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As séries da Marvel são apenas boas, e isso é maravilhoso!

Esta publicação está sendo escrita logo após o segundo episódio da série da Marvel, Falcão e Soldado Invernal, mas não teremos spoilers desta série, mas sim de WandaVision. O que  falarei aqui é uma opinião a respeito das séries, assim como qualquer outra opinião ela pode ser mudada no futuro. Caso aconteça vocês saberão, ou não.

 

 

A primeira coisa a se falar é que as séries da Marvel são boas, de fato, assim como aquelas que foram canceladas pela Netflix, Demolidor, Jéssica Jones, Luke Cage, O Justiceiro e Punho de Ferro e Os Defensores (estes dois últimos nem tanto). Até por que se não fossem boas teriam sido canceladas na primeira oportunidade, sem segundas temporadas (algumas), e não após a Disney anunciar um serviço de streaming próprio. Certo?

Mas o que tenho a falar aqui não envolve só as séries, envolve os filmes da Marvel também, até pelo fato desses apêndices serem comercializados como Universo Cinematográfico da Marvel – MCU ou parte dele. A questão aqui é o simples fato das séries serem boas, mas não acrescentarem em nada o desenvolvimento dos personagens que já conhecemos das telonas. Quando falo de desenvolvimento, é literalmente o seu sentido completo, como crescimento, evolução, progresso, e não de informações sobre o personagem passado para nós. Porque isso é passado, o que passamos a conhecer mais, durante a série sobre determinado personagem nada mais é, aquilo que ele já passou. Poderíamos não saber a respeito, mas ele já sabia e tudo o que ele é naquele momento (presente da série), é resultado deste passado. Assim como todos os eventos que nos levaram a ser como somos hoje.

 

 

Pegando WandaVision como exemplo, já que a série foi finalizada e foi a primeira a ser lançada nesse novo modelo adotado pela Marvel, podemos dizer que a protagonista Wanda não evolui durante a série. “Como assim? Tudo que ela passou durante a série não a fez evoluir?” Correto, não evoluiu. Ao final de Vingadores Ultimado, Wanda termina seu pequeno arco em luto pelo seu namorado/marido/esposo Visão, até que começamos a série com ela enfrentando estas mesmas dificuldades, porém com o acréscimo de tentar gerir tudo aquilo que ela esta provocando, manipulação mental dos cidadãos da cidade e cárcere (além de toques na manipulação da realidade). “E como ela evoluiria na série?” Primeiramente, ela passaria pela fase de luto, compreenderia que seus poderes usados de forma não responsável podem causar um dano gigantesco. E como terminamos a série todos nós que assistimos a série sabemos, de luto pelos seus filhos que só existiam dentro da sua realidade criada dentro do domo, e pelo Visão que nunca retornou dos mortos de fato.

Então entra o questionamento, mas o Visão passou suas lembranças para o Visão Branco, a Wanda teve contato com Agatha outra bruxa e aprendeu novos truques (nas hqs ela é inclusive a professora de Wanda Maximoff nas artes mágicas), e ao final estava estudando com o livro pego desta bruxa. De fato temos essas questões que são facilmente explicadas. A primeira é que o Visão Branco era um projeto secreto dentro da S.W.O.R.D – E.S.P.A.D.A, e só quem o viu foram Wanda, Visão, Monica Rambeau, EMT e Darcy. Além do fato dele ter desaparecido após a conversa de Barco de Teseu com Visão original, o que nós leva a necessidade de uma explicação por parte destes personagens para o alto escalão de personagens do Universo Marvel. Se há explicação não há evolução.

 

 

Nós temos que entender que séries e filmes mesmo dividindo o mesmo universo, são produtos para mídias e públicos diferentes, claro que existem aqueles grupos em comum, mas não idênticos – veja o pequeno gráfico que montei para explicar melhor. Imagine a confusão que a Marvel causaria no público comum (público que é alvo da Marvel), podendo causar um desinteresse, ao apresentar uma Wanda completamente diferente em uma sequencia cinematográfica, entretanto é fácil mostrar que ela simplesmente agora tem um novo uniforme, como qualquer outra super-heroína que muda de uniforme ou de visual todo filme, e que ela agora tem um livrinho pra estudar. Bem simples, sem precisar resumir a temporada inteira os acontecimentos etc. Mas o ponto é que no final das contas ela se encontra no mesmo estado, com psicológico abalado, e agindo de forma emocional, do mesmo jeito em que terminou o último filme em que participou. Ou seja, nesse ponto de vista que compartilho, não houve evolução da personagem.

