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Trails – O que é, por onde começar e onde jogar?

Longe de ser uma das franquias de JPRG mais conhecidas do mundo, como Final Fantasy e Dragon Quest, Trails vem aos poucos ganhando novos fãs fora do Japão. Com mais de 15 anos de existência, a subsérie da Nihom Falcom tem como características a sua narrativa, diálogos e world-building primorosos.

O que é Trails, como entrar nessa franquia, quantos jogos são, como e onde jogar, preciso realmente jogar todos? Nesse pequeno artigo, irei responder essas perguntas.

O que é Trails?

Como dito acima, Trails é uma subsérie. Mas de qual, você deve se perguntar. Pois bem, a série original, de onde Trails veio, se chama The Legend of Heroes. O primeiro game da série, Dragon Slayer: The Legend of Heroes, foi lançado em 1989 no Japão, e não possui qualquer relação com Trails, além de carregar o nome. Não é preciso jogar esses títulos, nem ao mesmo os da Trilogia Gagharv, série que veio antes de Trails.

Trails ou Kiseki no Japão, possui ao todo nove jogos já lançados, com o décimo chegando em Agosto desse ano na terra do sol-nascente. Além de um spin-off, que até certo ponto pode ser ou não considerado cânon. Os jogos são divididos atualmente em três arcos, todos sendo sequência um do outro, que complementam uma narrativa que vem sendo escrita há mais de 15 anos e sem data para acabar. A série foi criada em 2004 por Toshihiro Kondo, atual presidente da Nihom Falcom.

A série traz um combate em turnos clássico, com utilização de golpes, magias e habilidades especiais, conhecidas como Crafts. Seu ponto forte é a narrativa e construção de mundo. Tudo ao seu redor está vivo, é incrível ver como até mesmos os NPCs tem narrativas próprias. Sem falar na trilha-sonora magnifica feita pela Falcom JDK Band.

Quais são esses nove jogos?

Como dito anteriormente, Trails atualmente é divido em três arcos, sendo eles: Arco de Liberl com três jogos, Arco de Crossbell com dois jogos e Arco de Erebonia com quatro jogos.

Trails in the Sky FC (2004)

Aqui nós temos o começo de tudo, com Trails in the Sky FC. Para quem se pergunta, FC vem de First Chapter. Essa adição ao título veio posteriormente, assim como a remoção de The Legend of Heroes VI, para apenas The Legend of Heroes. Tudo que você PRECISA saber sobre a franquia é apresentado nesses três jogos.

Lançado aqui em 2011, em Trails in the Sky nós temos como protagonista Estelle Bright, uma garota que acaba se tornar uma Bracer, uma espécie de aventureiros de todo o mundo de Trails, que fazem qualquer trabalho, entre salvar gatinhos e derrotar monstros (é dai que vem as sidequests do game). A história começa com Estelle e seu irmão adotivo Joshua, saindo em busca de seu pai, Cassius, que está desaparecido.

É com essa premissa SUPER SIMPLES que damos o pontapé inicial na franquias de JRPG mais bem escrita da atualidade, em minha opinião. O ponto mais negativo, que muitas pessoas citam, é que o começo do game é lento. Sim, de fato é, ele tem todo o tempo do mundo para introduzir todos os conceitos do mundo e vai engatando aos poucos, com plots de guerra e políticas envolvidos. Sem falar no final de fazer a pessoa engolir em seco. Eu gosto do ritmo do game e acho bem feito, mas entendo a reclamação.

Onde jogar e comprar:

Trails in the Sky está disponível no Ocidente para PC e PSP, podendo ser jogado no Vita. Sendo o PC, a plataforma mais indicada. Tem gráficos melhorados, modo turbo e a possibilidade de colocar mods de voz retirados do remaster de PS VITA.

Steam | GOG | PlayStation Store

Trails in the Sky SC (2006)

Se passando horas após o primeiro game, Trails in the Sky SC (de Second Chapter, obviamente), lançado por aqui em 2015. melhora em tudo o seu original, trazendo um ritmo mais rápido e sidequests melhoradas.

