A minissérie Skreemer será relançada no Brasil pela Editora Panini em formato especial. Com roteiro de Peter Milligan (Hellblazer) e artes de Brett Weins (Judge Dredd) e Steve Dillon (Preacher), a obra é um clássico dos quadrinhos que marcou época quando foi lançada, em 1989 pela DC Comics. É considerada também a melhor minissérie do mesmo ano.
A história, que se ambienta 38 anos depois da queda da civilização em Nova York, é protagonizada por Veto Skreemer, um dos grandes nomes da era dos chefões do crime organizado. Mas esta época está prestes a acabar, e Skreemer fará de tudo para evitar a queda do seu império. Ao mesmo tempo, Charles Finnegan, um pobre pai de família que tem como objetivo não deixar que seus filhos percam a moral e a ética, apesar de viverem em um mundo completamente corrupto.
Aqui no Brasil, Skreemer já foi lançado pela Abril Jovem em duas ocasiões, como uma minissérie em 1990 e como um encadernado em 1991. Em 2003 saiu pela Brainstore em uma versão em preto e branco.
Originalmente, Skreemer foi publicado em seis capítulos, que serão reunidos no encadernado especial da Panini com o selo da Vertigo. O formato será em 26 X 17 cm, com 176 páginas e ao custo deR$ 59,00. A edição chega nas bancas e livrarias a partir de 14 de julho, mas já se encontra em pré-venda (clicando no banner abaixo). Indispensável para qualquer coleção.
“Eles riem da lei. Os ricos que a compram e a distorcem para seus caprichos. Os outros, que não têm nada a perder, que não se preocupam com eles mesmos, ou com as outras pessoas. Todos os que pensam que estão acima da lei, ou fora dela, ou além dela. Eles sabem que toda a lei é boa para manter as pessoas boas em linha. Todos eles riem. Eles riem da lei. Mas eles não riem de mim.” -Justiceiro: Retorno ao Grande Nada
Se um bandido encontra nas ruas de Nova York um sujeito com uma roupa preta, cara de poucos amigos, uma arma em cada punho, uma gigantesca caveira no peito e com aquele olhar de que o seu jeito é o jeito certo. Francis Castiglione, ou simplesmente Frank Castle, não perdoa e o resultado é brutal. A coluna Amazing Adventures tem o orgulho de trazer o guia de leitura definitivo do Justiceiro, com praticamente 50 histórias de todas as épocas.
Criado pelo escritor Gerry Conway e pelos artistas Ross Andru (1927/1993) e John Romita Sr. em 1974, ele se chamaria O Assassino, já que o nome Punisher já tinha sido usado pelo próprio Conway em um supervilão do Quarteto Fantástico, que nenhuma relação tinha com o personagem que conhecemos. Então Stan Lee o convenceu a usar o mesmo nome, reformulando o personagem, com esboços de Andru e Romita criando a icônica caveira, surgiu Frank Castle.
O Justiceiro é um personagem cascudo dentro da Marvel Comics, criado para ser um antagonista que apareceria em algumas edições do Homem-Aranha. No entanto, o personagem despertou o interesse dos leitores e veio a se tornar o anti-herói definitivo da Casa das Ideias.
O próprio Conway, anos mais tarde, disse que as suas maiores inspirações ao criar Castle foram: a crescente onda de violência em Nova York na década de 70, onde surgiram filmes como Desejo de Matar (1974) com Charles Bronson e a série de romances Mack Bolan: The Executioner criada por Don Pendleton (1927/1995) e publicada entre os anos 1960 e 1970. Mack Bolan era um ex-combatente do Vietnã que teve seu pai e sua irmã mortos pela máfia e parte para a sua vingança contra os criminosos. Bem parecido não? Frank Castle também tinha lutado no Vietnã e teve sua família (esposa e filhos) morta por bandidos.
Nos anos seguintes ele apareceria com mais frequência na HQ do Cabeça de Teia, sempre tocando no assunto de justiça pelaspróprias mãos vs. Acreditar nas autoridades, o que rendeu muitos fãs ao personagem. Mais tarde, Frank Miller usaria o fator “anti-herói psicopata” na série mensal do Demolidor. Mas a consagração veio mesmo na minissérie Círculo de Sangue (1985) de Steven Grant, onde definiu o justiceiro frio e calculista, dando força a sua ideia de combater o crime sendo juiz, júri e carrasco. O sucesso rendeu a primeira mensal onde foi introduzido o fiel parceiro Microchip.