1 – Público fervoroso (As vezes estou nesse, ou no 3).
2 – Público importante para o streaming.
3- Público Importante para os cinemas.
4 – Público mais recente, que pode ou não ter começado a acompanhar o MCU recentemente.

 

Um outro exemplo, bastante engraçado, já que faremos um exercício de pensamento inverso, é falarmos de OVAs e filmes de animações japonesas, animes. Me desculpem aqueles que possuem um conhecimento maior em relação a este tipo de mídia, mas aqui vou falar de forma fácil e genérica para demonstrar o ponto da evolução da história.

Um OVA (Original Video Animation), ou filme baseado em animes, normalmente são lançados fora da plataforma original deste anime, geralmente são spin-offs, e não possuem relevância significativa com a história principal. Mas possuem um enredo que trabalha mais o passado de cada personagem, trabalha alguma informação nova, mas que ao voltar para o anime, demandará de explicações. Ou seja, considerando os filmes da Marvel como um anime, que possuem dentro de cada obra seu desenvolvimento de personagens e trama, as séries podem ser encaixadas como esses spin-offs que sim, agregam. Mas não interferem na história principal que é o que temos no cinema.

Se pararmos para analisar de forma fria, até mesmo alguns filmes funcionam desta maneira. Como é o caso do Incrível Hulk com Edward Norton no papel de Bruce Banner, os primeiros filmes de Thor e Capitão América. Todos eles foram implementados de formas independentes, com pequenos easter eggs que os fãs mais fervorosos puderam perceber, e só depois de estabelecidos de forma correta, passaram a ter uma importância maior na timeline do Universo Cinematográfico da Marvel – MCU.

Pode ser, que as séries conversem entre si de forma mais concreta no futuro, e que eles realmente interfiram nos cinemas (o que acho difícil), mas no momento, com o material que temos em mãos isso não está parecendo possível.

 

Contudo, eu não desmereço as séries, muito pelo contrário, quanto mais conteúdo melhor, até porque sem elas eu não estaria escrevendo esta matéria. Sou consumidor, e admiro este trabalho que a Marvel faz, com relação a entender o seu público alvo de cada mídia, o que a faz grandiosa. Esta publicação serve para responder algumas perguntas daqueles que tem medo ou dúvidas do futuro que a Marvel está montando. “Será que vou precisar assistir todas as séries?” “Será que tudo vai ficar diferente de uma hora pra outra?” A resposta é simples, e direta. Não! A Marvel, sabe o que faz e não vai sair mudando tudo que ela construiu em mais de 10 anos de trabalho duro nos cinemas. Pode ficar tranquilo!

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Mindhunter – Anunciada Data de Estréia da Segunda Temporada

Após quase 2 anos da estréia de Mindhunter na Netflix, o produtor David Fincher anunciou a data de estréia da 2ª temporada. Durante a gravação de um podcast, Fincher revelou que a série deveria retornar após o verão nos EUA, mais precisamente no dia 16 de Agosto.

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Sobre o enredo da nova temporada, especula-se que focarão o background principal no BTK Killer Dennis Rader, figura recorrente em pequenas aparições durante toda a primeira temporada. Ainda não foi divulgada nenhuma imagem ou trailer mas, seguindo o termômetro do que foi apresentado durante a primeira temporada, podemos esperar coisas grandiosas para a segunda.

Está curioso sobre a série? Confira aqui nossa resenha sobre a primeira temporada.

 

 

 

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Primeiras Impressões | Patrulha do Destino é bizarramente criativa

Em fevereiro de 1989, tinha início uma nova era para a Patrulha do Destino nas HQs. Pelas mãos do Grant Morrison, o grupo composto por estranhos desajustados se tornou ainda mais estranho. A ideia era simples: Se eles são esquisitos, eles enfrentam vilões esquisitos. Desde homens-tesoura, até pessoas com complexo de Deus. Não há limites para o que as histórias do grupo podem ser.

Exatamente por isso, ninguém  jamais imaginaria que a Patrulha ganharia uma adaptação em live-action. Visto que eles confrontam o absurdo e o grotesco, produzir uma película poderia resultar em algo inovador, ou tosco.  Se a Patrulha do Destino ganhasse uma série, ninguém esperaria que fugiria dos padrões estabelecidos pelas séries de super-heróis. Pois bem, aconteceu.