Onde comprar e jogar:

Assim como o seu antecessor, Trails in the Sky SC está disponível para PSP e PC. Novamente, a versão de PC é a mais recomendada. Também é possível colocar mod de vozes. É possível utilizar o save do game anterior para conseguir um bônus no segundo jogo.

Steam | GOG | PlayStation Store

Trails in the Sky the 3rd (2007)

Chegamos ao último game da trilogia, Trails in the Sky the 3rd. Para mim, o melhor dos três primeiros jogos. Ele tem como protagonista Kevin Graham, personagem que apareceu no segundo jogo. O game se diferente em quase tudo dos jogos anteriores. Saímos de um mundo “aberto” para uma espécie de Dungeon Crawler. Em vez de sidequests, temos portas, com histórias longas, curtas e minigames, sim MINIGAMES.

É um dos jogos mais importantes da série, em questão de lore, Há coisas aqui que até hoje ou não foram explicadas ou ainda não apareçam na série. E já temos a confirmação, que uma das portas apresentadas aqui, irá reaparecer no vindouro game da série, Hajimari no Kiseki. Mais do que isso, é spoiler.

Onde comprar e jogar:

Aqui temos o primeiro impasse da série, mas que não é grave. O game chegou ao Ocidente apenas em 2017 apenas para PC. Ainda que no Japão tenha saído também para PSP, a XSEED, responsável pela localização dos jogos na época, optou apenas pelo lançamento nos computadores, mesmo que o seu anterior, que chegou aqui em 2015, tenha saído para o portátil da Sony. É possível carregar os saves do game anterior para ele também, além de mod de vozes, e vai por mim, vocês IRÃO QUERER vozes nesse game.

Steam | GOG

Chegamos no grande problema de Trails no Ocidente: o Arco de Crossbell. São dois jogos, Zero no Kiseki e Ao no Kiseki. Originários de PSP, eles nunca foram lançados aqui no Ocidente. Os motivos, são um tanto claros, o PSP já não tava mais em alta aqui pós-2017 e o Vita já estava morrendo. Além do mais, no Japão, apenas Zero no Kiseki obteve um port para PC e o port de Ao no Kiseki para computadores foi feito na China. Ficaria inviável trazer para o Ocidente. Por sorte, nada está perdido.

Ambos os jogos receberam agora em 2020, uma remasterização para PlayStation 4. Isso abre portas para a publicação dos jogos aqui no Ocidente. O próprio Kondo já afirmou que um dos pontos principais dos remasters terem sido feitos, é para que tenha uma possibilidade deles serem localizados. Os jogos também tiveram um pequeno retcon.

PORÉM, enquanto a gente espera alguma empresa anunciar a localização dos jogos, nós podemos jogá-los em inglês.

Ambos os jogos possuem traduções de fãs, e todas bem feitas. Zero no Kiseki em específico, ganhou uma nova tradução para o PC recentemente, com features exclusivas, como log de diálogos, framerate aumentado, mais slots para salvar e modo turbo funcional. Tudo feito pela Geofront, um grupo de fãs focados em Trails.

Ao no Kiseki possui uma tradução muito funcional também, com inclusão também de um modo turbo. E melhor, a própria Geofront, já está fazendo um patch para o game, com as mesmas funcionalidades do game anterior. Atualmente, o patch se encontra com 90% da primeira edição concluída e não deve demorar muito para ficar pronta. A paixão é tanta que eles conseguiram convencer a loja CHINESA a liberar uma opção de pagamento para o ocidente. Apesar disso, eu recomendo jogar com a tradução recente, caso a da Geofront ainda não tenha sido lançada quando você estiver lendo isso. A tradução atual é originária do PSP e foi sendo refeita e aplicada para a versão de PC.

Mesmo que a Falcom não tivesse planejado esse arco desde o começo, é sem dúvida o melhor e o mais importante da série. Tanto em elenco e em história. Os acontecimentos desses jogos repercutem até hoje da série, sendo a fundação para tudo que acontece a partir de Cold Steel III. Ele também fecha um dos plots deixados na primeira trilogia.

Zero no Kiseki / Trails From Zero (2010) – Tradução por Geofront

Aqui nós temos como protagonista Lloyd Bannings, um detetive que acaba de voltar para Crossbell, sua cidade natal, após três anos fora. Ele se vê no comando da S.S.S, uma equipe de policiais baseada nos Bracers. A trama política já presente nos jogos anteriores, é expandida aqui, trazendo inúmeras reviravoltas.

