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A imersão sonora de Dunkirk

Lançado em 2017, Dunkirk foi dirigido e escrito por Christopher Nolan, sendo o último lançamento do diretor até o momento. O longa nos mostra a história da Operação Dínamo: a evacuação de diversos soldados aliados que estavam encurralados e sofrendo diversos ataques do inimigo na cidade de Dunquerque, na França. Ao decorrer do longa, observamos a trama a partir de três visões distintas: no mar, através de um soldado britânico lutando para sair vivo de Dunquerque; No ar, por meio dos pilotos da Força Aérea que dão suporte aos soldados presos na cidade e no mar, onde cidadãos comuns oferecem seu barco para auxiliar na evacuação. Dunkirk foi indicado a oito categorias do Oscar e acabou levando três prêmios, dentre eles o de Melhor Mixagem de Som e de Melhor Edição de Som.

Quando fui assistir Dunkirk nos cinemas, tive a oportunidade de conferir o longa em IMAX e devo dizer que foi uma das minhas melhores experiências cinematográficas – não só pela fotografia imersiva e pela trama envolvente, mas também pela total imersão sonora que eu tive assistindo nesse formato. A trilha sonora de Hans Zimmer em conjunto com os tiros e as explosões na guerra, fizeram com que eu sentisse a tensão e o medo em cada momento do filme, como se eu estivesse no cenário. O que Nolan e Zimmer fizeram em Dunkirk é digno de reconhecimento: eles conseguiram criar uma experiência sensorial e imersiva unindo a fotografia ao som. Antes de entrarmos em mais detalhes de como foi feito esse processo, precisamos ter em mente os processos distintos que são a  edição de som e a mixagem de som.

A edição de som é responsável por captar todos os sons (ambiente, diálogos, objetos, etc) para o filme. Em Dunkirk no caso, seriam parte desse processo os sons de tiro, bombas, água, avião, dentre outros elementos que causam essa experiência sensorial no telespectador. Esses sons são gravados antes e são colocados no filme durante a pós-produção do mesmo. Na mixagem de som, o som previamente gravado é organizado inserido ao longo do filme. Essa etapa é importante demais, pois afeta a harmonização do longa – por exemplo, se o filme tiver uma Mixagem de Som ruim, teríamos vários ruídos e sons que causariam uma certa confusão na identificação de cada um. No fim das contas, o diferencial da trilha sonora está na mixagem de som.

A trilha sonora do longa foi composta por Hans Zimmer e nela podemos notar barulhos como tique-taques de um relógio, batimentos cardíacos, dentre outros junto com um som crescente que parece aumentar sempre, sem parar de subir. São essas presenças na trilha que marcam o clima de tensão da mesma e contribuem para a imersão do ambiente presente no longa, dando a tensão necessária aos momentos apresentandos durante a trama. Uma breve curiosidade é que foi Nolan quem entregou os barulhos do relógio para Zimmer produzir as trilhas do longa.

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A sensação de tensão causada pela trilha é consequência de uma ilusão auditiva na qual faz com que o ouvinte ache que o som está se comportando de uma determinada forma. A ferramenta usada para isso é a Escala de Shepard, sendo ela a responsável pela sensação do aumento da intensidade sonora ao longo do filme. Nessa escala, os tons estão sempre subindo ou descendo e esse efeito é resultado da mistura de escalas, empilhadas entre si – uma escala aguda, uma média e outra grave – com um oitavo entre elas, tocados em repetição. Christopher Nolan já faz uso da Escala de Shepard em diversos filmes anteriores a esse: em Interstellar, Inception e na trilogia The Dark Knight – todas estando em parceria com Hans Zimmer. Inclusive, Nolan já confirmou em uma entrevista que faz uso de fato dessa escala e que escreveu o roteiro de Dunkirk pensando nela. Logo abaixo está um vídeo, que recomendo bastante, falando sobre a trilha do longa e como ela transmite toda a sensação debatida ao longo do artigo – com legenda disponível na configuração.

Dunkirk acaba se tornando uma experiência cinematográfica única ao combinar fotografia e som, fazendo com que o telespectador tenha total imersão no cenário da guerra em Dunquerque. Sem dúvida alguma, vale a pena conferir o longa.

 

 

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Música

Tubarão | Trilha sonora do clássico será relançada em vinil

O clássico Tubarão (1975) de Steven Spielberg terá sua trilha sonora relançada em vinil. É um produto que não pode faltar nas coleções, e vai satisfazer os fãs de plantão.

O relançamento será uma coletânea com dois discos de vinil, incluindo 27 faixas do filme, todas remixadas e remasterizadas pela gravadora Mondo, exclusivamente para a nova edição. É a primeira vez que toda a trilha sonora de Tubarão é lançada nesse formato.

 

Confira a tracklist abaixo:

Lado A
01. “Jaws” – Main Title
02. “The First Victim” 
03. “Remains On The Beach”
04. “The Empty Raft” (Extended Version)
05. “The Pier Incident”
06. “Father And Son” (Film Version)
07. “The Alimentary Canal”
08. “Ben Gardner’s Boat”

Lado B
09. “Montage” 
10. “Into The Estuary” 
11. “Out To Sea” (Film Version)
12. “Tug On The Line”
13. “Man Against Beast” (Film Version)

Lado C
14. “Quint’s Tale” 
15. “Brody Panics” 
16. “Barrel Off Starboard” 
17. “Great Chase” 
18. “Shark Tows Orca” 
19. “Three Barrels Under” 
20. “From Bad To Worse” 

Lado D
21. “Quint Thinks It Over” 
22. “The Shark Cage Fugue”
23. “The Shark Approaches” (Film Version)
24. “The Shark Hits The Cage”
25. “Quint Meets His End” 
26. “Blown To Bits” 
27. “Jaws” – End Title

https://www.youtube.com/watch?v=lV8i-pSVMaQ

Criada pela lenda John Williams (de clássicos como Star Wars, Indiana Jones, E.T. e Parque dos Dinossauros), a trilha sonora abocanhou os prêmios Grammy, Globo de Ouro, Bafta e o Oscar, todos no ano de 1976.

A coletânea será lançada oficialmente em outubro, mas já se encontra em pré-venda no site da Mondo Records por US$ 35,00.