Surgiu ao mesmo tempo a mensal The Punisher: War Journal (personagens com duas séries mensais naquela época era algo raro), que ficou conhecida como o primeiro trabalho do Jim Lee. Diferente da sua outra HQ, nessa tinha mais participações dos heróis da Marvel. E no início da década de 90 começou a ser publicado trimestralmente The Punisher: Armory, onde detalhavam mais sobre o vasto arsenal de Frank Castle, e chegou a sua terceira mensal The Punisher: War Zone.
Com tantas séries (fora os especiais, participações em outras HQ’s e o Justiceiro 2099), era grande o rodízio de roteiristas e desenhistas no Justiceiro. Um personagem com poucos coadjuvantes e um número reduzidíssimo de arqui-inimigos, não tinha como fazer histórias com longos capítulos. Então Chuck Dixon foi chamado para escrever esses “tiros curtos”, na época Dixon também escrevia as histórias do Batman na DC Comics. É considerada como uma das melhores fases do Justiceiro.
Mas com a chegada da crise nos quadrinhos no meio dos anos 90, o personagem foi perdendo espaço e teve algumas mensais canceladas. Com o tempo, ele foi passando por diversos escritores. Castle chegou a ser chefe de família mafiosa, chegou a cometer suicídio e voltar a vida com poderes de um anjo, série que era desenhada pela lenda dos quadrinhos de terror Berni Wrightson (1948/2017), que não agradou muito aos fãs.
O personagem ia mal das pernas, quando em 2000, a dupla Garth Ennis e Steve Dillon (1962/2016), que tinham acabado de encerrar a cultuada Preacher, assumiram as rédeas e trouxeram a violência crua e o humor negro para as histórias. A fase Justiceiro Max foi muito elogiada pela crítica e pelos fãs. Ennis ficou oito anos cuidando do personagem e Dillon seguiu com outros escritores no título, entre eles Jason Aaron, que fez outra fase memorável no mesmo título.
A ideia de Garth Ennis sempre foi deixar Castle à parte do universo heroico da Marvel. A editora então relançou Punisher War Journal, onde não tinha ligação com o trabalho de Ennis, e Frank contracenava com os heróis da casa. Nessa época veio sua participação em sagas como Guerra Civil, Invasão Secreta e Reinado Sombrio. E o famigerado Franken-Castle. A última investida da Marvel Comics está sob a batuta de Becky Cloonan e Steve Dillon que estão cuidando da nova fase do Justiceiro.
Bem, vamos sem mais delongas para o Guia de Leitura do Justiceiro:
Em sua longa carreira contra o crime, Frank Castle, já bateu de frente com diversos outros personagens de quadrinhos. Demolidor, Deadpool (contando uma ainda inédita minissérie para 2017), Homem-Aranha, Batman (tanto o Bruce Wayne quanto o Jean-Paul Valley) e inúmeros quebras com o Wolverine. Listamos alguns desses encontros aqui:
O Justiceiro também é figurinha carimbada nos cinemas. O personagem já ganhou três adaptações, sendo elas: O Justiceiro (1989) com Dolph Lundgren, Justiceiro (2004) com Thomas Jane e Justiceiro: Em Zona de Guerra (2008) com Ray Stevenson. Depois de roubar a cena na segunda temporada de Demolidor na Netflix, ele vai ganhar sua primeira série solo ainda esse ano. O ator Jon Bernthal veste o manto com a caveira agora.
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Warren Ellis confirmou através de seu Twitter pessoal a morte de Steve Dillon. Não se sabe a causa da morte ainda.
Steve Dillon foi um desenhista britânico prodigioso, que aos 16 anos abandonou a escola e já iniciou carreira na Marvel UK, em uma publicação britânica da Marvel Comics. Logo depois fez trabalhos para a 2000 AD. Mais tarde, o seu trabalho foi altamente reconhecido na Vertigo, o selo adulto da DC Comics, aonde desenhou títulos de peso como Homem Animal e Hellblazer, mas o seu projeto mais importante foi Preacher, em que foi co-criador junto a Garth Ennis e também ilustrou a história.
Além do estrondoso sucesso em Preacher, Dillon também foi um dos responsáveis pelas histórias de maior sucesso do Justiceiro nos quadrinhos em “Bem vindo de volta, Frank” e Justiceiro MAX. Recentemente, ele havia retornado aos desenhos do quadrinho de Frank Castle, que vinha tendo um bom desempenho de vendas e elogios da critica americana.
O desenho de Dillon era simples, mas impactante em cenas de violência explícita e ação, o que lhe rendeu muitos fãs ao redor mundo. Com certeza fará falta. Descanse em paz.