Onde comprar e jogar:

No PC e bem, como falei, o game não está disponível oficialmente no ocidente. O que nos obriga a importá-lo. No site da Geofront, tem um tutorial em inglês de como comprar e aplicar a tradução. Sim, a situação econômica do Brasil está bastante complicada e nós da Torre de Vigilância não incentivamos pirataria, mas é possível encontrar pela internet o jogo já com a tradução aplicada. Também é possível aplicar mod de vozes.

Geofront: Tutorial de Importação e Aplicação do Patch

Ao no Kiseki / Trails to Azure (2011) – Traduções por Guren/Flame e Geofront (em breve)

Ao no Kiseki se passa um tempo depois do final de Zero no Kiseki. A S.S.S, agora com novos membros, estão finalizando os detalhes do último caso, quando uma guerra entre Calvard e Erebonia está prestes a acontecer. Para mim e para muitos, é o melhor jogo da série inteira.

Como comprar e onde jogar:

Novamente, só é possível jogar oficialmente importando e aplicando o patch. No site da Geofront já tem um tutorial para importar o game e se preparar para o vindouro patch deles. Para o patch atual, eu não consegui achar um tutorial para isso ou se a versão comprada aceita o mesmo. As versões pela internet já se encontram patcheadas, incluindo com a versão mais recente. Também é possível aplicar mod de vozes. Aqui, só irei deixar o link com o PATCH. É possível carregar o save de Zero no Kiseki.

Tutorial de Importação da Geofront| Reddit com o Patch do Guren/Flames

Chegamos ao arco mais atual e por onde muita gente acaba começando Trails, mesmo sendo a maneira “errada”. Já començando com um meio “spoiler”, dá pra dividir esses quatro jogos em duas etapas. Trails of Cold Steel I e II se passam no mesmo momento que Zero no Kiseki e Ao no Kiseki. Então, em termos de tempo, a série não avança. Já Trails of Cold Steel III e IV, avançam no tempo.

Muitas pessoas acabam começando por Cold Steel por serem jogos mais atuais, com visuais 3D e mais atraentes pros olhos. Porém, acabam perdendo muita coisa essencial do universo, pois Trails é uma série contínua, mesmo que dividida em arcos. O primeiro problema ocorre no final de Cold Steel II, mas não falarei por motivos de spoiler, porém, grande problema é quando os jogadores começam a jogar Cold Steel III e se deparam com personagens e eventos que nunca tinham visto antes, mas que a série trata como “normal”. Pois são coisas que vieram dos arcos anteriores.

Em Cold Steel IV, por exemplo, nós temos os protagonistas dos arcos anteriores aparecendo para vocês terem uma noção.

Trails of Cold Steel (2013)

Adeus Bracers e Detetives, agora somos estudantes! Nosso protagonista é Rean Schwarzer, um estudante ordinário que acaba de ingressas em Thors, uma academia militar de Erebonia. Sim, Erebonia, o lugar tido até agora como um dos antagonistas de Trails. Basicamente aqui, além de Rean, temos vários outros estudantes da Class VII, uma turma focada em resolver tarefas em outras cidades por Erebonia.

Rean é meio que um reflexo de sua época, o longínquo ano de 2013, rs. Menino de cabelo preto com espada e com cara de tacho. Ele começa como uma espécie de self-insert e vai evoluindo aos poucos durante os jogos. Para quem veio dos jogos anteriores, é bastante esquisito se acostumar com o novo jeito de Trails. Agora temos bonding system, um sistema de relacionamento a lá Persona. Sim, em Zero e Ao já tínhamos um pseudo bonding system, mas era bem específico. Aqui em Cold Steel eles exageram.

Eu pessoalmente não curto esse sistema, por além de ser uma espécie de harém, que não adianta muita coisa, pois narrativamente falando, já tem uma garota certa para o Rean, mas os diálogos e desenvolvimento dos outros personagens ficam presos nele.

As sidequests são boas e muita coisa sobre o mundo é revelada. O game foi lançado no Ocidente em 2015.

