futuro da banda. O Sepultura tinha passado por uma tempestade e conseguido sobreviver ao período mais difícil de sua carreira.

Formação:
Derrick GreenVocal
Andreas Kisser  – Guitarra
Paulo Jr. – Baixo
Igor CavaleraBateria


Nation (2001)

O oitavo álbum do Sepultura é produzido por Steve Evetts e é também o ultimo da banda a ser lançado pela RoadRunner Records. Nation é recheado de participações especiais como do vocalista Jamey Jasta da banda Hatebreed, Jello Biafra ex-vocalista do Dead Kennedys, Cristian Machado vocalista do Ill Niño, João Gordo do Ratos de Porão e da banda Apocalyptica.

O álbum tinha uma temática que contava a história de uma nação utópica ao longo das faixas. Mas as vendas do Nation não foram grandes coisas, mas não desanimou os integrantes que entendiam o momento de transição em que passavam. Alem disso o Sepultura acusou a RoadRunner de não promover o álbum, um exemplo foi que o videoclipe de “One Man Army” estava programado para ser filmado em agosto de 2001, nunca foi realizado, por falta de apoio da gravadora.

Formação:
Derrick GreenVocal
Andreas Kisser  – Guitarra
Paulo Jr. – Baixo
Igor CavaleraBateria

Nota na história: A turnê do Nation foi iniciada em janeiro de 2001 no festival Rock in Rio III. No ano seguinte, o Sepultura assinou contrato com a SPV Records.


Roorback (2003)

No primeiro trabalho junto com a gravadora SPV Records, o Sepultura novamente recrutou o produtor Steve Evetts, e assim Roorback foi lançado. A influência ao som groove/alternativo continua forte no decorrer das faixas.

Mas as vendas ainda continuavam baixas, apesar de Roorback ter tido analises melhores do que o anterior Nation. A versão brasileira do disco tem o cover de “Bullet the Blue Sky” da banda U2.

Formação:
Derrick GreenVocal
Andreas Kisser Guitarra
Paulo Jr.Baixo
Igor CavaleraBateria

Nota na história: em 2005 o Sepultura grava o show Live in São Paulo, comemorando os 20 anos da banda. O disco tem participações especiais de B-Negão, Alex Camargo, João Gordo, Jairo Guedez e Zé Gonzáles.


Dante XXI (2006)

Com produção de André Moraes, o novo álbum do Sepultura é completamente baseado na obra A Divina Comédia de Dante Alighieri. O tema  foi sugerido pelo vocalista Derrick Green, pois a banda passava por um período sem ideias para suas composições. É o terceiro disco temático  na carreira do Sepultura. O primeiro foi Roots (1996) inspirados nas culturas brasileiras e africanas, Nation (2001) onde falam sobre uma nação utópica e agora em Dante XXI.

A odisseia pelo inferno, purgatório e paraíso feita pelo personagem Dante é refeita musicalmente pelo som pesado, a ideia era fazer algo como uma “trilha sonora para o livro”. Para diferenciar as passagens do purgatório e paraíso, instrumentos como Celo e Piano foram usados com arranjos mais elaborados. Na sonoridade que marca o inferno, a bateria, baixo e guitarra soam mais pesadas.

Foi na turnê desse álbum que o Sepultura tocou pela primeira vez na índia, além dos locais tradicionais como Europa, América do Norte e América Latina. Em 2007, foram atração de festivais no Brasil como Abril Pro Rock em Recife e no Porão do Rock em Brasília. Dante XXI foi disco de ouro no Chipre, o primeiro desde Roots (1996).

https://www.youtube.com/watch?v=_hUM2YH41jE

Formação:
Derrick GreenVocal
Andreas Kisser  – Guitarra
Paulo Jr.Baixo
Igor CavaleraBateria

A saída de Igor Cavalera

No inicio da turnê de Dante XXI, o Sepultura teve mais uma baixa da sua formação original. O baterista e membro fundador Igor Cavalera decidiu sair da banda. Ele foi substituído temporariamente por Roy Mayorga. Mais tarde Jean Dolabella assumiu as baquetas de forma definitiva.

Jean Dolabella

A saída de Igor, segundo Andreas Kisser, não foi tão traumática como a do seu irmão Max. O guitarrista falou que ele já tinha dividido com pessoas próximas o desejo de deixar a banda. Foi apenas uma questão de tempo.


