O lendário ouriço dos games está retornando ao Brasil! E agora nos quadrinhos. Depois de fazer histórias nos consoles da Sega, nos crossovers Olímpicos com o Super Mário, desenhos animados e um divertido filme ano passado, Sonic chega aos quadrinhos aqui em Terras Tupiniquins.
A Geektopia, selo de quadrinhos do Grupo Novo Século, anunciou a publicação de Sonic the Hedgehog. O anuncio foi feito por um vídeo em suas redes sociais, tendo como base o clássico game da Sega. Confira o vídeo abaixo:
O ouriço azul mais famoso dos videogames está chegando na Geektopia em breve!
“Sonic the Hedgehog” da IDW Publishing será publicado em 2021 em terras brasileiras ❤
Sonic the Hedgehog começou a ser publicada pela IDW nos EUA em 2018. A história se passa após os eventos do game Sonic Forces, onde a resistência derrotou o Doutor Robotnik, que desaparece, mas seus robôs continuam a atacar pequenas vilas pelo mundo. Então, Sonic, Tails, Knucles e Amy, com os novos aliados, Tangle e Lêmure, buscam proteger os inocentes e descobrir quem está no controle do exército robótico de Robotnik.
A série atualmente conta com 35 edições e é um sucesso de vendas pelo redor do mundo, com publicações em vários países, incluindo o Japão. Já foram lançados cinco encadernados de 96 páginas e mais o especial Sonic the Hedgehog – Tangle & Whisper.
A IDW é a terceira editora a licenciar um quadrinho do ouriço. Antes ele passou com Sonic The Comic (1993 até 2002) pela britânica Fleetway Publications e pela Archie Comics, com Sonic the Hedgehog (1992 até 2017). Aqui no Brasil, Sonic foi publicado em cinco edições pela Editora Escala (1995), a Editora On-Line chegou a lançar cinco edições da série Sonic X (1996), baseada na série animada e a editora Alto Astral publicou uma única edição em 2013.
Sonic the Hedgehog, a série atual, tem roteiros de Ian Flynn, artes de Tracy Yardley, Adam Bryce, Jen Hernandez, Evan Stanley e outros. As capas são do Tyson Hesse, que fez a reformulação do visual do personagem no recente filme.
Sonic the Hedgehog será publicado em 2021. Fique ligado na Torre de Vigilância para mais detalhes.
Durante esse mês de agosto, estreou na Netflix a minissérie-documental GDLK, chamada de High Score nos Estados Unidos, e ela destrincha todas as histórias que envolvem o início dos videogames, passando pelos jogos icônicos como Pac-Man, Space Invaders, Sonic the Hedgehog, MADDEN NFL e por aí vai. O programa é um banquete para quem gosta dos games e serve para entender os alicerces da indústria mais lucrativa de todos os tempos e que cada ano mais cresce em números financeiros e de jogadores.
GDLK: High Score tem narração do lendário Charles Martinet (você o conhece por ser a voz o Mário), e uma saraivada de entrevistas com pilares da indústria como Nolan Bushnell, Tomohiro Nishikado, John Tobias, John Romero, Yoshitaka Amano e várias outras figuras importantes. Criada e dirigida pela francesa France Costrel, GDLK tem seis episódios que, deliciosamente, vão discorrendo sobre os bastidores da criação e dando nome aos bois do processo. Começando com a criação de Space Invaders, como a Nintendo entrou e se tornou uma gigante no mundo dos games, a estratégia da Sega contra o reinado de Super Mário e Cia, os processos judiciais que ocorreram na época, o começo dos games esportivos, a criação dos jogos de luta e como a violência neles promoveram a ira de parte da sociedade e os famosos campeonatos de games e como uma indústria que somente visava colocar moedas nas máquinas se tornou multi bilionária, vindo até lucrar mais do que Hollywood em alguns anos.
“Mas Ricardo… qual o diferencial de GDLK para outros programas que falam sobre a história dos games?”
Bem, GDLK tem o fator de apresentar como essa indústria cresceu, e se tornou o que muita gente joga hoje em dia, teve sua parcela de inclusão social e para os mais diversificados tipo de pessoas e gêneros. Sabemos que os videogames é muito a área de “refúgio” ou então de “segurança” e até mesmo de auto-afirmação de várias pessoas. Mas não sabemos como essas pessoas mudaram e ajudaram a evoluir essa indústria que hoje em dia é um celeiro de preconceituosos imbecis. E essas histórias são inseridas e apresentadas de forma sutil e inteligente. É como um “Cavalo de Troia”.
Graças a GDLK conhecemos a transexual Rebecca Heineman, a primeira pessoa a vencer um campeonato nacional de Space Invaders nos EUA. Rebecca é programadora e designer de videogames, e teve sua vida mudada depois de se sagrar campeã. E como ela mesmo disse, antes dos videogames, ela era uma pessoa reclusa e vencer um campeonato mudou a sua vida pessoal e profissionalmente.
Conhecemos figuras que, são anonimas para o grande público, mas foram importantes para a evolução dos videogames. como o engenheiro elétrico Jerry Lawson (1940-2011), ele foi responsável pela criação dos cartuchos, invenção importantíssima que mudou a trajetória de comercialização de games. A sua família aponta Jerry como um dos raros afro-americanos que trabalhavam no Vale do Silício na década de 70. Conhecemos também Gordon Bellamy, um negro e gay, que incluiu atletas de afro-americanos (que representam a maior parte da NFL) na franquia Madden NFL.
Apresentar essas e outras pessoas, prova que é importante a diversificação em qualquer meio. Principalmente nos games que tem uma grande parte pessoas machistas, preconceituosas e xenofóbicas. Dar espaço e voz para essas pessoas que contribuíram de alguma forma para a industria de tornar o que tornou, é como um tapa de película nos “trolls”. E até para quem não contribui para o proliferação dessa imbecilidade, GDLK é muito bem-vinda! Pois, se bobear, o grande público jamais saberia da existência e da importância dessas pessoas.
A narrativa de GDLK é empolgante e transporta o telespectador para o ambiente e tempo. As montagens e os efeitos se casam com o contexto apresentado em cada episódio. O que eu senti mais falta foi um conteúdo mais rico em alguns momentos. Como apresentar mais fatos, como por exemplo no episódio quando entrevistam Howard Scott Warshaw. O desenvolvedor do game E.T. para o Atari. O jogo foi programado para ser o carro chefe da empresa no natal de 1982, e foi um fracasso total de vendas. Apesar de ser trágico, chega ser meio engraçado ver Howard meio que “jogando a culpa” em Steven Spielberg pelo desenvolvimento do game. Mas faltou falar sobre a Atari enterrar milhares de cartuchos no deserto. Ou simplesmente se aprofundar mais quando, na década de 80, a indústria de videogames sofreu um poderoso crash.
Mas mesmo com um gosto de faltou um tantinho para a perfeição, GLDK é um importante registro sobre a indústria de videogames, com suas histórias e pessoas que moldaram e a fizeram evoluir como está hoje. Vale lembrar que a minissérie não aborda a fase de XBox e Playstation. De repente ficou para uma segunda temporada, apesar de não revelarem algum possível desenvolvimento sobre. Ela será muito bem-vinda.