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Os 15 documentários sobre quadrinhos que você PRECISA assistir

Além das já costumeiras adaptações cinematográficas baseadas em quadrinhos que chegam quase todos os meses aos cinemas e serviços de streaming, diversos produtores também apostaram em outros conteúdos sobre nossas tão amadas HQs, com especial destaque para os documentários.

Uma forma de expressão artística já tão antiga, que é o caso das histórias em quadrinhos, não poderia deixar de oferecer muito assunto a ser discutido. Grandes autores, grandes obras e editoras tiveram produções sobre suas trajetórias feitas de diferentes formas, e os documentários proporcionam espaço para discussão, entrevistas e abordagens centralizadas em aspectos únicos dos gibis.

Resolvemos elencar abaixo os 15 documentários mais interessantes sobre quadrinhos que você, como fã, precisa assistir! Vale ressaltar que muitos destes documentários não possuem versão brasileira. Entretanto, grande parte está disponível nos serviços de streaming e até mesmo no YouTube.

Batman & Bill (2017)

Uma emocionante narração sobre um fato triste e bem específico da história do Batman, Batman & Bill foi produzido pelo Hulu e estreou em 2017. O documentário mostra o aspecto criativo do personagem, abordando como Bob Kane ficou associado como único criador do herói enquanto o co-criador tão importante quanto Kane, Bill Finger, nunca foi creditado pelo seu trabalho apesar de ter criado boa parte da mitologia do Homem-Morcego.

O documentário traz diversas entrevistas com autores dos quadrinhos norte-americanos como Kevin Smith, Todd McFarlane, Roy Thomas, Carmine Infantino e muitos outros, mas é especialmente focado em Marc Tyler Nobleman, o homem responsável por desvendar todos os detalhes da vida de Bill Finger e iniciar uma verdadeira – e sincera – mudança na forma como o mundo encara a criação da mitologia de Gotham, de sua criação em 1939 até 2015.


Stan Lee’s Mutants, Monsters & Marvels (2002)

Documentário produzido em 2002 pela Creative Light Entertainment, Stan Lee’s Mutants, Monsters & Marvels é basicamente uma entrevista feita pelo diretor e roteirista Kevin Smith com o “pai de todos” da Marvel, Stan Lee. Os dois conversam sobre a vida pessoal de Lee, seu casamento, sobre o primeiro filme do Homem-Aranha de Tobey Maguire e também sobre os quadrinhos do personagem, e muitos outros que o autor veio a criar ao longo de sua prolífica carreira.

O sucesso deste documentário o fez ser incluído nos extras da coleção especial em quatro discos do filme Homem-Aranha, e as filmagens foram feitas em uma comic shop da California, resultando em um bate-papo de quase duas horas de duração.


Tintin et moi (2003)

Tintim, criação máxima do gênio dos quadrinhos Hergé, influenciou gerações através das décadas passando pelas HQs e animações. Tintin et moi (Tintim e Eu, traduzido do francês) é um documentário dinamarquês que, através de longas entrevistas concedidas por Hergé nos anos 70, reportagens e depoimentos de fãs e profissionais da área, oferece um panorama geral sobre a obra máxima do autor, suas influências e marcos.

O documentário também dá pinceladas sobre a vida pessoal e rotina de trabalho do autor, e complementa muito bem uma outra produção de 1976 intitulada Moi, Tintin (Eu, Tintim), filme franco-belga que mistura as entrevistas dadas por Hergé com eventos históricos reais e discute o impacto do personagem no mundo.


The Mindscape of Alan Moore (2003)

A Paisagem Mental de Alan Moore narra a vida e obra de um dos maiores autores que já contaram suas histórias através da nona arte. Produzido pela Shadowsnake como parte de um projeto maior, este é o único produto cinematográfico que o autor apoiou e colaborou com permissão para utilizar seus trabalhos na montagem do mesmo, incluindo V de Vingança, Do Inferno, Monstro do Pântano, Watchmen e outros livros.