Onde comprar e jogar:

O jogo saiu originalmente para PS3 e PS Vita. Tendo também versões de PC e PlayStation 4, que são as que eu recomendo. Tem gráficos melhores e modo turbo. E agora, oficialmente, temos dublagem, tanto em inglês quanto japonesa.

Steam | GOG | PS3 | PSVita | PS4

Trails of Cold Steel II (2014)

Aqui nós temos o que é na minha opinião o game mais fraco da série. Trails of Cold Steel II saiu no Japão em 2014 e se passa 1 mês após os eventos do primeiro jogo. O jogo traz um diferencial na sua estrutura. Até então, todos os jogos tinham os seus eventos divididos em capítulos normais. Aqui, o jogo é dividido em 3 atos, um intermission (muito importante para que veio de Crossbell) e o Finale.

O grande problema do jogo está em seu segundo ato. Ele é enorme e cansativo, beirando o tedioso em certos momentos. Isso enquanto uma guerra está acontecendo. Dito isso, o final do game é um dos melhores da franquia. Importante ressaltar que o Rean nesse game já demonstra uma melhora como personagem.

Onde compra e jogar:

Mesmo esquema do anterior. Ele saiu pra PS3, PS Vita, PC e PS4. Sendo as duas últimas plataformas as mais recomendadas.

Steam | GOG | PS3 | PS Vita | PS4

Trails of Cold Steel III (2017)

Chegamos ao lançamento mais recente da franquia aqui no Ocidente: Trails of Cold Steel III. Lançado no Japão em 2017 e aqui em 2019, Trails recebeu uma nova casa por aqui, agora sendo localizado pela NIS America e não pela XSEED que trouxe os outros jogos. Mas não se preocupe, uma boa parte da equipe da tradução dos outros games trabalhou também nesse game.

Em Trails of Cold Steel III, temos Rean como professor e não mais aluno e ele se tornou um ótimo personagem, vejam só vocês. Mas sério, eu acho inacreditável o quanto Rean evoluiu e o quanto esse jogo é maravilhoso! Quase chegando perto de Ao no Kiseki no meu TOP. A nova Classe VII é incrível, pessoalmente gosto de todos os novos personagens. E sobre o bonding system, nesse game ele está ótimo e funcional.

Nesse game nós vemos o quão bem escrito é essa série e como tudo chegou nesse ponto da história.

Onde e como jogar:

Cold Steel III foi feito direto para a geração atual, então nós temos versões para PlayStation 4, PC e Nintendo Switch.

Pera, Nintendo Switch???

Sim, a NISA decidiu portar o game para Nintendo Switch e essa versão também foi lançada posteriormente no Japão.  É o primeiro Trails para o console da Nintendo e é o oitavo jogo da série. Não vejo como isso pode dar certo para alguém de primeira viagem, mas bem, é uma plataforma a mais.

Um aviso, NÃO é possível carregar o save de Cold Steel II, pois originalmente os jogos eram de PlayStation 3 e Vita. A Falcom também não colocou a opção nos remasters.

Steam | GOG | PS4 | Switch (não lançou na E-Shop Brasileira)

Trails of Cold Steel IV (2018)

Trails of Cold Steel IV saiu no Japão em 2018 se passa logo após o estonteante final de Cold Steel III. Bom, eu não tenho o que falar desse aqui, pois ainda não joguei. O jogo será lançado aqui no ocidente em 27 de outubro de 2020 para PlayStation 4 e em 2021 para Nintendo Switch e PC, pela NIS America.

Segundo impressões dos japoneses e de fãs que já jogaram a versão original, o jogo não chega a ser tão bom quanto o seu antecessor. Ele aparentemente se perde um pouco no bonding system também e que estrutura dele também é em atos, assim como Cold Steel II. Mas ainda traz o DNA de Trails consigo, com world-building e escrita incrível com os NPCs. Resta esperar para tiramos as próprias conclusões. É possível carregar o save de Cold Steel III.

Uma curiosidade, a versão japonesa conta com “The End of Saga” em seu título. Ele foi retirado na versão ocidental.

Onde comprar e jogar:

Steam | PS4 

Confira nossa review do jogo.