O piloto dirigido por Glen Winter é provavelmente o mais criativo e cinematográfico das produções da DC Comics até então. O que a direção é capaz de realizar com apenas alguns movimentos de câmera, beira ao surreal, para uma série com um orçamento limitado. Cenas em primeira-pessoa e até mesmo enquadramentos que parecem ter saído de um gibi. Inclusive, para os leitores, há uma cena idêntica à primeira edição de Morrison pela equipe.

Fiquei arrepiadinho :3

A atmosfera grotesca e bizarra, não apenas ganha contornos narrativos interessantes, tais como chocam e impressionam o espectador, logo em seus primeiros minutos de projeção. Aviso: Se você não gosta de elementos separados caminhando, assim como eu, feche os olhos, pois ficarão na sua memória. Por um lado, os efeitos especiais são decentes, por outro lado, é fácil sentir agonia ao decorrer dos 58 minutos com cada personagem em tela. O que parando para pensar, não é um ponto negativo. É só um problema do redator mesmo.

Falando em personagens, não há como apontar uma caracterização ruim: Alan Tudyk como Senhor Ninguém em sua primeira cena, já vende o personagem completamente para o espectador. Timothy Dalton está perfeito como Chefe, assim como Brendan Fraser está impecável e com uma boca bem suja como Homem-Robô. Facilmente, a melhor performance. April Bowlby e Matt Bomer como Rita Farr e o Homem-Negativo, também não apresentam problemas. Apesar de não tão impressionante por enquanto, Diane Guerrero entrega uma boa Crazy Jane. Não há também problemas de interação aqui, há uma sinergia irônica e dramática ao redor do grupo.

Entretanto,  o verdadeiro trunfo do piloto está no roteiro de Arnold Drake, Bob Haney e Bruno Premiani. Não apenas unindo todos os elementos bizarros em uma trama crível, como também contando a origem de cada personagem, sem que a narrativa seja prejudicada. Além disso, vale a pena destacar a forma como a série utiliza da narração em terceira pessoa do Senhor Ninguém, para construir um humor interlinguístico. Algumas partes de seus monólogos, se conectam com o que os heróis conversam no presente, sendo contraditos por noticiários de TV, ou até mesmo flashbacks.

Patrulha do Destino poderia facilmente ser apenas uma série sobre desajustados, dentre outras séries. Ainda bem que o showrunner Jeremy Carver tinha noção do material-base. Aliando o bizarro, o grotesco, o agoniante, a metalinguagem e a sensação de ser uma pária para a sociedade, este é o início daquela que promete ser a melhor, senão a mais criativa produção televisiva da DC. A mente é apenas o limite.

Você também pode conferir a análise com SPOILERS de Titãs aqui

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Transformers ganhará série animada em Cybertron pela Netflix em 2020

As origens do conflito do conflito entre Autobots e Decepticons serão exploradas em War for Cybertron. A nova série animada da franquia Transformers será distribuída pela Netflix em parceria com a Hasbro. Os estúdios Rooster Teeth e Polygon produzirão a animação da obra.

“Exploraremos o vasto mundo de Cybertron de uma maneira que o público jamais testemunhou. Encantando os fãs de carteirinha e os novos fãs.” – disse John Derderian, o Diretor de Anime da Netflix.

FJ Desanto será o showrunner da série. Desanto já está familiarizado com a franquia, pois desempenhou o mesmo papel em Titans Return e Power of The Primes, distribuídas pela Machinima. Não apenas ele. Os roteiristas Gavin Highlight e Brandon Easton trabalharam em duas versões recentes dos robôs disfarçados: Cyberverse e Rescue Bots. Ambas voltadas para o público infantil. George Krstic, de Megas XLR, também será responsável pelos roteiros. O desenho terá contará com um estilo muito diferente dos antecessores.

O Vice-Presidente da Hasbro, Tom Warner, declarou: Estamos empolgados para trabalhar com o novo estúdio da Rooster Teeth para trazer uma nova série destinada aos fãs para a Netflix. Transformers tem uma mitologia rica e War for Cybertron é um novo e empolgante capítulo no Universo Transformers.”

Vale lembrar que War for Cybertron é o título da atual trilogia da linha de brinquedos Generations. Até agora, só foram lançadas as figuras da primeira parte da trilogia, também conhecida como Siege.

Arte promocional de Siege

A série animada chega à Netflix em 2020. Para saber sobre tudo o que acontece com os Robôs Disfarçados, fique ligado na Torre de Vigilância.