O documentário destrincha a vida pessoal de Moore e seu início de carreira como escritor, indo até os dias mais recentes (da época em que o doc. foi produzido), e também dedica uma boa parte de sua 1h20min de duração para desvendar os mistérios por trás de seu interesse por magia. O trabalho mais recente de Moore na época em que este documentário foi produzido iria ser lançado alguns anos depois: Lost Girls.


Secret Origin: The Story of DC Comics (2010)

Com depoimentos de grandes nomes que já trabalharam para a DC Comics (e alguns rivais), Origem Secreta é o documentário definitivo sobre a história da DC, indo dos anos 30 à Era Moderna dos quadrinhos, pincelando aos poucos todas as décadas e obras mais importantes da editora ao longo de sua icônica trajetória de 75 anos, na época em que este foi lançado.

Superman, Batman, Mulher-Maravilha, Flash, Lanterna Verde e tantos outros são descritos pelas sábias palavras de autores de quadrinhos como Mark Waid, Neil Gaiman, Geoff Johns, Grant Morrison, Frank Miller, Len Wein, Jim Lee e até mesmo Bob Kane, Alan Moore, Jerry Siegel e muitos, muitos outros. Grandes diretores de cinema, como Christopher Nolan, Zack Snyder e Bryan Singer, e atores e atrizes como Natalie Portman, Christopher Reeve e Lynda Carter também aparecem. Os depoimentos são divididos em dois tipos: entrevistas atuais e outras feitas no passado.


The Image Revolution (2014)

Narrando a revolução que a Image Comics proporcionou à indústria nos anos 90 com a saída dos principais desenhistas da Marvel Comics objetivando a criação de uma nova editora e garantindo os direitos de criação dos personagens aos autores originais, este documentário aborda de forma bem direta e específica um momento-chave dos quadrinhos norte-americanos.

Todd McFarlane, Jim Lee, Rob Liefeld, Jim Valentino, Marc Silvestri, Erik Larsen e Whilce Portacio criaram na década de 90 o que veio a se tornar a terceira maior editora do mercado americano nos dias de hoje, e todos estes autores vão, com depoimentos de outros grandes nomes, descrevendo o processo de criação, as vantagens e problemas enfrentados que levaram a Image Comics a se tornar o que ela é hoje.


Future Shock! The Story of 2000 AD (2014)

A revista britânica 2000 AD foi a responsável por revelar para o mundo grandes nomes como Alan Moore, Grant Morrison, Garth Ennis, Neil Gaiman, Brian Bolland e outros, que posteriormente foram trabalhar na DC Comics e motivaram a criação do selo Vertigo, e apelidados de membros da “Invasão Britânica”, que teve mais de uma parte.

Future Shock! é um documentário com diversos depoimentos de profissionais dos quadrinhos britânicos e norte-americanos, falando sobre a criação da revista na década de 70, suas influências e ideias, e pincelando detalhes sobre seus personagens de destaque, como o Juiz Dredd, Sláine e Strontium Dog. Também é certeiro em esclarecer a importância gigantesca da revista para o mundo da nona arte, e autores como Pat Mills, John Wagner, Carlos Ezquerra e alguns outros foram os principais responsáveis por isso.


Crumb (1994)

O nome mais conhecido do quadrinho underground norte-americano também teve um documentário sobre sua vida produzido na década de 90, com direção de Terry Zwigoff. Robert Crumb possui uma vida conturbada, diversos problemas de entrosamento social e ao longo de sua carreira expôs todo tipo de polêmica em suas obras, consideradas hoje precursoras do movimento alternativo americano.

Crumb leva o espectador ao convívio do autor com sua família repleta de figuras estranhas, às suas relações com as mulheres e, claro, aborda de forma bem clara toda sua carreira fenomenal e o impacto de suas obras no movimento questionador e ousado que ele viria a criar. Um peça única dos documentários sobre quadrinhos.


Moebius Redux (2007)

O genial artista francês Jean Giraud, apelidado por si mesmo como Moebius, é um dos mais famosos e influentes autores de quadrinhos de todos os tempos. Moebius Redux dá um panorama sobre sua vida pessoal e especialmente sobre sua carreira como autor, co-criador da influente revista Métal Hurlant e grande mente por trás do experimentalismo da nona arte.