Bom para o futuro de Trails, temos as seguintes coisas:

Hajimari no Kiseki (2020)

O próximo game da franquia, Hajimari no Kiseki sai em Agosto desse ano para PlayStation 4. É o décimo jogo principal da franquia e tudo indica que ele terá uma estrutura similar à Trails in the Sky the 3rd. Não há previsão para lançamento aqui visto que Cold Steel IV ainda nem saiu. Mas tudo indica que seja em 2022, já que dois anos tem sido o intervalo. O save é carregado de Cold Steel IV.

Os remasters de Zero no Kiseki e Ao no Kiseki

Como dito anteriormente, Zero no Kiseki e Ao no Kiseki ganharam versões remasterizadas para PlayStation 4. Esperamos que essas versões, e um port para o PC, cheguem aqui em breve. A NIS America ainda não falou nada sobre o assunto e tão pouco a XSEED.

Nayuta no Kiseki (2012)

Trails tem um spin-off chamado Nayuta no Kiseki, lançado para PSP e que nunca saiu do Japão. Ele é bem diferente dos jogos da franquia, trazendo um combate de ação parecido com o de Ys, outra franquia da Falcom, e ele se passa MILHARES de anos antes dos tempos atuais. Não sabemos se ele irá ganhar algum remaster ou cair no esquecimento.

Atualmente ele não é canônico na franquia, ainda que tenha algumas aberturas para isso acontecer. Existem várias referências, incluindo uma personagem com mesmo sobrenome do protagonista do jogo. Ele possui uma tradução feita por fãs. Eu cheguei a jogar metade dele mas ainda não terminei, apesar de ter gostado do que eu joguei.

Símbolo de Calvard

Tudo leva a crer que o próximo arco de Trails se passará em Calvard. É um dos lugares citados desde o primeiro Trails in the Sky que ainda não visitamos. O próximo jogo, depois de Hajimari, já está em produção, – a Falcom já havia confirmado que tinham dois jogos sendo feitos simultaneamente -, e terá uma nova engine. Muito provavelmente ele será lançado para o PlayStation 5.

Ver a imagem de origem
Akatsuki no Kiseki

Além de tudo isso, também temos um gacha de Trails chamado Akatsuki no Kiseki. Somente em Japonês. Nunca joguei.


Qual a ordem que devo jogar?

Pois bem, apresentei todos os jogos e dei uma pequena opinião sobre eles. Por onde você deve começar? A ordem mais correta e recomendada é a de lançamento: Liberl, Crossbell, Erebonia e um dia, Hajimari.

Há uma outra ordem, que mesmo não sendo recomendada, pode ser usada para adentrar na franquia. Ela seria: Cold Steel, Cold Steel II, Liberl, Crossbell, Cold Steel III e IV, e posteriormente, Hajimari. Sim, vocês teriam que retornar pro passado por conta dos acontecimentos e suas consequências em Cold Steel III.

Basicamente, a melhor ordem, novamente, é a de lançamento e a melhor plataforma acaba sendo o PC, pois todos os jogos estão lá. Já o PlayStation 4 acaba sendo a plataforma que contém todos os Cold Steel, incluindo o lançamento antecipado do IV.

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Heróis do universo de Trails se reúnem em novo trailer de Trails of Cold Steel IV

A NIS América divulgou um novo trailer de The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel IV, que destaca a vinda de personagens dos jogos anteriores da franquia.

Confira:

No trailer podemos ver Estelle, Joshua e Renne da trilogia Trails in the Sky, com a presença dos dubladores originais, e a SSS, de Trails from Zero e Trails to Azure, games que não foram localizados aqui no Ocidente, composta por Lloyd, Ellie, Tio, Randy e KeA.

The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel IV chega em 27 de outubro para PlayStation 4. As versões para Nintendo Switch e PC serão lançadas em 2021.

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The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel IV é anunciado para o Ocidente

Pegando todo mundo de surpresa, ainda mais nesse dia do ano, a NIS America anunciou, através da Game Informer, que The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel IV chegará ao ocidente ainda esse ano. Importante ressaltar, que o subtítulo “The End of Saga” foi retirado para a versão ocidental.