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Titãs: Definitivamente não é uma série de super-heróis [SPOILERS]

Titãs não é uma série de super-heróis. Parece absurdo, mas é verdade. Este não é um seriado sobre pessoas as quais pretendem salvar o mundo. Este é um seriado sobre pessoas tentando sobreviver, atormentadas por sua próprias habilidades. Cabe ao espectador, dizer sim ou não à proposta da produção. Se você gosta (exclusivamente) dos Jovens Titãs combatendo o mal em sua mais plena leveza juvenil, essa série não é para você. Todavia, caso você adore desconstruções de personagens, uma sensação de suspense e um tom gritante, então você foi feito para essa série.

O CONTEXTO 

Primeiro, é necessário dizer que criticar produções em decorrência de sua tonalidade, não é crítica. Arte é relativa. O contexto precisa ser entendido. Alguns enxergam como algo leve, vibrante, outros simplesmente, preferem a vertente melancólica. A questão nunca é o tom, mas sim, à forma como ele é aplicado dentro de sua narrativa. Afinal, narrativa é narrativa. “Mas por que justamente uma série sombria e violenta dos Titãs, João?” Bom, meu caro leitor, eu explico:

1 – Pois pertencem a um serviço de streaming, onde há mais liberdade para a produção de conteúdo.

2 – Greg Berlanti é um dos criadores da série.

Que homem esse tal de Berlanti!

Não conhece o Berlanti? Ele é o criador da maioria das séries da DC exibidas na CW. Ele criou Arrow, uma versão mais sombria e violenta do Arqueiro Verde. Entretanto, ele trabalhou com outras adaptações de quadrinhos, como por exemplo: Riverdale. A série é uma adaptação sombria dos quadrinhos da Archie Comics, misturando horror, suspense e adolescentes problemáticos e bonitos. Enfim, essa série é o exagero em pessoa. Mas por que comparar Titãs à Riverdale? Pois a ideia é a mesma. Pegue personagens de quadrinhos vibrantes e os transforme na versão mais sombria possível. A única diferença é que Titãs tem mais liberdade para cenas de violência, pois como já dito anteriormente: serviços streaming não tem restrições.

“Por que ninguém reclama de Riverdale?” Devem existir reclamações, mas os Jovens Titãs são muito mais conhecidos na cultura pop, existiu uma geração a qual cresceu com os quadrinhos por Marv Wolfman e George Pérez, outra, com o desenho animado de 2003 e uma nova está crescendo com Jovens Titãs em Ação. Então por que as pessoas estavam tão inconformadas com a série antes de sua estreia? Pois não parecia em nada com a imagem tida da equipe. “Mas isso justifica os comentários racistas com a Estelar?” Não, não justifica. Nada justifica racismo. Entretanto, aguardar pelas escolhas tomadas na produção se justificarem na narrativa era o sensato a ser feito.

Essa família é muito unida! Turututu E também muito ouriçada!

Felizmente, todas se justificaram. As mudanças não são o problema de Titãs. Cada membro do elenco regular traz algo único para a série: Dick Grayson (Brendon Thwaites) traz a fúria, Rachel Roth (Teagan Croft) traz o horror e em alguns momentos, inocência, ao lado de Garfield Logan (Ryan Potter) e Kory (Anna Diop), traz um maravilhoso senso de ironia. A familiaridade a qual permeia o grupo durante os 11 episódios, faz deles um verdadeiro – peço perdão por isso – Quarteto Fantástico revoltado. Todavia, os roteiristas não parecem entender o elo mais forte do show, o que fará o espectador vibrar e acompanhar com carinho cada detalhe da história. Não, ao invés da união ser priorizada, os roteiristas escolhem destacar a individualidade. Mas quem dera fosse a individualidade dos quatro personagens.

DICK GRAYSON

 

Titãs não é uma série dos Titãs. Parece absurdo? Parece e talvez seja. Titãs é uma série do Dick Grayson. Você, leitor, deve estar se perguntando: “Por que? O quê?” É a verdade nua e crua. Mas não, não pense que isso torna a série uma produção ruim, só a torna menos boa do que ela poderia ser. A temporada começa com os Grayson Voadores e termina com Dick aceitando o seu lado sombrio. É sobre ele. É tudo sobre ele.

Do primeiro ao quinto episódio, o espectador descobre que Robin se afastou do Batman, pois estava se tornando, em teoria, um psicopata. Proteger e cuidar do Rachel, é uma chance de desconstruir isso e ele apenas enxerga a oportunidade no quarto episódio, ao impedir a queda dela na escuridão. A interação entre os dois personagens não apenas se assemelha com a relação paterna entre Batman e Robin, como também é bem escrita e pontuada por momentos traçados por paralelos interessantes. No quinto episódio, o único onde os Titãs agem como uma equipe propriamente dita, é levantada uma questão: “O que Dick pode trazer para a equipe?” Ravena tem seus poderes demoníacos, Kory, rajadas flamejantes e Garfield, se transforma em um tigre. O roteiro resolve responder através da aceitação de Dick ao manto de Robin. É uma das cenas mais satisfatórias da série.