O documentário é composto por depoimentos do próprio autor (que faleceu em 2012) e outros grandes nomes do quadrinho europeu e mundial, que discutem sua influência e desapego a certos padrões que são praxe em muitas obras. Moebius é especialmente conhecido no Brasil por Incal, O Mundo de Edena e Arzach, mas esta produção não se limita somente às suas obras mais famosas.


Osamu Tezuka: The Secret of Creation (1985)

O “pai do mangá” e autor mais reverenciado dos quadrinhos e das animações japonesas também possui um documentário, produzido na década de 80 (apenas quatro anos antes de sua morte) pelo canal japonês NHK. Osamu Tezuka: The Secret of Creation acompanha a rotina de trabalho de Tezuka em um período bem atarefado de sua vida.

Produzindo três séries de mangá ao mesmo tempo neste período, participando de grandes convenções no Japão e na França e passando uma média de apenas de 60 dias/ano em sua casa com a esposa, Tezuka sempre foi um gigante produtor de quadrinhos e animações, e o documentário expõe ao público detalhes como seu local de trabalho, sua relação com os assistentes e seu incrível desempenho e dedicação, além de proporcionar um leve vislumbre de sua infância e inspirações.


Grant Morrison: Talking With Gods (2010)

Grant Morrison é, facilmente, um dos grandes nomes dos quadrinhos mundiais. Roteirista de obras-primas como Grandes Astros Superman, Asilo Arkham e Homem-Animal, sua influência na indústria é enorme e diversos personagens foram profundamente marcados por sua passagem em seus títulos.

Talking With Gods destrincha, de forma similar ao seu livro e autobiografia Superdeuses, toda sua vida, da infância aos anos mais recentes. Seu início de carreira como escritor, suas principais inspirações e viagens mágicas são contadas pelo próprio e por um seleto grupo de convidados que admiram seu trabalho, como seus colaboradores Frank Quitely, Richard Case e J. G. Jones, e parceiros de profissão como Neil Gaiman, Warren Ellis, Karen Berger e outros.


Laerte-se (2017)

Uma das autoras mais famosas do quadrinho nacional, Laerte Coutinho possui uma carreira longeva como cartunista e chargista, produzindo diversas obras-primas e críticas espetaculares, e é considerada uma das artistas mais importantes da área no Brasil, criando personagens como os Piratas do Tietê e Overman.

Laerte-se é muito mais um documentário sobre sua vida pessoal, ao invés de sua carreira como autora. Laerte se identificou por quase 60 anos como um homem, e revelou em meados de 2010 sua identidade de mulher transexual após identificar-se assim. O documentário aborda as mudanças ao longo de sua vida, seu cotidiano e sua transformação artística através dos depoimentos e entrevistas da autora para as diretoras Eliane Brum e Lygia Barbosa.


Warren Ellis: Captured Ghosts (2011)

Outro nome extremamente conhecido dos quadrinhos mundiais é o do revolucionário Warren Ellis. Autor de obras importantíssimas como Transmetropolitan, Stormwatch, Authority e Planetary, Ellis é uma figura muito presente na internet desde os anos 90 e tornou-se sinônimo de histórias que abordam o uso da tecnologia e as formas como o mundo pode se tornar um lugar mais ácido na presença de super-humanos.

Captured Ghosts proporciona uma visão panorâmica sobre sua carreira, com depoimentos de outros profissionais da área, músicos, atores de Hollywood e uma atriz pornô, fã de seu trabalho. Suas criações e inspirações são abordadas de forma séria, entretanto, este é um dos documentários mais bem-humorados desta lista.


Good Grief, Charlie Brown: A Tribute to Charles Schulz (2000)

Exibida um dia após o falecimento de Charles Schulz, criador da série Peanuts e dos personagens Charlie Brown e seu cachorro Snoopy, esta série especial da CBS é um tributo a toda sua carreira, destacando sua importância como cartunista e grande influenciador da nona arte e do mundo das animações.