Confira o trailer de anúncio:

The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel IV começa logo após o chocante final de Trails of Cold Steel III e promete fechar todas as pontas

“O título é uma peça importante para o final da série Cold Steel e é fundamental para toda história começada em Trails in the Sky”, explica o produtor e presidente da Nihom Falcom, Toshihiro Kondo. “Nós deixamos várias pistas desde Trails in the Sky e todas aquelas conectadas ao Império de Erebonia serão reveladas.”

O último capítulo do arco de Erebonia chega no fim do ano para PlayStation 4 e chegará em 2021 para Nintendo Switch e PC. No Japão, o jogo foi lançado em 2018 e sua sequência, Hajimari no Kiseki, está planejada para sair esse ano na Terra do Sol Nascente.

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Trails of Cold Steel III é o reflexo de um mundo bem construído

Construir um universo e personagens que funcionam nos videogames (ou em qualquer outra mídia) não é uma tarefa fácil. Mais difícil ainda, é carregar uma história com 15 anos de planejamento sem perder a mão. Trails of Cold Steel III é o oitavo jogo da série Trails e é o começo de um fim. A sub-série criada pela Nihon Falcom em 2004, com Trails in the Sky, possui um dos melhores worldbuilding já existentes nos videogames.

Em Trails of Cold Steel III, jogamos novamente com Rean Schwarzer, agora professor, onde lidera uma nova Class VII, ao mesmo tempo que precisa lidar com as consequências de ter se tornado um herói do Império de Erebonia.

  • Uma porta de entrada para a franquia?

Vamos tirar logo esse ponto da frente. A resposta é NÃO. Por mais que a NISA, que gentilmente cedeu um código para a gente, fique batendo na tecla que Trails of Cold Steel III é uma porta de entrada para a franquia, isso não é nada mais que uma estratégia de marketing, que poderá se voltar contra para o jogo.

O jogo possui um sumário no menu inicial, contextualizando apenas os acontecimentos dos dois jogos anteriores (sem mencionar os outros dois arcos), mas é basicamente nomes sendo jogados na tela, sem nenhum tipo de contexto, o que deixa o jogador ainda mais confuso. E jogando, o resultado não é muito melhor. Então, caso queira começar a jogar Trails, esse não é um bom começo. Comece por Trails in the Sky ou até mesmo o primeiro Cold Steel.

  • Um protagonista atormentado e uma nova Class VII.

Aqueles que me conhecem, sabem o quanto eu não gosto do Rean como protagonista, porém, em Trails of Cold Steel III, ele me conquistou. Ainda que esteja longe de se comparar à Estelle e Lloyd. Rean ainda continua igual a um personagem de harém tradicional dos animes, no entanto, ele é bem trabalhado nesse jogo. Seu psicológico ainda está abalado após o trauma sofrido no jogo anterior, e mesmo assim decide se tornar um professor.

Darei o mínimo de spoilers possíveis sobre os jogos anteriores, mas o fato do Rean não querer ser reconhecido durantes as viagens é algo bem utilizado no jogo. Ele odeia ser conhecido como Ashen Chevalier, o herói de Erebonia.

Sobre a nova Class VII, já começo dizendo que os novos personagens são muito melhores dos que os companheiros de Rean. Apesar de ainda serem tropes de animes, um grande problema em Cold Steel, funcionam. Acompanhar suas histórias e desenvolvimento é bem satisfatório e você se importa com esses personagens, Juna, Kurt, Altina, Ash e Musse são ótimos personagens e praticamente todos são ligados à acontecimentos prévios da franquia, e ver como esses eventos impactaram no tempo atual é recompensador para qualquer fã de Trails.

Quanto aqueles que retornam, são bem usados, para aquilo que eles se propõem. 

O bonding system está de volta. Eu não curto esse sistema, muito por conta de que você perde muito da história de certos personagens, caso não passe um tempo com ele no jogo. No entanto, em Cold Steel III, eles acertaram bastante. A Falcom conseguiu reduzir bem o número de personagens com quem você interage nesse sistema e deu pontos o suficientes para explora-los.