Aqui estou eu mais um dia, sob o olhar sanguinário do Robin.

Você deve estar pensando: “Essa é a maneira perfeita para finalizar o arco dramático dele e priorizar a trama, certo?” Sim, mas os roteiristas não pensaram que eles tinham mais seis episódios pela frente. Ou será que pensaram? Eu não sei. De qualquer forma, do sexto ao oitavo episódio, Dick recebe um novo arco dramático: Matar o Robin. É coerente, se parar para pensar que nas HQs, o personagem assume, após o Garoto-Prodígio, o manto de Asa Noturna. Entretanto, a temporada parece não finalizar o arco o qual foi iniciado, provocando um enorme vazio. Uma pena, pois a preparação é ótima:

  • No sexto episódio, o melhor da temporada, Dick conhece Jason Todd, o novo Robin. Todd serve como um espelho para mostrar a ele o que pode acontecer, caso a ideia de continuar sendo o Passarinho suba a sua cabeça. No final do episódio, ao ver como Jason se sente poderoso com a máscara, Dick resolve aposentar o seu codinome.
  • No sétimo episódio, os personagens param em um asilo, onde vivem seus piores medos, o maior medo de Grayson, é enlouquecer usando a máscara. Ao final do episódio, o personagem ordena que Kory incendeie o local, mais tarde, na última cena, Dick queima o traje de Robin, aposentando sua aparência.
  • No oitavo episódio, a série explora uma faceta diferente do personagem, trazendo um pouco de humor a ele, ao lado de sua amiga, Donna Troy. A ex-Moça-Maravilha argumenta sobre a diferença entre parar e se aposentar. Ela sugere que Dick não precisa ser o Robin para ajudar pessoas, ele precisa ser algo a mais.

Fica difícil entender o porquê existir essa demora em torná-lo o Asa Noturna. Não é apenas o caminho óbvio, mas o caminho narrativo certo a se seguir. Entretanto, a série resolve seguir o caminho “errado”. No final da temporada, intitulado “Dick Grayson“, o personagem precisa lutar contra seu lado sombrio e a forma como o roteiro encontra para executar essa ideia é através de uma realidade artificial onde Batman se tornou um assassino. Ele é o único capaz de pará-lo, mas isso significaria, sacrificar o seu compasso moral.

Você caiu na artimanha do Trigo kkk

Caro leitor, você já deve ter visto inúmeras capas de quadrinhos onde o herói grita furiosamente: “Preciso pará-lo de uma vez por todas.” Entretanto, você também deve saber que na maioria das vezes, a história por trás da capa, nunca apresenta o tal acerto de contas. Como um exemplo audiovisual, eu posso citar Batman vs Superman: A Origem da Justiça. Pois em determinado momento, Batman está lá para matar Superman, mas segundos antes de enfiar uma lança de kryptonita em seu peito, Superman, através de um nome, faz com que o Cavaleiro das Trevas perceba o monstro o qual ele se tornou.

Em Titãs, não há momento para essa percepção, o heroísmo é negado por completo, no exato momento em que ele diz: “Meu Deus, Bruce. Isso é o que você queria, que eu abraçasse a escuridão. Vai se foder, Bruce. Você ganhou.” Ele deixa Batman para morrer naquele mundo fictício e abraça tudo o que há de ruim nele. Para muitos, inclusive para mim, soou como um arco mal finalizado, mas após muitos dias de reflexão, eu percebi: Isto não foi um equívoco narrativo. O que me leva ao próximo ponto.

A ATMOSFERA

Como dito no primeiro parágrafo: “Titãs não é uma série de super-heróis.” Não há nada heroico (com exceção de uma ou duas cenas) sobre esta série. Literalmente nada. Esta série é como um filme de 13 horas idealizado por Josh Trank. Caso não conheça o diretor, ele é o responsável pelo ótimo Poder Sem Limites e o terrível Quarteto Fantástico (É culpa do estúdio, para falar a verdade). Estes filmes não são sobre super-heróis, mas sim, sobre pessoas atormentadas pelas suas habilidades extraordinárias. Há um senso de horror diferente em cada personagem e a proposta da série é explorada ao máximo no episódio “Asylum”. Por que?

