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The Witcher apresenta potencial para se tornar uma grandiosa produção original da Netflix

Toss a coin to your Witcher o’ Valley of Plenty.

Por volta da década de 80, Andrzej Sapkowski escreveu um conto sobre o bruxo Geralt de Rívia para participar de um concurso da revista polonesa FantastykaO conto ganhou o terceiro lugar no concurso e Sapokowski continuou escrevendo mais histórias a respeito do personagem e de seu imenso universo – sendo todas elas, inicialmente, publicadas na revista. A partir de 1990 o escritor reuniu todos os seus contos em dois livros intitulados O Último Desejo e A Espada do Destino. Após o segundo livro, o autor decidiu escrever os volumes seguintes em formato de romance, sendo ao todo oito livros publicados até os dias atuais.

Baseado nos contos, a CD Projekt desenvolveu três jogos sobre o bruxo, sendo o último o tão premiado The Witcher 3: Wild Hunt, considerado por muitos o melhor jogo da década. Agora, é a vez do bruxo ganhar uma nova versão live action de seus contos, dessa vez adaptada pela Netflix e estrelando Henry Cavill no papel do Lobo Branco.

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A trama da primeira temporada é uma adaptação de todos os contos presentes nos dois primeiros livros da saga, onde acompanhamos como Geralt de Rívia ganhou sua fama como Carniceiro de Blaviken, se tornando um bruxo conhecido e como Yennefer de Vangerberg se tornou uma poderosa feiticeira. Acompanhamos também o começo da história de Ciri e como o destino uniu os três personagens. A adaptação dos contos está excelente, mantendo a qualidade (e alguns erros) da obra original.

Entretanto, a adaptação sofre um único problema: a ordem cronológica dos episódios. Os três personagens principais – Geralt, Yennefer e Ciri – se encontram em linhas temporais diferentes para que, no fim, as linhas se encontrem e a história prossiga. Para quem não leu os dois primeiros livros é algo confuso de se notar inicialmente, tornando a experiência um tanto como confusa e massante. Dá para entender o que os diretores dos episódios quiseram fazer com isso, algo semelhante ao que foi visto em Dunkirk de Christopher Nolan, porém aqui não funciona direito e pode fazer com que algumas pessoas desistam da série pela metade.

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O elenco está sensacional. Henry Cavill como Geralt apresenta a mesma personalidade mostrada nos livros e nos jogos, com poucas palavras e poucas expressões. Como contraparte da falta de carisma do Bruxo, temos Jaskier (interpretado por Julian Alfred Pankratz)  que funciona como um alívio cômico bem aplicado, nos momentos certeiros e de forma bem carismática – sendo impossível não gostar do personagem ou das músicas que o mesmo canta (sério, é impossível tirar Toss a coin to your witcher da cabeça). Anya Chalotra consegue passar o poder de Yennefer através de sua atuação, se destacando dos demais. Freya Allan nos entrega uma ótima Ciri também. O elenco funciona bem em conjunto e se encaixam nas características dos personagens originais.

A fotografia da série está muito bem feita e as cenas de luta apresentam coreografias excelentes. Destaque para o plano sequência do primeiro episódio onde vemos Geralt lutando em Blaviken. O CGI da série está mediano em relação a alguns monstros, porém é justificável e não chega a ser nenhum incômodo durante o decorrer da série. A ambientação dos episódios e os figurinos utilizados estão de acordo com o que é apresentado nos livros e nos jogos, sendo excelentes.

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The Witcher foi uma enorme surpresa da Netflix para 2019, que apresentou uma série bem produzida e bem feita. A série tem potencial para se tornar a melhor produção original da companhia nos dias atuais, basta apenas que o problema cronológico não se repita nas futuras temporadas e que as mesmas apresentem a qualidade vista nesta – e, assim, chegará aos pés do que foi Game of Thrones para a HBO (esperamos que sem o final ruim). Vale a pena conferir The Witcher, mesmo que você não tenha tido contato com as outras mídias da franquia.

Nota: 4.5/5

Baseado no best-seller de fantasia, The Witcher é um conto épico sobre destino e família. Geralt de Rivia é um caçador de monstros solitário que luta para encontrar seu lugar em um mundo onde as pessoas são mais perversas do que as criaturas que ele caça. Quando o destino leva Geralt a uma poderosa feiticeira, e a uma jovem princesa com um segredo perigoso, os três devem aprender a navegar juntos pelo crescente e volátil Continente.

A primeira temporada de The Witcher já está disponível na Netflix.

 

Por José Victor

Estudante de Odontologia durante o dia, produtor de conteúdo durante a noite e redator por aqui nas horas vagas.