  • Gráficos ultrapassados, mas enredo de primeira

Quando se joga um game da Nihon Falcom, você não espera que eles tenham um gráfico de última geração e em Cold Steel III isso não é diferente. Os gráficos são superiores aos dos últimos dois jogos, que saíram para PS3 e PS Vita, mas se comparar com outros JRPGS saídos na mesma época (2017), ele fica bem abaixo. E isso não só para os personagens em si, mas para o ambiente. Em TVs com mais qualidades é possível ver falhas nas texturas.

A gameplay é basicamente a mesma dos outros jogos. Não há muitas novidades aqui além das Brave Orders, que são comandos para dar buffs na party. Lembra bastante a função de suporte em Trails in the Sky the 3rd. A HUD de batalha é claramente inspirada em Persona 5. Os fãs mais antigos podem estranhar no começo, mas é fácil se acostumar.

A pescaria está de volta, agora com um sistema diferente, em vez de apertar rapidamente os botões, o jogador tem que pressionar o círculo e calcular o timing para capturar o peixe. O minigame de cartas agora é o Vantage Masters, onde o jogador tem que derrotar o mestre adversário. Há diversas cartas de buff e skills que ajudam na batalha.



Agora, em termos de roteiro e worldbuilding, Cold Steel III possui uma das melhores histórias dos JRPGs atuais e um dos melhores da franquia. O jogo é estruturalmente parecido com o primeiro: dia livre, estudo de campo, sidequests mundanas e então história principal. A diferença é que o jogo possui um ritmo melhor e não é cansativo. O primeiro Cold Steel demorava muito para “engatar” enquanto tentava apresentar os personagens.

A trilha-sonora, outra grande marca dos jogos da franquia, estão de volta arrasando mais uma vez. Há músicas que irão deixar os fãs mais antigos engolindo seco e de olhos molhados. Mas no geral, ela é a mais fraca até então.

  • O mundo de Trails

Um dos pontos mais chamativos de Trails é o seu mundo. São 9 jogos no total (já contando Sen no Kiseki IV, que em breve chegará por aqui, EU SUPLICO NISA) e em todos eles somos capaz de vermos NPCs tão vivos quanto os personagens principais. Ver como eles reagem aos acontecimentos do jogo é magnífico, cada um deles tem algo para dizer, e você não sente que são apenas falas automáticas e clichês, como vemos em outros JRPGs e ou muitos dos jogos ocidentais.

Tudo está conectado de alguma forma, não são apenas referências jogadas aqui e ali, como em filmes da Marvel. Tudo isso se perde se você começar a jogar Trails por esse jogo. Simplesmente ficará perdido e sem entender grande parte dos diálogos.

Em termos de localização, ela está bastante funcional. É difícil falar concretamente, por conta do meu inglês não muito bom, mas eu consegui passar 90% do jogo sem precisar procurar alguma palavra. A tradução ficou bem simples. Por outro lado, alguns termos da franquia em si foram alterados. Não sei se ficaram assim para sempre ou se irão corrigir em alguma atualização. A equipe de tradução é praticamente a mesma dos jogos anteriores, e creio que devem se pronunciar em breve quanto a isso.

  • Edição definitiva?

Há algumas novidades em comparação ao lançamento japonês, entre elas a presença do modo turbo, que acelera a velocidade do jogo, reduzindo o tempo da exploração nas dungeons e campo aberto. Outra novidade bastante bem-vinda, é a possibilidade de carregar seus níveis para o New Game+. No jogo original não era possível fazer isso, tendo que começar do nível 0.

No entanto, assim como o original, o jogo possui quedas de framerate, tanto no PS4 normal, quanto no PS4 PRO (segundo pesquisas), na parte final do jogo. Não é nem culpa da NISA em si, mas sim da Falcom.

Trails of Cold Steel III é um reflexo de um mundo bem construído. Traz personagens marcantes, retornos inesperados e momentos emocionantes. Além de um final de deixar o queixo caído.

O jogo foi testado em um PS4 normal. Agradecimentos à NIS America pelo envio do código para review.

Pontos Positivos:
Roteiro impecável.
Personagens bem escritos.
Trilha-sonora.
Bonding system funcional.

Pontos Negativos:
Framerate instável na parte final do jogo.
Marketing da NISA sobre ser uma porta de entrada.

Platina – Obrigatório