A-Lex (2009)

Seguindo a linha de Dante XXI, um álbum temático, o Sepultura lança o interessante A-Lex, que é inspirado na obra A Laranja Mecânica de Anthony Burgess. Com produção de Stanley Soares o disco é lançado pela SPV Records e pela Atração Records no Brasil, sendo o primeiro trabalho sem Igor Cavalera, que foi substituído por Jean Dolabella.

O título é um trocadilho com Alex, personagem central da obra, e o latino para a expressão “sem lei”. Ab(longe de, sem) + Lex (lei). O disco foi bem recebido pela critica e vendeu 5 mil cópias no Brasil e 1.600 nos Estados Unidos. E a turnê, como de praxe, rodou mais uma vez o mundo.

Formação:
Derrick GreenVocal
Andreas Kisser  – Guitarra
Paulo Jr.Baixo
Igor CavaleraBateria


Kairos (2011)

O primeiro trabalho na gravadora Nuclear Blast e com produção de Roy Z marca por ser algo como “de volta as origens” do Sepultura. Pode se dar bom credito disso ao produtor, que é considerado um dos melhores no segmento de Metal no mercado fonográfico.

Bem recebido pela critica, Kairos tem um som mais pesado e cru do que os dois últimos trabalhos da banda, e é considerado como o álbum que trouxe o Sepultura de volta. A participação especial é do grupo francês Les Tambours Du Bronx na faixa “Structure Violence (Azzes)”,  e o disco contém duas covers: “Just One Fix”, da banda Ministy e “Firestarter” do The Prodigy.

Formação:
Derrick Green Vocal
Andreas Kisser  – Guitarra
Paulo Jr.Baixo
Igor CavaleraBateria

Nota na história: O baterista Jean Dolabella deixa a banda ainda em 2011, falando que quer procurar rumos diferentes para sua carreira.

Eloy Casagrande

Em seu lugar entra o excelente Eloy Casagrande, que tinha 21 anos na época, e termina a turnê de Kairos.


The Mediator Between Head and Hands Must Be the Heart (2013)

O novo álbum marca a volta do produtor Ross Robinson ao trabalho junto com a banda e o primeiro disco de Eloy Casagrande na bateria do Sepultura. Também é o primeiro disco a ser todo gravado nos Estados Unidos desde o Against (1998).

“Sinistro, sombrio e metal pra caramba!” assim o vocalista Derrick Green descreve o som do disco. A critica e os fãs  ficaram satisfeitos com o resultado final, muitos consideraram o melhor trabalho do Sepultura nesse milênio. Em sua primeira semana de vendas nos Estados Unidos o álbum vendeu mais de 1.800 cópias.

Andreas Kisser disse que o disco foi inspirado no filme Metropolis  (1927) do austríaco Fritz Lang.  O título é baseado em uma frase que significa a principal mensagem da história: “O Mediador entre a Cabeça e as Mãos deve ser o Coração”.

Formação:
Derrick GreenVocal
Andreas Kisser  – Guitarra
Paulo Jr.Baixo
Eloy CasagrandeBateria


Machine Messiah (2017)

O elogiado novo trabalho do Sepultura foi lançado no começo desse ano e chegou com o pé na porta total. Para a gravação, a banda se refugiou na casa do produtor Jens Bogren em Estocolmo onde não tinham muito o que fazer, a não ser pensar em música 24 horas por dia.

Machine Messiah foi bem recebido pela critica como um disco bem sólido com a cara do Sepultura, mas ao mesmo tempo se propõe a mostrar algo novo na longínqua estrada da banda. Destaques do álbum são as faixas “I Am The Enemy”, “Alethea”, a instrumental “Iceberg Dances” e a incrível “Phanton Self”.

Formação:
Derrick Green Vocal
Andreas Kisser  – Guitarra
Paulo Jr.Baixo
Eloy CasagrandeBateria

Foi lançado o documentário Sepultura Endurance dirigido pelo cineasta Otávio Juliano. Confira AQUI. Apesar de não ter depoimentos dos irmãos Cavalera, o filme vai contar a trajetória da banda desde o inicio em Minas Gerais até sua afirmação como gigante no rock mundial.

Atual formação do Sepultura.

