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Bem-vindos ao Fim! Supernatural surpreende em revelar o Criador da história como último vilão

Deus escreve com uma pena que nunca borra. Fala com uma língua que nunca erra. Age com uma mão que nunca falha.

Inicio este singelo texto com uma frase retirada da internet sobre uma das principais características que os religiosos utilizam para defini-Lo: como um escritor. Um Ser com o poder de escrever a nossa história, ou seja, o autor do maior best-seller conhecido pelo homem, a própria vida. Sendo assim, podemos afirmar que Ele é o dono do nosso destino? Esse questionamento pode deixar muitos sem uma resposta formada, porém Supernatural já respondeu na quarta temporada e nove anos depois, reafirmou de um jeito poderoso. E também perigoso.

Quando Chuck apareceu no episódio 4.18 (The Monster in the End of This Book), ele simplesmente era um escritor que escrevia sua única e importante obra: Supernatural. Situação esta que não passou despercebida pelos Winchesters que ficaram assustados com a fidelidade sobre os eventos de suas vidas sendo narradas nos livros. Numa temporada que estava lidando com a aparição cada vez mais frequente de anjos e demônios, a revelação de que o personagem era, na verdade, um profeta do Senhor acrescentou bastante para a mitologia bíblica para aquele ano que encerraria o maravilhoso ciclo da Era Kripke (criador da série).

Já em Swan Song (5.22) após o fim do embate entre Miguel e Lúcifer (usando Sam Winchester como receptáculo), Chuck é visto escrevendo seu último livro e trajado todo de branco acaba desaparecendo no ar. Tendo retornado apenas na décima temporada, ele deixou a importante pergunta no ar: Ele era Deus? Essa teoria foi a mais aceita pelos fãs, enquanto a própria série não tratava de confirmá-la ou desmenti-la. A resposta veio em 11.20 (Don’t Call Me Shurley) da forma mais simples e sem muitos alardes. Deus por muitas vezes deixou que os caçadores resolvessem os principais problemas e por causa disso, apenas interviu em assuntos de cunho apocalíptico. Sendo o último na forma do nefilim Jack. Desde o desfecho da Escuridão em 11.23 (Alpha and Omega), Deus se fez ausente mais uma vez e retornou apenas no Season Finale da atual temporada para lidar com o filho de Lúcifer.

Assim diz o Senhor dos Exércitos: Administrem a verdadeira justiça, mostrem misericórdia e compaixão uns para com os outros.

–  Zacarias 7:9

Quando Deus assume que a história deve seguir do jeito que escreveu, só mostra o quão egoísta demonstra ser com a sua série favorita. Ele preferiu não interveio durante grandes perdas de nossos personagens ao longo de toda a série. Apenas ficou observando nas sombras. Isso é compaixão?! Não existe misericórdia ao negar ajuda necessária para deter algum mal. Esta ajuda só se torna conveniente para os seus próprios meios, pois ameaça sua escrita. Algo que um escritor odeia é algo atrapalhando a sua narrativa. Por isso, mente. É um choque para Sam e Dean descobrirem que são marionetes do Criador e como sofreram por conta dessa falta de sensibilidade. Tudo por uma boa história, não é mesmo?

Nosso instinto em ler algo que não gostamos é simplesmente fechar o livro e deixá-lo guardado para uma próxima oportunidade. Chuck não dá uma segunda chance. A decisão de Dean em não assassinar Jack acaba com todo o seu planejamento e isso gera uma certa surpresa, pois não era para acontecer. Sua escrita deveria ser imutável, ou seja, sua função acaba perdendo todo o significado.

Ao dar boas-vindas ao Fim de Tudo, temos aqui o anúncio oficial do término de Supernatural. Seu livro acabará por definitivo na 15° temporada. O prazo foi dado com uma enorme bomba relógio trazendo todas as criaturas que os caçadores enfrentaram nessa longa estrada até aqui. Foi uma das táticas mais geniais da equipe criativa da série tornar uma criatura Onipresente, Onipotente e Onisciente como o principal vilão para o seu último ano. Nada mais poético que enfrentar o principal monstro que já assolou o universo desde que O mesmo o criou.