  • 1 – Personagens lidando com o que há de pior dentro deles.
  • 2 – Eles precisam fugir. Fuga é um aspecto constante na série.
  • 3 – O asilo é anônimo, as pessoas trabalhando lá também. Outra característica de Titãs é o fato de que existem vilões por toda parte e nós nunca saberemos os nomes deles.

Os roteiristas poderiam facilmente fazer dessa, mais uma série de conspiração criada pelos antagonistas, mas eles são o que menos importam e isso é ótimo. O que eles representam para os heróis é o que realmente importa e essa constante adrenalina se desenrola no decorrer desses 11 episódios, onde os personagens precisam lidar com seus problemas e fugir ao mesmo tempo. Não dá para confiar em ninguém, pois todo personagem fora do núcleo principal podem ser uma ameaça: Policiais, freiras, uma família geneticamente modificada, médicos de um asilo, idiotas em restaurantes, demônios, maníacos sexuais. Todos são motivo para pelo menos levar um soco na cara.

Exceto esse cara carbonizado. Ele só queria amor.

Esse fato contribuí para moldar o suspense da produção, justamente pela falta de ciência em relação a tudo o que não é fantástico neste mundo. Outro fator o qual colabora bastante é a excelente trilha sonora composta por Kevin Kiner & Clint Mansell trazendo o senso de adrenalina mesclado com o medo do desconhecido, a música cresce em momentos de tensão, em momentos violentos e imerge o espectador dentre deste universo doido. Entretanto, fica evidente a preocupação dos produtores em deixar a série com uma cara moderna. A quantidade de músicas tocadas no decorrer dos episódios (e bem selecionadas) confere à série um estilo pop.

Entretanto, a série não apenas transita entre esses dois fatores, ela serve como uma introdução ao Universo DC do serviço de streaming. Logo, conta com inúmeras participações especiais bem pontuadas em sua maioria. É impossível escolher o que parece mais atrativo. A Patrulha do Destino tem um tom próprio, misturando drama com humor (provavelmente o que se pode esperar da série). Rapina e Columba (Alan Ritchson e Minka Kelly) são carismáticos e trazem aventuras pé-no-chão, mas a série cometeu um equívoco em trazer um episódio piloto perfeito para a dupla no meio da temporada. Jason Todd (Curran Walters) entrega a raiva imatura e Donna Troy  (Conor Leslie) entrega maturidade através da ironia, provavelmente, serão os mais recorrentes na série.

Família! Família! Almoça junto todo dia
E nunca perde essa mania.

VEREDITO

Confesso, Titãs me deixou dividido. Não por ser sombrio e desconstruir os personagens, mas pela ausência de heroísmo. Entretanto, não posso simplesmente concluir que a primeira temporada é ruim. Pois é bem produzida, bem dirigida e cativa o espectador a continuar assistindo. O final, entretanto, pode ser considerado jogar o arco dramático de um personagem no lixo, ou o prelúdio para algo maior. Prelúdio. Era essa palavra que faltava. Titãs soa como um episódio piloto de 13 horas sobre Dick Grayson, com outros heróis como pano de fundo, na busca do confronto contra seus demônios internos. Em alguns momentos, usa o exagero ao seu favor, em outros momentos, parece querer reafirmar ao espectador a que veio, mas no fim, é uma ideia diferente, predominantemente bem executada, mas repleta de imperfeições.

Titãs já está disponível na Netflix.

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She-Ra por Noelle Stevenson: Mudar ou não mudar? Eis a questão

O timing para o lançamento de She-Ra e as Princesas do Poder não poderia ser mais perfeito. Em uma era onde filmes de heroínas são realidade e o público feminino interessado em quadrinhos só cresce, era uma questão de tempo até She-Ra receber uma repaginação e ser apresentada a uma nova geração. Felizmente, a nova série animada produzida pela Dreamworks, é uma aula não apenas de narrativa, mas de reimaginação. O show explora temas como liderança, amizade, mas para o redator o qual vos escreve, o que torna este reboot tão especial é simples: Mudança.

A mudança a qual eu me refiro, não é aquela feita pelos produtores, para uma nova versão. A mudança a qual eu me refiro, é aquela a qual possui um papel dentro da narrativa e do desenvolvimento dos personagens: A mudança narrativa. Isso se reflete na relação entre a protagonista, Adora e a antagonista, Felina, a qual são puramente, a alma da animação.

O momento mais gay da ficção. É isso.