O grande resultado sobre a carreira fonográfica do Sepultura é com certeza o legado que eles deixam para todos. A forte influência em diversas bandas mundiais, muitas até chegaram ao estrelado como Slipknot, Godsmack e System of a Down. E levando o nome do Brasil para o ponto mais alto do rock mundial, por mais que sejam músicas cantadas em inglês, a banda nunca escondeu e renegou suas origens. Se você procura algo para ouvir pesado e de boa qualidade, o Sepultura é prato cheio!

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Sepultura Endurance | Documentário sobre a banda chega aos cinemas

O documentário Sepultura Endurance dirigido por Otávio Juliano chega aos cinemas no Brasil. O projeto originalmente era para ser em comemoração aos 25 anos de carreira da banda brasileira de maior sucesso no mundo. Pois bem, não deu para lançar a tempo, pois o filme levou oito anos para ficar pronto. Durante esse período, Otávio acompanhou Andreas Kisser e seus companheiros em infindáveis turnês ao redor do mundo.

A ideia do projeto surgiu logo após a Virada Cultural de 2011, onde o Sepultura tocou com a Orquestra Experimental de Repertório, onde a banda e o diretor tiveram o primeiro contato. A ideia de fazer um documentário sobre os 25 anos de estrada já existia na mente dos integrantes, mas a produção só acabou quando o grupo completou 33 anos.

Confira o trailer de Sepultura Endurance abaixo:

“O Otávio chegou tranquilo, a gente trocou uma ideia, ele filmou shows, camarins, passamos contatos de músicos que conhecemos, como Megadeth, Metallica, e aí ele começou a gravar os depoimentos. A demora, o tempo para a realização do Endurace foi necessário” disse o guitarrista Andreas Kisser. “A intenção do projeto é mostrar o presente, mesmo. O que é fazer parte de uma banda como o Sepultura. Os irmãos, as saídas, empresária. Toda a mudança de tecnologia, a entrada do Derrick, tudo!”

Sepultura Endurance estreou nos cinemas brasileiros nessa quarta-feira (14/06), a produção será disponibilizada em uma grande quantidade de salas de cinemas no país e nessas sessões, após os créditos finais, duas músicas tocadas no show de comemoração dos 30 anos da banda, serão exibidas. As músicas foram filmadas em 4K. A partir do dia 15 o filme segue em um circuito mais restrito.

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Sepultura | Veja o novo clipe e o trailer do filme da banda

O Sepultura divulgou o clipe de “Phantom Self”, sua nova música do recente álbum Machine Messiah. A Torre de Vigilância já falou sobre o novo trabalho da banda AQUI.

As cenas meio que perturbadoras do clipe mostram o Cristo Redentor, pessoas viciadas em tecnologias, muito sangue e perseguições. Confira o clipe abaixo:

A banda vai ganhar um filme produzido pela O2, com depoimentos de artistas como Corey Taylor (Slipknot), Phil Anselmo (Pantera) e David Ellefson (Megadeth). O filme vai contar com cenas do início da banda em Minas Gerais até o estrelato mundial e as diversas apresentações em festivais. Ainda não existe data de lançamento prevista, mas o filme estará nos cinemas em 2017. Confira o trailer abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=ZgLwX2iDj_o

 

O novo álbum Machine Messiah chega às lojas em 13 de janeiro de 2017.

 

 

lobo

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Sepultura | Ouça a nova música do próximo álbum da banda

O Sepultura tocou durante a sua apresentação no festival Rock Al Parque 2016, realizado na Colômbia, a sua nova música intitulada “I Am The Enemy”. A faixa vai fazer parte de Machine Messiah, o novo álbum de inéditas. A canção foi uma das últimas músicas a serem terminadas pela banda.

“Foi uma das últimas que nós trabalhamos antes irmos para a Suécia gravar o álbum” disse o guitarrista Andreas Kisser. “Ela é bastante simples e com uma influencia bem forte da cena hardcore dos anos 90.”

 Conheça as faixas abaixo:

  1. Machine Messiah
  2. I Am The Enemy
  3. Phantom Self
  4. Alethea
  5. Iceberg Dances
  6. Swom Oath
  7. Resistant Parasites
  8. Silent Violence
  9. Vandals Nest
  10. Cyber God

A maior inspiração para o álbum, segundo os seus integrantes, é a robotização da sociedade atualmente. “O conceito de um ‘Deus Máquina’ que criou na humanidade, e agora parece que este ciclo chega ao fim, retornando ao ponto incial” comentou Kisser.

A capa do novo disco foi criada pela artista Filipina Camille Della Rosa.