O futuro parece muito promissor e se for feito em mãos capazes, teremos um final digno para uma série que iniciou na busca pelo pai desaparecido sedento por vingança ao demônio que assassinou sua esposa e finalizará com a caçada definitiva a Deus. Chegada a hora de administrar a verdadeira justiça. Sem compaixão. Sem misericórdia.

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Episódio 300 de Supernatural reforça de forma perfeita o seu grande pilar: a família.

14 temporadas. 300 episódios. Quem imaginaria que Supernatural alcançaria tal feito? Acredito que nem a própria CW tinha ideia de que naquele 13 de setembro de 2005 estaria lançando um dos maiores hits de sua trajetória como emissora aberta.

Muitas coisas bizarras, loucas, insanas, felizes e tristes aconteceram desde que Dean Winchester apareceu na porta de Sam pedindo ajuda para encontrar seu pai. Passamos pelo 100° episódio e toda a problemática de Dean em aceitar que é a Espada de Miguel. Tivemos o 200° episódio que respeitou numa simbólica peça de teatro tudo que os irmãos viveram até então. O que levaremos do 300° episódio?

[SPOILERS DEMONÍACOS ABAIXO] 

Que o conceito de família continua sendo uma base extremamente inabalável após inúmeras temporadas. Já presenciamos demonstrações de amor, afeto e fraternidade entre os irmãos de formas que encheram os olhos de nós fãs, como por exemplo, o pacto feito por Dean para salvar o caçula morto ainda no final da segunda temporada. Só um sacrifício de muitos.

Depois de 12 longos anos, tivemos o retorno do personagem que tanto pedimos para reaparecer: John Winchester. Muita coisa tinha ficado pendente com a sua morte no início da segunda temporada e em Lebanon, recebemos o maior e melhor presente que a produção da série poderia ter dado. E não foi puro fan-service para nos agradar. Foi muito além disso. Foi lindo. Emocionante. Marcante.

Para quem estava desesperado e fazendo altos textos reclamando sobre o seu retorno, acredito que a lamentação tenha cessado após descobrir o motivo de sua aparição e melhor, tudo temporariamente. Os Winchester descobriram uma pérola capaz de conceder um desejo e ansiosos para utilizá-lo para deter Miguel, acabam tendo uma grande surpresa.

Antes de mais nada, esse sentimento de ter os pais de volta e uma vida mais tranquila já se encontrava enraizada nos meninos conforme foram se deparando com as mortes constantes de grandes amigos. Dean provou disso em Apenas um Sonho (2.20), onde por efeito de um Djinn, ele se viu numa vida sem caça com sua mãe e irmão. Só que o célebre episódio tratou de ser bem real. Não era sonho e muito menos realidade alternativa.

Não tivemos tempo de ver há alguns anos uma conversa sincera entre John e seus filhos. Neste episódio, tudo que tinha ficado pendente foi jogado na mesa e rasgando aquelas antigas feridas. Porém, de forma definitiva, curando-as. Dean se tornou um soldado muito jovem e precisava ainda cuidar de Sammy. Enquanto um teve sua infância intacta, o outro precisou virar um adulto. Enquanto um queria se manter longe dessa vida, o outro permanecia obediente àquele que o criou em meio a tudo isto.

Jeffrey Dean Morgan, Jared Padalecki, Jensen Ackles e Samantha Smith brilharam do início ao fim. Suas expressões foram mistas em questão de plenos segundos e isso foi muito bonito de ver. Ainda mais que a trama pedia uma dose em dobro de emoção para esta família tão conturbada. Dean recebeu o reconhecimento que sempre quis. Sam pôde expôr a culpa por não ter dito adeus para o pai no leito de morte. Mary teve a chance de rever o seu marido. Cada um teve o seu momento. A conversa definitiva.

Rever o Castiel temente a Deus trouxe nostalgia para uma quarta temporada excelente e ouvir Eu sou o anjo do Senhor deu aquela leve arrepiada de sua revelação para Dean após retirá-lo do Inferno. Além disso, tivemos Zachariah. Nem tive tempo de reclamar deste, uma vez que o humor inserido para ele não deu brecha para tal.

Cuidem um do outro.

 

Apesar de reciclagens de plots e mesmo ciclo Deus ex Machina em tramas que parecem impossíveis de resolver, Supernatural ainda possui fôlego para produzir episódios bons a excelentes, como este que aqui escrevo sobre. Portanto, seus 14 anos de estrada dentro do Impala não foram em vão.