 

“Eu acho que Adora e Felina são o centro, a heroína, a vilã, a luz, a escuridão, mesmo que você veja que elas não começaram tão diferente, que elas eram próximas. Eu acho que a série explora bastante a ideia de como as duas confiam nas pessoas ao seu redor, mas também percebem, quando se afastam, que limites devem ser traçados e você deve se proteger quando um relacionamento, mesmo com uma pessoa amada, está lhe causando dor e mágoa e impedindo que você está tentando se tornar.” – Palavras de Noelle Stevenson, a criadora da nova versão, sobre a protagonista e a antagonista. Antes de convergir no tema das mudanças, uma análise sobre as duas personagens deve ser feita.

Primeiro, Adora. Ela foi criada pela Horda, uma organização militar caçadora de princesas. Foi sempre reconhecida como a cadete mais competente, sempre pensou que estivesse agindo para o bem e possui laços de amizade forte com Felina, protegendo-a constantemente das ordens de sua superior: Sombria. Um dia, após encontrar uma espada mágica e entrar em contato com Cintilante e Arqueiro, dois soldados da Lua Clara (Rival da Horda), a sua concepção muda por completo e percebe que todas as atitudes da Horda possuíam fins malignos. Ela inicia sua jornada para desconstruir o seu passado, abraçar uma nova vida e se tornar a heroína She-Ra.

Você deveria assistir ao desenho para sofrer por elas.

Segundo, temos Felina. Também criada pela Horda. Foi sempre reconhecida como uma pária, tinha ciência dos atos maléficos da organização, mas aceitou sua condição. Possuía laços de amizade forte com Adora, a qual sempre a protegia. Um dia, Adora diz que não voltará para a Horda. Felina fica com raiva e é moldada por Lorde Hovak e Sombria para se tornar uma capitã. Sua jornada como vilã se inicia. Não para desconstruir seu passado, mas permanecer agarrado a ele.

Na obra, o Grande Gatsby, por F. Scott Fitzgerald, o protagonista Gatsby é apaixonado por uma mulher de seu passado chamada Daisy, a qual está casada com outro homem e constituí uma família. Ele formula um plano para reconquistá-la, o que acaba o levando, por triste ironia do destino, à morte. Assim como Gatsby, Felina acredita que o passado precisa ser vivido, que a vida nunca mudará, assim como ele, ela não aceita que Adora está a deixando, não acredita que a vida pode mudar, precisa mudar, o que a leva aceitar uma condição de vida extremamente sofrida. O destino de Felina é pior que o de Gatsby, pois ela ainda está viva e carrega a raiva de ser abandonada.

Meu coração está quebrado e é apenas uma imagem.

Adora, por outro lado, é também em partes, Daisy, entende ao seu modo, que a vida muda, que as pessoas as quais conhecemos nem sempre estarão ao nosso lado, devido às nossas atitudes, mas não podemos viver para elas, devemos viver para nós mesmos. Você pode ser como Felina, permanecer o lugar e fechar os seus olhos para a realidade, sofrendo silenciosamente, até este sofrimento se transformar a raiva. Ou você pode ser como Adora, mudar, expandir os horizontes, estar com medo, mas estar disposto a experimentar o que há de diferente na vida. A escolha é sua.

Esta é a verdadeira mensagem de She-Ra e as Princesas do Poder.

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Titãs definitivamente não é o seu desenho animado

Os Jovens Titãs são uma das equipes de super-heróis mais queridas pelos fãs de quadrinhos. Quando Marv Wolfman e George Pérez tiveram a brilhante ideia de reunir super-heróis jovens, ninguém pensaria que se tornaria um grande sucesso. Mas se tornou. Não apenas nas páginas, mas na TV, com o desenho animado de 2003 e sua paródia, em 2013. Os Titãs atingem todas as idades, então por quê não trazer uma adaptação mais adulta destes personagens icônicos? Com este propósito, o primeiro live-action do grupo surgiu.

O anúncio da série foi recebido calorosamente pelos fãs, mas suas prévias, dividiram opiniões. Enquanto uns acreditavam que o show estava se tornando muito sombrio, apenas para se tornar legal. Outros acreditavam que o tom se encaixava perfeitamente aos personagens. Finalmente, o piloto foi divulgado, para sanar todas as preocupações em relação ao tom e aos visuais. Titãs definitivamente não é o seu desenho animado e isso é ótimo.

Brendon Thwaites como Robin

O primeiro episódio serve como uma mera introdução aos personagens e ao quebra-cabeça o qual virá a ser o formato da trama. Tudo começa com Rachel (Teagan Croft) tendo um pesadelo envolvendo a morte dos Graysons Voadores. Paralelamente, somos introduzidos ao detetive Dick Grayson (Brendon Thwaites) atuando como o vigilante Robin em DetroitKory Anders (Ana Diop), uma mulher desmemoriada. As primeiras duas tramas convergem no decorrer do primeiro capítulo.