A banda que está finalizando a grande turnê de 30 anos do Sepultura, onde tocou todos os continentes nos últimos dois anos e, como eles mesmo dizem, ao mesmo tempo, fechando o ciclo do ultimo disco de estúdio, o The Mediator Between Head and Hands Must Be the Heart lançado em 2013. Para a produção do novo trabalho a banda meio que se isolou do mundo.

 “Gravamos entre Estocolmo e uma cidadezinha do interior chamada de Örebro, onde fica a casa do produtor, Jens Bogren. Ficamos isolados. Não tinha muito que fazer durante o dia, a não ser pensar 24 horas por dia no novo trabalho” falou Kisser. “Ao contrario do ultimo disco, trabalhamos mais os detalhes. O Ross Robinson (produtor de The Mediator…) é um cara muito espiritual e orgânico, que não se importava muito com alguns erros na hora da gravação, já o Jens é extremamente detalhista. A gente precisava dar essa diferença. Acho que a mudança foi positiva e saudável, e deu uma expandida nos limites da banda.”

Machine Messiah será lançado em janeiro de 2017.

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Roots | Irmãos Cavalera anunciam shows comemorando os 20 anos do álbum

Os irmãos Max e Iggor Cavalera divulgaram as datas dos shows brasileiros da turnê que comemora os 20 anos do disco Roots. O clássico álbum da banda Sepultura lançado em 1996.

A turnê que se chama Return To Roots Latin American Tour 2016 vai passar por três estados brasileiros e quatro países da América do Sul e Central. Durante os shows comemorativos, os ex-integrantes do Sepultura usarão itens originais dos shows da banda na época de lançamento e tocarão o disco na íntegra.

 

Max e Iggor Cavalera – Return To Roots Latin American Tour 2016:

  • 14 de Dezembro – Rio de Janeiro, Brasil
  • 15 de Dezembro – Belo Horizonte, Brasil
  • 16 de Dezembro – São Paulo, Brasil
  • 17 de Dezembro – Buenos Aires, Argentina
  • 18 de Dezembro – Santiago, Chile
  • 20 de Dezembro – Bogotá, Colômbia
  • 21 de Dezembro, Cidade do México, México

Depois de mais de 10 anos separados por desavenças que aconteceram no Sepultura, os irmãos Cavalera, deixaram as diferenças para trás um bom tempo e montaram o projeto Cavalera Conspiracy. A dupla já tocou o álbum na íntegra no Amnesia Rock Fest 2016. Veja um trecho da apresentação:

O álbum Roots ficou lendário na historia do Sepultura e do Heavy Metal mundial. A banda estava em uma época de reinvenção desde o trabalho anterior Chaos A.D. (1993), e concentraram a força numa volta às próprias raízes, justificando o nome do disco (Roots é raízes em inglês). Usando uma mistura do som pesado com todo tipo de batida tribal e instrumento de percussão. O músico Carlinhos Brown participou de várias faixas do disco e no sucesso “Ratamahatta”, uma tribo Xavante participaram da gravação de “Itsári” e “Jasco” e o Mike Patton, vocalista do Faith No More participou da faixa “Lookaway”. A mistura deu muito certo e o álbum agradou tanto os críticos e alguns fãs. Até os grandes veteranos do gênero teceram elogios.

Em meio das festividades dos 20 anos de Roots, Jonathan Davis, vocalista do KoRn, em entrevista a Team Rock, declarou que quando ouviu o álbum do Sepultura pensou que fosse um tipo de cópia da sua banda.

“Um que eu achei que foi um grande elogio, mas também meio ferrado, foi o álbum Roots do Sepultura. Aquilo foi uma cópia do KoRn, e eu disse isso para o produtor Ross Robinson (que produziu o disco Roots), porque ele simplesmente pegou nosso som e deu para o Sepultura”, disse Jonathan Davis. “Meu jovem cérebro não podia suportar isso. Mas eles eram uma de nossas maiores influências, então acho que eles têm um passe. E é álbum clássico, então está tudo bem”.

Iggor Cavalera participou do programa de rádio “Do You Know Jack?” e disse que a sonoridade do KoRn, do Deftones foi influente para o Roots. Por isso que eles recrutaram o Ross para produzir o álbum.

Os locais e preços das apresentações da turnê Return To Roots Latin American Tour 2016 ainda não foram divulgados.