Este especial é composto por inserts da série animada que marcou uma geração, e também destaca depoimentos dados por Schulz em outras entrevistas onde o autor compara Peanuts e sua vida pessoal, proporcionando uma visão de suas principais inspirações e influências.


In Search of Steve Ditko (2007)

A busca produzida pela BBC Four segue as tentativas do apresentador Jonathan Ross de rastrear o artista de quadrinhos Steve Ditko, co-criador do Homem-Aranha e da maioria dos personagens coadjuvantes e vilões do herói. Ao longo de uma hora de duração, Jonathan tenta encontrar pistas sobre o paradeiro de Ditko, um dos autores mais reclusos e marcantes da história dos quadrinhos, que sempre viveu de forma privada.

Como outros documentários, este é composto por depoimentos de autores e editores como Jerry Robinson, John Romita Sr., Neil Gaiman, Joe Quesada, Stan Lee, Mark Millar, Alan Moore e outros, que falam sobre a importância do trabalho de Dikto para a história mundial dos gibis. Ross e Gaiman conheceram Ditko em Nova York, porém o mesmo se recusou a ser fotografado ou entrevistado para o programa, apesar de ter iniciado e mantido contato com o apresentador desde então. Existem pouquíssimas fotos divulgadas do autor, que faleceu em junho de 2018.


O universo de documentários sobre quadrinhos é mais extenso e é praticamente impossível comentar sobre todos já produzidos. Tentamos, na lista acima, elencar uma variedade de documentários que falam sobre diferentes tipos de quadrinhos, de diversos países e autores, com diferentes abordagens que vão de entrevistas a homenagens.

Sabemos que alguns ficaram de fora, como os documentários sobre Will Eisner e sobre Neil Gaiman. Entretanto, nós da Torre de Vigilância ainda não conferimos estes e alguns outros, portanto ainda há muito a se explorar.

Acha que faltou algum? Indique nos comentários e espalhe conhecimento!

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O nazismo em quadrinhos: conheça ótimas HQs sobre a Segunda Guerra

O nazismo tem retornado aos principais assuntos discutidos na mídia graças às recentes vertentes neonazistas dando as caras nos Estados Unidos, com protestos contra gays, judeus, negros e imigrantes. A ideologia de extrema-direita surgida no final dos anos 30 na Alemanha também é discutida em diferentes formas de arte, como no cinema, nos livros e nos quadrinhos.

Os quadrinhos em especial possuem um longo histórico de representação e batalhas contra os nazistas. Durante a Segunda Guerra Mundial, os americanos utilizaram as HQs para motivarem as tropas enviadas à Guerra, e personagens como Superman e Capitão América até mesmo lidaram diretamente com figuras como Hitler. A Sociedade da Justiça atuou durante a Segunda Guerra. Na Marvel, temos vilões como o Caveira Vermelha e a Hidra, enquanto na DC Comics temos o Capitão Nazi, vilão recorrente do Shazam. Além dos super-heróis, quadrinhos de guerra também eram populares durante os anos 40 e 50, e grupos como os Falcões Negros surgiram neste período, ao lado de personagens e séries como Soldado Desconhecido, Tanque Mal Assombrado e G.I. Combat, seguindo a mesma vertente. Obviamente, o assunto é muito mais extenso, e poderíamos falar sobre ele por longos parágrafos.

Após (e até mesmo durante) os conflitos da Segunda Guerra algumas obras-primas dos quadrinhos foram surgindo, lidando com o assunto das mais variadas formas. O mercado europeu, em específico, sentiu muito mais o conflito e por conta disso boa parte dos autores são impactados e influenciados pelo tema, além de possuírem muito mais conhecimento histórico que a média de autores de outros países. O Tintim de Hergé, por exemplo, era publicado durante a ocupação da França, e enfrentou problemas como a falta de papel e a necessidade de ser publicado em jornais pró-Alemanha Nazista. Spirou, de Rob-Vel, enfrentou problemas parecidos. Autores da época, na visão menos elucidada de alguns leitores, são assumidos como nazistas, quando na verdade como fator de comparação, o próprio Hergé criou em O Cetro de Ottokar um vilão chamado Mussler, um amálgama de Mussolini com Hitler, e criticou as formas de governo totalitárias em álbuns específicos como A Estrela Misteriosa. O impacto da Segunda Guerra nos quadrinhos europeus também é um assunto extenso e interessante, esmiuçado em literaturas e documentários.