Os roteiristas Akiva Goldsman e Geoff Johns entendem perfeitamente as regras da mídia audiovisual. Além de roteirizarem bem os diálogos entre os personagens, seu script se utiliza muito da lógica: Mostrar, não contar. tornando o ritmo da série extremamente dinâmico e reduzindo diálogos expositivos desnecessários. Assim como a escrita, a direção de Brad Anderson é extremamente inspirada, com cenas de ação brutais, no sentido literal.

Ana Diop como Estelar

 

A trilha sonora flerta com o épico super-heroico, ficção científica e horror. Visualmente, o show é um primor, os efeitos especiais não destoam da belíssima fotografia escura e cheia de flashes, mas sim, acrescentam e muito. O grande destaque vai para os incríveis poderes flamejantes da Estelar.

Falando em destaque, cada membro do elenco traz algo único para a dinâmica da série. Brenton Thwaites traz um sentimento incontrolável por justiça em sua violenta performance como Robin. A jovem Teagan Croft traz medo e confusão para a mente de Ravena. Enquanto Ana Diop traz imponência e mistério, entregando a melhor performance da série, como Kory Anders. Ryan Potter, em sua pequena aparição como Mutano no fim do primeiro capítulo, entrega o humor característico do personagem.

Teagan Croft como Ravena

Titãs é sombrio, visceral e promissor. É diferente de tudo o que já foi feito com os personagens e pode vir a se tornar um dos melhores seriados de super-heróis de todos os tempos. Até agora, o maior mal da produção, é a decisão de ser lançada como uma série semanal. Torçamos para que seja o único problema até o final da temporada.

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Netflix trará Titãs para seu catálogo! Confira o novo trailer

Anteriormente anunciado como uma série exclusiva do serviço streaming DC Universe, Titãs também será transmitido pela Netflix. Confira o novo trailer divulgado paralelamente ao anúncio:

“Em Titãs, Robin emerge das sombras de Gotham City para liderar um novo grupo de heróis – Ravena, Estelar e Mutano. A recém-formada turma de supercombatentes do crime une forças para lutar contra seus demônios interiores e salvar o planeta do mal. Eles logo percebem que sozinhos são incompletos, mas unidos são Titãs.”

Ainda não há uma data definida para a estreia da série na Netflix, mas pelo DC Universe, todos os episódios estarão disponíveis no dia 12 de outubro.

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BOOYAH! Joivan Wade será o Cyborg em Patrulha do Destino

A Warner Bros Television divulgou que Joivan Wade interpretará o Cyborg na série da Patrulha do Destino. A produção é exclusiva do serviço streaming DC Universe e deve ser lançada em 2019. Wade é um ator britânico que já trabalhou em novelas como EastEnders e fez uma memorável aparição em Doctor Who. Embora sua aparição mais recente tenha sido no filme A Primeira Noite de Crime.

Joivan Wade em EastEnders

Em relação ao personagem na série, a DC informa que o herói cibernético é quem convocará a Patrulha do Destino, para uma missão difícil de recusar, com um aviso o qual não pode ser ignorado. Entretanto, o Cyborg nas HQs já foi um membro dos Jovens Titãs e é um membro da Liga da Justiça.

A série da Patrulha do Destino já conta com April Bowlby (Mulher-Elástica), Diane Guerrero (Crazy Jane) e Joivan Wade (Cyborg). Mais membros da equipe e seus respectivos intérpretes devem ser divulgados em breve. Para que saiba tudo sobre o que acontece na Editora das Lendas, fique ligado na Torre de Vigilância.

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Monstro do Pântano ganhará série para o serviço streaming da DC

Monstro do Pântano ganhará uma série para o DC Universe, o serviço streaming da editora. De acordo com o Hollywood Reporter, Mark Verheiden e Gary Dauberman irão co-escrever a série. Eles também atuarão como showrunners. James Wan, Michael Clear e Rob Hackett serão os produtores executivos da série. Confira o logo da série:

Com o Monstro do Pântano, já temos 5 produções para o serviço de streaming. A série será lançada em 2019. O próximo filme da editora será Aquaman, dirigido por James Wan, com estreia marcada para 21 de dezembro. Para saber sobre tudo o que acontece na Editora das Lendas, fique ligado na Torre de Vigilância.