O objetivo deste post é recomendar, com pequenos textos, ótimas obras sobre o assunto, que servem como verdadeiros relatos históricos ou misturam ficção e realidade, e tornam-se fontes de aprendizado para os leitores. Abaixo, segue uma lista de recomendações, com quadrinhos publicados no Brasil e de fácil (ou relativamente fácil) acesso:

Eu Sou Legião (Panini)

Europa, 1942, tempos de Segunda Guerra Mundial. Um ritual de sangue acaba com a morte de Victor Thorpe. O crime se torna um mistério para a inteligência dos Aliados. Enquanto isso, na Transilvânia Romena, uma garota capaz de controlar outros seres vivos à distância está prestes a se transformar na mais poderosa arma dos nazistas

Sorge, O Espião (Veneta)

Mais surpreendente que tantos espiões dos livros de ficção, Richard Sorge mudou a história da Segunda Guerra Mundial. Baseada nas mais recentes descobertas e pesquisas históricas, a alemã Isabel Kreitz criou esse livro, em quadrinhos, que retrata o homem que se tornou uma lenda. E o que ela revela é um herói contraditório, desesperado, bon vivant, mulherengo, mas pronto a morrer pelos seus ideais.

A Busca O Segredo de Família (Cia. das Letras)

A Busca é um abrangente panorama da perseguição nazista e de como as ideias de um homem afetaram de modo tão brutal a vida de milhões de pessoas. Com apenas dezesseis anos, Esther é bruscamente separada de seus pais e refugia-se em uma fazenda no sul da Holanda. Muitos anos depois, em companhia do filho e do neto, Esther visita o lugar que lhe serviu de esconderijo e conta, pela primeira vez, as atrocidades que ela presenciou e viveu durante o Holocausto.

Em O Segredo de Família, fiel aos acontecimentos históricos, pessoas comuns assumem papéis variados – vítima, observador, colaborador, criminoso – e têm que tomar as decisões mais importantes e difíceis de suas vidas. Quando Jeroen vai ao sótão da avó Helena procurar algo interessante para vender, ele descobre o livro de recortes que ela manteve durante a Segunda Guerra Mundial. Esse fato desperta memórias dolorosas, e leva a avó a contar pela primeira vez a Jeroen como foi ser uma menina em Amsterdam durante a ocupação alemã da Holanda e sobre a perda de sua melhor amiga judia, Esther.

Adolf (Conrad)

Mangá de Osamu Tezuka, a história é ambientada antes da Segunda Guerra Mundial e é centralizada em três personagens de nome Adolf. Adolf Kamil é um judeu Asquenaze que mora no Japão. Seu melhor amigo, Adolf Kaufmann, é descendente de japoneses e alemães. O terceiro Adolf é Adolf Hitler, ditador da Alemanha.

Maus (Cia. das Letras)

Maus (“rato”, em alemão) é a história de Vladek Spiegelman, judeu polonês que sobreviveu ao campo de concentração de Auschwitz, narrada por ele próprio ao filho Art. O livro é considerado um clássico contemporâneo das histórias em quadrinhos. Nas tiras, os judeus são desenhados como ratos e os nazistas ganham feições de gatos; poloneses não-judeus são porcos e americanos, cachorros.

1945 (NewPOP)

Mangá de Keiko Ichiguchi, em 1945 Elen e Max são dois irmãos, adolescentes que não gostam nada do estilo dos nazistas, partido que comanda a Alemanha. Além dos dois, há também Alec, que é um dos protagonistas. Elen e Max se conhecem e se apaixonam, mas a guerra entra na vida dos três. Max e Alex vão para a frente de batalha e lutam contra a Rússia. Max fica horrorizado com a violência das batalhas e quando retorna à Alemanha, organiza um grupo de estudantes que passa a distribuir panfletos contra o regime nazista. Por outro lado, Alex entra para a Gestapo, motivado por seu ódio aos judeus. A partir daí você segue pelo roteiro que mostram as dúvidas de todos os principais personagens frente ao conflito da guerra.

A Guerra de Alan (Zarabatana Books)

Esse livro é o relato gráfico da vida do soldado norte-americano Alan Ingram Cope durante a Segunda Guerra Mundial. A graphic novel mostra a fase de alistamento e treinamento do jovem em bases militares norte-americanas, os combates nos últimos meses da guerra na França e Alemanha, e a vida de Alan no pós-guerra na Europa.

O Boxeador (8Inverso)

Narrada pelo ponto de vista do filho do pugilista amador Hertzko Haft, a história de O Boxeador retrata um lado ainda pouco conhecido da Segunda Guerra Mundial – a prática do pugilismo como forma de sobrevivência em campos de concentração nazistas.

Campos de Batalha (Mythos Editora)

Coletânea de histórias de guerra escritas por Garth Ennis, publicadas pela editora norte-americana Dynamite, este encadernado possui histórias ambientadas no ano de 1942 e lida com esquadrões de bombardeiros, o lado oriental da guerra e todos os dramas de romance e tragédia da época.

A Força da Vida (Devir)

Em A Força da Vida o genial Will Eisner examina as vidas e os sonhos, as esperanças e os temores de personagens comuns que perseveram e sobrevivem à Grande Depressão econômica dos anos 30. Então, em meio a essa luta diária, a ascensão da Alemanha de Hitler projeta sua longa sombra sobre os moradores de um cortiço na Avenida Dropsie.

Era uma Vez na França (Galera Record)

Era uma Vez na França, de Sylvain Vallee, narra a história de Joseph Joanovici, um judeu na França ocupada na Segunda Guerra Mundial que construiu sua fortuna através dos nazistas. Mas qual será a verdade sobre sua história?

Jambocks! (Zarabatana Books)

Jambocks!, de Celso Menezes e Felipe Massafera, apresenta uma bela graphic novel sobre um tema pouco explorado nos quadrinhos brasileiros – a participação da Força Aérea Brasileira na Segunda Guerra Mundial –, e que envolveu um grande trabalho de pesquisa dos autores, e conta como foram os primórdios da Força Aérea Brasileira e sua atuação na guerra.

O Mensageiro Verde-Cinza (SESI-SP Editora)

Em O Mensageiro Verde-Cinza, história situada em 1942, Bruxelas está ocupada e Spirou atua como um membro ativo da Resistência. Porém o coronel alemão Von Knochen, principal hóspede do hotel Moustic, está prestes a encurralar uma das mais importantes redes da resistência belga.

O Diário de um Ingênuo (SESI-SP Editora)

História situada em 1939, O Diário de um Ingênuo lida com o início da Segunda Guerra, sendo um dos mais premiados álbuns da série Spirou de, mostrando mais do lado e consciência política do personagem e seus coadjuvantes.


No Brasil outras editoras mais antigas, como Abril e Ebal, publicaram histórias ambientadas na Segunda Guerra Mundial. O catálogo de obras que exploram o assunto, tão antigo porém atual, é muito mais extenso. As recentes polêmicas nos EUA, que motivaram campanhas no Twitter onde pessoas publicam cenas antológicas de heróis batendo em nazistas, são retratos claros de como algumas pessoas não aprendem com os erros do passado, e também de como a ‘ideologia‘ preconceituosa ainda é tão forte no mundo, por mais surreal que isso possa parecer.

Cabe a cada um nós, como futura e atual geração, estudar sobre o assunto e tentarmos ser melhores com o passar dos anos, começando hoje mesmo. E como foi mostrado acima, muitas histórias em quadrinhos podem colaborar com essa mudança positiva e até mesmo ensinar história pra muita gente. É só saber onde procurar, evitando que se fale besteira na internet e na vida real.

Agradecimentos especiais ao Pedro “Hunter” Bouça